Orlando Zapata era ainda novo e morreu.
Morreu porque acreditou, porque não pactuou e porque perseverou.
Morreu porque, à sua frente, há um poder inclemente, uma ditadura implacável.
Mas Zapata não morreu só por causa da inclemência do poder. Morreu também por causa do silêncio dos que, dizendo-se defensores da liberdade, se calam perante quem a esmaga.
Já o apóstolo Pedro dissera diante do tribunal: «Não podemos calar o que vimos e ouvimos».
E, mais proximamente, Sophia alertara-nos: «Vemos, ouvimos e lemos. Não podemos ignorar».
Defendo o silêncio como forma de escutar. Não defendo o silêncio como forma de calar a dor ou de branquear o mal.