O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Domingo, 04 de Abril de 2010

Eu sei, todos sabemos, que é muito doloroso pôr o dedo em certas feridas. Sobretudo nas nossas. São as que doem mais. Porque são as nossas.

 

É sempre mais fácil apontar as feridas dos outros. Que também as podem ter. Mas não esqueçamos as nossas.. Que, no limite, podem agravar as feridas dos outros.

 

Temos uma missão: apontar caminhos. Mas como se nós mesmos não os pisamos?

 

Claro que ninguém é impecável, irrepreensível. Mas haja ao menos humildade. E partamos do princípio que lá fora, onde nem tudo está bem, mora, pelo menos, gente humilde.

 

Temos a melhor mensagem do mundo. Mas, em contrapartida, não abdicamos de ter, muitas vezes, práticas em sentido oposto. Que credibilidade a nossa?

 

Temos de ter presente que os grandes problemas da Igreja não são apenas os que chegam do exterior. São, antes, o que nascem no seu interior.

 

De resto, não esqueçamos a prevenção de Jesus: «Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa tornar impuro»(Mc 7, 15).

 

Há, sem dúvida, desafios que vêm de fora. Não os podemos desatender. Mas há, acima de tudo, deficiências que emergem a partir de dentro: falta de oração, falta de missão, falta de profecia, falta de fraternidade.

 

Quando as coisas não correm bem, voltamo-nos para fora e apontamos o dedo. Não digo que não haja factores exógenos (se é que, para um cristão, pode haver algo exógeno) a condicionar fortemente a acção da Igreja. Importa, porém, que não nos desviemos do núcleo do problema: ele mora no nosso interior.

 

A mudança tem de começar, pois, dentro, no fundo. Fazer profecia tem de ser um desígnio global. É bom chamar a atenção para o que está mal lá fora. É imperioso emendar o que não está bem...cá dentro!

publicado por Theosfera às 17:38

De António a 4 de Abril de 2010 às 20:18
Todos erramos e todos pecamos. Mas, no mundo contemporâneo e mediático em que vivemos, não mais é possível discursarmos em termos autistas. Todos nos escrutinamos a todos. Todos julgamos o que consideramos certo ou errado. Os grandes líderes, políticos, religiosos ou filosóficos, não vão mais poder emitir alguma opinião, realizar ou silenciar algum acto, sem serem avaliados. Hoje, com a expansão dos meios de comunicação, de forma cada vez mais rápida e documentada., falar sem retorno é completamente impossível. Isto é um Bem, não é em si um Mal. É certo que pessoas más intencionadas haverá sempre em todos os lugares. Mas a maior parte dos seres humanos é intrinsecamente bem intencionada. Ainda que, tantas vezes, não consigamos superar o nosso exacerbado egocentrismo. S. Paulo repreendeu S. Pedro. Algum Mal veio ao mundo por causa disso? No Concílio Vaticano II, ocorreram, de forma fraternal, grandes debates teológicos e pastorais. E o resultado foi a obtenção do maior e melhor denominador comum de síntese doutrinária e pastoral. Que Mal houve nisso? A Igreja Católica está a ser " empurrada" para o foro da controvérsia e da discussão, é certo. Mas estas são águas baptismais benditas. O pior dos tsunamis é aquele que surdamente arrasa o alicerce dos fundamentos cristãos. Mas esta tempestade veio como sinal simbólico de Deus E dirige-se fundamentalmente à consciência de Bento XVI e de todos os cardeais, bispos e sacerdotes. O Concílio Vaticano III está cada vez mais perto. É para onde aponta o " tsunami". Quando o Homem não pode ou não quer, Deus empurra…


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