Hoje a imprensa faz-se eco de um artigo que terá saído no órgão oficial do Vaticano em que, supostamente, os Beatles são reabilitados.
Há quem fale de um pedido de perdão. Não li o original. Não me posso pronunciar.
Recordo apenas que, há não muitos anos, em pleno sermão de Sexta-Feira Santa, o Padre Raniero Cantalamessa citou a conhecida composição de Jonh Lennon Imagine.
Toda a gente sabe que não caiu bem, quando a sua popularidade estava no auge, a afirmação de que os Beatles seriam mais famosos que Jesus Cristo.
Mas o que queria destacar não é tanto o conteúdo. É a forma.
Ou seja, temos uma atitude 40 anos após os factos.
González-Faus alerta que muitos revisões operadas pela Igreja ocorrem, pelo menos, 200 anos após os acontecimentos.
No caso da pedofilia, parece também que não estamos a chegar cedo ao problema.
Dir-se-á que mais vale tarde que nunca. Será altura que tentarmos partir do princípio de que mais vale cedo que tarde.
Até porque, como diz belamente Geraldo Vandré, «quem sabe faz a hora, não espera acontecer».
E o Evangelho oferece-nos pistas para não esperarmos tanto. É no acontecimento que temos de estar. Um minuto depois pode ser já muito tarde, irreversivelmente tarde. Sobretudo quando há tanta gente a sofrer...