O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Domingo, 27 de Outubro de 2019

Em cada dia, a cada instante,

Tu nos surpreendes, Senhor.

Estás sempre a surpreender-nos.

 

Em cada dia, a cada instante,

vens ao nosso mundo, vens à nossa terra, vens à nossa casa

e levas tanta gente.

 

Para nós, é tudo inopinado e desconcertante.

Estamos sempre impreparados

para acolher a notícia.

Mas, afinal, alguma vez estaríamos preparados?

A morte chega sempre cedo para os nossos desejos.

 

Mas Tu, Senhor,

sabes bem o que fazes.

Se vens chamar, é porque assim o entendes.

 

Sabemos que não retiras ninguém do nosso convívio.

Sentimos a falta,

choramos a partida,

mas contamos sempre com a presença de quem parte.

 

Em Ti, todos continuam connosco.

ConTigo, todos permanecem ao nosso lado.

 

Obrigado, Senhor, pela vida dos que já partiram,

obrigado pelo seu testemunho,

pela sua ilimitada dedicação.

publicado por Theosfera às 11:02

A. Como pode melhorar quem não admite que pode falhar?

  1. Belo, bom e santo é o nosso Deus que tem um fraquinho pelos pobres, pelos humildes e pelos rejeitados.
    A Primeira Leitura apresenta Deus como um juiz que não se deixa impressionar pelas ofertas dos poderosos. Pelo contrário, a predilecção de Deus é pelos humildes e pelos marginalizados.

Num registo semelhante, o Evangelho recusa — cerce — a atitude dos orgulhosos, convencidos de que a salvação é o resultado natural dos seus méritos. Embora Deus combata o pecado, Jesus aponta como exemplo o pecador que confessa o seu pecado. É este o caminho: tal como para vencer a doença é preciso reconhecer que se está doente, para superar o pecado é decisivo assumir que somos pecadores. Eis o que falta. Eis o que urge.

 

  1. Estamos num tempo em que não só não confessamos o pecado como até chegamos ao desplante de chamar graça ao pecado. Achamos que tudo o que fazemos é bom e irrepreensível. Ufanamo-nos de que não precisamos de arrependimento. Como podemos melhorar se não admitimos que também costumamos falhar?

Um dos mais preocupantes sinais do nosso tempo estriba num ameaçador eclipse da humildade. A arrogância tenta-nos a cada passo. Daí que a missão passe também — e bastante — pelo reconhecimento das nossas falhas.

B. A missão não pode ser feita com arrogância ou sobranceria

3. A missão não pode ser feita com arrogância nem sobranceria. A missão tem de ser realizada com humildade, proximidade e alegria. Deus não Se revê nos arrogantes e passam o tempo a humilhar os outros. Deus gosta da humildade, mas não tolera a humilhação. Por conseguinte, humildade sempre, humilhação nunca!

O fariseu de que fala o Evangelho tipifica o homem convencido. Ele acha que ninguém o pode acusar e acha que pode acusar os outros. Está tão eufórico consigo mesmo que até humilha o publicano. O complexo de superioridade não conhece limites. Só que Deus não aprova este comportamento.

 

  1. Ao invés, o publicano é o modelo do pecador. Quem eram, afinal, os publicanos? Os publicanos eram judeus que cobravam impostos para o império romano.Eram, portanto, duplamente malvistos: por cobrarem impostos e por estarem ao serviço de uma potência ocupante. Refira-se que os impostos do império romano eram pesados. Acresce que os publicanos, muitas vezes, iam mais além dos impostos fixados, ficando com o remanescente para eles.

Daí que a reputação dos publicanos fosse muito má. Os publicanos eram conhecidos como avarentos, ladrões, corruptos e sem coração. As pessoas decentes recusavam-se a conviver com eles. Foi por isso que Zaqueu, chefe dos publicanos, prometeu, quando se converteu, restituir quatro vezes mais a quem tinha prejudicado (cf. Lc 19, 8).

C. Deus faz tudo ao contrário (e ainda bem)

5. É espantoso notar que Jesus, no Seu desígnio de chegar a toda a gente, nem este tipo de pessoas pôs de lado, apesar da péssima reputação que tinham. Aliás, um dos doze apóstolos era um conhecido publicano, chamado Mateus (cf. Mt 10, 2-3).

Jesus nunca rejeitou ninguém que quisesse segui-Lo. Nem pelos repugnantes Ele sentia repugnância. Foi por isso que também fez amizade com os publicanos, visitando as suas casas e comendo com eles. Jesus não aprovava a sua conduta, mas estendia-lhes a mão oferecendo o Seu perdão (cf. Mt 9,11-13).

 

  1. O que Jesus valoriza, nesta parábola, é a autenticidade do publicano. Era um pecador que reconhecia o seu pecado. Diferentemente, o fariseu, que se vangloriava de ser justo, acabou por mergulhar no pior pecado: o desprezo pelos outros (cf. Lc 18, 9). Não será que nós incorremos, frequentemente, neste pecado? Não será que nós desprezamos os outros?

Nunca julguemos ninguém. O juízo, aliás, pertence a Deus (cf. Deut 1, 17). A nós pertence testemunhar e ajudar. Que ninguém se ponha num pedestal. Jesus é muito claro: «Quem se eleva será humilhado e quem se humilha será elevado» (Lc 18, 14).

D. Ninguém acima de ninguém

7. No fundo, a missão consiste em inverter o sentido da história. De resto, Maria já o reconheceu no canto do «Magnificat», quando proclamou que Deus «derruba os poderosos e exalta os humildes» (Lc 1, 52). O que Deus quer é que todos nos tornemos humildes. O que Deus não quer é que alguém se coloque acima de alguém. O que Deus quer é que todos caminhemos ao lado uns dos outros.

Afinal, estamos todos numa situação semelhante. Só que uns, como o publicano, reconhecem os seus erros, ao passo que outros pretendem esconder a sua fragilidade humilhando os outros. Podemos enganar muita gente. Mas a Deus ninguém engana.

 

  1. Temos, então, um claro caminho à nossa frente. Aproximemo-nos de Deus de coração limpo e de mãos vazias. Deixemos que seja Deus a encher o nosso coração e a preencher a nossa vida. Aliás, habituámo-nos a chamar-Lhe nosso Senhor. Mas não basta chamar Senhor com os lábios. É preciso orientar a nossa existência pelos caminhos de Deus.

O mérito do publicano consiste em apoiar-se apenas em Deus e não em si mesmo. Ele sabe que Deus escuta a sua voz. Entrega-se, por isso, nas mãos de Deus e pede-Lhe compaixão. Se Deus tem compaixão por nós, como teve compaixão do publicano, como é que nós não havemos de ter compaixão dos nossos irmãos?

E. Onde estiver alguém, aí tem de estar a missão também

9. Por aqui passa também o «bom combate da fé» (cf. 2Tim 4, 7) que, como o Apóstolo, somos convidados a travar. O «bom combate» é o «combate» pela autenticidade, pelo reconhecimento da nossa fragilidade e pela abertura a Deus. Como esteve com Paulo (cf. 2Tim 4, 17), Deus estará também com cada um de nós na missão de O tornar presente na vida de toda a gente.

A vida de Paulo foi, desde o seu encontro com Cristo ressuscitado na estrada de Damasco, uma resposta generosa e um compromisso total com o Evangelho. Por Cristo lutou, por Cristo sofreu, por Cristo morreu. No final do «bom combate», o «combatente» sente-se feliz por ter colocado Cristo no centro da sua vida.

 

  1. Sendo a fé invasiva e até incendiária, não tenhamos receio de invadir — nem de incendiar — a vida com a luz do Evangelho. A resposta pode não vir de todos, mas a proposta não pode deixar de chegar a todos. Por conseguinte, é vital criar uma «cultura de missão», pelo que é fundamental vencer — definitivamente — uma «cultura de demissão», que teima em persistir, em tolher-nos. Infelizmente, ainda subsiste uma instintiva tendência para uma certa «demissão».

O importante é que cada um faça o que deve não se recusando a fazer o que pode. Em tudo — e sempre —, a missão, não a demissão! Jesus quer que sejamos missionários, não demissionários! Onde estiver alguém, aí tem de estar a missão também!

 

publicado por Theosfera às 05:10

Hoje, 27 de Outubro (Trigésimo Domingo do Tempo Comum), é dia de Nossa Senhora das Vitórias, S. Gonçalo de Lagos, S. Vicente, Sta. Sabina e Sta. Cristeta.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

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