Devia morar no silêncio, mas eis-me a habitar no meio das palavras.
Espero que as palavras sejam o sopro do silêncio.
Que a minha habitação não se afaste da minha morada.
E, acima de tudo, que não desmereça a confiança que depositam neste pobre servidor.
O silêncio nunca me desamparou, nunca me desiludiu, nunca me esqueceu.
Nunca me arrependi do que falei. Mas sempre me desvaneci com o que consegui calar.
Somos donos do que calamos e escravos do que dizemos.
Mas temos de falar. Sobretudo falar do que colhemos nas arcas do silêncio...