Muitos de nós, padres, vivem com este objectivo: não podemos perder a doutrina e não podemos perder as pessoas.
O problema é que o objectivo se converte num dilema: parece que quando insistimos na doutrina, perdemos as pessoas; e, correspondentemente, parece que, para não perder as pessoas, temos de não insistir muito na doutrina.
É óbvio que não podemos esquecer as pessoas. É para elas e com elas que trabalhamos. E, além disso, é para elas que existe a própria doutrina.
Acresce que se nota uma sede de doutrina, de verdade, de autenticidade.
A questão pode estar, pois, noutro sítio: na linguagem.
Na linguagem que nós usamos (ao expor a doutrina) e na linguagem que os outros empregam (os que recebem a doutrina).
O caminho também não é baixar o nível. O caminho é apostar no encontro.
E, depois, nunca esquecer: a linguagem que convence mesmo não é a dos lábios. É a da vida.
Por isso é que, já em 1974, Paulo VI falava não só da pregação verbal, mas também da pregação existencial: «As testemunhas convencem mais que os mestres».