Quem confia aposta. Quem confia arrisca. Quem confia expõe-se.
Confiar implica sempre mais do que uma pessoa. Quem confia pode não ser correspondido com igual confiança.
Por vezes, é tarde quando se repara no engodo. E, à força de tanto confiar, podemos não tomar as necessárias cautelas.
Baltasar Gracián y Morales foi ao ponto de dizer: «A confiança é a mãe do descuido».
Por isso é que alguns enveredam pelo ínvio caminho da desconfiança. Por isso é que não poucos se tornam azedos.
Mas, atenção, é preciso não tomar a parte pelo todo nem a nuvem por juno.
Ainda há quem mereça a nossa confiança. Ainda há quem seja incorruptível.
Ainda há quem saiba o significado da palavra «fidelidade».
No fundo, ainda há quem saiba conjugar, eloquentemente, o verbo «confiar»!