O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Terça-feira, 13 de Abril de 2010

 O Concílio Vaticano II lembra que a Igreja «nasceu do lado adormecido de Cristo na cruz»; convicção que retoma, quase literalmente, o antiquíssimo axioma de nativitate Ecclesia ex corde Jesu in Cruce.

 

Aliás, o próprio Mestre já nos prevenira por antecipação: «Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas, se morrer, dará muito fruto» (Jo 12, 24).

 

Trata-se do paradoxo estruturante do cristianismo: a morte como fonte de vida e de missão. Uma vez que o discípulo não é superior ao mestre (cf. Jo 15, 20), quem se dispõe a seguir Jesus e a fazer parte do Seu corpo eclesial disponibiliza-se, ipso facto, a «tomar a Sua cruz» (Mc 8, 34).

 

Não espanta, pois, que a morte ocupe um lugar de destaque na História da Igreja. Quando S. Cirilo de Alexandria nos convida para «um cântico de louvor pela morte da Igreja», não está a apontar-lhe um termo ou a ameaçá-la com uma dissolução, mas a assinalar-lhe uma identidade e a reconhecer-lhe um sentido.

 

Se, como infere Heinrich Schlier, «a Igreja é Cristo no Seu corpo», é normal que, à semelhança do que sucedeu com Cristo, também a morte marque presença no percurso da Igreja. Só que esta é uma morte vivificante, «que nos conduz de novo à fonte da vida santa em Cristo».

 

Como nota Bruno Forte, os cristãos sabem que, «na sua qualidade de sacramento da eternidade no tempo, a Igreja cederá o lugar à luz plena da glória, quando Cristo vier finalmente na Sua última vinda. Então Aquela que ela esconde e, ao mesmo tempo, revela reinará totalmente em todos. A kénosis divina abrirá caminho ao esplendor do último dia: a Trindade, de que a Igreja é "ícone", brilhará no universo inteiro e em todos os corações».

 

Mas será que a Igreja deixará de existir no fim dos tempos? Será que a sua luz se apagará? A morte da Igreja — responde o teólogo italiano — «é uma transformação no que há de melhor», já que nos transporta «da finitude do tempo para a eternidade da vida divina».

publicado por Theosfera às 10:02

De António a 13 de Abril de 2010 às 14:09
As igrejas são compostas por homens e os homens erram, pecam e cometem crimes. A Igreja Católica é integrada por diversos homens, com diversos níveis de desenvolvimento e nós ainda colocamos excessiva ênfase reverencial pela dimensão do poder institucional, seja político, seja religioso. E, por vezes, confundimos tudo. Nem sequer possuímos a consciência crítica de separarmos o trigo do joio. Dou um exemplo: no tempo do inclemente e poderosíssimo Papa Inocêncio III viveu S. Francisco de Assis. E um dia esse homem e esse santo encontraram-se face face.Qual deles representava Cristo ? Inocêncio III ou Francisco de Assis ? O primeiro que ordenou a matança dos hereges o genocídio dos cátaros ? Ou Francisco de Assis ? Em 1219, Francisco de Assis foi tentar converter os irmãos muçulmanos, dirigindo-se ao acampamento do sultão do Egipto Melek-El- Kamel. Não levou com ele nenhuma espada, mas apenas a arma da tentativa fraternal da persuasão.Em 1210, Inocêncio sonhou que a sua Igreja se estava a desmoronar. No dia seguinte ao sonho, São Francisco de Assis e mais onze franciscanos chegam a Roma e pedem à Cúria Romana uma audiência com Inocêncio para que ele aprovasse seu modo de vida e a criação da Ordem Franciscana, Inocêncio interpretou o sonho metaforicamente, isto é, a Igreja Católica desmoronando e o mendigo impedindo que ela fosse destruída, associando São Francisco ao mendigo do seu sonho e o recebendo, aprovando imediatamente sua Ordem.No encontro de Francisco de Assis com Inocêncio III, era este quem ocupava um lugar físico superior quando dialogou com Francisco de Assis. Mas era este quem representava Cristo e a Sua Igreja.Os tempos repetem-se. A vida é muito irónica e Deus está sempre a falar-nos por sinais simbólicos...


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