Esta avassaladora crise mundial mostra a falência dos sistemas capitalistas tais como os conhecemos:homens ao serviço da economia e não a economia ao serviço do Homem.Não economias como sistemas de segurança e de integração sociais, mas como instrumentos de desemprego,de insegurança e de múltiplas angústias humanas. Modelos económicos que colocam o lucro e o egoísmo acima da partilha e do altruísmo. Modelos que tributam excessivamente quem trabalha, mas que desoneram as mais-valias dos mais ricos e economicamente poderosos.Marx e Álvaro Cunhal devem estar a sorrir ironicamente. Não partilho das suas mundividências políticas totalitárias, mas só um cego não vê que, no essencial da análise científica económica, as previsões de Marx ainda hoje são actuais. Não partilho da visão de sociedades totalmente estatizadas, ainda que considere intrinsecamente cristão o princípio comunista " de cada um segundo as suas possibilidades, a cada um segundo as suas necessidades".Há muitos economistas e conferencistas que teimam em não pôr o dedo na ferida da crise estrutural do Capitalismo. E facilmente se percebe porquê: tivemos ao longo de séculos uma cultura sofista que sempre pretendeu conciliar o inconciliável, com os resultados catastróficos que estão à vista.Pelo menos, houve um Homem que esteve sempre longe dessa hipocrisia reinante: Jesus de Nazaré...