O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Domingo, 03 de Março de 2019

Tu, Senhor, és vida.

Tu, Senhor, és fonte de vida.

Tu, Senhor, és recomeço de vida.

 

Obrigado, Senhor, por nos tocares.

Por te aproximares de nós com tanto afecto,

com tanto amor.

 

Obrigado por Te fazeres um de nós

e por nos devolveres à vida

mesmo depois de todas as nossas quedas.

 

É tão admirável o Teu procedimento

que, mesmo quando nós não damos conta de Ti,

 

Tu já estás connosco,

Tu já estás em nós.

 

É tão maravilhosa a Tua presença.

É tão intensa a Tua paz.

É tão imenso o Teu amor.

 

Vivemos um tempo de desânimos e desalentos,

de tristezas muitas e angústias mil.

 

Mas Tu, Senhor, não desistes de nós,

mesmo quando algum de nós desiste de Ti.

 

Tu estás sempre a presentear-nos com as Tuas oportunidades.

Tu és vida antes da vida.

Tu és vida depois da vida.

Tu és sempre vida,

vida sem fim.

 

Obrigado, Senhor, por tanto.

Obrigado, Senhor, por tudo.

 

Cura-nos por dentro.

Transforma-nos a partir do fundo.

 

Dá-nos um novo coração,

um coração como o Teu,

JESUS!

publicado por Theosfera às 11:27

A. Quem diz mal dos outros dirá bem de si?



  1. Há quem diga que gosta muito de «debater», mas, no fundo, do mais gostamos é de «bater». Nesta vida, não falta quem «bata» com a verdade (como sucede com a difamação) e — o que é mais grave — não escasseia sequer quem «bata» com a mentira (como acontece na calúnia).

Acresce que quem diz mal dos outros acaba por dizer mal de si. Aliás, já Freud confessava que, «quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais sobre Pedro do que sobre Paulo». De facto, quem fala mal dos outros está, no fundo, a destapar a maldade que só leva a ver mal nos outros.



  1. Diz a experiência que falar mal dos outros é, muitas vezes, uma estratégia para que não se repare no mal que há em nós. Jesus teve, aliás, o cuidado de denunciar esta tendência com a máxima veemência: «Porque olhas o argueiro que o teu irmão tem na vista e não reparas na trave que está na tua? Como podes dizer a teu irmão: “Irmão, deixa que tire o argueiro que tens na vista”, se tu não reparas na trave que está na tua?» (Lc 6, 41-42).

É que o nosso mal pode ser maior que o mal do nosso irmão. É por isso que só Deus está em condições de julgar (cf. Deut 1, 17). Todos nós somos débeis; ninguém está acima de ninguém. Quem se coloca acima dos outros acaba por cair com os outros. Não é por acaso que o povo diz que «quem com ferros mata com ferros morre».


B. Será proibido falar bem da Igreja?



  1. É preciso pôr fim a esta propensão para falar mal do irmão. É imperioso pôr fim a esta tendência para a maledicência e também para a «malescrevência» e a «maleficência». Com efeito, dizer mal dos outros leva a escrever mal dos outros e a fazer mal aos outros.

Aparentemente, parecemos conviver «pacificamente» com isso. Dá a impressão de que aceitamos — sem grandes sobressaltos — que se diga mal de alguém, que se escreva mal sobre alguém e que se faça todo o tipo de mal a alguém. Não espanta, pois, que a nossa comunicação, apesar de ter o nome de «social», esteja a ser uma comunicação cada vez mais associal. É que a nossa comunicação está a socializar-nos cada vez menos uma vez que nos afasta dos outros, incidindo quase sempre sobre o que há de pior sobre eles.



  1. Este problema está, entretanto, a afectar não só a nossa relação com os mais distantes, mas também com os mais próximos. É por isso que, hoje em dia, a «xenofobia» coexiste com uma emergente «oikofobia». Ou seja, como se não bastasse a aversão que muitos têm pelos estranhos, está a despontar uma crescente aversão pelos mais próximos.

Basta ver o que acontece em casa e o que, para nosso pesar, também vai acontecendo na Igreja. Se a violência doméstica não dá sinais de abrandar, a intriga eclesial não pára de nos torturar. Falar mal da Igreja é um «desporto» a que muitos se dedicam sem o menor recato ou o mais leve pudor. Será proibido falar bem da Igreja?


C. Que seria do mundo sem a Igreja?



  1. Será curial silenciar o bem que se pratica na Igreja? Dizem que o positivo não vende e que só o negativo rende: «A boa notícia não é notícia». Como notou Henri de Lubac, a tentação da crítica pela crítica, nos tempos que correm, é muito frequente e bastante apelativa.

Parafraseando o Padre Manuel Antunes, dir-se-ia que «o negativo prevalece sobre o positivo, os defeitos sobre as qualidades e os defeitos das nossas qualidades sobre as qualidades dos nossos defeitos». Com tanta predisposição para publicitar as suas fraquezas, pode acontecer que alguém conclua que na Igreja nada há de positivo.



  1. Esta situação contribui para criar um ambiente eclesiodepressivo e para disseminar uma mentalidade eclesiofóbica. Dir-se-ia que, acerca da Igreja, só o mal — não o bem — cá para fora vem. Porque é que — sem vaidade, mas também sem vergonha — não acendemos as luzes, que excedem em muito as sombras? Será que a única forma de debater a Igreja é bater na Igreja?

É preciso não ter medo de dizer que foi a Igreja que introduziu as bases do sistema universitário e do direito internacional. E que pensar da rede mundial de assistência aos mais pobres que a Igreja continua a assegurar? A moldura da nossa Europa foi desenhada a partir dos mosteiros. Os monges ao fervor espiritual aliaram sempre um forte progresso civilizacional. Foram eles que lançaram centros de ensino, redes de fábricas e até métodos de criação de gado.


D. A Igreja é bela até no reconhecimento das suas fraquezas



  1. Enquanto «tangibilidade histórica da presença de Deus» (Karl Rahner), a Igreja é portadora de um legado muito belo, que nos devia encher de alegria e encharcar de gratidão. As suas falhas são o preço que ela paga por não excluir ninguém. Como bem percebeu Henri de Lubac, a Igreja «não é uma academia de sábios, nem um cenáculo de intelectuais sublimes, nem uma assembleia de super-homens».

Pelo contrário, «os miseráveis de toda a espécie têm cabimento na Igreja». Não são eles os que mais precisam dela? Já São Cipriano notara que os cristãos «não são filósofos nas palavras, mas nos factos; não dizem grandes coisas, mas procuram fazê-las». E não há dúvida de que, entre essas grandes coisas, está o reconhecimento das suas próprias debilidades e fraquezas.



  1. Quem tem uma cultura de arrependimento e de perdão como a Igreja? Quem apela ao exame de consciência como a Igreja? Quem luta contra os erros como a Igreja? Mas, ao mesmo tempo, quem estende a mão aos que erram como a Igreja?

Temos de perceber que a Igreja, Corpo de Cristo, é santa na sua cabeça e pecadora nos seus membros. A santidade vem-lhe de Cristo; o pecado enxerta-se-lhe por cada um de nós. Perguntar-se-á como é que o Corpo de Cristo pode estar forrado com uma «massa tão grosseira» (Henri de Lubac). Sucede que nem o pecado dos seus membros impede que a cabeça faça fluir a santidade. A Igreja posiciona-se, na maneira de ver de Santo Ireneu, como «a câmara de tesouro onde os Apóstolos depositaram a verdade que é Cristo».


E. Nunca desliguemos Cristo da Igreja nem a Igreja de Cristo



  1. O pecado introduz-se na Igreja quando os membros da Igreja seguem mais o mundo do que a Cristo. O pecado é vencido na Igreja quando os membros da Igreja vivem unidos a Cristo, testemunhando-O no mundo. Trata-se, no fundo, de pôr em prática o que Jesus Cristo propõe: «O discípulo deve ser como o seu mestre» (Lc 6, 40).

É próprio do discípulo seguir o mestre, procurando viver como o seu mestre. Sem o nosso Mestre, que Se apresentou como sendo a luz (cf. Jo 8, 12), andamos na cegueira. E se estamos cegos, como é que podemos fazer brilhar a luz? «Pode um cego guiar outro cego?» (Lc 6, 39).



  1. Só na luz que é Cristo Jesus, reencontraremos a luz. Depender de Cristo não é humilhante; pelo contrário, é profundamente revigorante. É isto o que, aliás, ocorre a partir do Baptismo. Dir-se-ia que o cordão umbilical é desligado da nossa mãe para nos religar a Cristo. Se Cristianismo vem de Cristo, que podemos ser além de Cristo? O Cristianismo não é uma redundância; é uma novidade. Ser cristão não é uma mera confirmação da vida; é uma proposta de transformação da existência. Deste modo, não somos cristãos para ser como nos apraz, mas para incorporar a vida que Cristo nos traz. O cristão não é ele; é Cristo nele (cf. Gál 2, 20). Nunca desliguemos Cristo da Igreja e religuemos sempre a Igreja a Cristo.



Tudo isto reclama uma contínua aprendizagem e requer uma permanente conversão. Seremos nós mesmos quando nos centrarmos n’Aquele que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida (cf. Mt 20, 28). Por conseguinte, não falemos mal de ninguém e não façamos mal a ninguém. Façamos como Jesus: aonde virmos crescer o mal levemos uma semente de bem. Nunca esqueçamos isto: o mundo só será melhor com o amor de Jesus Cristo!

publicado por Theosfera às 05:53

Hoje, 03 de Março (Oitavo Domingo do Tempo Comum), é dia de Marino, Sto. Astério, S. Frederico de Hallam, S. Liberto, S. Samuel, S. Miguel Pio e Sta. Catarina Maria Drexel.  É o último Domingo antes da Quaresma.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

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