De António a 12 de Maio de 2010 às 23:09
Quando o Cardeal Angel Sodano, na missa de domingo de Páscoa emitiu algumas considerações sobre o escândalo dos abusos sexuais, dirigiu-se a Bento XVI afirmando esta “ pérola”: "Está consigo todo o povo de Deus, que não se deixa impressionar pelos mexericos do momento". Não me consta que Bento XVI se tenha insurgido contra essa declaração lisonjeira do Cardeal Sodano. Aliás, não só não se insurgiu, como, quando interveio, o Papa Bento XVI acrescentou: «Jesus, insultado, não respondeu aos insultos.» Que insultos? Que inimigos da Igreja, que Bento XVI nunca identificou? Agora, Bento XVI já refere, e não era sem tempo, que os maiores inimigos da Igreja estão dentro dela. E, o Cardeal Schonborn, aluno e amigo de Bento XVI, sobre o Cardeal Sodano, pronunciou-se nos seguintes e nada meigos termos: "“Ele cobriu os abusos e agora ofende as vítimas”. Os abusos tinham sido do Cardeal Hans Hermann Groer. Não me consta também que Bento XVI tenha desmentido o Cardeal Schonborn. Mas pergunto: que aconteceu ao louvaminheiro Cardeal Sodano, que tão pressurosamente saiu em defesa de Bento XVI na homilia da mais recente Páscoa? Nada? Tudo isto pode acontecer, sob a perplexidade do mundo, e não se passa nada, para além de repetitivas frases de circunstância, que tanto dão para um lado como para o outro? A barca anda completamente à deriva e não serão frases circunstanciais que a vão salvar do descrédito, se a navegação for assim feita à bolina do sabor do vento. As manifestações populares em Portugal valem o que valem. O agitar de bandeiras não destrói as incongruências. O mundo, porém, está atento e Cristo, esse, não dorme