À força de tanta insistência, talvez já nem nos apercebamos do óbvio. Como realça Esther Mucznik, «o poder político é mais permissivo a oportunistas e carreiristas do que a pessoas de carácter e princípios».
O problema é que não é só na política que isto se passa. Toda a vida cívica se ressente deste vício endémico, desta doença larvar.
As pessoas sérias, que as há (graças a Deus), são, frequentemente, tentadas a mudar de conduta ou a fazer cedências. Caso contrário, são prejudicadas. Admiro, pois, quem resiste. Quem não pactua com o aviltamento dos valores. São esses os grandes sinais de esperança.
Neste espírito, entendo ser meu dever expender a minha mágoa pelo facto de Lula da Silva, de visita a Cuba, ter silenciado a morte de um activista dos direitos humanos, preso desde 2003.
Toda a gente sabe que é complicado dissentir à frente dos homens do poder. Mas é essa coragem que faz a diferença. Toda a diferença.