As viagens mais apelativas não são apenas aquelas que nos levam aos mais diferentes lugares. São, antes de mais, aquelas que, em cada instante, realizamos pelo tempo.
São estas últimas que constituem o mais belo itinerário. Por vezes, têm a feição de uma errância interminável, labiríntica.
No tempo, somos sempre nómadas. Nunca estacionamos. Cada momento transporta-nos para outro.
E acaba por ser o tempo que nos devolve ao ser e nos (re)conduz a nós.
Aos 84 anos, Júlio Pomar assume manter a mesma motivação para pintar. A viagem pelo tempo não o desgastou nem esgotou. Continua a persistir em ser ele mesmo.
Eis o princípio da reconciliação. E a vértebra da paz interior.