Alguém será imparcial?
Partido todos tomamos. Partidos todos acabamos por ter.
Quem não opta por partidos opta pelos não-partidos, pelos anti-partidos, pela abstenção, pelo voto em branco, pelo voto nulo.
Aliás, Lord Byron achava que «a consequência de não pertencer a nenhum partido será a de que os incomodarei a todos».
Este é, quiçá, um dos melhores serviços que se pode prestar.
Os partidos devem ser saudavelmente incomodados. Devem ser incomodados a partir da base, até para não nos incomodarem tanto a partir do topo.
Percebe-se que a decisão seja tomada de cima para baixo. Mas o processo que leva à decisão devia emergir de baixo para cima.
Às vezes, parece que se conhecem mais as (alegadas) soluções do que os problemas, do que a realidade.
Mas se a realidade não é conhecida, como é que ela pode ser transformada?