O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Segunda-feira, 30 de Setembro de 2019

Hoje, 30 de Setembro, é dia de S. Sofrónio Aurélio Jerónimo, S. Conrado d'Ulbach, S. Frederico Albert e das mártires Sta. Sofia, Sta. Fé, Sta. Esperança e Sta. Caridade. Refira-se que faz também 120 anos de faleceu Sta. Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 29 de Setembro de 2019

Obrigado, Senhor, por não nos deixares sós.

Obrigado por estares sempre connosco, sempre em nós.

 

A Tua presença é a nossa vida,

a cor dos nossos sonhos,

o horizonte do nosso olhar.

 

Tu és família,

uma família de amor formada pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo.

 

Que todas as famílias vivam esse amor.

Que o amor de todas essas famílias seja alimentado pelo Teu amor.

 

Que os problemas não vençam as famílias.

Que as famílias possam vencer os problemas.

 

Mas sem Ti nada se consegue.

ConTigo tudo se obtém,

tudo se alcança.

 

As famílias são um pequeno mundo.

Que o mundo possa ser uma grande família.

 

Que estejamos todos unidos.

Que sejamos sempre amigos.

Que sejamos sempre irmãos.

 

Que as famílias não sejam fonte de sofrimento.

Que as famílias sejam espaço de paz,

tolerância, concórdia e amor.

 

Que sejamos como as crianças:

simples, humildes e puras.

 

Que saibamos acolher as crianças,

os mais simples e os mais pequenos.

 

Que as crises nos deixem mais fortes.

Que não vacilemos no amor.

 

A eternidade é amor.

O amor é eterno.

 

Que saibamos alimentar o amor

com a Tua palavra e o Teu pão.

 

Obrigado, Senhor, por tanto.

Obrigado, Senhor, por tudo.

 

Mãe do amor formoso,

inspira os nossos corações,

lava o nosso espírito.

 

Faz projectar no mundo

a paz de Teu Filho,

a paz de JESUS!

publicado por Theosfera às 11:57

A. Bela é a Festa, mas superficiais são muitas festas

  1. Nada há mais belo do que a Festa, mas, por vezes, poucas coisas há tão superficiais como as festas. Há quem salte de festa em festa não para celebrar, mas apenas para ostentar e para humilhar quem não pode festejar.

Habitualmente, as festas são mais para divertir do que para celebrar. Mas era bom que não deixássemos de reflectir sobre o que fazemos quando nos andamos a divertir. O Evangelho deste Domingo é uma bela oportunidade para fazer tal meditação.

 

  1. Há um grande investimento na «indústria da diversão» e um reduzido empenhamento no combate à miséria. Será que a melhor festa não seria o apoio aos mais desfavorecidos? A festa que mais agrada a Deus não será a que promove a dignidade do homem?

O Evangelho deste dia fala-nos de alguém, rico, que andava sempre em festas. Vestia-se de púrpura e linho fino para, todos os dias, participar nas tais «esplêndidas festas» (Lc 16, 19).

B. Deus olha para o que mais ninguém vê

3. Acontece que, à porta deste homem rico, estava um homem pobre, que se contentaria com as sobras dos banquetes que se repetiam naquela casa. É curioso notar que do rico não se diz o nome, ao passo que o pobre é nomeado. Chamava-se Lázaro (cf. Lc 16, 20).

Deus toma o partido dos mais desfavorecidos. Ao contrário do que possamos pensar, Deus não é imparcial. Deus toma partido pelos preteridos deste mundo. Os preteridos do mundo são os preferidos de Deus.

 

  1. Acresce que há uma outra mensagem que, em filigrana, atravessa este texto. Os bens que temos não são apenas nossos. Foram-nos entregues não apenas para nós. Foram-nos entregues para nosso sustento, mas não para nossa ostentação. O que é dado a cada um tem de ser colocado ao serviço de todos.

Um dos elementos estruturantes da tão esquecida Doutrina Social da Igreja é o destino universal dos bens. Porque cada um de nós faz parte da mesma humanidade, em relação a todos tem de haver solidariedade. Eis o que falta, eis o que urge. Este investimento tão avultado no entretenimento muita falta faz para que o alimento possa chegar a todos.

C. O que temos será que nos pertence?

5. A Liturgia deste Domingo volta a propor uma reflexão muito assertiva sobre a nossa relação com os bens deste mundo. Somos convidados a vê-los não como algo que nos pertence de forma absoluta, mas como dons que Deus colocou nas nossas mãos, para que os administremos e partilhemos, com gratuidade e amor.

Na Primeira Leitura, o profeta Amós denuncia — com veemência e até alguma violência — uma classe dirigente ociosa, que vive no luxo, à custa da exploração dos pobres e que não se preocupa minimamente com o sofrimento e a miséria dos humildes. O profeta anuncia que Deus não pactua com esta situação, pois este sistema de injustiça atenta flagrantemente contra o projecto de Deus.

 

  1. O mais grave é que todo este luxo e esbanjamento resultam da exploração dos mais pobres e das reiteradas agressões cometidas contra os fracos. Esta classe rica — e indolente — vive egoisticamente mergulhada no seu mundo cómodo e não se preocupa minimamente com a miséria e o sofrimento que aflige os seus irmãos.

Acresce que os pobres trabalham não para si, mas para sustentar as excentricidades dos ricos que os exploram. Naquele tempo, os profetas falavam. Será que, neste tempo, podemos ficar calados? Se Deus não pactua com esta situação, podemos nós ser coniventes com esta realidade?

D. Ter a mais faz tão mal como comer demais

7. A «gula de possuir» é tão prejudicial como «a gula de comer». O que se possui a mais, tal como acontece quando se come demais, faz mal ao que possui e faz falta a quem nada tem. Aos bens pode aplicar-se a conhecida máxima: «Circular é viver». Os bens devem circular entre nós e não estacionar em ninguém.

Ao tomar partido pelos mais desfavorecidos, Deus inverte o sentido da história. Aqueles que o mundo exalta são reprovados por Deus. Aqueles que o mundo humilha são exaltados por Deus. Qual é a nossa opção?

 

  1. Esta parábola tem duas partes. Na primeira (cf. Lc 16, 19-26), Lucas apresenta dois personagens: um rico, que vive luxuosamente, e um pobre, que vive miseravelmente e está doente. No entanto, a morte dos dois muda radicalmente a situação.

Deus lembra-Se dos esquecidos sem esquecer os habitualmente lembrados. Aos primeiros acolhe, aos segundos adverte. Lázaro foi «levado pelos anjos ao seio de Abraão» (Lc 16, 22). Ou seja, entrou no «banquete do Reino», onde os eleitos se juntarão. Curiosamente, não se diz se Lázaro levou na terra uma vida exemplar ou se cometeu más acções. Não é isso que conta. Deus acolhe-o porque, sendo misericordioso, não é indiferente a quem está na miséria.

E. Os bens devem circular sempre

9. Porque é que o rico vai para um «lugar de tormento» (Lc 16, 24)? Fundamentalmente, porque se esqueceu de fazer circular o que tinha. Porque não olhou para quem estava à sua porta. Porque só pensava em si e naqueles que o poderiam favorecer. O Reino de Deus é para todos, mas não é para tudo. A indiferença não tem lugar junto de Deus. Se Deus é diferente, como é poderemos nós ser indiferentes?

É preciso perceber que tudo o que temos é recebido. As coisas que temos, antes de serem coisas nossas, são dons de Deus. E uma vez que Deus é Pai de todos, o que Ele nos deu é também para chegar aos outros, sobretudo aos que mais precisam. Quem usa os bens para ter uma vida luxuosa e ostentatória, esquecendo-se das necessidades dos outros homens, está a pecar contra Deus porque não olha devidamente para muitos dos Seus filhos.

 

  1. A segunda parte do Evangelho (cf. Lc 16, 27-31) apresenta o caminho certo para aprender a atitude correcta em relação aos bens. Não é um milagre de última hora, como enviar os mortos avisar os vivos (cf. Lc 16, 26) que nos assegura a salvação. O que conta é escutar a Palavra de Deus: «Têm Moisés e os profetas; que os oiçam» (Lc 16, 29). Nós temos Moisés, nós temos os profetas, nós temos Jesus; será que os escutamos?

No fundo, toda esta parábola é uma ilustração das Bem-Aventuranças. Anuncia-se que o projecto de Deus passa por um Reino de fraternidade, de amor e de partilha. Quem recusa esse projecto, escolhendo viver enclausurado no seu egoísmo, não pode fazer parte do mundo novo de fraternidade que Deus oferece aos homens. A eternidade começa no tempo, o Céu começa na Terra. O que queremos para nós depois ofereçamo-lo aos outros agora. Colheremos aquilo que semearmos. Deus está atento ao nosso agir. Não nos esqueçamos de — com os outros — repartir!

publicado por Theosfera às 04:50

Hoje, 29 de Setembro (26º Domingo do Tempo Comum), é dia de S. Miguel, S. Gabriel, S. Rafael e S. Nicolau de Forca Palena.

Um santo e abençoado dia para todos!

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Sábado, 28 de Setembro de 2019

Hoje, 28 de Setembro, é dia de S. Venceslau, S. Lourenço Ruiz, S. Lourenço de Ripafarta e S. Simão de Rojas.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sexta-feira, 27 de Setembro de 2019

Hoje, 27 de Setembro (Dia Mundial do Turismo), é dia de S. Vicente de Paulo, Sto. Adulfo e S. João (mártires) e S. Dermot O´Hurghen e seus Companheiros Mártires.

Um santo e abençoado dia para todos!

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Quinta-feira, 26 de Setembro de 2019

Hoje, 26 de Setembro, é dia de S. Cosme, S. Damião, Sto. Eleázar, Sta, Delfina, S. Cipriano, Sta. Justina, Sta. Maria Vitória Teresa Courdec e S. Gaspar Stangassinger.

Um santo e abençoado dia para todos!

 

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Quarta-feira, 25 de Setembro de 2019

Hoje, 25 de Setembro, é dia de S. Firmino, Sto. Hermano, S. João Baptista Mazzuconi e Sta. Josefa Vaal.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Terça-feira, 24 de Setembro de 2019

Hoje, 24 de Setembro, é dia de Nossa Senhora das Mercês, S. Constâncio, Sto. Andóquio, Sto. Tirso, S. Félix, Sta. Colomba Joana Gabriel e S. Vicente Maria Strambi.

Um santo e abençoado dia para todos!

 

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 23 de Setembro de 2019

Hoje, 23 de Setembro, é dia de S. Lino, Sta. Tecla, S. Constâncio, S. Pio de Pietrelcina e Mártires Mexicanos.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 22 de Setembro de 2019

Obrigado, Senhor, pela Tua presença,

pela Tua Palavra

e pelo Teu Pão.

 

Obrigado por estares nos mais pequenos

e por nos convidares à simplicidade.

 

É na humildade dos simples

que nos esperas e interpelas.

 

Que nós sejamos como as crianças.

Que, como as crianças,

tenhamos um coração puro e manso.

 

Senhor, que nunca percamos a mansidão.

Que saibamos dar as mãos

e oferecer o nosso coração.

 

Com a Tua e nossa Mãe,

queremos aprender a caminhar

e a louvar-Te por quanto nos dás.

 

Que a nossa vida seja uma resposta

à Tua proposta de amor

e ao Teu projecto de Paz,

JESUS!

publicado por Theosfera às 11:07

A. Quem tem ética passa fome?

  1. Neste mundo, não falta competência nem eficácia. Mas falta honestidade, falta seriedade, falta decência. Há muita gente que se tornou perita na arte do engano e da astúcia. Porquê?

Generalizou-se a ideia de que quem é decente fica sempre prejudicado. A decência é apreciada, mas pouco cultivada. É quase conectada com a ingenuidade. A pessoa decente é vista como uma pessoa boa, mas também ingénua.

 

  1. Em tempos, uma afamada apresentadora televisiva sentenciou que «quem tem ética passa fome». Descontando o óbvio exagero, a experiência ensina que a decência não facilita muito o acesso ao êxito. Mas antes a decência sem êxito do que o êxito sem decência.

Wladyslaw Bartoszeski recomendava: «Vale a pena ser decente, mesmo que muitas vezes não sejamos recompensados; não vale a pena ser indecente, ainda que muitas vezes possamos ser recompensados».

B. A esperteza dos desonestos

3. Em que consiste a decência? Para Vergílio Ferreira, uma conduta decente «consiste em manter cada um a sua dignidade sem prejudicar a liberdade alheia». Aliás, não é possível manter a dignidade quando se litiga com a liberdade dos outros. Ser digno é, precisamente, respeitar os outros.

É o que nós, muitas vezes, não fazemos. Foi o que este administrador não fez. Já tinha pecado por indolência, desperdiçando os bens do seu senhor (cf. Lc 16, 16). Mas, reincidente, peca mais gravemente pela desonestidade e pelo despeito, convidando os devedores do seu senhor a declarar que deviam menos do que efectivamente deviam (cf. Lc 16, 5-7).

 

  1. Este administrador preferiu uma vida funesta a uma vida honesta, embora modesta: não queria procurar trabalho nem mendigar (cf. Lc 16, 3). Queria uma vida baseada na corrupção, no engano, na simulação. Nada a que, infelizmente, não estejamos habituados. E o certo é que os «mestres na arte do engano» costumam ser persuasivos e convincentes.

O próprio Jesus reconhece a mestria dos desonestos: «Os filhos das trevas são mais espertos que os filhos da luz» (Lc 16, 8). Só que não há «crime perfeito» e, como avisa o mesmo Jesus, «não há nada oculto que não venha a descobrir-se» (Lc 12, 2). E quando o encoberto fica descoberto, o resultado não é bom. O que se ganhou com esperteza perde-se sem qualquer dignidade.

C. A gula pelo dinheiro

5. Não existe gula apenas em relação aos alimentos. Também existe gula em relação ao dinheiro. Há quem nunca esteja saciado com ele. E há quem não olhe a meios para o fazer crescer. Assim sendo, nós, discípulos de Jesus, devemos evitar que a ganância ou o desejo imoderado do dinheiro manipulem a nossa vida e condicionem as nossas opções.

Na Primeira Leitura, o profeta Amós denuncia os comerciantes sem escrúpulos. Acontece que Amós adverte: Deus não está do lado de quem, por causa da obsessão do lucro, escraviza os irmãos. A exploração e a injustiça não passam em claro aos olhos de Deus. Deus está atento e não esquece os actos daqueles que compram os pobres por dinheiro e os indigentes por um par de sandálias (cf. Am 8, 6).

 

  1. Há muita coisa que o dinheiro não compra. Não é o dinheiro que compra a honra e a dignidade. Pelo contrário, só com a honra e a dignidade é que conseguimos colocar o dinheiro ao serviço da pessoa. Sem honra e dignidade, o dinheiro espezinha, oprime e corrompe.

Jesus demonstra como os bens deste mundo são caducos e precários quando os afastamos do bem comum. Os bens materiais devem servir para garantir outros bens, mais duradouros, mais perenes, mais humanos.

D. É preciso ser hábil na missão

7. A primeira parte deste texto (cf. Lc 16, 1-9) apresenta a parábola do administrador astuto e desonesto. Ela conta-nos a história de um homem que é acusado de administrar mal os bens do seu senhor. Chamado a contas para ser despedido, este homem procura assegurar o seu futuro de qualquer maneira. O expediente é a corrupção. Chama os devedores do patrão e reduz-lhes consideravelmente as quantias em dívida. Dessa forma, esperava que os devedores o não esquecessem e retribuíssem acolhendo-o em sua casa.

É um comportamento inqualificável, mas infelizmente muito frequente. Olhando para as leis e costumes da Palestina no tempo de Jesus, era habitual os administradores não receberem remuneração. Então, eles «pagavam-se» na relação com os devedores.
Ou seja, quando os administradores forneciam um determinado número de bens, debitava um número muito maior. A diferença era a «comissão» do administrador.

 

  1. Como este administrador foi despedido, chama os devedores e diz-lhes que renuncia às tais «comissões» para assim ser compensado no futuro, talvez com um emprego melhor. O plano era astucioso. Das cem medidas de azeite, uns 3.700 litros (cf. Lc 16, 6), só umas cinquenta haviam sido, efectivamente, emprestadas. As outras cinquenta constituíam a exorbitante «comissão» que lhe devia ser paga pela operação.

Jesus conclui a história convidando os discípulos a serem tão hábeis como este administrador (cf. Lc 16, 9): não em relação ao dinheiro, mas em relação ao anúncio do Evangelho. Relativamente aos bens deste mundo, os discípulos devem usá-los não como um fim em si mesmo, mas para conseguir algo mais importante e mais duradouro.

E. Nem toda a riqueza é honesta, mas toda a honestidade é rica

9. Na segunda parte do texto (cf. Lc 16, 10-13), São Lucas apresenta-nos uma série de «sentenças» de Jesus sobre o uso do dinheiro. No geral, essas «sentenças» alertam os discípulos para o recto uso dos bens materiais. Se os usarmos segundo os critérios do Evangelho, seremos dignos de receber o verdadeiro bem, quando nos encontrarmos definitivamente com o Senhor Jesus. O texto termina com um aviso de Jesus acerca da idolatria do dinheiro (cf. Lc 16, 13). Jesus dá a entender que Deus e o dinheiro representam mundos contraditórios e procurar conjugá-los é coisa impossível

É preciso ser fiel a Deus em tudo, inclusive na relação com o dinheiro. «Quem é fiel no pouco também é fiel no muito» (Lc 16, 10). A fidelidade a Deus tece-se nas atitudes concretas. Deus não pode estar subordinado ao dinheiro; o dinheiro é que tem de estar subordinado a Deus. É segundo os critérios de Deus — sobretudo segundo os critérios do amor ao próximo — que havemos de gerir a relação com o dinheiro.

 

  1. Também pelo dinheiro passa a nossa fidelidade a Deus. O dinheiro não pode ser obtido de qualquer maneira nem pode ser aumentado a qualquer preço. É essencial ser honesto em tudo. Não podemos reduzir a honestidade às palavras e aos discursos. É preciso ser honesto com a vida inteira.

Não é fácil ser honesto. É muito difícil e bastante dificultado. No século XVII, já dizia William Shakespeare dizia que «ser honesto, tal como o mundo está, é ser um homem escolhido entre dez mil». Há muitas pressões para violar a honestidade. Nem toda a riqueza é honesta. Mas toda a honestidade é rica, sumamente rica!

publicado por Theosfera às 05:00

Hoje, 22 de Setembro, é dia de S. Félix IV, Sta. Catarina de Génova, S. Maurício e Sto. Exupério e seus Companheiros mártires.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sábado, 21 de Setembro de 2019

Hoje, 21 de Setembro, é dia de S. Mateus e S. Castor.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sexta-feira, 20 de Setembro de 2019

Hoje, 20 de Setembro, é dia de Sto. André Kim Taegon, S. Paulo Chong Hassan e seus Companheiros mártires, Sto. Eustáquio e Sta. Teopista, e S. José María Yarres Pales.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019

Hoje, 19 de Setembro, é dia de S. Januário, Sto. Afonso de Orozco, Sta. Emília Rodat e S. Francisco Maria de Comporosso.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quarta-feira, 18 de Setembro de 2019

Hoje, 18 de Setembro, é dia de S. José de Cupertino e S. João Masías.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Terça-feira, 17 de Setembro de 2019

Hoje, 17 de Setembro, é dia de S. Roberto Belarmino, Sta. Hildegarda, Sto. Alberto de Jerusalém e Impressão das Chagas de S. Francisco.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 16 de Setembro de 2019

Hoje, 16 de Setembro, é dia de S. Cornélio e S. Cipriano.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 15 de Setembro de 2019

Senhor Jesus, ajuda-me no meu trabalho.

Sê o meu Mestre e a minha Luz.

Eu dou o meu esforço,

dá-me a Tua inspiração.

Ajuda-me a estar atento e a ser concentrado.

 

Não Te peço para ser o melhor,

só Te peço que me ajudes a dar o meu melhor,

a trabalhar todos os dias.

 

Que eu não queira competir com ninguém

e que esteja disponível para ajudar os que mais precisam.

Que eu seja humilde, que nunca me envaideça,

que nunca me deslumbre no êxito,

nem me deixe abater na adversidade.

 

Que eu nunca desista.

Que eu acredite sempre.

Que eu aprenda a ciência e a técnica,

mas que não esqueça que o mais importante é a bondade, a solidariedade e o amor.

Que eu seja sempre uma pessoa de bem.

 

Ilumina, Senhor, o meu entendimento

e transforma o meu coração.

Dá-me um entendimento para compreender o mundo

e um coração capaz de amar os que nele vivem,

JESUS!

publicado por Theosfera às 11:36

 A. Jesus mostra-nos o amor de Deus

  1. Haverá coisa mais bela que o amor? Não: nada há mais belo que o amor.

O problema é que esquecemos que o amor só existe a partir de Deus. São João proclamou que «Deus é amor» (1Jo 4, 8.16). E Jesus mostrou como Deus ama: dando, dando-Se, dando inteiramente, dando-Se até ao fim.

 

  1. Assim sendo, quando tiramos Deus do amor, não amamos. Temos a ilusão de que amamos, mas a ilusão do amor não é amor.

É preciso, pois, regressar a Deus para nunca perder o amor.

B. Deus não tem amor; Deus é amor

3. Deus não tem amor; Deus é amor. Deus sabe amar. Por conseguinte, Deus não nos ama porque nós mereçamos. Deus ama-nos porque Ele não sabe fazer outra coisa senão amar.

É assim que o amor de Deus é copioso, abundante, interminável e eterno. Nada afasta Deus de cada pessoa e nada consegue afastar cada pessoa de Deus. Ainda que alguém comece a afastar-se, Deus aproxima-Se sempre.

 

  1. Eis a grande lição que, uma vez mais, nos é dado aprender ao (re)escutar o capítulo 15 do Evangelho de São Lucas . Onde há afastamento, Deus coloca proximidade. A iniciativa é sempre d’Ele. É Deus que toma a iniciativa de amar, de nos amar.

Deus é amor para todos e diria que é ainda mais amor para os que andam perdidos, como nós tantas vezes andamos. É por isso que Jesus retrata Deus em quem se alegra por reencontrar a ovelha perdida (cf. Lc 15, 4-7), a dracma perdida (cf. Lc 15, 8-10) e o filho perdido (Cf. Lc 15, 11-24). Dir-se-ia que Deus Se perde pelos que andam perdidos.

C. O reencontro após o desencontro

5. Não há amor maior. Haverá sequer amor igual? Deus abraça e festeja. Deus é o Pai que Se alegra com o nosso regresso. A maior festa não é quando se dá o encontro. A maior festa é quando ocorre o reencontro após o desencontro.

Bem notou o Papa Bento XVI que, «depois de Jesus nos ter falado do Pai misericordioso, as coisas já não são como dantes». A partir de agora «conhecemos Deus: Ele é o nosso Pai que por amor nos criou livres e dotados de consciência que sofre se nos perdemos e que faz festa quando voltamos».

 

  1. O nosso mal é quando pensamos que a nossa felicidade e a nossa realização estão no afastamento do Pai. Foi o que aconteceu ao filho mais novo desta parábola: deixou a casa do Pai e foi para longe (cf. Lc 15, 13). Mas, atenção, não foi apenas este filho que se afastou. O filho mais velho, no fundo, também estava longe, mesmo parecendo perto. Ele estava longe do Pai e do irmão. O seu coração estava distante, estava obtuso, estava fechado (cf. Lc 15, 28). Também por nós passa a ilusão do filho mais novo e também por nós pode passar a tentação do filho mais velho.

Por um lado, pensamos que somos felizes longe de Deus. Como assinalou genialmente Sto. Agostinho, fomos criados para Deus. Por isso, andamos inquietos enquanto não voltamos para Deus. Mas, por outro lado, também podemos pensar que já não precisamos de mudar, de nos converter. A tentação do filho mais velho é presumir que já possui o Pai, que o Pai é só dele. Não, o Pai meu também é Pai teu: é Pai nosso, Pai de todos.

 

D. Deus perde-Se de amor pelos perdidos

 

7. É claro que quando estamos com Deus também temos necessidades e também enfrentamos adversidades. Só que sentimos igualmente a Sua presença reconfortante e a Sua mão protectora. O mesmo não sucede quando estamos longe de Deus. Nessa altura, ocorre o que ocorreu ao filho que se afastou do Pai. Quando as provações vieram, não teve quem o ajudasse. Ninguém lhe dava nada (cf. Lc 15, 16). Restou-lhe guardar porcos, mas sem permissão para comer sequer o que os porcos comiam (cf. Lc 15, 15-16).

E, no entanto, as portas da Casa do Pai permaneciam abertas. As portas de Deus nunca se fecham. Deus está sempre disponível para o reencontro. Deus perde-Se de amor pelos Seus filhos perdidos. Deus corre para nós para Se lançar ao nosso pescoço e para nos cobrir de beijos (cf. Lc 15, 20).

 

  1. É preciso ser Deus para se amar tanto o homem. Nem nós nos amamos tanto como Deus nos ama. Mas é indispensável procurar este amor que Deus nos quer dar. Se o filho perdido não fosse ao encontro do Pai, como é que poderia receber os Seus beijos? Como é que poderia receber a Sua misericórdia? É isto o que parece faltar, hoje em dia. Deus tem muita misericórdia para dar. Mas será que nós temos vontade de a receber? Se não vamos recebê-la, ela fica em Deus, mas não chega até nós. A misericórdia de Deus tem, na Igreja, o nome de Sacramento do Perdão. O beijo de Deus chega até nós através da Confissão.

É urgente, por conseguinte, reconhecer, como este filho, que, longe de Deus, ninguém nos dá nada. Longe de Deus, é só ilusão, inquietação e perturbação. Não tenhamos medo de voltar para Deus. Deus tem tudo preparado para a festa. Vamos deixar Deus de mão estendida? Vamos consentir que Deus tenha tudo preparado sem que compareçamos?

 

E. Só a divina misericórdia nos salvará

 

9. O que sempre marcou Jesus com os outros foi a largueza de horizontes. O que sempre demarcou Jesus em relação a outros foi a misericórdia, a tolerância, a compaixão. Ele não condenou quem pecava, franqueou as portas do paraíso a um ladrão e deu a comunhão a quem O entregou.

Severo foi apenas — e de modo muito contundente — para com a hipocrisia, a duplicidade. Jesus foi assertivo na Sua mensagem. Mas nunca estigmatizou ninguém. O Seu coração rasgava-Se para todos. É fundamental que o coração da Igreja de Jesus seja magnânimo como foi o coração de Jesus.

 

  1. Deus intervém na história para salvar, para libertar. A salvação não é reclamação humana. Ela tem origem no coração de Deus. O Seu amor jamais se afasta do povo, por muito que este recalcitre e se revolte (cf. Is 54, 10). A misericórdia é oferecida. Mas só nos poderá ser dada se por nós for procurada. Estamos dispostos a procurar a misericórdia que Deus nos quer dar?

Uma coisa é certa. Sem misericórdia, não temos solução, sem misericórdia, não teremos salvação («extra misericordiam, nulla salus»). Se não a formos receber, como é que Deus no-la poderá oferecer? Nunca hesitemos, pois, em procurar a misericórdia que Deus sempre nos quer dar!

publicado por Theosfera às 05:17

Hoje, 15 de Setembro (Vigésimo Quarto Domingo do Tempo Comum), é dia de Nossa Senhora das Dores, S. Rolando e S. Paulo Manna.

Um santo e abençoado dia para todos!

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Sábado, 14 de Setembro de 2019

Hoje, 14 de Setembro, é dia da Exaltação da Sta. Cruz e de S. Materno.

Um santo e abençoado dia para todos!

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Sexta-feira, 13 de Setembro de 2019

Hoje, 13 de Setembro, é dia de S. João Crisóstomo, Sto. Amado e Sta. Maria de Jesús López de Rivas.

Um santo e abençoado dia para todos!

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Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019

Hoje, 12 de Setembro, é dia do Santíssimo Nome de Maria, Sto. Apolinário Franco, S. Tomás de Zumárraga e seus Companheiros mártires, Sta. Maria Vitória Forláni e Sta. Maria de Jesus.

Um santo e abençoado dia para todos!

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Quarta-feira, 11 de Setembro de 2019

Hoje, 11 de Setembro, é dia de S. Jacinto, S. Proto e S. João Gabriel Perboyre.

Um santo e abençoado dia para todos!

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Terça-feira, 10 de Setembro de 2019

Hoje, 10 de Setembro, é dia de S. Nicolau de Tolentino, S. Francisco Gárate e Sta. Pulquéria.

Um santo e abençoado dia para todos!

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Segunda-feira, 09 de Setembro de 2019

Hoje, 09 de Setembro, é dia de S. Pedro Claver, S. Tiago Laval e Sta. Serafina.

Um santo e abençoado dia para todos!

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Domingo, 08 de Setembro de 2019

Hoje, 08 de Setembro (23º Domingo do TempoComum), é dia do Natal de Nossa Senhora (em Lamego, Nossa Senhora dos Remédios) e S. Frederico Ozanam.

Um santo e abençoado dia para todos!

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Sábado, 07 de Setembro de 2019

 

  1. Eis que a Novena está a chegar ao fim. Mas, pela sua estrutura e vivência, o espírito da Novena é para persistir na nossa existência. Temos Maria ao pé de nós. Que do Seu Filho aprendamos a escutar a voz. Não deixemos esvaziar o Ano da Missão. Que o seu ardor não pare de crescer no nosso coração.

A missão é para fazer no dia-a-dia: com a ajuda de Maria e sempre alimentados pela Eucaristia. E para que o testemunho missionário leve à conversão, não deixemos de celebrar — frequentemente — o Sacramento do Perdão. É com atitudes concretas — e não com enunciados em forma de generalidade — que se atesta a nossa fidelidade.



  1. Sejamos, concretos. Não deixemos passar nenhum Domingo sem Eucaristia. Não deixemos passar nenhum dia sem o Terço pedido por Maria. E não deixemos passar nenhum mês sem nos aproximarmos da Confissão. Mas este é o mínimo. Todo o cristão — e muitos aqueles que estão envolvidos nas acções eclesiais — deveriam confessar-se muito mais.

Com o exame de consciência diário, daremos conta que a confissão é algo muito necessário. Abeiremo-nos de Cristo, presente no sacerdote, e recebamos a graça com que Ele nos quer presentear.



  1. Esta Casa da Mãe está destinada a ser a Casa do Perdão para todos os baptizados: desde os leigos até aos consagrados, quem não precisa de ser perdoado? A frequência da Confissão é o maior certificado de humildade que pode haver. Quem é humilde, reconhece-se pecador e pede perdão. Quem não pede perdão, que humildade tem no seu coração?

Não tenhamos medo da verdade da nossa vida pois Cristo nos oferecerá a graça devida. Sejamos cristãos a sério e abramo-nos sempre ao divino mistério. Sejamos cristãos até ao fim e Cristo ficará contente connosco assim.



  1. São João Paulo II, no início do presente século, convidou-nos a enveredar-nos pela «medida alta da vida cristã»; não «pela medida baixa» ou sequer pela «medida média». No fundo, não fez mais do que reproduzir o apelo de São Paulo aos colossenses: «Aspirai às coisas do alto» (Col 3, 2).

Não nos limitemos, pois, aos mínimos. Nós não somos cristãos de mínimos como Cristo — e Sua Mãe — nunca Se ficaram pelos mínimos. Aliás, São João Paulo II associava a «superficialidade religiosa» à «mediocridade espiritual». E era por isso que o santo e saudoso Papa polaco se confessava todas as semanas. Foi assim que ele chegou a santo. E os santos não merecem ser imitados?



  1. Grande devoto de Maria foi São João Paulo II. A Ela consagrou todo o seu ser e toda a sua missão. A Ela se entregou como Bispo e como Papa: «Totus Tuus» (todo Teu) era o seu lema. Todo de Maria foi este Papa que vinculou Maria à Eucaristia. Chamou-Lhe mesmo «mulher eucarística»

Nunca esqueçamos que a primeira oração mariana é, inegavelmente, a Eucaristia. O Terço é uma oração preciosa que pode servir e preparação e de sequência à Eucaristia. Mas o Terço nunca pode ser visto como substituto da Eucaristia.



  1. É por isso que não podemos ser apenas «cristãos de Maio» ou do «início de Setembro». Cristãos e marianos devemos sê-lo todos os anos, toda a vida. Daí igualmente que a nossa romaria deva incluir sempre a participação na Eucaristia.

É pela Eucaristia que acolhemos Jesus com Maria. Deste modo, fazemos como João, acolhendo Maria no nosso coração. Foi ao Discípulo Amado que Jesus entregou a Sua Mãe (cf. Jo 19, 26). É a cada um de nós que Jesus continua a entregar a Sua Mãe.



  1. Como esteve junto à Cruz de Seu Filho, Ela mantém-se junto à Cruz de todos nós, Seus filhos. Maria nunca nos deixa, mesmo quando o nosso amor por Ele se desleixa. Sejamos, então, missionário de Cristo na companhia de Maria. Aprendamos com a Sua Palavra e nunca deixemos de aprender com o Seu silêncio.

Faz-nos muita falta o silêncio de Maria. Nem na Casa de Seu Filho conseguimos calar. Nem na Casa de Seu Filho criamos ambiente para escutar. Façamos longos momentos de meditação, mas não abandonemos as formas de rezar que o povo simples deixou na nossa mão. Não desvalorizemos o que vem da tradição, que é tão cheio de riqueza e tão repleto de beleza. Mesmo o que nos parece repetitivo é parte de um património que permanece vivo.



  1. Foi, de resto, este género de oração que muitos santos fez. Será também com ele que à santidade chegaremos na nossa vez. A oração permite-nos fazer a experiência de Maria na Ressurreição. É como ressuscitados que para a missão somos constantemente enviados.

É curioso que, embora a Bíblia não o diga, é mais que certo que a primeiríssima visita que Jesus fez depois de ressuscitar tenha sido a Maria, Sua Mãe. Não falta quem alegue que foi a Maria que o Ressuscitado apareceu em primeiro lugar. Um autor do século V, chamado Sedúlio, afirma que Jesus, após a Ressurreição, mostrou-Se, antes de mais, à Sua Mãe. E, a 21 de Maio de 1997, São João Paulo II alvitrou que «a ausência de Maria do grupo das mulheres que se dirige ao sepulcro pode constituir um indício de Ela já Se ter encontrado com Jesus».



  1. Cremos, entretanto, que é possível ir ainda mais longe nesta conjectura mariana. Independentemente de Jesus Lhe ter aparecido ou não, Maria levou a sério as palavras do Filho sobre a Sua ressurreição.

Pelo que Ela — proclamada feliz por ter acreditado (cf. Lc 1, 45) — sabia que não era no túmulo que Jesus Se encontrava. Tudo indica, como reparou São João Paulo II, que Maria foi «a única que manteve viva a chama da fé, preparando-Se para acolher o anúncio jubiloso e surpreendente da Ressurreição».



  1. Eis o que somos chamados a fazer em cada momento da missão: sermos testemunhas da Ressurreição. Isto significa que nós não dizemos que «Cristo viveu»; nós proclamamos — e testemunhamos — que «Cristo está vivo». Está vivo na Palavra e no Pão, está vivo no Perdão e em cada Irmão. Que Nossa Senhora dos Remédios abençoe os nossos passos deste testemunho constante. Que Ela conduza os nossos passos sempre para diante, para Seu Filho. Sejamos, como São Maximiliano Maria Kolbe, «cavaleiros da Imaculada», sentindo a presença da Mãe na nossa humana jornada.

Maria nunca nos afasta de Cristo. Como nos poderia afastar de Cristo aquela que permanentemente nos dá Cristo? São Simão Rojas, no século XVII, tão devoto foi de Nossa Senhora que até lhe chamaram o «Padre Ave, Maria». E São Serafim de Montegranaro levou o seu amor por Maria ao ponto de imprimir uma figura d’Ela no fundo de um copo. Assim, quando bebia, bebia com mais afã para chegar a ver a figura de Maria. De todas as formas, levemos Maria à nossa beira e Ela há-de inspirar a nossa missão inteira. Só a Cristo chegaremos se com a Sua Mãe estivermos. Que Nossa Senhora dos Remédios a todos conceda saúde, conforto e paz. E que a todos levemos o amor que Ele sempre nos traz!

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Hoje, 07 de Setembro (9º Dia da Nossa Senhora dos Remédios), é dia de S. Vicente de Santo António e S. Clodoaldo.

Um santo e abençoado dia para todos.

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Sexta-feira, 06 de Setembro de 2019

Hoje, 06 de Setembro (8º Dia da Novena de Nossa Senhora dos Remédios), é dia de Sto. Eleutério e S. Magno.

Um santo e abençoado dia para todos!

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Quinta-feira, 05 de Setembro de 2019
  1. E eis que a Novena já chegou ao sétimo dia. Apesar do cansaço, aqui estamos para com Maria acompanharmos o Seu passo. Em compasso com o Seu brilho, estamos sempre mais perto do Seu Filho. Nunca é demais dizer que Jesus Cristo é a razão do nosso viver.

Sem Cristo, não há Igreja. Mas sem Igreja também não há plenamente Cristo. Sem Cristo, nunca saberemos o que a Igreja é. Mas sem a Igreja só poderíamos dizer que Cristo foi. Acontece que nenhum de nós, cristão, afirma que «Cristo viveu». Todos nós, cristãos, testemunhamos que «Cristo está vivo».



  1. Cristo está vivo precisamente na Sua Igreja, o Seu novo corpo, do qual Ele é a cabeça e nós somos membros. É por isso que a Igreja é santa: santa na sua cabeça e no esforço que nós fazemos para ser santos. E é por isso também que a Igreja é pecadora: é pecadora em nós, seus membros humanos. Mas nem o nosso pecado ofusca a santidade da cabeça.

Temos, porém, que — imitando Maria — olhar sempre para Jesus. Se a Igreja se desligar de Jesus deixa de ser o que é. Como bem percebeu o então cardeal Joseph Ratzinger, «só «a Igreja de Jesus Cristo permanecerá», aquela que «acredita no Deus que Se fez homem».



  1. Pode acontecer que alguém pertença formalmente à Igreja e não acredite em Cristo. Não é impossível, mas é um monstruoso equívoco. Mas há igualmente quem abandone a Igreja quando nela se abandona Cristo.

A crise vocacional encontra aqui a sua radicação e, nessa medida, o segredo para a sua superação. Para viver como toda a gente vive, serão necessárias vocações de consagração? As vocações tenderão a diminuir sempre que as apresentarmos a partir do mundo; inversamente, propenderão a crescer sempre que as propusermos a partir de Cristo.



  1. Concretamente, ser padre não é estar configurado ao mundo. Ser padre é estar configurado a Cristo no mundo, para transformar o mundo a partir de Cristo. Haverá algo tão motivador como participar na transformação do mundo com o maior transformador do mundo?

Os padrões de êxito e fracasso, na avaliação da acção da Igreja, não podem ser os habituais. A colheita do que semeamos não se faz no tempo, mas na eternidade. Por tal motivo, «o apóstolo deve saber esperar» e o «sacerdote há-de aceitar, muitas vezes, sentir-se incompreendido». Quem está disposto a isso? Quem disposto a fazer o que não quer? Quem está disposto, como Maria, a fazer — apenas e sempre — o que Deus lhe disser?



  1. A Igreja não existe para que façamos a nossa vontade, mas para que a nossa vontade se vá modelando pela vontade de Cristo. Quem está na Igreja tem de saber — e de sentir — que está em Cristo. É por isso que, para a Igreja, viver só pode ser cristoviver.

Nenhum cristão pode viver de si nem para si. Todo o cristão tem de viver de Cristo, em Cristo e para Cristo. O cristão não vive, cristovive, ou seja, não vive sem viver em Cristo. São Paulo assim o atesta: «Já não sou eu que vivo; é Cristo que vive em mim» (Gál 2, 20). Cristoviver implica viver a vida de Cristo, carregar a Cruz de Cristo e participar da Ressurreição de Cristo.



  1. Nenhuma vida está excluída da cristovida. Não tenhamos medo de ir ao encontro de Cristo e não mostremos receio de ir ao encontro de tantos que clamam por Cristo. Não afastemos Cristo de ninguém e não afastemos ninguém de Cristo. Nunca esqueçamos isto: nada há mais belo do que viver em Cristo.

É muito fácil criticar a Igreja, bater na Igreja, censurar a Igreja, condenar a Igreja. Faz parte da sua natureza estar exposta, pelo que as suas fragilidades não estão escondidas. Tudo é escrutinado na praça pública sem qualquer recato e, por vezes, com suprema impiedade. Todos têm acesso ao que nela se passa e ao que dela se diz.



  1. Como rezava a conhecida máxima de Santo Ambrósio, a Igreja é «imaculada, mas composta por maculados» («immaculata ex maculatis»).

Não são, contudo, as nuvens que sobre ela pendem que ofuscam o sol que através dela brilha. É pela Igreja que encontramos Jesus Cristo. É a Igreja que nos dá Jesus Cristo. Assim sendo, como amar Cristo sem amar a Igreja?



  1. Pode acontecer — reconhece Henri de Lubac — «que nos desiludam muitas coisas que fazem parte da contextura humana da Igreja». Paradoxalmente, os que se assumem como sendo só do mundo são os que mais se sobressaltam quando a Igreja se igualiza ao mundo. Têm dificuldade em entender — ou aceitar — que, não sendo do mundo, a Igreja está no mundo. É, pois, natural que ela tanto ofereça o melhor que nele existe como reproduza o pior que nele se encontra.

De facto, nem sempre a diferença constitui a marca da sua presença. Na Igreja, tanto há santos como pode haver criminosos. E, para alguns, o mais intrigante é que ela não desiste dos segundos. É que nem a esses a Igreja deixa de chamar — até ao limite — à santidade.



  1. É quando o reflexo da presença de Deus parece mais ausente que o testemunho há-de estar mais presente. O caminho não é, pois, a dissidência, mas a persistência. Daí o apelo de São João Crisóstomo: «Não te separes da Igreja». Apesar de todas as suas fraquezas, «nenhum poder tem a sua força; ela é mais alta que o Céu e mais dilatada que a Terra».

Nos momentos de maior obscuridade, a Igreja tem de intensificar, ainda mais, a sua única missão: tornar presente Cristo nos homens. Ela deve mostrá-Lo e dá-Lo a todos. E há-de fazer tudo para que aquilo que é plenamente visto na sua cabeça seja mais visível nos seus membros. O que ela é para nós, é fundamental que o seja também através de nós.



  1. Neste sentido, ela há-de ser simultaneamente cristo-centrada e antropo-vertida, isto é, centrada em Cristo e voltada para o homem. O «amor fraterno» (1Tes 4,9) foi sempre visto como o testemunho mais convincente da fé. Permiti que termine esta homilia com uma declaração de amor à nossa Mãe Igreja. É nos momentos mais difíceis — e a Igreja está a atravessar mais um momento muito difícil — que o nosso amor tem de ser mais forte, mais fiel e mais intenso:

«Amo-te, minha mãe, minha mãe Igreja. Amo-te, porque me dás o que ninguém mais me consegue dar: Cristo, Maria, os santos e o convívio diário com pessoas que exalam o incomparável perfume de Deus. Amo-te porque nem nos momentos de maior fragilidade desistes da nossa humanidade. Amo-te porque és tu que tens levado o Evangelho da paz e da esperança a tantos deserdados deste mundo. Amo-te porque és tu que queres aqueles que mais ninguém quer. Amo-te e quero-te mais do que nunca. É contigo que espero continuar a viver. E é nos teus braços que, um dia, quero morrer»!

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Hoje, 05 de Setembro (7º Dia da Novena de Nossa Senhora dos Remédios), é dia de Sta. Teresa de Calcutá, S. Bertino e S. Vitorino.

Um santo e abençoado dia para todos.

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Quarta-feira, 04 de Setembro de 2019

 

  1. Aqui continuamos para, com Maria, na missão avançarmos. Pela sexta vez, procuremos aprender com o que Ela fez. Cada um de nós é chamado a conjugar permanentemente, na missão, uma dimensão paulina com uma dimensão mariana. Precisamos — ao mesmo tempo e cada vez mais — do arrojo de Paulo e da silenciosa discrição de Maria.

Uma Igreja confidente (que escuta) é o suporte imprescritível de uma Igreja conferente (que anuncia). Maria não Se destaca tanto pela palavra proferida com os lábios como pela palavra pronunciada com a vida. Ela é, pois, Mãe da Igreja e paradigna do que há-de ser a Igreja Mãe.



  1. Foi a 21 de Novembro de 1964 que São Paulo VI formalizou a atribuição a Nossa Senhora do título de «Mãe da Igreja». Na medida em que é Mãe de Cristo, Ela é Mãe dos membros do Corpo de Cristo, «fiéis e pastores». No entanto, a origem deste título é muito antiga. Segundo Hugo Rahner, irmão de Karl Rahner, terá sido usado pela primeira vez por Santo Ambrósio, no século IV.

Com Maria, a Igreja reaprenderá a constituir-se sempre como comunidade orante e, simultaneamente, como comunidade fraterna. Com Maria, cada membro da Igreja há-de procurar ser, ao mesmo tempo, homo Dei (homem de Deus) e homo hominibus (homem para os homens).



  1. A Igreja encontra em Maria uma capacidade para compreender que Deus intervém na história para salvar, para libertar. Maria oferece-nos, não um Deus a-pático, mas um Deus entranhadamente sim-pático, um Deus que sofre com o sofrimento de cada um de nós.

Embora escondidamente — como notou Hans Urs von Balthasar —, Maria governa a Igreja. Não necessita de ser loquaz para ser eloquente. Basta-Lhe a eloquência do exemplo. Albert Schweitzer veio a dizer «que o exemplo não é a melhor maneira de convencer os outros; é a única». Por conseguinte, prestemos sempre atenção às intervenções de Frei «Exemplo».



  1. Maria governa a Igreja pelo exemplo e o exemplo é tudo. O que Maria é corresponde ao que a Igreja é chamada a ser. O que é conhecido em Maria deverá ser sempre reconhecido na Igreja. Para a Igreja, Maria é a sua plenitude e o seu gérmen.

João Paulo I, imediato antecessor de São João Paulo II, ter-nos-á surpreendido quando declarou que «Deus é Pai e, ainda mais, Mãe». No fundo, Maria traz para nós a paternidade maternal de Deus.



  1. Aprendamos com Maria a estarmos sempre unidos a Jesus. Como Mãe e como discípula, nunca Jesus abandonou: foi a Jesus que Ela sempre Se dedicou. Quem procura Maria inevitavelmente encontra Jesus. Se alguém não encontra Jesus é porque, verdadeiramente, não procurou Maria. Será que já reparamos no estreitíssimo vínculo que amarra Maria a Jesus?

Às vezes, parece que não percebemos que temos de ser «cristãos de todos os dias» e não apenas «cristãos de Maio ou do início de Setembro». Há quem teime em desligar Maria de Jesus e em separar a devoção a Maria da vivência da Eucaristia. O problema não está em Maria. Está em nós, quando desligamos o que Deus nunca separou: a Mãe e o Filho, Jesus e Maria.



  1. Quem o Terço recita a vida de Jesus medita. Maria é a grande condutora para a contemplação da obra redentora. Ela não quer adorada. Ela só quer ensinar-nos a adorar. Uma justificada mariodulia não deve deslizar nunca para uma indefensável mariolatria.

O fundamental, por isso, não é tanto olhar para Maria; é olhar com Maria. Deixando-nos guiar pelo olhar da Mãe, depressa nos centraremos no Filho, em Jesus. A Sua maior alegria é que sigamos Jesus em cada dia (cf. Jo 2, 5). Só fazendo o que Jesus diz é que deixaremos Maria feliz.



  1. Não espanta que o Vaticano II reconheça que Maria «brilha como sinal de esperança segura e de consolação aos olhos do Povo de Deus peregrino». Ela posiciona-Se como uma luz no horizonte a orientar o sentido da nossa vida. Maria transforma-se em incentivo para a dupla tarefa do cristão: santificação própria e ser testemunha de Cristo no meio dos homens.

Por aqui se vê como, inspirada na fé de Maria, a fé da Igreja não é alienante. É por causa da sua esperança na consumação eterna da sua existência que o cristão se empenha na transformação do mundo actual. É a esperança na eternidade que estimula a intervenção no presente.



  1. Se não houver mais nada para oferecer às pessoas, não deixemos de oferecer a esperança. A esperança não é tudo, mas é essencial para tudo. É sabido que, enquanto há vida, há esperança. Entretanto, Maria mostra que, enquanto houver esperança, nunca deixará de haver vida.

Há que perceber que, no mundo, a Igreja é chamada a ser um implante e não um transplante. Investida da missão de se tornar sal, fermento e luz (cf. Mt 5, 13-14; 13, 33), cabe-lhe implantar a vida de Cristo no mundo e não transplantar acriticamente a vida do mundo para a Igreja. O melhor serviço que a Igreja pode prestar consiste em ser diferente.



  1. Não é quando a Igreja se igualiza ao mundo que ela ajuda o mundo; é quando a Igreja assume a sua diferença no mundo que ela melhor serve o mundo. Como avisa São Paulo VI, o nosso diálogo não pode ser fraqueza nos compromissos com a nossa fé.

Paul Valadier percebeu que os cristãos «participam plenamente do destino comum do mundo», mas, ao mesmo tempo, «apoiam-se numa mensagem que o ultrapassa e introduz nele uma diferença radical». Corporizar esta diferença radical, desencadeada pelo Evangelho, é o maior serviço que se pode oferecer ao mundo.



  1. Há que evitar, pois, uma «adaptação de camaleão», dominada pelo genérico mundo e desligada do «específico cristão». Em causa está não só a identidade do Cristianismo, mas também o serviço ao próprio mundo. Ainda que o recuse, o mundo tem direito a conhecer aquilo que nos constitui e identifica. Se dizemos o que todos dizem e fazemos o que todos fazem, que atenção despertaremos? Para oferecer o que o mundo oferece, não fazemos falta. É o amor pelo mundo que torna a Igreja diferente do mundo. Sem essa diferença, o mundo não ganha e a Igreja perde. Se a Igreja não viver Cristo, que serviço prestará ao mundo e que futuro terá como Igreja?

Sem Cristo, a Igreja não serve o mundo e dificilmente sobreviverá no mundo. Tal como para Paulo — para quem «viver é Cristo» (Fil 1, 21) —, também a Igreja, para sobreviver, tem de cristoviver. A cristovida é a sua única saída. Eis o que Maria nos ensina: estar sempre em Cristo, que nos ilumina. Num mundo que nos cerca com tantos assédios, voltemo-nos para Nossa Senhora dos Remédios. Seja Ela, à nossa beira, a modelar — por dentro e por fora — a nossa vida inteira!

publicado por Theosfera às 04:45

Hoje, 04 de Setembro (6º Dia da Novena de Nossa Senhora dos Remédios), é dia de Nossa Senhora da Consolação, S. Moisés, Sta. Rosa de Viterbo, Sta. Rosália e Sta. Maria de Santa Cecília Romana.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Terça-feira, 03 de Setembro de 2019
  1. Pelo quinto dia, eis-nos a procurar aprender tão-somente isto: a sermos missionários de Cristo. E sempre na companhia de Maria. Como Ela esteve com Jesus, estará sempre com quem se dispõe a irradiar a Sua luz.

É por isso que a Novena de toda a Festa é a matriz. É ela que torna a vivência da Festa genuinamente feliz. E é assim que, com a Novena, a Festa se torna plena.



  1. Com Maria aprendemos a fazer e sobretudo a ser. Como recorda o Papa São João Paulo II, «o ser está acima do fazer». Acontece que o fazer não está muito abaixo do ser, tanto mais que ser também implica fazer.

Assim percebeu o Padre António Vieira, quando disse que «somos o que fazemos». Se não fazemos, que somos? É no que fazemos que mostramos o que somos.



  1. O fazer é a realização do ser. E o ser é a identificação do fazer. É pelo fazer que o ser se realiza e é no ser que o fazer se identifica. Neste sentido, pode dizer-se que ser cristão passa — essencialmente — pelo agir cristão e por fazer cristãos. Agir cristão é procurar fazer o que Cristo fez e, nessa medida, é fazer com que outros se façam cristãos.

Para Jesus, ser discípulo é inseparável de «fazer discípulos» (cf. Mt 28, 19). Isto significa — como observou Xavier Zubiri — que ser cristão é necessariamente «fazer cristãos». Ninguém é cristão para si. Só é cristão em si quem é cristão para os outros. Será que temos noção do que implica agir cristão e fazer cristãos?



  1. Ninguém é cristão longe de Cristo e fora da missão. A missão liga-nos sempre a Cristo e nunca nos desliga do imperativo de atrair outros para Cristo. A esta luz, a missão não é sucedânea de Cristo, mas permanentemente actual em Cristo. As acções do Cristianismo não são acções acrescentadas às acções de Cristo: são acções do próprio Cristo.

Realizando os actos de Cristo, o cristão reveste-se de Cristo. Pelos sacramentos, é o próprio Cristo que «vai deificando e configurando» o homem. O Baptismo pode ser visto como «comunicação inicial» e a Eucaristia como «doação plena» da vida de Cristo. Por aqui se vê como o Cristianismo «é a vida inteira de Cristo» na vida inteira das pessoas.



  1. O Cristianismo consiste em reproduzir Cristo pelo espaço e pelo tempo. Ser cristão — e fazer cristãos — é «ir vitalmente» de um modo de ser para outro modo de ser, isto é, para o modo de ser de Cristo. É Ele, que trouxe Deus até à nossa humanidade, que leva — e eleva — a nossa humanidade até Deus. É em Deus que todos nos reencontraremos — verdadeira e plenamente — humanos.

A missão só é inteira quando nos eleva ao interior do Pai e nos leva ao interior dos irmãos. Será que já tomamos consciência de que a missão tem início no Filho que está no interior do Pai (cf. Jo 1, 18)? Levemos, pois, o Evangelho de Jesus e anunciemos sempre o Jesus do Evangelho.



  1. Não nos esqueçamos de que o evangelizador também precisa de ser evangelizado. Neste sentido, empreendamos sempre um caminho de aprendizagem e de escuta. Disponhamo-nos a aprender com o Deus do Povo e a escutar o Povo de Deus. Abramos também um espaço à surpresa. E deixemos que, através de nós, Deus faça as Suas maravilhas.

A vivência da fé não é para alguns dias, mas para todos os dias. É por isso que o campo de trabalho para o cristão é «o acontecimento», cada acontecimento. É aí, em cada momento, que somos chamados a levar Cristo e a trazer para Cristo.



  1. Ninguém como Maria para nos ajudar a viver Cristo. Quem melhor para nos ensinar a viver Cristo do que Aquela que nos dá Cristo? Por isso, é para Maria que nos devemos dirigir no momento de Cristo seguir.

Melhor que ninguém, Ela sabe o que é ouvir (cf. Lc 8, 21), acreditar (cf. Lc 1, 45), dizer sim (cf. Lc 1, 38), acompanhar (cf. Jo 2, 1-12; 19, 25) e vivenciar (cf. Lc 8, 21). Daí que, além de Mãe, Maria seja modelo para todo o discípulo e membro da Igreja. Na Lumen Gentium, o Vaticano II recorda que estamos perante um «membro eminente e inteiramente singular da Igreja, o seu tipo e exemplar perfeitíssimo».



  1. No mesmo registo, há quem prefira chamar-Lhe «espelho»: «Primeiro, porque reflecte a luz que Ela mesma recebe, como faz um espelho com a luz do sol; e, em segundo lugar, porque n'Ela a Igreja pode e deve "espelhar-se", isto é, olhar-se e confrontar-se para se tornar bela aos olhos do Seu celeste Esposo».

É por tudo isto que, para a Igreja, se Jesus é a fonte, Maria aparece com o seu grande modelo. Ela corporiza, por assim dizer, a Igreja nascente, a Igreja seminal, a Igreja dos começos e, ao mesmo tempo, a Igreja da plenitude e da consumação.



  1. Maria transportou dentro de si o Fundador — e perene Fundamento — da Igreja. Isto significa que já houve alguém que conseguiu o que cada um de nós é chamado a realizar: a fidelidade a Deus. Cabe-nos assim investir incessantemente na eclesialidade de Maria e na marianidade da Igreja.

Nunca esqueçamos que estar com Maria é estar com Jesus Tal como Jesus, que Se apresentou no mundo como servo (cf. Lc 22, 27; Fil 2, 7), também Maria Se identifica na vida como serva (cf. Lc 1, 38). Não espanta, pois, que o eclesiólogo Santos Sabugal proponha Jesus como «modelo fontal» e Maria como «modelo paradigmático» da Igreja.



  1. A esta luz, a Igreja só pode ter uma configuração totalmente serviçal. Enquanto primeira cristã, Maria em nós é a grande inspiradora de Cristo. Uma vez que o Verbo Se fez carne na Sua carne, Ela está em condições únicas para nos ajudar a que Ele Se faça vida na nossa vida. Por tal razão, quem está perto de Maria nunca estará longe de Cristo.



Não admira que Maria seja descrita como terra sagrada, cálice do Verbo e primeiro sacrário da história. Que melhor guia do que Maria no caminho para Cristo e para Deus? São Luís de Montfort percebeu que por Maria se chega a Jesus. E, mais recentemente, São João Paulo II enfatizou: «Se dizes “Maria”, Ela repete: “Deus”». É por isso que, como bem observou Joseph Ratzinger, «a Igreja abandona qualquer coisa que lhe foi confiada quando não louva Maria». Louvemos sempre Maria e em Cristo reencontraremos sempre amor e alegria!

publicado por Theosfera às 05:24

Hoje, 03 de Setembro (Quinto Dia da Novena de Nossa Senhora dos Remédios), é dia de S. Gregório Magno e S. Remáculo.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 02 de Setembro de 2019
  1. A evangelização é o conteúdo da missão. Só cumprimos a missão quando nos comprometemos com a evangelização. A chegada do evangelizador tem de ser, por isso, a chegada do Evangelho. Em síntese, a missão consiste em ir por todo o mundo para que em todo o mundo seja anunciado o Evangelho de Cristo e o Cristo do Evangelho. Nesta tarefa prioritária, temos de nos mobilizar todos e de nos mobilizar sempre. A missão não é só para alguns nem para alguns momentos. A missão é para todos e é para sempre.



    1. Não se pode ser cristão sem ser missionário. Onde está o cristão, aí tem de estar a missão. O Evangelho não é privilégio de ninguém nem exclusivo de alguns; é dom para cada um e responsabilidade para todos.

    O primeiro momento da Missão acontece por dentro: quando nos deixamos interpelar por Jesus Cristo. É por isso que o orante não é inactivo. Dir-se-ia que ele é acrescidamente activo: a partir da base, a partir do fundo, a partir de dentro.



    1. Os mais activos foram sempre grandes contemplativos. Aliás, duplamente contemplativos: contemplativos na oração e contemplativos na acção. Todos eles souberam encontrar Cristo na oração e reencontrar Cristo na acção.

    Habituemo-nos a estar perto de Cristo. Só quem está perto de Cristo estará perto do homem. É que, perto de Cristo, ouviremos o Seu apelo a estar perto de cada homem. A oração é, por conseguinte, a grande parteira da missão. Só quem escuta Jesus Cristo tem condições para seguir Jesus Cristo. Ele está sempre a nossa beira para invadir a nossa vida inteira.



    1. Não esqueçamos que o maior empreendimento missionário — o de São Paulo — começou com uma forte experiência de oração. Após a conversão, estando em Antioquia, foi quando estava em oração que sentiu o chamamento para a missão (cf. Act 13, 1-3). É, pois, a oração que gera a missão. A oração inquieta, não aquieta. Na oração, a Igreja torna-se missionária, não estacionária.

    O lugar do nosso testemunho não há-de ser apenas o púlpito, a cátedra ou a reunião. O lugar primordial do nosso testemunho tem de ser a vida, a nossa vida. Daí que o Papa Francisco proponha: «Fiel ao modelo do Mestre, é vital que hoje a Igreja saia para anunciar o Evangelho a todos, em todos os lugares, em todas as ocasiões». Se, entretanto, tivermos que privilegiar alguém, que sejam «os pobres e os doentes, aqueles que muitas vezes são desprezados e esquecidos».



    1. Hoje e sempre, «os pobres são os destinatários privilegiados do Evangelho, e a evangelização dirigida gratuitamente a eles é sinal do Reino que Jesus veio trazer». A Igreja não existe por ela mesma. Ela vem de Deus para o homem.

    Por conseguinte, Deus é o centro e o homem o caminho. Neste sentido, cabe à Igreja estar de joelhos junto de Deus e de pé ao lado das pessoas. A Igreja tem de ser advento de Deus e evento de humanidade.



    1. Tudo isto requer mais que o texto, a entrevista ou a tomada de posição. Tudo isto reclama estar no templo e no tempo, no sacrário e na rua. Muitas vezes, é preciso sujar as mãos para manter limpo o coração.

    Na missão, gerada na oração, o maior desafio é o desafio da totalidade. Trata-se de um duplo desafio: levar tudo a todos: ou seja, toda a mensagem (cf. Mt 28, 20) a toda a gente (cf. Mc 16, 15). A resposta pode não vir de todos, mas a proposta não pode deixar de chegar a todos. A adesão pode ser parcial, mas a oferta não pode deixar de ser total.



    1. Não temos faltado à obrigação de procurar chegar a todos. Mas será que temos sabido honrar o dever de oferecer tudo? Onde não há totalidade, não há verdade. Uma meia-verdade não é a verdade. Três quartos de verdade continuam a não ser a verdade.

    A verdade está apenas — e sempre — na totalidade. Pelo que renunciar à totalidade é o mesmo que renunciar à verdade. É compreensível que haja acentuações. E a acentuação de um aspecto acarreta, inevitavelmente, algum ofuscamento de outros aspectos.



    1. Na hora de escolher, os santos não hesitam: escolhem tudo. Assim fez Santa Teresa do Menino Jesus (e da Santa Face): «Meu Deus, escolho tudo». Acontece que, na era das especialidades e na cultura do fragmento, há uma tendência quase instintiva para decompor a mensagem em parcelas. Deste modo, vão-se perdendo as articulações que unem harmoniosamente todas as dimensões da fé.

    Há quem aposte na relação com Deus, mas ignore a relação com os outros. Há quem invista na relação com os outros, mas esqueça a relação com Deus. Há quem ponha em oposição a doutrina e a pastoral. Há quem desvalorize a pastoral em nome da doutrina. Há quem deprecie a doutrina em prol da pastoral. Há quem evidencie a justiça ao ponto de subalternizar a misericórdia. E há quem evidencie a misericórdia ao ponto de minimizar a justiça.



    1. O mal não é tanto cada um achar que está certo. O mal é sobretudo cada um decretar que os outros estão definitivamente errados. Resultado. Os irmãos transformam-se em adversários com as intermináveis disputas entre contemplativos e activos, entre conservadores e progressistas, etc.

    Quando compreenderemos que, afinal, um só é o nosso Mestre (cf. Mt 23, 10)? É n’Ele que está tudo o que deve ser oferecido a todos. Por conseguinte, nunca nos podemos aquietar. Sucede que, em vez de ler o mundo a partir do Evangelho de Cristo, parece que nos limitamos a ler o Evangelho de Cristo a partir do mundo. Portamo-nos mais como porta-vozes do mundo do que como portadores do Evangelho no mundo.



    1. Não percebemos que ajudamos mais o mundo sendo diferentes dele do que mostrando-nos iguais a ele. Se o mundo nos vê como iguais, que necessidade sentirá de nós? Não esqueçamos jamais que o Vaticano II, a par do aggiornamento, teve como grande prioridade a refontalização. Não se trata de voltar ao passado nem de retomar o antigo. Trata-se, simplesmente, de sermos arautos do perene, sabendo que o perene nunca deixa de ser actual.

    Voltemo-nos para Maria e peçamos-Lhe o remédio para a nossa participação na Missão. Que, como Ela, ofereçamos tudo por Cristo e ofereçamos Cristo a todos. Que nos deixemos guiar pelo Seu exemplo. E que procuremos viver no tempo o que celebramos, aqui, no templo!Para a Missão, grande modelo é Maria, que encontramos sempre na Eucaristia. Foi — e é — Ela que nos dá o Jesus-Pão que, pela comunhão, desce ao nosso coração. Efectivamente, na missão encontramos o mesmo Cristo que encontramos na Missa. Por conseguinte, nada pode ficar igual depois de termos participado num mistério tão diferente.

publicado por Theosfera às 04:19

Hoje, 02 de Setembro (4º Dia da Novena de Nossa Senhora dos Remédios), é dia de S. Luís José François, S. João Henrique Gruyer, S.Pedro Renato Rogue, S. Francisco Luís Hebert, S. Francisco Lefranc, S. Pedro Cláudio Pottier, S. Justo, S. Viator e S. João Beyzim.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 01 de Setembro de 2019

 

  1. Aqui estamos, uma vez mais, num lugar «vestido» de festa. Efectivamente, Lamego aparece «vestida» de festa em honra da Sua Padroeira, Aquela que nos acompanha a vida inteira. Há quase quatro séculos — com segurança o podemos dizer — assim costuma ser.

A festa começou precisamente aqui, em cima, para extravasar lá em baixo. É por isso que a Festa que nos faz mexer lá em baixo começa a mover-nos — e a comover-nos — cá em cima, onde «mora» a nossa querida Mãe.

 

2. É uma festa bela porque é «em honra» d’Ela, da nossa Mãe, Nossa Senhora dos Remédios. Aliás, o que torna a nossa terra singular é o que neste monte temos para mostrar. Lamego seria sempre uma cidade carregada de história, de património e de beleza. Mas esta beleza não avultaria tanto sem esta fonte de encanto que dá pelo nome de Nossa Senhora dos Remédios.

Poderia até haver festa na cidade, mas não teria a mesma identidade. Estas — desde há muito e para sempre — são as festas «em honra» de Nossa Senhora dos Remédios.

 

3, Sendo festas com uma exuberante policromia de expressões, é Ela que polariza o palpitar dos nossos corações. Esta festa é mais bela porque toda ela decorre por causa d’Ela.

As festas começaram aqui, no alto, acabando por invadir de alegria toda a cidade. Mas as festas não são só da cidade. Elas são do país e de toda a humanidade. De facto, as festas já são (desde há muito) património de toda a humanidade. É na humanidade que está o Santuário. E é de toda a humanidade que ao Santuário acorrem — de diferentes destinos — milhares e milhares de peregrinos.

 

4. Mesmo nos dias mais invernosos, posso testemunhar o ar feliz de gente que vem de todo o país: do Minho ao Algarve, passando pelo Grande Porto, pela Grande Lisboa, pelo Alentejo, pela Madeira e pelos Açores. Mas também são muitos os que chegam da Europa, dos Estados Unidos, do Canadá, de Israel, de Angola, de Moçambique, do Brasil, da Argentina, da Colômbia, da Austrália, do Japão, das Filipinas e até da China.

Já aqui esteve um peregrino que disse ter nascido, em Buenos Aires, no mesmo bairro que o Papa Francisco. E lá já sabia da existência, em Lamego, de Nossa Senhora dos Remédios.

 

5. Alguém duvidará de que estamos perante um destacado — e entranhado — património da humanidade? Só falta estar formalmente declarado. A declaração pertence à UNESCO que, tendo aqui estado, entendeu não avançar com a candidatura.

Mas mais importante do que a declaração como património da humanidade não será a vivência de tão assombroso património oferecido a toda a humanidade?

 

6. Uma coisa é certa. Na Festa — e para lá da Festa —, em Lamego não há casa como esta. E esta casa é bela porque tem a Mãe dentro dela. Nossa Senhora dos Remédios está sempre aqui, à nossa espera. E são muitos os que, em romaria, A procuram em cada dia.

Importa, entretanto, perceber que aquilo que faz Maria feliz é fazer o que Seu Filho diz (cf. Jo 2, 5). E foi Seu Filho Jesus que, na última refeição que tomou com os discípulos, os convidou a fazerem o mesmo em Sua memória: «Fazei isto em memória de Mim» (1Cor 11, 25).

 

7. É por isso que, no Santuário, o lugar mais importante é o Altar com o Sacrário. E é pelo mesmo motivo que a romaria deve incluir sempre a participação na Eucaristia.

O que no olhar da Mãe mais acende o brilho é ver-nos voltados para o Seu Filho. Maria não quer ser adorada. Ela quer ajudar-nos — e ensinar-nos — a adorar a razão de ser da Sua — e da nossa — vida: Jesus.

 

8. Até José Saramago notou que nenhum de nós descansa enquanto não vencer esta «longa e alta escadaria». Só no colo da Mãe encontramos «a promessa da salvação, ou a esperança». No colo da Mãe, a salvação ilumina e a esperança reluz. No colo da Mãe, espera-nos sempre Jesus.

O Santuário de Nossa Senhora dos Remédios é — com toda a propriedade — Património Mundial da Humanidade. Apesar de tal estatuto não estar declarado, basta olhar para a gente que para aqui vem de todo o lado.

 

9. Neste lugar, são muitas as peregrinações. E a nossa Mãe toca em todos os corações. Muitas lágrimas aqui são vertidas. São as confidências de tantas — e tão sofridas — vidas. Há dores que só junto da Mãe se partilham. E é perto d’Ela que as esperanças de cura cintilam. Nada disto se explica. Tudo isto — aqui — se sente.

Aqui estaremos em peregrinação durante a Novena. Aqui viremos, com grata vibração, para a Eucaristia na manhã do dia 8 de Setembro. E as nossas ruas percorreremos na majestosa procissão. Nossa Senhora dos Remédios é mesmo a nossa «Primeira — e mais bela — Dama». É Ela quem mais gente para aqui chama. Pelos degraus do Escadório e pelo Parque Florestal, não deixemos de celebrar a Mãe nesta época sem igual.

 

10. Mas não esqueçamos que, nos outros dias, Nossa Senhora também espera por nós. Visitemo-La e, no nosso coração, não deixemos de escutar a Sua voz.

Depois de a festa terminar, Ela, a Mãe, por todos nós continua a esperar. No Santuário, em cada dia, é sempre tempo de romaria. Que este seja um tempo de paz e união. E que, à volta da Mãe, vibremos de alegria no nosso coração!

publicado por Theosfera às 05:05

A. O caminho d’Ele ou a carreira nossa?



  1. Jesus apontou-nos o caminho, mas nós, Seus discípulos, andamos, quase sempre, ocupados com a carreira. Em vez do Seu caminho, o que nos (pre)ocupa é a nossa carreira. Daí que as nossas prioridades sejam, muitas vezes, as destes convidados, referidos no Evangelho: os lugares, os primeiros lugares (cf. Lc 14, 7).

A opção de Jesus não é pelos primeiros, mas pelos últimos lugares. O que Ele nos quer dizer é que Deus vem buscar para os primeiros lugares os que estão nos últimos lugares. E coloca nos últimos lugares os que se atropelam pelos primeiros lugares.



  1. Decididamente e como muito bem percebeu Maria, Deus escreve a história ao contrário. Derruba os poderosos, exalta os humildes, sacia os famintos e deixa os ricos de mãos vazias (cf. Lc 1, 52-53). Os preteridos do mundo são sempre os preferidos de Deus.

Deus não faz discriminação, mas também não fica indiferente. Deus é para todos, mas não é para tudo. Deus é para todos, para que todos se convertam a Ele e deixem os descaminhos que afastam da direcção certa. Deus é para todos, para que todos tenham a possibilidade de optar por Ele.


B. Verdadeiramente grande é quem é humilde



  1. É neste contexto que a Liturgia deste Domingo nos exorta sobre alguns valores que acompanham a opção pelo Evangelho: a humildade, a gratuidade, enfim, a ausência de calculismo e ambição.

Na Primeira Leitura, um sábio do século II a.C. recomenda a humildade como caminho para Deus e, consequentemente, para ser feliz. A humildade surge aparentada com a inteligência e a verdadeira grandeza: «Quanto maior fores, mais deves humilhar-te» (Eclo 3, 19). É por isso que «a desgraça do soberbo não tem cura» (Eclo 3, 21). Está demasiado centrado em si, sem disposição para se centrar nos outros e em Deus.



  1. A Segunda Leitura convida os crentes instalados numa fé cómoda a redescobrirem a centralidade do Cristianismo. É por isso que insiste em que o encontro com Deus é uma experiência de comunhão, de proximidade, de amor, de intimidade, que dá sentido à vida do cristão.

No fundo, esta reflexão está intimamente ligada ao tema central da liturgia deste Domingo: a humildade. É que a comunhão com Deus alicerça uma vida que exige de nós determinados valores e atitudes, entre os quais avultam a humildade, a simplicidade e o amor.


C. Todos são convidados, ninguém é excluído



  1. O Evangelho situa-nos no ambiente de um banquete em casa de um fariseu. Este ambiente serve de pretexto para Jesus falar do «banquete do Reino». A quantos pretenderem participar nesse «banquete», Ele recomenda a humildade, não a encenação.

Ao mesmo tempo, Jesus verbera a atitude daqueles que conduzem as suas vidas numa lógica de ambição, de luta pelo poder e pela carreira, de superioridade em relação aos outros. Jesus não quer nada disso. Jesus quer a humildade, o despojamento, a simplicidade. Só quem for humilde, despojado e simples estará em condições para se esvaziar de si e incorporar em si o Evangelho de Jesus.



  1. Para este «banquete», todos são convidados, ninguém é excluído nem discriminado. Este texto apresenta duas partes. A primeira (cf. Lc 14, 7-11) aborda a questão da humildade. A segunda parte (cf. Lc 14, 12-14) trata da gratuidade e do amor desinteressado. Ambas estão vinculadas pelo tema do Reino. Isto significa que a humildade e a gratuidade são as atitudes fundamentais para quem quiser participar no «banquete do Reino».

As palavras que Jesus dirigiu aos convidados que disputavam os primeiros lugares não são novidade, pois já o Antigo Testamento aconselhava a não ocupar os primeiros lugares (cf. Prov 25,6-7). O Reino de Deus é uma fraternidade e uma comunhão, pelo que nele têm de prevalecer a partilha e o serviço.


D. Não superiores, mas servidores



  1. No Reino de Deus não pode haver qualquer atitude de superioridade, de sobranceria, de ambição ou de domínio sobre os outros. Na vida cristã não deve haver superiores, pessoas que se julguem estar por cima. Superior é, por definição, quem está em cima. Acontece que Jesus identifica-Se com quem está em baixo.

Os responsáveis pelas comunidades não devem, pois, ser vistos como superiores, mas como servidores. Os responsáveis pelas comunidades não existem para exercer um poder, mas para executar um serviço: o serviço de conduzir para Cristo.



  1. Assim sendo, quem quiser entrar no Reino anunciado por Jesus tem de fazer-se pequeno, simples e humilde não se julgando mais importante que os outros. Esta foi sempre a lógica de Jesus. Foi isso o que Ele sempre propôs aos seus discípulos. Ele mesmo, na Ceia Pascal, lavou os pés aos discípulos, constituindo-os em comunidade de amor e de serviço. O apelo foi muito claro: «Como Eu fiz, fazei vós também» (Jo 13, 15).

Na segunda parte deste texto, Jesus recusa abertamente a prática de convidar para o banquete apenas os amigos, os irmãos, os parentes ou os vizinhos ricos. Os fariseus, à semelhança de muitos de nós aliás, escolhiam cuidadosamente os seus convidados para a mesa. Nas suas refeições, não convinha haver alguém pobre ou humilde. Por outro lado, os fariseus tinham a tendência de convidar aqueles que podiam retribuir da mesma forma.


E. Respeito para com todos, proximidade (apenas) com os humildes



  1. A questão é que, desse modo, tudo se transformava num tráfico de favores e de influências. Fica bem claro que Jesus não quer nada disto. Para Jesus, o respeito é para todos, mas a opção é pelos humildes e pelos simples: pelos «pobres, pelos aleijados, pelos coxos e pelos cegos» (Lc 14, 13).

Note-se que os cegos, os coxos e os aleijados eram considerados pecadores públicos, amaldiçoados por Deus e por isso estavam proibidos de entrar no Templo (cf. 2 Sam 5,8). Apesar disso, são esses que devem ser os convidados para o «banquete». São eles os que mais precisam.



  1. Importa ter presente que Jesus já não está especificamente a falar desta refeição, em casa de um fariseu. Ele já está a falar do «banquete do Reino». Daí que trace as características do Reino. Ele é apresentado sob a forma de um «banquete», onde os convidados estão unidos por laços de familiaridade e de comunhão.

Para este «banquete», todos, sem excepção, são convidados. Até os habitualmente excluídos são incluídos As relações entre os que aderem ao «banquete do Reino» não serão marcadas por interesses, mas pela doação. Os participantes do «banquete» devem despojar-se de qualquer atitude de superioridade, de orgulho ou de ambição, colocando-se numa atitude de humildade, de simplicidade, de serviço. Eis o que falta. Eis o que urge. Ninguém se considere superior. Consideremo-nos todos apenas — e sempre — como irmãos!

publicado por Theosfera às 04:19

Hoje, 01 de Setembro (Vigésimo Segundo Domingo do Tempo Comum e 3º Dia da Novena de Nossa Senhora dos Remédios), é dia de S. Miguel Ghébré e Sta. Margarida de Riéti.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

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