Hoje, talvez mais do que nunca, somos mendigos da felicidade.
Hoje, talvez mais do que nunca, confessamos que somos infelizes.
Somos infelizes mesmo quando proclamamos que somos felizes.
Parece que a felicidade dura pouco. É por isso que multiplicamos os eventos de diversão.
Só que a felicidade parece terminar quando tais eventos chegam ao fim.
As pessoas estão eufóricas, mas, ao mesmo tempo, insatisfeitas.
Habituámo-nos a correr. Desabituámo-nos de ficar.
Pascal tinha uma explicação (no mínimo) curiosa. Para ele, «toda a infelicidade nasce de uma única coisa: não saber ficar em descanso, num quarto».
Não iria tão longe, como é óbvio. Mas que, hoje em dia, faz muita falta repousar é algo que ninguém ousará questionar.
Urge fazer descansar o corpo e, ainda mais, a alma.
Quanto mais se cuida do corpo, tanto mais se faz notar a fadiga da alma.
Faz falta parar. Ler. Olhar. Orar. Meditar. Estar. Ser!