Tem o ser humano o hábito de responsabilizar Deus por todo o mal que lhe acontece.
Geralmente, não cuidamos muito de cumprir a Sua vontade, mas lançar-lhe as culpas é tarefa em que não nos poupamos.
E se Deus nos confiasse, por algum tempo, a Sua missão? E se fôssemos investidos da condição divina por alguns dias?
É, obviamente, algo que só acontece nos filmes. E foi esse precisamente o argumento de Bruce, o todo-poderoso.
Não conseguiu o lugar pretendido na profissão: Deus é que tinha culpa.Tropeçava no chão: a culpa era de Deus.
Até que Deus lhe apareceu (em forma de um ancião negro!) e passou-lhe os Seus poderes!Deus foi «tirar umas férias».
Os poderes de Bruce foram utilizados em malabarismos em série: desde eliminar a sopa do prato ou vingar-se dos rivais até fazer aparecer um carro novo, evidentemente topo de gama. Ou seja, tudo do melhor...mas só para ele!
Mas, se dúvidas houvesse, uma coisa era certa: não é nada fácil ser Deus.
Então para responder aos milhões de pedidos de oração foi um martírio. O novo «Deus» resolveu despachar todas as solicitações com a mesma resposta: com um sim.
O problema é que um dos pedidos era sobre a lotaria. A alegria que não foi quando muitos viram o boletim premiado. Só que a alegria depressa se transformou em revolta quando foram milhares os que obtiveram o primeiro prémio: apenas 17 dólares para cada um.
A revolta foi tal que Bruce achou por bem devolver a condição ao próprio Deus.
E Deus deu-lhe a lição. Ele mesmo confiou-nos a vida como uma tarefa nossa. Temos de a encarar de frente em vez de passar culpas.
E, depois, a vida vale quando amamos os outros e não quando pensamos em nós!
Ainda bem que só Deus é Deus!