Compreendo o trabalho da imprensa e penso sobretudo no sofrimento amordaçado de muitas vítimas da pedofilia.
Mas, sinceramente, não sei se o melhor trabalho será lançar nomes e fotos a esmo, com periodicidade cadenciada e precisão cirúrgica. Em cada dia, aparece um caso, ou melhor, um possível caso.
E se não for verdade? E se estivermos a culpar um inocente?
Colocar um endereço para que se denunciem casos terá um bom propósito, mas pode permitir que se culpem inocentes e que se acabe por inocentar os verdadeiros culpados.
O silêncio ajuda a encobrir crimes. Mas certas palavras não poderão também contribuir para expor possíveis inocentes?
A comunicação social exerceu uma missão profiláctica. O sinal está dado e o alerta foi feito.
A imprensa terá cumprido o seu papel. Deixem agora que a justiça funcione.