Matar é mau. Mas ir matando consegue ser (ainda) pior.
Quem é morto perde a vida, mas vê também acabar o pesadelo de quem o matou.
Quem vai sendo morto, é mantido vivo para ir suportando o tormento de quem o vai agredindo.
Quem vai matando usa uma arma mais mortífera que todas as armas: a insinuação, a difamação, a calúnia.
Destarte, não vai matando apenas alguém. Vai matando também algo: sobretudo a verdade.
Navegando nas águas agitadas da pressa, as pessoas mal têm tempo para parar e reflectir.
A tendência é para irem à boleia de todos os boatos e para irem comprando os mais diversos rumores.
Como a verdade usa métodos suaves (impõe-se por si mesma, sem estrépito), há muitos que não se apercebem quando ela se manifesta.
E assim se culpam os inocentes. E se inocentam os culpados.
Até quando?