A felicidade é tão bela que parece que acaba depressa.
Célebre é a poética confissão de Vinicius de Moraes: «Tristeza não tem fim, felicidade sim».
André Gide propõe uma explicação: «Nada impede mais a felicidade do que a lembrança da felicidade».
Parece que a felicidade já foi ou será. Parece que a felicidade mora no passado. Parece que a felicidade está à nossa espera no futuro.
O problema é que, entre o passado e o futuro, vamos acumulando eflúvios de infelicidade em cada presente.
Talvez porque esperamos demasiado das pessoas e da vida.
A felicidade, aparentemente, nem sempre visita as melhores pessoas. Estas, por vezes, são as que sofrem mais.
Mas serão infelizes? Às vezes, a maior felicidade escorre mais pelas lágrimas do que pelo riso.
Fazer o bem, mesmo sem ser compensado, pode doer, mas não impede de vencer.
Eu acredito na felicidade em forma de dádiva. Eu creio na felicidade dos que sofrem, dos que dão, dos que se esquecem de si.
São os mais felizes. Os únicos felizes. Ainda que o não pareçam!