Deus está numa zona muito recôndita das nossas almas. E 2010 anos de história pós-cristã mostram quão longe estiveram de Deus tantos que O diziam representar. Vários erros trágicos foram, a meu ver, cometidos:

a) Pretender conciliar o inconciliável, ou seja, A Bondade de Deus com o Seu suposto lado castigador;

b) Antropomorfizar Deus à semelhança da mediocridade humana;

c) Falta de Humildade na assunção de erros de interpretação exegética;

d) Dogma da Infalibilidade Papal;

c) Estigmatização da sexualidade humana, traduzida no mito ficcionado da Virgindade Perpétua de Maria;

d) Politização obscena da fenomenologia de Fátima, que, em pontos essenciais da doutrina benévola de Cristo, colide frontalmente com os Seus ensinamentos:

Desde quando, a este propósito, pergunto, Deus para intervir na realidade humana, necessitaria que os humanos rezassem muitos terços e rosários, em busca da intercessão de Maria?

Que 3 crianças se mortificassem, de forma chocante, para que o Bom Deus não castigasse a Humanidade pelos seus supostos " pecados colectivos" ?

Desde quando é que, na teologia cristã, a noção intrinsecamente individual do pecado passou a poder ser colectiva?

Padre Mário de Oliveira, na sua verve destemperada, tem toda a razão, mas é uma voz que prega no deserto:

A Mensagem de Fátima colide frontalmente com os princípios cristãos.

No dia 13 de Maio, muitos milhares irão adorar Maria na Imagem de Fátima. Respeito-os em absoluto. Mas, para mim, no plano objectivo, trata-se de paganismo apresentado como religiosidade cristã.

Maria de Nazaré seria absolutamente incapaz, não de vir à Terra, mas de transmitir o que os Pastorinhos disseram que transmitiu.

Lamento profundamente esta mistificação que nada tem a ver com a Mensagem de Jesus Cristo...