As pessoas gostam. Gostam de gostar. E, acima de tudo, gostam que gostem delas.
Mas, a certa altura, a dúvida instala-se e as perguntas surgem.
Será que as pessoas gostam das pessoas ou das coisas das pessoas?
Será que as pessoas gostam das pessoas ou do trabalho das pessoas?
Será que, no fundo, as pessoas gostam das pessoas ou querem (apenas) servir-se das pessoas?
É assim que muitos gostos se transformam em desgostos.
E com quem partilhar os desgostos? Com quem partilhar os desgostos se, quase sempre, são as pessoas que (nos) desgostam?
Há quem (perfídia supina!) pareça gostar de desgostar.
O melhor é mesmo nada mais dizer.
Bem avisava Séneca, se calhar com experiência própria: «Os desgostos da vida ensinam a arte do silêncio»!