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Quinta-feira, 24 de Outubro de 2013

1. É possível ser indiferente em relação ao diferente?

Possível é. Mas tal indiferença arrisca-se a colocar-nos à margem da vida. Ou, pelo menos, a fazer-nos passar ao lado de uma importante parte da vida.

 

2. Hoje em dia, passa-se muito tempo na net. Fala-se na net. Negoceia-se na net. Estuda-se na net. Difama-se na net. Mas também se evangeliza na net. Também se reza na net.

Estaremos no limiar de uma «Neteologia»? As «Cibercomunidades» não estarão a requerer uma «Netmissão», uma «Netpastoral»?

 

3. É especialmente no «facebook» que se vão alojando inúmeras comunidades.

No «facebook» estamos, mostramos, escrevemos, propomos, criticamos, desabafamos.

 

4. Tal como sucede em tudo na vida, também o «facebook» se apodera de nós antes que nós nos apoderemos dele.

Sem darmos conta, ele controla-nos mais a nós do que nós o controlamos, a ele.

 

5. Milton Hatoum descreve o «facebook» como uma espécie de «telefone contemporâneo», que nos (ex)põe em contacto com milhares de pessoas em simultâneo.

Às vezes, é excelente. Outras vezes, achamos que é perigoso.

 

6. Bernardo Carvalho aponta um paradoxo, que se pode sintetizar assim: no «facebook» exercemos a nossa liberdade, mas nem notamos que, neste mesmo espaço, corremos o risco de abdicar da nossa liberdade.

Com efeito, o que partilhamos sobre nós deixa de ser só nosso. Passa a ser também de muita gente.

 

7. Era bom que, no «facebook», não desaprendéssemos de reflectir. Para um cristão, há um princípio elementar: onde está a pessoa, aí tem de estar a missão.

Jesus enviou os Seus discípulos para todo o mundo, para todos os povos, para todas as pessoas.

 

8. E o certo é que as pessoas estão, cada vez mais, nas redes sociais. Seria uma demissão grave ignorar esta presença e subestimar esta oportunidade.

É importante estar em rede como se está na vida: numa atitude de serviço, com sentido de missão.

 

9. Dir-se-ia que as redes sociais configuram uma nova — e imensa — «paróquia». Não se trata de uma paróquia meramente virtual, mas de uma paróquia inteiramente real.

Tem muita gente dentro. Tem muita gente à porta. Tem muita gente a entrar. Terá também muita gente a sair. Há quem esteja no centro e há quem se encontre nas periferias.

 

10. Nesta «paróquia», também há excluídos, marginalizados e até alvos a abater. Será correcto desacompanhá-los?

Não poderemos estar continuamente «on». Mas será legítimo estar sempre «off»?

publicado por Theosfera às 16:07

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