O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Domingo, 11 de Abril de 2010

 Nada na fé é linear. Tudo na fé é envolvente.

 

A Escritura associa, por vezes, o ver e o acreditar.

 

A Carta aos Hebreus assinala que a fé é a demonstração das coisas que não se vêem.

 

Entretanto, o Evangelho diz que João viu e acreditou. Parece que acreditou porque viu.

 

O mesmo texto acrescenta que Tomé acreditou porque viu.

 

Só que, logo a seguir, Jesus declara felizes os que acreditam sem terem visto.

 

Em que ficamos?

 

A fé é um ver sem ver, é o desejo de ver.

 

O essencial é invisível aos olhos. Só é captado pelos olhos da fé, cinzelada pelo amor.

 

Não acreditamos porque vemos. Conseguimos ver quando acreditamos.

 

Esta é a chave.

 

Nem sempre acreditamos no que vemos. Mas conseguimos ver sempre que acreditamos.

 

Por conseguinte, é preciso acreditar. Acima de tudo. E cada vez mais!

publicado por Theosfera às 18:36

De António a 11 de Abril de 2010 às 20:34
Na passada sexta - feira tive uma conversa muito interessante. Numa mesa de café, estava eu, a minha mulher, um casal amigo e mais outro amigo. Eu, crente e cristão não católico. A minha mulher e o meu amigo, ambos ateus. O outro casal, ambos católicos. Eu falava sobre o meu distanciamento ideológico mas não afectivo da Igreja Católica. A minha mulher sustentava que se pode ser ateu e cristão. O casal católico actualizava os dogmas católicos mas não os punha em causa. O meu amigo ateu referia que Deus não era preciso para explicar o Universo. No final, concordamos todos num ponto: Deus não se prova que existe, mas também não é possível demonstrar que não existe. Ou seja: quer os crentes quer os ateus acreditam. Uns, que Deus existe. Outros que Deus não existe. Eu acredito que Deus encarnou em Cristo, mas também acredito que cada um de nós possui filiação divina. Algo me baralha, contudo, a crença na Divindade de Cristo: a narrativa evangélica da Parusia, que parece apontar para uma profecia errada de Cristo, nos termos que, neste blogue, já referi. Se algum irmão ateu me objectar com esse aparente erro profético, não sei como refutar. E pergunto-me: devo sobrepor a minha crença àquilo que, em mim, me confunde logicamente, e que a abala, só porque quero acreditar? …

De Theosfera a 11 de Abril de 2010 às 21:51
Diálogo muito interessante, sem dúvida. E que mostra que, quando há pessoas de bem, todo o encontro é possível e Deus não está longe.

No que concerne à escatologia, precisávamos de muito tempo. Costuma distinguir entre «escháta» (coisas últimas) e «éschaton» (o último).
Jesus é, Ele mesmo, o «éschaton», o último.
Há, de facto, expressões que indiciam que Jesus e os apóstolos esperavam que o fim acontecesse dentro de pouco tempo.
No fundo, Jesus é o fim. Com Ele inauguram-se os últimos tempos.
Depois, temos de ver que a contabilidade do tempo é mesmo mais no plano do «kairós» do que do «krónos».
Por exemplo, «não passará esta geração sem tudo aconteça», esta geração pode referir-se à humanidade até à consumação, já que Jesus é o protótipo do homem da nova humanidade.
Jesus é o já acontecido. O ainda não realizado pertence á consumação.
Mas reconheço que o tema é delicado. Como dizia Karl Barth, tudo o que eu diga de Deus, é apenas um homem que o diz.
Obrigado por tudo. Abraço amigo no Senhor Jesus.

De António a 12 de Abril de 2010 às 00:53
Muito grato, estimado Padre João António, pelo seu amável e precioso comentário.O tema é delicado mas não afecta a essência da minha fé. Acredito em Deus, ainda que a Sua Presença esteja ainda envolta em muito Mistério. Mas, quando me perguntam se acredito nos milagres de Cristo, afirmo que sim. Quando me questionam se acredito na Ressurreição de Cristo, também acredito que sim.Abraço amigo.


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