Foi agridoce a vitória de Merkel nas eleições. Esteve à beira de executar em maioria o seu programa.
Acontece que, ficando muito perto da maioria, não a alcançou. E vai ter de fazer parceria com uma força que tem pontos de vista muito diferentes.
É que, antes, a CDU tinha um parceiro com quem convergia em quase tudo. Agora vai ter um interlocutor com quem diverge em muita coisa.
Mas isto só torna a grande coligação um exercício ainda mais vibrante.
Afinal, Raymond Aron já tinha percebido que a democracia é obra comum de partidos rivais. A rivalidade não há-de impedir a cooperação.
É sinal de maturidade o que está a acontecer. É uma lição que deveríamos aprender.
Só uma nota (não) marginal: Merkel defende um salário mínimo inferior ao que propõem os social-democratas. Sucede que Merkel é democrata-cristã...