O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Sábado, 31 de Agosto de 2019
  1. Continuamos em Novena, condição para que a Festa seja plena. E, neste terceiro dia, eis-nos chegados ao Domingo, dia por excelência da Eucaristia. Em Ano da Missão, nunca é demais realçar que a Eucaristia é geradora da Missão. O Jesus que convida para a Eucaristia é o mesmo que convoca para a Missão. O Jesus que alimenta com o Pão é o mesmo que alenta para a Missão. O «fazei isto em memória de Mim» (1Cor 11, 24) e o «ide por todo o mundo» (Mc 16, 15) são, por isso, indissociáveis.

A Eucaristia está de tal modo ligada à Missão que o final da celebração constitui o início da Missão. Aliás, uma das designações mais conhecidas da celebração tem a mesma proveniência de Missão. Com efeito, a palavra Missa — tal como a palavra Missão — provém do latim mitto, verbo que significa enviar.



  1. É sabido que, em Latim, a celebração termina com «ite, missa est» («ide, a Missa acabou»). Sucede que este «ide» do celebrante retoma o «ide» de Jesus (cf. Mc 16, 15). Trata-se de um envio, não de uma despedida, tanto mais que Jesus teve o cuidado de assegurar a Sua presença no meio dos discípulos até ao fim dos tempos (cf. Mt 28, 20).

O «ide», além de uma fórmula de envio, é uma forma de presença. E tal como Jesus está presente na missão dos Seus enviados, a Eucaristia continua presente na vida dos seus participantes. Esta ligação entre Missa e Missão sinaliza que, em boa verdade, nunca deixamos de estar em Eucaristia. À celebração sacramental sucede, assim, a celebração existencial.



  1. Quando termina a Missa, começa a Missão. E a Missão consiste precisamente no testemunho do que vivenciamos na Missa. A Missa é a fonte da Missão para que a Missão seja o espelho da Missa. O Pão que nos alimenta na Missa continua a alimentar-nos na Missão. A Missão é uma extensão — e como que uma explosão — da Missa. A Missa fortalece para que a Missão frutifique.

À semelhança do envio após a Ressurreição, também o envio no final da celebração é marcado pela bênção (cf. Lc 24, 50). Os fiéis recebem a bênção para levarem a bênção; são receptores da bênção para serem portadores de bênçãos. É como abençoados que regressam à vida. Não sentimos todos que a nossa vida está assediada pelo mal e, por isso, carenciada de bem, de bênção?



  1. A Eucaristia celebra o bem maior: o amor. O amor é celebrado no altar para marcar o nosso falar e pautar o nosso agir. É deste modo que o sacrifício do altar se prolonga e estende sobre o mundo. A missão, que sucede à Missa, pretende transformar o mundo de maneira que ele seja cada vez mais impregnado por Cristo. O objectivo é converter a geosfera numa permanente — e caudalosa — cristosfera.

Na missão encontramos o mesmo Cristo que encontramos na Missa. Por conseguinte, nada pode ficar igual depois de termos participado num mistério tão diferente. Se a mudança não se nota por fora é porque (ainda) não nos deixamos transformar por dentro. Não obstante as nossas debilidades, há que não começar a desistir nem desistir de (re)começar.



  1. E como se concretiza a missão? Fundamentalmente, a missão concretiza-se numa dupla acção: em levar e trazer. Efectivamente, levar e trazer é o que faz a missão acontecer. O missionário é o que leva Cristo e é o que traz para Cristo.

É o que leva Cristo às pessoas e é o que traz as pessoas para Cristo. É que, como assinalou o Papa Francisco, «hoje, ainda há muita gente que não conhece Jesus Cristo».



  1. A esta luz, do mandato de Cristo não podemos reter apenas o «ide» nem tão-pouco o «ide por todo mundo». Não basta ir nem sequer chega ir por todo o mundo. É preciso ir por todo o mundo «anunciar o Evangelho».

Missionar é, pois, evangelizar ou, melhor, pan-evangelizar: evangelizar a todos e evangelizar sempre. O Evangelho tem de estar no começo, no meio e no fim de tudo.



  1. A chegada do evangelizador tem de ser a chegada do Evangelho. A missão consiste em ir por todo o mundo para que em todo o mundo seja anunciado o Evangelho de Cristo e o Cristo do Evangelho. Nesta tarefa primordial — levar Cristo e trazer para Cristo —, temos de nos mobilizar todos e de nos mobilizar sempre. A missão não é só para alguns nem para alguns momentos. A missão é para todos e é para sempre.

Foi por isso que o Vaticano II recordou que «a Igreja peregrina é, por natureza, missionária». Não se pode, portanto, ser cristão sem ser missionário. Onde está o cristão, aí tem de estar a missão. O Evangelho não é privilégio de ninguém nem exclusivo de alguns; é dom para cada um e responsabilidade para todos. A esta luz, ninguém se pode sentir demissionário; cada um deve sentir-se responsavelmente missionário. Somos chamados a viver sempre em estado de missão e jamais em estado de demissão.



  1. Para fazer missão, é imperioso crer e é decisivo querer. Crer em Deus é deixá-Lo entrar. Querer Deus é o que nos faz sair. Em Si mesmo, Deus é um mistério de saída. O Pai sai eternamente ao encontro do Filho. O Pai e o Filho saem eternamente ao encontro do Espírito Santo. Nenhuma pessoa divina sobrevive ego-sentada; todas Elas estão umas nas outras, vivendo umas para as outras.

Enquanto imagem de Deus (cf. Gén 1, 26-27), o homem é chamado a sair: não só a sair para o exterior, mas sobretudo a sair de si. Na missão, há que sair e, como é óbvio, há que chegar.



  1. É imperioso, contudo, que a presença do enviado não seja demasiado intensa nem muito ofuscante. O importante é que o Enviante cresça, mesmo que o enviado diminua (cf. Jo 3, 30). O enviado sai para desassossegar os outros, não para desarrumar a fé dos outros.

Não basta, por isso, chegar; é preciso levar. A chegada do apóstolo tem de ser a chegada de Jesus Cristo. A saída não pode ocorrer apenas no início. Sair de um sítio não custa. Sair de nós é (bem) mais difícil. É preciso (re)aprender a sair de nós: em cada dia e a todas as horas.







  1. Só quando a Igreja sai de si é que entra verdadeiramente em si: na sua natureza, na sua identidade, no seu mistério. É por isso que o orante nunca é inactivo. Dir-se-ia que ele é acrescidamente activo: a partir da base, a partir do fundo, a partir de dentro.

Os mais activos foram sempre grandes contemplativos. Aliás, duplamente contemplativos: contemplativos na oração e contemplativos na acção. Todos os membros da Igreja são chamados a ser contempla-activos, isto é, contemplativos e activos, contemplativos na acção e activos na contemplação. Que Nossa Senhora dos Remédios, com o Seu olhar meigo de contemplação, nos acompanhe sempre no nosso campo de missão!

publicado por Theosfera às 08:23

Hoje, 31 de Agosto (2º Dia da Novena de Nossa Senhora dos Remédios), é dia de S. Raimundo Nonnato e Sto. Aristides.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sexta-feira, 30 de Agosto de 2019
  1. Eis-nos, uma vez mais, a subir para até este lugar santo vir. De novo, em Novena à volta da nossa Mãe e Padroeira, Aquela que nos acompanha a vida inteira. Não é fácil a esta hora acordar depois — e antes — de um dia inteiro a trabalhar. Mas é belo — e sumamente comovente — encontrar aqui tanta gente.

Nunca é demais dizer aquilo que nos é dado ver. Estamos perante um verdadeiro «mar de Mãe», um mar que corre «a montante» e que nos faz ir sempre para diante. Só paramos quando à frente d’Ela estamos. Mas nunca esqueçamos o Menino que a Mãe tem no Seu regaço. É para Jesus que a Mãe nos guia, a cada passo.



  1. Foi pela Novena que, há cerca de quatro séculos, a Festa começou. Até 1777, o itinerário era de 28 de Julho a 5 de Agosto, então dia de Nossa Senhora dos Remédios. A partir de 1778, o percurso vai de 30 de Agosto a 7 de Setembro, para ter como corolário o dia 8, em que da Mãe — neste Santuário — celebramos o aniversário.

Por aqui se vê que, para a Festa ser plena, é fundamental vivenciar a Novena. E quem nega que vale sempre a pena participar na Novena? Este «mar de gente» — transubstanciado num ingente «mar de Mãe» — enche completamente a nave deste templo. Mas esgota também o coro alto, a capela-mor, a sala dos retratos, inundando igualmente largas porções do Adro. E são muitos os que, não podendo aqui estar, pela Rádio nos estão a acompanhar.



  1. É assim que, nestes nove dias, manhã cedo, vamos louvar Nossa Senhora de Lamego. Ela está aqui, neste sítio alto, mas o Seu lugar é o mundo, donde todos Lhe dedicam um amor profundo. Nossa Senhora dos Remédios não tem fronteiras. Por isso, aqui se vem das mais diversas maneiras. Do país e do estrangeiro, sentimos palpitar aqui o mundo inteiro.

De vários destinos, são milhares e milhares de peregrinos. Todos nós confiamos na intercessão da Mãe. É uma intercessão poderosa, que sentimos em cada hora dolorosa. É sempre uma intercessão de grande valia, que transforma a tristeza em alegria.



  1. Vamos então iniciar este itinerário de conversão, feito de fé, oração e perdão. Vamos cantar e rezar. Vamos cantar rezando e rezar cantando. Vamos olhar para Maria, unindo-nos a Ela na Eucaristia. Nunca esqueçamos isto: o mais importante é sempre Jesus Cristo. Por conseguinte, o que faz Maria feliz é fazer o que Seu Filho diz (cf. Jo 2, 5).

Foi o Filho de Maria que instituiu a Eucaristia. Como é possível à Mãe agradar se na Eucaristia nos demitimos de participar? Não sejamos cristãos à nossa maneira. Imitemos Maria a vida inteira. Maria é toda para Jesus. Só honramos Maria centrando-nos — também nós — em Jesus.



  1. É por isso que a Novena une o momento mariano ao momento eucarístico. Não separemos o que Deus quer unir. Começamos pela recitação do Terço para culminar com a Eucaristia. É assim nestes dias. Que possa ser assim em cada dia. Não nos esqueçamos de fazer convergir a nossa romaria para a participação na Eucaristia.

Em Fátima, Nossa Senhora pediu — nas seis vezes em que apareceu — a recitação do Terço pela paz. Rezemos, pois, o Terço em cada dia. Mas não esqueçamos que a primeira oração a Maria é a Eucaristia. Não foi por acaso que São João Paulo II chamou a Nossa Senhora «mulher eucarística». Como Maria, habituemo-nos a celebrar, a adorar e a vivenciar os mistérios do Seu Filho.



  1. Para bem nos prepararmos para Jesus receber, é imperioso o apelo à conversão acolher. É por tal motivo que a Novena é um tempo favorável à celebração do Sacramento da Reconciliação. Durante estas «madrugadas de fé», vários sacerdotes aqui estão para atender de confissão. Mas onde quer que nos encontremos, é bom que a confissão procuremos.

Todos somos pecadores, todos erramos na vida. Mas temos sempre oportunidade de mudar de forma decidida. É a Cristo que nos confessamos. Em cada sacerdote, é Cristo que encontramos. O padre até pode ser mais pecador que muitos dos que dele se aproximam. Mas, nele, não é à pessoa dele que sentimos. Nele, é a Jesus Cristo que nos dirigimos.



  1. No Ano da Missão, vamos olhar para Maria como modelo de doação. O tema da Novena deste ano é «Missionários de Cristo na companhia de Maria». É que Maria nunca Seu Filho deixou, mesmo quando os maiores obstáculos encontrou. Nem na Cruz Maria de Jesus Se afastou. Que melhor modelo de missão? No Seu silêncio e na Sua discrição, Maria é guia para a nossa missão.

Missionários todos temos de ser. A Missa gera Missão. O «ide em paz» não é, pois, uma despedida. É um envio para a vida. De certo modo, a Missa não tem fim. Terminada a celebração sacramental, começa a «celebração existencial». E esta faz-se vivendo lá fora o que celebramos cá dentro.



  1. A Missa e a Missão não são, pois, facultativas para o cristão. Elas são sempre imperativas na nossa acção. Às vezes, parece que à missão antepomos o prefixo «de». E, nessa altura, em vez de missão, parece que temos «demissão»; em vez de «missionários», parece que somos «demissionários».

É preciso mudar de padrão. Temos de estar em missão a partir do nosso coração. Nada, na vida, é mais importante que isto: viver e anunciar Jesus Cristo. Levar e trazer é o que faz a missão acontecer. Estar em missão é levar Cristo a todos e trazer todos para Cristo.



  1. É claro que muitos podem não aderir. A resposta pode não vir de todos. Mas a proposta tem de chegar a todos. A fé é, por natureza, invasiva e até «incendiária». Ela pretende invadir todas as dimensões do nosso ser e «incendiar» todos os momentos da nossa vida.

A fé não admite poupanças. A fé implica que nos gastemos: até ao último dia, até à derradeira gota do nosso suor. Na missão, nós não somos apenas destinatários, temos de ser também agentes. Quem é tocado por Cristo é chamado, nesse mesmo instante, a tornar-se anunciador de Cristo.

  1. A missão é para todos: para todas as pessoas, para todos os lugares e para todos os momentos. A missão não é só para os missionários até porque missionários temos de ser todos. Quem não faz missão será cristão? Não. Quem não faz missão não é cristão. A missão é para todos, é para tudo e é para sempre.

Aos pés da nossa Mãe e Padroeira, disponhamo-nos para a missão a vida inteira. Em casa, no trabalho e até no lazer, a missão tem de estar sempre a acontecer. Que Nossa Senhora dos Remédios nos acompanhe na missão e conduza todos os momentos da nossa acção. Como Ela, procuremos trazer sempre Jesus nos nossos braços. E que o Seu caminho ilumine os nossos passos!

publicado por Theosfera às 05:12

Hoje, 30 de Agosto (1º Dia da Novena de Nossa Senhora dos Remédios), é dia de Sta. Joana Jugan e S. João Juvenal Ancina.

Um santo e abençoado dia para todos!

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Quinta-feira, 29 de Agosto de 2019

Hoje, 29 de Agosto, é dia do Martírio de S. João Baptista e Sta. Sabina.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Terça-feira, 27 de Agosto de 2019

Hoje, 27 de Agosto, é dia de Sta. Mónica e S. Gabriel Maria.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 26 de Agosto de 2019

Hoje, 26 de Agosto, é dia de Sta. Micaela, S. Domingos de Nossa Senhora, S. Liberato, Sta. Maria de Jesus Crucificado e Sta. Teresa Jornet.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 25 de Agosto de 2019

Obrigado, Senhor,

muito obrigado

não só por nos ensinares a sermos humildes,

mas por Tu mesmo nos dares lições tão vivas de humildade.



Quanta competição pelos lugares da frente.

Quantos atropelos pelas posições mais importantes.

Quanta sofreguidão por ser primeiro,

por olhar os outros de cima, com sobranceria, arrogância.



Ainda bem que Tu, Senhor, és diferente.

Ainda bem que és único.



Que nós aprendamos a ser humildes

e que nunca humilhemos ninguém.



Que não subjuguemos os humildes

nem bajulemos os grandes.



Que percebamos que todas as pessoas

são iguais em dignidade, em humanidade.



Que compreendamos que ninguém é mais que ninguém.

Que nos sintamos igualmente filhos de Deus,

igualmente irmãos uns dos outros.



Que valorizemos a grandeza de ser pequeno.

Que dêmos sempre o devido valor às coisas simples.

Que nunca eliminemos a criança que há em nós.

Que olhemos com pureza para os outros.

E que sejamos sempre autênticos e sinceros junto de todos.



Que não tenhamos receio de procurar o último lugar.

Que não disputemos protagonismos.

Que não haja guerras nem guerrinhas por causa de sermos vistos e aplaudidos.



Que compreendamos que basta que Deus veja.

Deus, de facto, tudo vê.

E vê ainda mais o que mais ninguém consegue ver.



Que ajudemos os outros a pegar na Cruz

e que não sejamos cruz para ninguém.

Que suavizemos as dores desta vida

e os sofrimentos múltiplos deste mundo.



Nem sempre há humildade na grandeza,

mas existe sempre grandeza na humildade.



Que nunca percamos de vista

que os mais humildes, os mais pequenos e os mais simples

também são filhos de Deus.

Também eles mereceram o Teu sangue.

Também são amados por Ti,

muito amados por Ti,

JESUS!

publicado por Theosfera às 11:03

 

A. Porta estreita, mas não fechada



  1. O Evangelho diz que a porta é estreita (cf. Lc 13, 24), mas não diz que esteja fechada. Quando Jesus diz que a porta é estreita, não diz que esteja fechada ou que seja intransitável; pelo contrário, até nos convida a passar por ela;

Que porta é esta? É o próprio Jesus. Em João (10, 9), é o próprio Jesus que Se apresenta como sendo a porta. Trata-se de uma porta que não está aberta só para alguns; a porta da fé está aberta para todos. Jesus é o caminho que nos conduz até essa porta e é a chave que nos permite abrir essa porta. Todos têm lugar na Igreja. A Igreja não é para tudo, mas é para todos: é para todos os que queiram entrar.



  1. Como especialista em surpresas, Deus, pelos lábios de Jesus, assegura que a porta se abrirá para muitos que nós afastamos e se fechará para muitos que nós talvez bajulemos. O grande critério de selecção é a justiça, ou a falta dela. Muitos poderão estes alegar que comeram e beberam na presença do Dono da Casa, que é uma imagem de Deus. Mas a resposta não deixará de soar: «Afastai-vos de Mim, vós todos que praticais a injustiça» (Lc 13, 27).

Torna-se, aqui, bem claro que o culto é fundamental, mas o próprio culto reclama a vivência da justiça. Quem não reconhece Deus na pessoa dos outros não pode dizer que O conhece verdadeiramente. O conhecimento de Deus não se vê pela mente nem pelos lábios. O autêntico conhecimento de Deus vê-se — e testa-se sempre — pela vida, pela vivência.


B. Mais além do número



  1. Ninguém tem as portas fechadas à partida; nós é que podemos fechar as portas à chegada. Deus só sabe abrir; nós é que podemos fechar. Ainda bem que os critérios divinos são muito diferentes dos critérios humanos: «Haverá últimos que serão dos primeiros e primeiros que serão dos últimos» (Lc 13, 30).

Para Deus, os preteridos são os preferidos. Deus não olha para a condição, para o estatuto nem para a carteira. Ele olha para todos, ainda que muitos estejam no último lugar. A vontade de Deus é «reunir todos os povos» (Is 66, 18). Para Deus, não há exclusões baseadas na raça ou na posição social.



  1. Jesus dá a entender que o banquete do Reino é para todos. Ressalva, no entanto, que não há entradas garantidas nem lugares marcados. O Reino de Deus é para todos, mas não é para tudo. Ninguém é excluído e todos são convidados, mas isso não quer dizer que todos consigam entrar. É preciso fazer uma opção pela «porta estreita» e seguir Jesus.

Havia quem estivesse preocupado com o número. Alguém pergunta a Jesus: «Senhor, são poucos os que se salvam?» (Lc 13, 23). Haja em vista que, para os fariseus da época de Jesus, a salvação era reservada aos membros do Povo eleito. E nem todos os membros do Povo se salvariam.


C. É preciso cortar com certas adiposidades



  1. À questão do número, Jesus não responde com o número. Jesus até veio ao mundo para que todos se possam salvar. Por isso, fala de Deus como um Pai cheio de misericórdia, cuja bondade acolhe a todos, especialmente os pobres e os débeis.

Isto significa, desde logo, que, não sendo um caminho intransitável, a salvação também não é um caminho fácil. Para Jesus, não é a facilidade que leva à felicidade. Um Cristianismo fácil não serve para uma vida difícil.



  1. Entrar no Reino é, antes de mais, esforçar-se por «entrar pela porta estreita» (Lc 13, 24). Esta imagem da «porta estreita» evoca a necessidade de renunciar a tantas adiposidades que aparecem. Pois também estas adiposidades dificultam o caminho para Deus.

Que adiposidades são essas? O egoísmo, o orgulho, a riqueza, a ambição, o desejo de poder e de domínio. Trata-se de tudo aquilo que impede o homem de optar pelo serviço, pela entrega, pelo amor, pela partilha, em suma, pelo dom da vida.


D. Só se senta com Jesus quem caminha com Jesus



  1. Para clarificar melhor o ensinamento acerca da entrada do Reino, Jesus recorre a uma parábola. Nela, o Reino é descrito como um banquete em que os eleitos estarão lado a lado com os patriarcas e os profetas (cf. Lc 13, 25-29). Quem se sentará, então, à mesa do Reino? Todos aqueles que acolheram o convite de Jesus à salvação e aceitaram viver uma vida de doação, de amor e de serviço.

Fica bem claro que não haverá qualquer critério baseado na raça, na geografia, nos laços étnicos. A única coisa que verdadeiramente conta é a adesão a Jesus. E que acontecerá àqueles que não acolheram a proposta de Jesus? Esses ficarão fora do banquete, ainda que se considerem superiores. Só se senta com Jesus quem está disposto a caminhar com Jesus.



  1. Já a Primeira Leitura defende que todas as nações são chamadas a integrar o Povo de Deus. É nessa perspectiva que nos é dado contemplar uma visão de carácter escatológico. No mundo novo, todos são convocados por Deus para integrar o seu Povo.

O esquema apresenta várias etapas: no princípio, Deus virá para dar início à reunião de todas as nações (cf. Is 66, 18). Depois, dará um sinal e enviará missionários (curiosamente, escolhidos de entre os povos estrangeiros), a fim de anunciarem a glória do Senhor (cf. Is 66, 19). Em seguida, as nações responderão ao sinal do Senhor e dirigir-se-ão ao monte santo de Jerusalém, (cf. Is 66, 20). Finalmente, o Senhor escolherá de entre os que chegam sacerdotes e levitas para O servirem (cf. Is 66, 21).


E. Todos são convidados; todos quererão entrar?



  1. Estamos num contexto em que não era fácil ter uma visão abrangente — e tolerante — sobre as outras nações. Dizer que todos os povos são convocados por Deus é algo que não soa bem aos ouvidos dos judeus da época.

Supremamente inconcebível é dizer que Deus vai escolher, de entre os estrangeiros, sacerdotes e levitas que entrem no espaço sagrado do Templo, reservado para o serviço do Senhor. Mas Deus é assim. Os Seus horizontes são vastos e as Suas vistas são largas. É por isso que, como cantávamos no Salmo Responsorial, Ele nos manda por todo o mundo, para toda a parte, junto de toda a gente.



  1. A porta da salvação está, pois, sempre aberta (cf. Act 14, 27). Esta é uma porta que nunca se fecha.

Mas atenção. Esta é uma porta em que não se entra aos empurrões nem aos encontrões. Não somos nós que definimos o modo como se entra; é Jesus. Não existe auto-salvação. A porta é também o porteiro. Só Jesus salva. Mas Ele quer que todos nos salvemos. Por isso Ele vem. Por isso Ele nunca deixa de vir. A porta está aberta. Também hoje. Também para nós!

publicado por Theosfera às 05:08

Hoje, 25 de Agosto (21º Domingo do Tempo Comum), é dia de S. Luís, Rei de França, S. José de Calazans e S. Miguel de Carvalho.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sábado, 24 de Agosto de 2019

Hoje, 24 de Agosto, é dia de S. Bartolomeu e Mártires da Massa Cândida.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sexta-feira, 23 de Agosto de 2019

Hoje, 23 de Agosto, é dia de Sta. Rosa de Lima, S. Filipe Benício e S. Bernardo de Offida.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019

Hoje, 22 de Agosto, é dia da Virgem Santa Maria Rainha e S. Sinforiano.

Um santo e abençoado dia para todos!

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Quarta-feira, 21 de Agosto de 2019

Hoje, 21 de Agosto, é dia de S. Pio X, S. Sidónio Apolinar, Sta. Umbelina e Sta. Vitória Rasoamanarive.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Terça-feira, 20 de Agosto de 2019

Hoje, 20 de Agosto, é dia de S. Bernardo de Claraval e S. Felisberto.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 19 de Agosto de 2019

Hoje, 19 de Agosto, é dia de S. João Eudes, Sto. Ezequiel Dias Moreno, S. Luís de Toulouse e S. Bernardo de Tolomai.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 18 de Agosto de 2019

Abre, Senhor, os nossos olhos.

Abre, Senhor, o nosso coração.

 

Abre, Senhor, a nossa vida.

Abre-nos, Senhor, à vida,

ao amor, ao perdão e à paz.

 

Abre-nos, Senhor, à partilha.

Abre-nos ao dom e à dádiva.

 

Que sejas sempre Tu em nós.

Que sejas verdadeiramente o nosso Senhor.

 

Habita, Senhor, no nosso mundo,

na nossa vida, no nosso coração.

 

Queremos recomeçar com alento.

Dá-nos, Senhor, a coragem e a confiança.

 

Que nós nunca desfaleçamos.

Tu, Senhor, estás sempre em nós.

 

Que nós queiramos estar em Ti,

JESUS!

publicado por Theosfera às 11:29

A. Um «incêndio» que ninguém consegue apagar



  1. Nesta época de calor, o Evangelho apresenta-nos Jesus como um «incendiário». Eis o que Ele nos diz: «Eu vim lançar fogo sobre a Terra e só quero que ele se tenha ateado» (Lc 12, 49). Jesus, de facto, é um «incendiário». Ele quer «incendiar» o mundo com chamas que destruam o nosso instalamento, o nosso comodismo, a nossa indiferença.

Ao contrário do que acontece com os outros incêndios, este «incêndio» desencadeado por Jesus não pode ser apagado. O «incêndio» desencadeado por Jesus não é para apagar, mas para atear. Este «incêndio» tem o nome de Evangelho. Evangelizar é, pois, «incendiar». Cada evangelizador tem de ser um «incendiário»: um «incendiário» do amor, da verdade, da justiça e da paz.



  1. Como sabemos, para a Filosofia da Antiguidade, o fogo, juntamente com a água, ar e a terra, é um dos elementos primordiais da natureza. Mas a que fogo alude o Evangelho? O fogo possui um significado simbólico complexo. No Antigo Testamento começa por ser um elemento teofânico (cf. Ex 3,2; 19,18; Dt 4,12; 5,4.22.23; 2 Re 2,11), aplicado para evocar a santidade divina.

A manifestação do divino provoca no homem atracção e, ao mesmo tempo, temor. Explorando a relação entre o fogo e o temor, a sabedoria bíblica apresenta o fogo como símbolo da intransigência de Deus em relação ao pecado.


B. Um «fogo» que destrói e reconstrói



  1. Os profetas usam a imagem do fogo para anunciar e descrever a ira de Deus (cf. Am 1,4; 2,5). Note-se, porém, que, ao mesmo tempo que castiga, o fogo também purifica (cf. Is 9,17-18; Jer 15,14; 17,4.27).

Na literatura apocalíptica, o fogo é a imagem do juízo definitivo (Is 66,15-16). O chamado «Dia de Jahwé» é comparado ao fogo do fundidor (cf. Mal 3,2). Será um dia, ardente como uma fornalha, em que os arrogantes e os maus arderão como palha (cf. Mal 3,19) e em que a terra inteira será devorada pelo fogo do zelo de Deus (cf. Sof 1,18; 3,8). Deste fogo devorador — que é também um fogo purificador e transformador — nascerá o mundo novo, de justiça e paz sem fim.



  1. É neste contexto que deve ser enquadrado a alusão ao fogo no Evangelho. Jesus veio revelar aos homens a santidade de Deus. Neste sentido, a Sua proposta tem um lado «destruidor». Jesus está aqui para destruir o egoísmo, a injustiça e a opressão que conspurcam o mundo.

É das cinzas desse mundo velho que há-de surgir o mundo novo de amor, de partilha, de fraternidade. Como é que isso vai acontecer? Através da Palavra e da Missão de Jesus. Acontece que Lucas também está a pensar no Espírito enviado por Jesus aos discípulos. Sintomaticamente, o Livro dos Actos dos Apóstolos — igualmente da autoria de Lucas — representa o Espírito Santo através da imagem das línguas de fogo (cf. Act 2, 3).


C. Se Jesus é a paz, porque é que não traz paz?



  1. Segue-se a referência ao baptismo que Jesus vai receber e que gera uma ansiedade até que se realize (cf. Lc 12, 50). Aqui, o baptismo é a morte de Jesus enquanto consumação da Sua entrega ao Pai por nosso amor. Para que o fogo transformador se manifeste, é necessário que Jesus faça da Sua vida um dom de amor, até à Cruz. Só então nascerá o mundo novo.

Daí que quem quiser seguir Jesus tenha de receber o mesmo baptismo. Ser baptizado é mergulhar em toda a trajectória de Jesus, imitando a Sua doação, a Sua dádiva e a Sua entrega até ao fim. Aliás, Jesus pergunta a João e a Tiago se estão dispostos a beber do cálice que Ele vai beber e a receber o baptismo que Ele vai receber (cf. Mc 10, 38).



  1. Na intervenção seguinte (cf. Lc 12, 51-53), Jesus deixa-nos sem palavras, à beira da perplexidade. De facto, Ele assume que não veio trazer a paz, mas a divisão. Como entender esta linguagem se o Antigo Testamento fala do Messias como aquele que é a paz (cf. Mq 5, 5)? São Paulo proclama que Jesus é a nossa paz (cf. Ef 2, 14) e Ele mesmo, na Ceia Pascal, afirma que nos veio oferecer a paz (cf. Jo 14, 27).

O próprio Lucas deixa transparecer que a paz é um dom messiânico (cf. Lc 2,14.29; 7,50; 8,48; 10,5-6; 11,21; 19,38.42; 24,36) e que a função do Messias é guiar os passos dos homens «pelo caminho da paz» (Lc 1,79). Que sentido fará, agora, dizer que Jesus não veio trazer a paz, mas a divisão?


D. Nem Jesus é consensual



  1. É preciso ter presente que não se trata de um desejo, mas de uma previsão. Jesus efectivamente quer a paz e vem trazer a paz, mas Ele sabe que há muitos que reagem à paz com a divisão, o conflito e a guerra. Jesus quer a unidade, mas nunca foi consensual. O escopo da Sua vida foi servir, não agradar. Ele nunca quis a popularidade, mas a verdade. Importante, para Jesus, não é ser aplaudido, mas seguido. Sucede que não falta quem, em vez de O seguir, O hostilize e pretenda eliminar.

A mensagem de Jesus não é inodora nem açucarada. A mensagem de Jesus é interpeladora e desafiadora. Porque Ele é diferente, não deixa ninguém indiferente. Há quem O acolha, mas também não falta quem O rejeite. Como consequência, haverá divisão e desavença, às vezes mesmo dentro da própria família, a propósito das opções que cada um faz perante Jesus.



  1. Este quadro devia levar-nos a reflectir muito e a inflectir bastante. É possível que nem tudo esteja bem quando tudo (aparentemente) corre bem. Curiosamente, é São Lucas que nos transmite este aviso de Jesus: «Ai de vós quando todos disserem bem de vós» (Lc 6, 26).

Definitivamente, Jesus opta mais pela incomodação do que pela acomodação. Jesus não se revê em quem se acomoda ao mundo. Revê-se mais em quem se incomoda com o mundo.


E. O «Livro do Desassossego» de Jesus



  1. O Evangelho é paz, mas nem sempre é sossego. O Evangelho pode ser visto até como uma espécie de «Livro do Desassossego». Jesus pacifica, mas não sossega. Ele quer-nos permanentemente desassossegados.

A paz de Jesus — a paz que é Jesus — é uma vida com exigência e coerência. Não é uma vida diluente ou dissolvente, ao sabor dos ventos e das modas. Jesus aparece-nos, muitas vezes, do outro lado: do outro lado da margem e do outro lado das correntes dominantes. Como é óbvio, a divisão pode surgir. Não podemos, porém, ficar tolhidos nem paralisados. A recompensa que nos espera não é o aplauso do mundo, mas a aprovação de Deus.



  1. Se o objectivo do cristão fosse ser aplaudido, haveria ídolos, mas não haveria mártires. Ídolos são aqueles que o mundo aplaude. Mártires são aqueles que o mundo condena. Jeremias é o protótipo do profeta que incomoda. Por isso, recebe ameaças de morte (cf. Jer 38, 4). Mas ele não desiste.

Assim devem ser os cristãos. O mundo não melhora quando os cristãos se conformam. O mundo só acorda quando os cristãos despertam. Uma nova luz se acende quando nenhum cristão se rende. Procuremos servir o mundo. Mas nunca nos deixemos iludir com os aplausos do mundo!

publicado por Theosfera às 05:40

Hoje, 18 de Agosto (20º Domingo do Tempo Comum), é dia de Sta. Helena da Cruz, Sto. Agapito e Sto. Alberto Hurtado Cruchaga.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sábado, 17 de Agosto de 2019

Hoje, 17 de Agosto, é dia de Sta. Beatriz da Silva, Sta. Clara de Montefalco, Sto. Ângelo Mazzinghi, S. Jacinto, S. Mamede e S. Mamés.

Um santo e abençoado dia para todos!

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Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019

Hoje, 16 de Agosto, é dia de Sto. Estêvão da Hungria, S. Roque e Sta. Maria do Sacrário.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quinta-feira, 15 de Agosto de 2019

Nossa Senhora, nossa Mãe,

que neste dia sobes ao Céu,

fica connosco, que ainda peregrinamos na Terra.

 

Tantas vezes perdidos,

precisamos de uma luz

e Tu és o farol que nos mostra a luz da luz.

 

Nossa Senhora dos Remédios,

Nossa Senhora da Assunção,

acompanha-nos na subida

pelos difíceis caminhos da vida.

 

Estar conTigo é estar na paz,

no amor e na alegria.

 

Estar em Ti é encontrar a melhor companhia

e o mais belo seguro na vida.

 

Mãe, querida Mãe,

hoje é o Teu dia,

o dia da Tua vitória,

o dia do Teu triunfo.

 

Onde nós estamos, Tu continuas a estar.

Onde estás, nós um dia estaremos

para sempre: conTigo e com Teu Filho:

JESUS!

publicado por Theosfera às 11:27

A. Uma festa eminentemente pascal



    1. Belo — muito belo — é este dia. Grande — muito grande — é a festa que celebramos neste dia. Nesta Eucaristia, celebramos também o triunfo de alguém a quem nem a morte pôs fim à vida.

    A solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria é uma festa eminentemente pascal. Hoje, de facto, celebramos a passagem de Maria da morte para a plenitude da vida. A Ressurreição de Maria é uma consequência da Ressurreição de Jesus e, ao mesmo tempo, desponta é um prenúncio da nossa Ressurreição com Jesus.



    1. Maria esteve unida a Jesus na morte. Como é que Jesus não haveria de estar unido a Maria na Ressurreição? Maria acompanha Jesus até à morte. Jesus conduz Maria à Ressurreição. Jesus sobe para Deus e faz subir Maria para o Pai. Jesus eleva-Se ao Céu. Maria é elevada — por Jesus — até ao Céu.

    É a diferença entre ascensão e assunção: ascensão é mais activa, assunção é mais passiva. Jesus sobe ao Céu pelas Suas próprias forças. Maria é elevada ao Céu na força de Seu Filho Jesus.


    B. No tempo, caminhando para além do tempo



    1. A Igreja sempre acreditou naquilo que o Papa Pio XII viria a formular a 1 de Novembro de 1950, na constituição apostólica «Munificentissimus Deus»: a Virgem Maria, «tendo terminado a Sua missão na terra, foi elevada, em corpo e alma, à glória do Céu».

    Em apoio desta verdade de fé, o Santo Padre invoca o Livro do Génesis (cf. Gén 3, 15), destacando a vitória de Maria sobre o pecado e sobre a morte. A certeza desta vitória sobre a morte é reforçada por São Paulo, na sua Primeira Carta aos Coríntios: «Então se cumprirá a palavra que está escrita [por Isaías 25, 8)]: “a morte foi engolida pela vitória”»(1Cor 15, 55).



    1. Como membro da Igreja, Maria, na Sua assunção, indica o caminho à Igreja. Maria é a garantia de que a Igreja, que caminha no tempo, não se esgota no tempo. O caminho da Igreja só estará concluído além-tempo, na eternidade.

    A Ressurreição de Maria surge, por conseguinte, como a certeza, neste mundo de incertezas, de que cada um de nós caminha para a glória plena, em que Ela já Se encontra. A assunção de Maria ao Céu, em corpo e alma, funciona, por isso, como a garantia de que o homem se salvará na totalidade. Também o nosso corpo ressuscitará. Também o nosso corpo será para Deus.


    C. A vitória dos que costumam ser vencidos



    1. O triunfo de Maria não é um triunfo sobre ninguém nem contra ninguém. O triunfo de Maria é o triunfo da Igreja com toda a humanidade. No fundo, o triunfo de Maria é o triunfo da humanidade: de uma humanidade redimida, de uma humanidade reconciliada, de uma humanidade aberta e acolhedora.

    O triunfo desta humanidade é o triunfo da humildade. Maria mostra que só chega ao alto quem fica ao lado dos que estão em baixo. Só atinge as alturas quem se dispõe a descer às profundezas. Só alcança a luz quem não foge das sombras. É por isso que Maria agradece a Deus por ter olhado para a humildade da Sua serva (cf. Lc 1, 48). Ela reconhece, em linha com o Salmo 138, que Deus olha para quem é humilde (cf. Sal 138, 6).



    1. O triunfo de Maria não é o triunfo dos que costumam vencer. Pelo contrário, é o triunfo daqueles que costumam ser vencidos. Não espanta, portanto, que Maria veja a história ao contrário. Maria sabe que, para Deus, os vencidos são os vencedores e que os pequenos são reconhecidos como grandes.

    O triunfo de Maria é oferecido por Deus, que não sabe — nem quer — ser imparcial. Deus toma partido pelos oprimidos, pelos sofredores, pelos humildes. Deus está ao lado de quem é marginalizado. Como Maria canta no «Magnificat», Deus dispersa os soberbos, derruba os poderosos e esvazia de riqueza os ricos. Em contrapartida, o mesmo Deus enche de bens os que têm fome e eleva os humildes (cf. Lc 1, 51-53).



    D. Adormecimento, não aniquilamento

    1. Neste sentido, podemos — e devemos — olhar para a Assunção de Maria como um despertador da sonolência em que nos deixamos cair. É curioso notar que esta festa também é conhecida — sobretudo no Oriente — como festa da «dormição». Mas trata-se de uma «dormição» que nos provoca um grande abanão. Maria desperta-nos quando «adormece». Aliás, ainda hoje se diz de alguém que morreu após uma vida santa que «adormeceu no Senhor».

    A tradição cristã apresenta-nos a morte como um adormecimento, não como um aniquilamento. Daí que o lugar onde repousam os defuntos tenha o nome de «cemitério», isto é, o «lugar onde se dorme» e não o «lugar onde se morre». Nós, crentes, olhamos para a morte como um «adormecimento» para este mundo transitório e como um «despertador» para o mundo definitivo.



    1. A este propósito, convirá recordar que a «dormição» de Maria é uma das grandes festas das Igrejas Ortodoxas e das Igrejas Católicas Orientais. Trata-se de uma festa que, na maior parte dos casos, também se comemora neste dia 15 de Agosto. Maria também morreu. De resto e como perguntava Severo de Antioquia, se não tivesse morrido, como é que poderia ter ressuscitado? E, afinal, Jesus também morreu. Pelo que, para partilhar a Ressurreição de Cristo, Maria teve que primeiro compartilhar de Sua morte.

    O certo é que, em 1997, São João Paulo II afirmou que Maria experimentou a morte natural antes de ser elevada ao Céu. Como sabemos, o Novo Testamento é omisso nesta matéria, não nos oferecendo qualquer informação sobre as circunstâncias da morte de Maria. Este silêncio leva a supor que tal morte terá ocorrido de forma natural, mas num ambiente totalmente sobrenatural. São Francisco de Sales defende que a morte de Maria constituiu um transporte de amor. Ele fala de uma morte «de amor, no amor e através do amor». Foi ao ponto de dizer que a Mãe de Deus morreu de amor por Seu Filho Jesus.


    E. Do Céu, Ela continua a perfumar a terra



    1. É interessante notar que os nossos irmãos ortodoxos preparam a «dormição» de Maria com um jejum de 14 dias. Eles acreditam que o Seu corpo foi ressuscitado ao terceiro dia após a morte — depois de encontrarem o Seu túmulo vazio — e que ela foi corporalmente elevada aos céus numa antecipação da ressurreição universal dos mortos.

    Os católicos também acreditam que Maria primeiro morreu e depois foi elevada ao Céu. Algumas versões dizem que tudo aconteceu em Éfeso, na Casa da Virgem Maria. Outras versões, mais antigas, indicam que Maria morreu em Jerusalém. Consta que um dos apóstolos — pelos vistos, São Tomé — não estava presente quando Maria morreu. Quando ele chegou, reabriram o túmulo e verificaram que estava vazio. Só restavam as mortalhas. Uma outra tradição afirma que Maria lançava do Céu a Sua cinta para São Tomé como prova de que tinha ressuscitado .

    1. Embora tenha sido definida há relativamente pouco tempo, existem relatos muito antigos sobre a assunção de Maria ao Céu. A Igreja sempre interpretou o capítulo 12 do Apocalipse como fazendo referência à Assunção. A mais antiga narrativa que se conhece é o chamado «Livro do Repouso de Maria». Também muito antigas são as diferentes tradições das chamadas «Narrativas da Dormição dos “Seis Livros”». A Assunção aparece igualmente no livro do «trânsito de Maria», de finais do século V.

    É comum, em muitos lugares, a bênção de perfumes no dia da Festa da Dormição. E não há dúvida de que Maria continua a perfumar a nossa vida com bênçãos sem limite e graças sem fim. Do Céu, Ela continua a perfumar a terra. Deixemo-nos perfumar sobretudo pela vida do Filho de Maria. A alegria desta Mãe é que sigamos, cada vez mais, os passos de Seu Filho, Jesus!

publicado por Theosfera às 05:46

Hoje, 15 de Agosto, é dia da Assunção de Nossa Senhora, de Nossa Senhora da Lapa e de S. Tarcísio.

É Dia Santo de Guarda. É, pois, como se fosse Domingo. Todo o católico tem obrigação de participar na Santa Missa. Aliás, os horários das Eucaristias são, habitualmente, os de Domingo. É como se fosse um Domingo a meio da semana!

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quarta-feira, 14 de Agosto de 2019

Hoje, 14 de Agosto, é dia de S. Maximiliano Maria Kolbe, Sta. Anastácia e Sta. Isabel Renzi.

Um santo e abençoado dia para todos!

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Segunda-feira, 12 de Agosto de 2019

Hoje, 12 de Agosto, é dia de Sto. Amadeu da Silva, Sta. Hilária, S. João de Riéti e Sta. Joana Francisca de Chantal.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 11 de Agosto de 2019

Obrigado, Senhor, Deus Santo,

fortaleza dos débeis.



Tu és o médico e o medicamento,

a cura e o curador,

o salvador e a salvação,

Tu trazes a melhor terapia,

a terapia da misericórdia e da esperança.



Os mais simples entendem-Te,

os mais humildes procuram-Te,

os mais pobres sentem conforto a Teus pés.





É doloroso o sofrimento,

mas bendita é a Cruz quando a pegamos com amor,

como Tu.



Dá-nos, Senhor,

a força da paz e da determinação em seguir os Teus passos,

em pisar os Teus caminhos.



Que sejamos dignos de Te seguir,

de estar conTigo,

como Maria,

a Tua e nossa querida Mãe,

JESUS!

publicado por Theosfera às 11:52

A. Não ao improviso e excesso de programação

 

  1. A sociedade cada vez tolera menos o improviso. E, no entanto, passamos muito tempo a improvisar. Jesus, neste Domingo, propõe-nos o contrário do improviso. Ele convida-nos à vigilância, à preparação e ao cuidado.

O discípulo não pode viver de braços cruzados, entre o desânimo e o comodismo. Quando a pessoa já não espera nada — ou quando espera que lhe façam tudo —, limita-se a surfar pela vida, sem preparar o que deve fazer em cada momento.



  1. O nosso campo de missão é o lugar, cada lugar, e o momento, cada momento. Em cada lugar e em cada momento, há que estar atento e disponível para acolher o Senhor. A preparação não consiste tanto em distribuir tarefas ou conseguir ferramentas. A preparação consiste sobretudo na disponibilidade para acolher o Senhor que vem: em cada lugar, em cada momento, em cada pessoa.

A Primeira Leitura apresenta-nos as palavras de um sábio, para quem só a atenção a Deus gera vida e felicidade. Neste sentido, nós, cristãos, devemos constituir uma comunidade atenta e vigilante, para saber distinguir o que vale e o que não vale, o que tem valor eterno e o que (só) tem valor efémero.


B. Cuidado com o desperdício do tempo



  1. Por sua vez, a Segunda Leitura apresenta Abraão e Sara como modelos de fé para os crentes de todas as épocas. A sua vida não foi uma vida programada. Foi, antes, uma vida que Deus desprogramou e reprogramou. A atenção e a vigilância de Abraão e de Sara foram determinantes. Atentos aos sinais de Deus, deixaram que Deus desprogramasse e reprogramasse a sua vida. Importantes, para eles, não foram os seus planos, mas o chamamento de Deus.

É curioso que, hoje em dia, ao lado do improviso, encontramos uma tendência para tudo programar e formatar. Parece que seguimos um formato, que executamos como autómatos. Fora desse formato, não funcionamos, só improvisamos. É preciso, pois, estar atento ao chamamento de Deus, aos Seus apelos.



  1. Verdadeiro discípulo é aquele que está preparado para acolher os dons de Deus, para corresponder aos Seus apelos e para participar na construção do Reino.

Não esqueçamos que o maior desperdício é o desperdício do tempo e das oportunidades que vão passando por nós no tempo. Tantas são as vezes em que dizemos que Deus não fala. E, afinal, tantos são os momentos em que, na verdade, nós não O escutamos nem acolhemos.


C. O nosso campo de missão: cada lugar, cada momento



  1. O Evangelho deste Domingo começa com uma referência ao «verdadeiro tesouro» que os discípulos devem procurar. Esse tesouro não se encontra nos bens deste mundo (cf. Lc 12, 33-34). O verdadeiro tesouro é o Reino de Deus e os valores que dele dimanam. Como encontrar — e guardar — este precioso tesouro? A resposta chega-nos através de três quadros ou parábolas, que reforçam precisamente o convite à vigilância.

A primeira parábola (cf. Lc 12, 35-38) convida-nos a ter os rins cingidos e as lâmpadas acesas. Aqui, parece haver uma alusão ao episódio narrado em Ex 12,11. Trata-se da noite da primeira Páscoa, celebrada de pé e «com os rins cingidos», antes da viagem para a liberdade. Somos, assim, convidados a estar preparados para acolher a libertação que Jesus nos vem trazer. O «noivo, que é Jesus, está sempre a propor à «noiva», que somos nós, a comunhão plena com Deus. Jesus é um «noivo fiel, fidelíssimo». Teremos nós vontade de ser fiéis?



  1. A segunda parábola (cf. Lc 12, 39-40) evoca a incerteza da hora em que o Senhor virá. A imagem do ladrão, que chega a qualquer hora, parece uma imagem pouco adequada para falar de Deus. Trata-se, porém, de uma imagem sugestiva para mostrar que o discípulo fiel é aquele que está sempre preparado para acolher o Senhor que vem.

No fundo, não é preciso anunciar porque, a cada instante, Deus está a vir. Nós é que nem sempre marcamos presença quando Deus vem. É bom ter presente que cada evento do homem é um permanente advento de Deus.


D. Maiores dons, maiores responsabilidades



  1. A segunda parábola (cf. Lc 12, 39-40) evoca a incerteza da hora em que o Senhor virá. A imagem do ladrão, que chega a qualquer hora, parece uma imagem pouco adequada para falar de Deus. Trata-se, porém, de uma imagem sugestiva para mostrar que o discípulo fiel é aquele que está sempre preparado para acolher o Senhor que vem.

No fundo, não é preciso anunciar porque, a cada instante, Deus está a vir. Nós é que nem sempre marcamos presença quando Deus vem. É bom ter presente que cada evento do homem é um permanente advento de Deus.



  1. A terceira parábola (cf. Lc 12, 41-48) parece dirigir-se sobretudo aos responsáveis pela Igreja. Aliás, ela surge na sequência de uma pergunta de Pedro.

O que Jesus quer dizer é que os responsáveis pela Igreja devem permanecer fiéis à sua missão, ao seu serviço. Se alguém deles descuida as suas responsabilidades — e usa as funções que lhe foram confiadas de forma negligente ou em benefício próprio — sofrerá as consequências.



  1. Os dois últimos versículos falam-nos do tipo de castigo de acordo com o tipo de desobediência. Quem desobedece intencionalmente será mais castigado; quem desobedece sem intenção será menos castigado. Esta referência às «vergastadas» deve ser entendida no âmbito da linguagem dos pregadores da época. Estas «vergastadas» sinalizam a repulsa de Deus por aqueles que negligenciam a missão que lhes foi confiada.

É provável que São Lucas esteja a pensar em alguns dirigentes cristãos que, por preguiça ou por maldade, perturbavam seriamente a vida das comunidades a que presidiam.


E. Confiança para lá de toda a segurança



  1. «A quem muito foi dado, muito será exigido, a quem muito foi confiado, mais se lhe pedirá» (Lc 12, 48). Não há dúvida de que esta frase é dirigida aos responsáveis. Mas pode aplicar-se a todos os que receberam dons materiais ou espirituais. Tudo o que está em nós não é nosso. Tudo o que está em nós é dom, não posse. Tudo o que está em nós, antes de ser conquistado por nós, foi-nos confiado por Deus.

Se o que está em nós não é nosso, não pode estacionar em nós. Deus quer que tudo aquilo que nos confiou seja repartido para bem de todos. Não deixemos, por isso, que tudo funcione em função do cálculo. Abramo-nos à aventura da fé.



  1. A Carta aos Hebreus apresenta a fé como «garantia dos bens que se esperam e a certeza das realidades que não se vêem» (Heb 11,1). A fé está intimamente conectada com a esperança; ela dirige-se não ao que está programado desde o passado, mas à surpresa do futuro e ao invisível.

A fé inspira confiança para lá de toda e qualquer (humana) segurança. A fé permite-nos ver além do visível, levando-nos para o limiar do invisível. Aquilo que o possível nos homens não consegue o «impossível» de Deus realiza. Não fiquemos pelas nossas possibilidades. Abramo-nos ao «impossível» de Deus. Para Ele, todo o impossível é possível. Só com Deus, o que consideramos impossível se tornará (felizmente) possível!

publicado por Theosfera às 05:13

Hoje, 11 de Agosto (19º Domingo do Tempo Comum), é dia de Sta. Clara de Assis, Sta. Susana e S. Maurício Tornay.

Um santo e abençoado dia para todos!

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Sábado, 10 de Agosto de 2019

Hoje, dia 10 de Agosto, é dia de S. Lourenço e Sta. Filomena.

Refira-se que S. Lourenço é invocado contra a lombalgia e os incêndios. É também o protector das bibliotecas. É ainda o padroeiro dos cozinheiros e dos hospedeiros.

Um santo e abençoado dia para todos!

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Sexta-feira, 09 de Agosto de 2019

Hoje, 09 de Agosto, é dia de Sta. Teresa Benedita da Cruz (nome religioso da filósofa Edith Stein), S. Carlos Maria Leisner, S. Samuel de Edessa e S. João de Fermo ou da Alvérnia.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019

Hoje, 08 de Agosto, é dia de S. Domingos (Fundador da Ordem dos Pregadores), 14 Santos Auxiliadores e Sta. Maria Margarida do Sagrado Coração, Fundadora das Irmãs Mínimas do Sagrado Coração.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quarta-feira, 07 de Agosto de 2019

Hoje, 07 de Agosto, é dia de S. Sisto II, S. Caetano, Sto. Alberto de Trápani, Sto. Agatângelo de Vêndome e S. Cassiano de Nantes.

Um santo e abençoado dia para todos!

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Terça-feira, 06 de Agosto de 2019

Hoje, 06 de Agosto, é dia da Transfiguração do Senhor (festa celebrada, em alguns locais, como do Santíssimo Salvador), S. Justo e S. Pastor.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 05 de Agosto de 2019

Hoje, 05 de Agosto, é dia de Sta. Maria Maior (ou Nossa Senhora das Neves), Sto. Abel de Reims e Sto. Emídio.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 04 de Agosto de 2019

Tudo sobe para cima.

Tudo caminha para o alto.

Tudo tende para o fim.

 

E, na verdade, o que importa é o fim,

o fim para o qual nos chamas.

 

Tu, Senhor, chamas-nos para a felicidade,

para a alegria, para a justiça, para a paz.

Tu, Senhor, chamas-nos para Ti.

 

A vida é cheia de sinais.

É importante estar atento a eles.

É fundamental deixarmo-nos guiar por eles.

 

Neste mundo, tudo passa.

Nesta vida, tudo corre.

Neste tempo, tudo avança.

Só a Tua Palavra permanece, Senhor.

 

 

Obrigado por nos reunires,

por nos congregares,

por nos juntares.

 

De toda a parte Tu chamas,

Tu convocas,

Tu reúnes.

 

Obrigado, Senhor, pela esperança

E pelo ânimo,

Pelo vigor e pela presença.

 

 

 

O importante não é saber a hora do fim.

O fundamental é estar pronto, preparado, disponível.

 

Para Ti, Senhor, o fim não é destruição nem dissolução.

ConTigo, Senhor, o fim é plenitude, realização, felicidade.

 

Em Ti já sabemos o que nos espera.

Tu, Senhor, és a esperança e a certeza da esperança.

 

Tu já abriste as portas.

Tu já inauguraste os tempos últimos, os tempos novos.

 

ConTigo nada envelhece.

Em Ti tudo se renova.

Renova sempre a nossa vida,

JESUS!

publicado por Theosfera às 11:10

A. Cuidado com a escravatura do dinheiro

  1. É certo e sabido que a humanidade tem um prolongado contencioso com o dinheiro e, mais vastamente, com os bens materiais. Precisamos deles, mas não raramente submetemo-nos a eles. E é assim que, em vez de serem nossos servos, tornam-se nossos senhores. O senhorio do dinheiro é uma das piores formas de escravatura neste nosso mundo. Ele é, sem dúvida, o responsável pela riqueza de muitos, mas é também o culpado pela pobreza de tantos.

E o mais preocupante é que o dinheiro domina não apenas quem o possui, mas também o procura. Temos, por isso, de nos libertar deste jugo. Temos de perceber que o dinheiro é necessário para sobreviver, mas nunca consintamos que ele nos sufoque e asfixie.



  1. A liturgia deste Domingo interpela-nos acerca da atitude que assumimos face aos bens deste mundo. Fica bem claro que eles não podem ser os senhores da nossa vida. O ser humano está vocacionado para mais, para diferente, para melhor. São outros os bens que dão sentido à nossa existência e que nos garantem a vida em plenitude.



No Evangelho, através da «parábola do rico insensato», Jesus denuncia a insolvência de uma vida voltada apenas para os bens materiais: o homem que assim procede é visto como um «louco», que esquece aquilo que dá sentido à existência. Na Primeira Leitura, encontramos uma meditação sobre o absurdo de uma vida voltada para a acumulação de bens. Por sua vez, a Segunda Leitura convida-nos a não nos afeiçoarmos às coisas da terra. Mesmo em baixo, devemos olhar para o alto, orientando-nos para Deus.


B. Sozinhos, não conseguimos nada



  1. Diante de Deus, tudo é caduco, finito e periclitante. O Livro de Qohélet — também conhecido como Livro do Eclesiastes —, além de apontar caminhos, procura desmontar certezas. Formula perguntas e não se preocupa em fornecer respostas apressadas.

Não espanta, por isso, que o tom geral do livro seja atravessado por algum pessimismo. O autor parece vergado ao peso da realidade, negando qualquer possibilidade de encontrar um sentido para a vida. Segundo ele, o esforço humano é inútil. Haja o que houver, aconteça o que acontecer, nada vale a pena porque a morte está sempre à espreita.



  1. Olhando, concretamente, para o texto de hoje, o «Qohélet» não hesita em proclamar a inutilidade de qualquer esforço humano. Partindo da sua própria experiência, ele foi capaz de concluir friamente que os esforços desenvolvidos pelo homem não servem para nada.

O homem, só pelo seu esforço, pouco consegue e o pouco que consegue de nada vale. Que adianta trabalhar se, afinal, temos de deixar tudo aqui? É por isso que o «Qohélet» resume a sua frustração e o seu desencanto nesse refrão que se repete, por 25 vezes, em todo o livro: «Tudo é vaidade».


C. Não é mais quem tem mais



  1. A grande lição que este texto nos dá é a certificação da incapacidade de o homem encontrar um rumo, um sentido para a vida. O pessimismo do «Qohélet» ajuda-nos a reconhecer a nossa impotência, a impotência de uma vida voltada apenas para o material.

É assim que a reflexão deste livro nos leva a olhar para mais além. Para onde? O «Qohélet» não o diz expressamente, mas nós, iluminados pela fé, sabemos onde está a resposta: em Deus. Só em Deus seremos capazes de preencher a nossa existência.



  1. O Evangelho apresenta-nos Jesus a escusar-Se — delicada e decididamente — a tomar partido em questões familiares. Daí que diga a quem o interpelou acusando o seu irmão: «Amigo, quem me fez juiz ou árbitro das vossas partilhas?» (Lc 12, 14). O que estava em causa era a luta pelos bens e o apego ao dinheiro, por parte dos dois irmãos em causa.

A conclusão que Jesus extrai (cf. Lc 12, 15) explica porque é que Ele não aceita intrometer-se em tal discussão. O dinheiro, tendo a sua importância na vida, não é o mais importante da vida. O desejo imoderado de dinheiro não é bom, é idolatria: não conduz à vida plena, não corresponde às aspirações mais profundas do homem, A lógica do Reino vai mais além dos bens materiais. Não é mais quem tem mais, mas quem vê mais e quem vai mais além.


D. Mais que amealhar, é importante acrescentar



  1. O problema é que, apesar de passarmos o tempo a relativizar os bens materiais, acabamos por passar a vida envolvidos por eles. Só que, para Jesus, os bens materiais não bastam. A parábola que Jesus apresenta (cf. Lc 12, 16-21) ilustra a atitude do homem dominado pelos bens perecíveis, esquecendo-se do essencial.

Jesus fala-nos de um homem previdente, responsável e trabalhador. Sucede que, de forma egoísta e obsessiva, vive apenas para os bens que, a seus olhos, lhe asseguram tranquilidade e bem-estar material. Este homem é a imagem de todos aqueles cuja vida só pretende amealhar e não acrescentar. Preferem inchar e não encher. Pensam que o dinheiro traz tudo, esquecendo que, só por si, não consegue nada.



  1. É preciso dizer que mais importante que o dinheiro é a família, é o relacionamento humano, é Deus. Não é a vida que deve andar em função do dinheiro, o dinheiro é que deve andar em função da vida.

A decisão de Deus, que terminantemente põe um ponto final nesta existência egoísta, mostra que uma vida deste género não tem sentido e que quem vive apenas para acumular mais e mais bens não agrada a Deus.


E. Não nos deixemos dominar pelo dinheiro



  1. O que Jesus pretende, com esta história, não é demonizar o dinheiro. O que Jesus quer é que não nos deixemos dominar por ele. O que Jesus quer é que não vivamos em regime de escravatura, A preocupação excessiva com os bens, a busca desenfreada de bens, só concorre para a desumanização, que centra o homem em si próprio.

Quando o coração está cheio de avareza, quando a vida se torna um combate obsessivo pelo «ter», o homem torna-se insensível aos outros e indiferente a Deus; Nessa altura, o homem pensa que tudo começa e acaba com o dinheiro. Terrível desilusão, esta, que corrói a humanidade.



  1. Não espanta que São Paulo nos convide a aspirar às «coisas do alto» e não às «coisas da terra». Pelo Baptismo, estamos unidos a Cristo ressuscitado. Desse modo, morremos para o pecado e renascemos para uma vida nova. Comportemo-nos, pois, como portadores desta vida nova. Esta vida nova vai crescendo progressivamente, para se manifestar, em plenitude, quando Cristo voltar.

Não é o céu que é imagem da terra; a terra é que deve ser imagem do céu. Nós somos habitantes do céu que ainda vão caminhando na terra. Que seja Cristo a viver em nós. Que a nossa vida seja sempre uma «cristovida». Que as portas do nosso coração nunca se fechem. Que o nosso coração esteja sempre aberto e que todo o nosso ser fique mais desperto. Tenhamos sempre presente isto: o mais importante na vida é Jesus Cristo!

 

publicado por Theosfera às 04:14

Hoje, 04 de Agosto (18º Domingo do Tempo Comum), é dia de S. João Maria Vianey (St. Cura d'Ars), Sto. Aristarco, Sto. Eleutério de Társia, S. Gonçalo e S. Rúben Estilita.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sexta-feira, 02 de Agosto de 2019

Hoje, 02 de Agosto, é dia de Nossa Senhora da Porciúncula, Sto. Eusébio de Vercelas, S. Pedro Juliano Eymard, S. João de Rieti, Sta. Joana de Aza, S. Pedro Fabro e Sto. Augusto Czartoryski.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quinta-feira, 01 de Agosto de 2019

Senhor Jesus,

Nós Te louvamos no começo deste dia

e no início de um tempo que, conTigo, queremos que seja novo.

 

Agradecemos o dom da vida

e pedimos-Te pela saúde, pela paz e pela justiça entre todos.

 

Agradecemos especialmente

o dom de Tua Mãe,

que nos deste como nossa Mãe também.

 

Ela é, para nós, a Senhora dos Remédios,

a senhora da Luz em tempos de escuridão,

a senhora da Esperança em tempos de desespero,

a senhora da Alegria em tempos de tristeza,

a senhora da Fé em tempos de descrença.

 

Adoramos, Senhor, a Tua presença eucarística

e louvamos-Te no Teu primeiro Sacrário que foi o ventre de Tua Mãe.

 

Acompanha-nos, Senhor, nesta manhã

e ajuda-nos a viver na Tua presença ao longo do resto do dia.

 

Que cada passo que dermos

possa ser uma irradiação do Teu amor e da Tua (infinita) paz!

publicado por Theosfera às 00:00

Hoje, 01 de Agosto, é dia de Sto. Afonso Maria de Ligório e S. Félix de Gerona.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

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