Neste dia em que o senhor Primeiro-Ministro visitou a Mesquita de Lisboa e numa altura em que tanto se fala do fundamentalismo islâmico, será oportuno notar que a maioria dos nossos irmãos muçulmanos são pacíficos.
Gostaria de destacar uma figura contemporânea de S. Francisco de Assis e que com ele tem muitos traços comuns.
Considerado o maior poeta de língua persa, Maulana Djalal ad-Din Rumi nasceu onde hoje é o Afeganistão em 1207 e morreu, na Turquia, a 17 de Dezembro de 1273.
É considerado o criador do Sufismo, a vertente mais mística do islamismo.
Acreditava que o exercício do amor era essencial para o amadurecimento e aperfeiçoamento dos seres humanos.
Pregava a tolerância, a bondade, a paciência, a calma e a compaixão incondicionais.
Um dos seus poemas mais arrebatadores chama-se Eu sou Tu e diz: «Tu, que conheces Rumi, Tu, o Um em tudo, diz-me quem sou. Diz-me: eu sou Tu».
Dirigindo-se a Deus, afirma noutro dos seus textos: «De mim não resta nada senão um nome; tudo o resto é Ele».
Famosa é igualmente a sua afirmação: «Quem ama a Deus não tem nenhuma religião a não ser o próprio Deus».
Deus é o grande ponto de encontro entre todos os homens, inclusive entre os que dizem não acreditar n'Ele.
É que, como escreveu há vinte anos Miguel Esteves Cardoso, são os que não acreditam os que mais precisam d'Ele.