Será que se quer mesmo evitar a violência? Ou não se estará a lembrar demasiado a violência?
É claro que há uma violência insuportável a ser exercida pelo poder.
Mas, para sermos justos, temos de reconhecer que tal violência não é um exclusivo do poder do presente. O poder do passado também não foi especialmente benevolente.
As pessoas sabem isso.
Daí que, dado o volume de problemas, fosse mais necessário juntar as vozes e agrafar vontades do que aprofundar fracturas.
Depois, são sempre os mesmos a falar e são sempre os mesmos a ouvir.
Porque é que não se troca de posição? Porque é que o povo não vai para o palco descendo os políticos para a plateia?
Pelo que noto, o povo já concluiu que o problema não está só neste governo, embora também esteja. E que a solução não estará apenas num futuro governo, embora até possa estar.
O povo já chegou à conclusão de que tem de sobreviver não com a ajuda dos governos, mas apesar das dificuldades colocadas pelos governos.
É preciso agir, sem dúvida. Mas o foco não tem de estar no poder. Tem de estar nas pessoas. Há tanta gente a sofrer.
Mais do que exigir a demissão de alguns, exijamos a missão de todos!