É, hoje em dia, uma arte pouco (ou mesmo nada) valorizada: a arte de ser delicado.
Pelo contrário, parece que a indelicadeza faz fortuna e obtém faustos proveitos.
Falta uma certa aristocracia no porte, uma subtileza no falar, uma afabilidade no trato.
Às vezes, dá a impressão de que ser rude e soez é um trunfo.
A vida é feita de pequenas coisas e lamento que algumas dessas (pequenas) coisas se estejam a perder.
João de Araújo Correia, há mais de 50 anos, assinalou a morte de «um homem que, durante mais de 80 anos, exerceu a delicada arte de ser delicado».
Naquele tempo, pessoas assim eram uma preciosidade.
Hoje tornaram-se, além de uma preciosidade, uma raridade. À beira da extinção?