Portugal, afinal, está a aproximar-se da Grécia.
Não se trata de uma qualquer deslocação geográfica, mas de uma perigosa proximidade na crise.
O líder da oposição vai reunir-se de emergência (a ênfase é sempre assinalada) com o primeiro-ministro.
A edição alemã do Financial Times abre hoje com um retrato negro da crise nacional.
Com o título Portugal também já arde, o jornal económico escreve que os piores receios parecem ter-se concretizado depois de a agência Standard & Poor's ter cortado dois níveis no rating de longo prazo do país, de A+ para A-, e do principal índice da bolsa portuguesa, o PSI 20, ter registado a maior queda desde Outubro de 2008 quando ontem fechou a perder 5,36%.
«Temendo a falência do país mais pobre da Europa Ocidental, os investidores fugiram em massa dos títulos portugueses», escreve o Financial Times.
O diário sublinha que a disseminação do risco de falência a Portugal e a países maiores como Espanha e Irlanda foi sempre considerado o pior cenário, e que se deve agora às hesitações quanto ao pacote de apoios à Grécia.
Os economistas Thomas Meissner e Kenneth Rogoff falam de círculo vicioso e efeito dominó, sublinha o diário, que vê ainda um problema suplementar em Portugal: «A economia portuguesa está a crescer mais devagar que a grega».
Será que isto é mesmo verdade? Que, ao menos, não nos escondam a verdade.