O Apóstolo João diz e repete: «Deus é amor» (1 Jo 4, 8.16).
O Padre François Varillon, que passou a sua vida a orientar retiros, acentuava com a maior ênfase: «Deus não é senão amor».
Quando a Bíblia identifica Deus com o amor, como explica o Santo Padre a abrir a sua primeira encíclica, não está a excluir nada. Está a integrar tudo.
Dizer amor é dizer verdade, justiça, paz, bondade, perdão, acolhimento, testemunho.
O amor não é excludente. O amor é inclusivo, abrangente, envolvente.
Não deixa de ser significativo que a Bíblia tenha encontrado no amor a identidade de Deus.
O mesmo Apóstolo João, quando quer certificar o amor de Deus, diz que Ele nos deu o Seu próprio Filho (cf. Jo 3, 16).
O amor vai ao ponto de oferecer o melhor e de dar a vida.
Por isso é que Jesus, a revelação suprema do amor de Deus, nos adverte de que é pelo amor que seremos julgados (cf. Mt 25).
Por isso é que, segundo a Tradição, o referido Apóstolo João, quando convidado a falar, apenas dizia: «Filhinhos, amai-vos uns aos outros».
Alertado para a monotonia da mensagem, ele respondia invariavelmente: «Só o amor é necessário».
Por isso é que Jesus nos deixou um único legado em forma de mandamento: «Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei» (Jo 15, 12).
O amor é mesmo tudo. O amor contém tudo. O amor tem de estar em tudo. Na oração e na solidariedade. Na vida pessoal. E na vida comunitária. No relacionamento pessoal. E nas relações entre os povos.
Tudo tem de estar envolvido pelo amor. Paulo confessava: «Se não tiver amor, nada sou» (1Cor 13, 2).
A própria justiça, tão necessária nos tempos que correm, é, ela mesma, filha do amor.
Se Deus é amor e se nós somos a Sua imagem e semelhança, só o amor há-de prevalecer em nós e entre nós.
Só amor. Sempre o amor. Em forma de palavra. Em forma de gesto. Em forma de vida.