O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Domingo, 13 de Outubro de 2019

Tu sabes tanto.

Tu sabes tudo, Senhor.

Mas não sabes conjugar o verbo «mandar».

Tudo só sabes conjugar o verbo «servir».

 

Tu ficaste triste e desapontado

quando os Teus discípulos se mostravam preocupados pelo poder,

pela ambição de mandar,

pelo desejo de possuir.

 

O Teu Reino, Senhor, não é de poder,

é de amor, esperança e paz.

 

Nestes tempos convulsos e incertos,

Tu és a bússola e o sentido,

o horizonte e a paz,

 

 

Obrigado, Senhor,

por estares sempre connosco

e por nos ensinares a servir.

 

 

 

Ajuda-nos a constituir uma Igreja do serviço,

da ajuda e da solidariedade.

 

Ajuda-nos a crescer na disponibilidade

e na mansidão.

 

Tu estás no meio de nós como quem serve.

Tu não vens para ser servido, mas para servir

e dar a vida por todos.

 

Que nós aprendamos conTigo.

Que nós queiramos servir.

 

Tu experimentaste a dor

e toda a espécie de provações.

 

Tu és, pois, o nosso Cireneu,

aquele que condivide a nossa Cruz.

 

Obrigado, Senhor, pela Tua bondade,

pelo Teu infinito amor

e pela Tua intensa paz.

 

Que tudo em nós faça ressoar

a beleza da vida que vem de Ti,

JESUS!

publicado por Theosfera às 11:25

 A. Tudo está à disposição de todos

  1. A boa notícia que Jesus nos traz não é para alguns, é para todos. É por isso que, na Igreja de Jesus, não pode haver exclusões nem excluídos. Todos somos chamados. Todos somos cidadãos, ninguém é estrangeiro. Na Igreja de Jesus, ninguém é especial, já que todos somos únicos. Em Deus, tudo está à disposição de todos. Deus convoca-nos a todos, mas não deixa de olhar — com muito amor — para cada um.

A Liturgia deste Domingo está atravessada pela universalidade de Deus em Cristo. O projecto de Deus é, genuinamente, «católico», isto é, universal, dirigido a todos. Em Cristo, tal projecto atinge o auge e chega ao cume: ao cume do serviço, da entrega e da doação.

 

  1. Já no Antigo Testamento, como se pode conferir na Primeira Leitura, aparece alguém que, não pertencendo ao povo eleito — o sírio Naamã —, é atendido na sua prece. Este episódio, além de mostrar que só o Deus de Israel é Deus, revela que o Deus de Israel não é só para Israel.

Nesta intervenção para todos os povos, figurados no leproso sírio, Deus surge como alguém que melhora a qualidade de vida. Ele é a cura e o curador, o médico e o medicamento, a salvação e o Salvador. Deus não actua apenas no exterior; Deus transforma tudo. Naamã não ficou curado somente de uma doença física. Todo o seu ser é transfigurado, tornando-se um homem novo. E é assim que deixa os ídolos para servir o verdadeiro e único Deus. A certificação desta mudança radical dá-se quando proclama que «não há outro Deus em toda a terra senão o de Israel» (2Rs 5, 15).

B. A lepra evoca a humanidade ferida e excluída

3. A transformação deste homem vê-se também na gratidão que ele demonstra. Começou por inundar o profeta Eliseu com presentes; mas depressa percebeu que não era a um homem que tinha de agradecer o dom da vida. Era a Deus que devia mostrar o seu reconhecimento. Tal reconhecimento manifestou-se numa adesão total da sua vida, do seu ser.

A atitude do profeta Eliseu merece uma referência particular. Ele não quis tirar dividendos da situação. Ao recusar qualquer presente das mãos de Naamã, Eliseu dá a entender que não é a ele, mas a Deus que o general sírio deve agradecer a cura. Nenhum ser humano tem poderes especiais. Só Deus cura, só Deus liberta, só Deus salva. O que nós, seres humanos, podemos — e devemos — fazer é orar, pedindo a intervenção de Deus.

 

  1. O Evangelho tem um registo semelhante. Neste caso, conta-nos a história de dez leprosos que vão ao encontro de Jesus. É através de Jesus que eles descobrem a misericórdia e o amor de Deus. Estes leprosos representam a humanidade ferida, a humanidade ferida pela miséria e pelo sofrimento. É sobre esta humanidade ferida que Deus derrama a Sua bondade, o Seu amor, a Sua salvação.

Refira-se, desde já, que este episódio é exclusivo de São Lucas. Mais nenhum evangelista o refere. Trata-se de um episódio que mostra como o Deus que Se faz pessoa em Jesus vem trazer a salvação a todos os homens, particularmente aos oprimidos e marginalizados.

C. Quem não precisa de ser curado da lepra?

5. São Lucas fala-nos de Deus como alguém com uma proposta de vida nova e de libertação para todos os homens. O número dez tem, seguramente, um significado simbólico: significa totalidade. É que o judaísmo considerava necessário que pelo menos dez homens estivessem presentes, a fim de que a oração comunitária pudesse ter lugar.

A presença de um samaritano no grupo indica, entretanto, que esta totalidade não se refere apenas à totalidade de Israel, mas à totalidade da humanidade. A salvação oferecida por Deus não se destina somente a Israel, mas a todos os homens, sem excepção.

 

  1. Curiosamente, todos estes dez eram excluídos. O samaritano era duplamente excluído: por ser samaritano e por ser leproso. Os outros nove, embora membros do povo eleito, também eram excluídos por causa da lepra.

Devido ao facto de a lepra ser uma doença contagiosa, os que dela sofriam eram literalmente excomungados, sendo obrigados a andar longe das localidades. Se vissem alguém, deviam gritar: «Impuro, impuro!», para que as pessoas se afastassem (cf. Lev 13,45-46). É por isso que, segundo o texto de São Lucas, os leprosos mantêm as distâncias e falam em voz alta (cf. Lc 17, 13).

D. Porquê mostrar-se aos sacerdotes?

7. E o certo é que o pedido dos leprosos chega até Jesus. Jesus escuta o seu pedido, mandando que se fossem apresentar aos sacerdotes. É que, segundo o Livro do Levítico (cf. Lev 13, 2-3) era aos sacerdotes que competia declarar a cura da lepra.

E eles assim fazem. Eles partem, mostrando a sua plena confiança em Jesus. Sucede que, antes de chegarem aos sacerdotes, ficaram curados. Foi no caminho que tudo aconteceu. O caminho que aqueles leprosos pisavam era o caminho para Jesus, que aliás viria a apresentar-Se como sendo o caminho (cf. Jo 14, 6).

 

  1. Quem cura estes leprosos é Jesus. E a cura é recebida no caminho de Jesus. É preciso, por conseguinte, pormo-nos a caminho. O instalamento não cura, só faz adoecer. É preciso partir. É necessário aprender a ser nómada. O nosso abrigo só pode estar em Deus.

Há um aspecto, porém, que importa realçar. O enfoque não está tanto na cura, mas no que vem a seguir. É que só um dos dez leprosos voltou para trás. Só um dos dez leprosos veio agradecer e louvar. E, tal como fizera na súplica, o agradecimento e o louvor também foram expressos em voz alta (cf. Lc 17, 15).

E. Há que aprender com os «de fora»

9. Quem assim procedeu foi um samaritano (cf. Lc 17,15-16), considerado herético e, portanto, excluído. Jesus fica surpreendido e, ao mesmo tempo, desapontado com os outros nove: «Não ficaram limpos os dez? Onde estão os outros nove? Não se encontrou quem voltasse, para dar glória a Deus, senão este estrangeiro?» (Lc 17, 17-18).

Às vezes, os de fora mostram estar mais por dentro do que aqueles que presumem estar completamente dentro. São os de fora que, quase sempre, nos dão as maiores lições. Há, por isso, que estar atento e nunca fechar as portas a ninguém. É preciso aprender com os excluídos e os marginalizados. Uma vez mais se confirma: até os excluídos do mundo são incluídos por Deus.

 

 

  1. É por esta boa notícia que somos convidados a dar a vida. O Evangelho não admite exclusões nem empurrões. Como ouvimos na Segunda Leitura, o Apóstolo está preso, mas mostra-se feliz por «sofrer pelo Evangelho» (2Tim 2, 8). O evangelizador pode estar na prisão, mas o Evangelho nunca ficará aprisionado (cf. 2Tim 2, 9).

Assim sendo, não tenhamos medo: nem de viver nem sequer de morrer. «Se morrermos com Cristo, também com Cristo viveremos. Se permanecermos firmes, também reinaremos com Ele. Se O negarmos, também Ele nos negará. Se Lhe formos infiéis, Ele permanecerá fiel pois não pode negar-Se a Si mesmo» (2Tim 2, 11-13). A Sua fidelidade é a garantia da nossa felicidade!

publicado por Theosfera às 05:02

Hoje, 13 de Outubro (28º Domingo do Tempo Comum), é dia de Sto. Eduardo III, S. Fausto e Bem-Aventurada Alexandrina Maria da Costa.

Um santo e abençoado dia para todos.

publicado por Theosfera às 00:00

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