Há um certo discurso que se centra unicamente na culpa.
Vê mal em tudo. Vê culpados em todos.
Sucede que este discurso, além de potencialmente injusto (quem pode julgar senão Deus?), acaba por ser rotundamente preguiçoso.
Estimula a inacção. Potencia a indiferença.
É que a pessoa, com medo da culpa, prefere não arriscar. Opta por ficar quieto.
Limita-se a ver passar a vida. E a quedar-se ao lado da história.
Mantenho o que sempre defendi e aprendi com o Evangelho: antes pecar por erro do que por omissão.
Eu vou para o terreno, dou conta de que errei, penitencio-me e faço diferente.
Agora, com o medo de errar, deixar que as coisas aconteçam e, depois, indicar culpas e culpados, isso é, de todo, insustentável. Incompaginável com o espírito de Jesus Cristo.
Não quero, obviamente, enveredar pela apologia da desculpação pura e simples.
Mas o que me entedia é um certo farisaísmo de quem só lobriga defeitos a quem faz, a quem arrisca, a quem insiste, a quem persiste.
É claro que quem arrisca pode perder. Mas quem não arrisca está perdido.
Somos humanos, podemos falhar. Mas não se deitem culpas para quem se esforça, para quem se dá.
O erro convive com quem trabalha. Mas não atacará muito mais quem fica a julgar?
Irmão, Amigo, não esmoreças quando dás conta da falha. Nem te sintas desanimado quando te apontam o dedo acusador ou te lançam um olhar inclemente, inquisitorial.
Continua a arriscar. Há pessoas que vêem muito. Deus vê tudo. Vê-te a ti. Com (muito) amor e paz.