Nestes tempos de vertigem mediática, em que quem não aparece é como se não existisse, faz bem evocar a concepção que Hannah Arendt tinha da filosofia: «A actividade do pensamento é não só uma actividade invisível, mas também uma actividade que não tem necessidade de aparecer ou sequer de um impulso mínimo orientado para a comunicação com os outros. A filosofia é uma ocupação solitária. Talvez Hegel tivesse razão: "A coruja só levanta voo ao anoitecer"».
Só que há um problema: se o pensamento foge da comunicação e a comunicação foge do pensamento, vamos comunicar o quê?
Não será este o drama da actual comunicação social? A comunicação do vazio, do non-sense?
Pensemos. E, tanto quanto possível, não deixemos de comunicar.