O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Sábado, 08 de Dezembro de 2018

Nossa Senhora, Mãe da esperança,

Acompanha-nos na nossa jornada pelo tempo.

Faz brilhar em nós a luz do Teu sim.

 

Tu és a toda santa, a toda bela, a toda pura.

Dá-nos a graça de sermos simples e fiéis,

Persistentes e constantes.

Semeia em nós a santidade.

 

Que sejamos humildes como Tu.

Que deixemos Deus fazer através de nós as maravilhas que Deus realizou por meio de Ti.

 

Ajuda-nos no caminho,

Acompanha-nos na viagem.

 

Apoia-nos quando cairmos.

Enxuga as nossas lágrimas.

 

Dá-nos a Tu mão, agora,

E recebe-nos no Teu coração, depois, na eternidade.

 

Que sejamos santos

E, por isso, felizes.

 

E por isso cada vez mais amigos,

Cada vez mais unidos,

Cada vez mais irmãos!

 

Daqui a 17 dias, celebraremos o nascimento de Teu Filho,

De hoje a nove meses estaremos aqui a celebrar o Teu próprio nascimento.

 

Dizer-Te obrigado é pouco,

Mas, à falta de melhor, é tudo o que nos resta.

 

Aceita, pois, a palavra dos nossos lábios

E o sentimento que brota do nosso coração.

 

Obrigado, Mãe.

Leva-nos conTigo ao coração do Pai!

publicado por Theosfera às 11:30

A. Um acontecimento espiritual, inteiramente real



    1. Este é mais um dia da Mãe. É o dia em que a Mãe começou a existir. É o dia em que o céu se quis abrir e, para todos, sorrir. O primeiro suspiro de Maria acaba por ser o primeiro sopro de vida de Jesus. Este é, pois, o início antes do começo, o dia anterior ao dia primeiro. Este é o Natal que prepara o Natal. É o pré-Natal que nos vai conduzir até ao Natal.

    Celebramos a Imaculada Conceição. Maria foi sempre imaculada. Foi imaculada quando foi concebida e, como assinala o Evangelho, foi imaculada quando concebeu. O que em Maria aconteceu não foi obra humana, mas acção divina. O Espírito Santo veio sobre Ela (cf. Lc 1, 35) para desencadear a ocorrência mais bela: a vinda do Filho de Deus ao mundo.



    1. Por tal motivo, a tradição habituou-se a chamar a Maria «Esposa do Espírito Santo». É o que fazem, por exemplo, São Jerónimo, São Francisco de Assis e São Bernardo. Como é óbvio, não podemos entender esta expressão em sentido biológico, o que faria do Espírito Santo o Pai de Jesus. Não estamos no âmbito da física, mas da mística. É, pois, pelo mistério (e não pela ciência) que nos devemos guiar.

    Como bem precisou Santo Agostinho, o Espírito Santo não gerou o Filho de Deus. O Espírito Santo não é o gerador (o que faria d’Ele o Pai), mas o santificador. O Pai de Jesus é Deus Pai. É Ele que eternamente gera o Filho. Como nota a referida tradição, o Espírito Santo fecunda e santifica o seio de Maria para — nele — ser acolhido o Filho de Deus.



    B. O primeiro instante de uma presença constante

    1. Santo Hilário de Poitiers afirma que «o Espírito Santo, vindo do alto, santificou as entranhas da Virgem e, uma vez que sopra onde quer (cf. Jo 3, 8), entrou na nossa carne humana […]; e para que não houvesse obstáculo algum, o poder do Altíssimo cobriu com a Sua sombra a Virgem a fim de que a limitação humana que n’Ela havia se fortalecesse com a sombra que A ia envolver».

    Com a locução «Esposa do Espírito Santo», o que se pretende vincar é que a concepção de Jesus em Maria é um acontecimento espiritual, embora inteiramente real. É um acontecimento interior, que se projecta no exterior; é um acontecimento espiritual que ocorre no carnal; é um acontecimento divino que se revela no humano. Com o Seu «sim», Maria — como verbalizou São Proclo de Constantinopla — portou-Se como «um sagrado e misterioso “tear” da Encarnação», cujo «tecedor» foi precisamente o Espírito Santo.



    1. Condensando todo o este mistério, o Catecismo da Igreja Católica sublinha que «o Espírito Santo é enviado para santificar o seio da Virgem Maria e fecundá-lo divinamente, Ele que é “o Senhor que dá a Vida”, fazendo com que Ela conceba o Filho Eterno do Pai numa humanidade proveniente da Sua».

    Foi deste modo que Deus cuidou da morada para o Seu Filho. Preparou-Lhe uma Mãe sem mancha, uma Mulher sem mácula. A Imaculada Conceição é a primeira grande visitação de Deus à Mãe de Seu Filho. Foi o primeiro instante de uma presença constante.



    1. C. Estar com Maria é estar com Jesus



    1. Para nos ajudar a seguir Cristo quem melhor do que quem nos trouxe Cristo? Ninguém vive Cristo como Aquela que nos dá Cristo. Por isso, é para Maria que nos devemos dirigir no momento de Cristo seguir. Melhor que ninguém, Ela sabe o que é ouvir (cf. Lc 8, 21), acreditar (cf. Lc 1, 45), dizer sim (cf. Lc 1, 38), acompanhar (cf. Jo 2, 1-12; 19, 25) e vivenciar (cf. Lc 8, 21).

    É por tudo isto que, para a Igreja, se Jesus é a fonte, Maria aparece com o seu grande modelo. Ela corporiza, por assim dizer, a Igreja nascente, a Igreja seminal, a Igreja dos começos e, ao mesmo tempo, a Igreja da plenitude e da consumação. Maria transportou dentro de si o Fundador — e perene Fundamento — da Igreja. Isto significa que já houve alguém que conseguiu o que cada um de nós é chamado a realizar: a fidelidade a Deus.



    1. Estar com Maria é estar com Jesus Cristo. Tal como Jesus, que Se apresentou no mundo como servo (cf. Lc 22, 27; Fil 2, 7), Maria identifica-se na vida como serva (cf. Lc 1, 38). A esta luz, a Igreja só pode ter uma configuração totalmente serviçal.

    Enquanto primeira cristã, Maria em nós é a grande maieuta de Cristo. Uma vez que o Verbo Se fez carne na Sua carne, Ela está em condições únicas para nos ajudar a que Ele Se faça vida na nossa vida. Por tal razão, quem está perto de Maria nunca estará longe de Cristo.

    D. É pelo exemplo que Maria «governa» a Igreja


    1. Não admira que Maria seja descrita como terra sagrada, cálice do Verbo e primeiro sacrário da história. Que melhor guia do que Maria no caminho para Cristo e para Deus? São Luís de Montfort percebeu que por Maria se chega a Jesus. E, mais recentemente, São João Paulo II enfatizou: «Se dizes “Maria”, Ela repete: “Deus”». É por isso que, como bem observou Joseph Ratzinger, «a Igreja abandona qualquer coisa que lhe foi confiada quando não louva Maria».



    1. A Igreja redescobre em Maria uma capacidade única para compreender que Deus intervém na história para salvar, para libertar. Maria oferece-nos, não um Deus a-pático, mas um Deus entranhadamente sim-pático, um Deus que sofre o nosso sofrimento



    Embora escondidamente — como notou von Balthasar —, Maria governa a Igreja. Não necessita de ser loquaz para ser eloquente. Basta-Lhe a eloquência do exemplo. Maria governa a Igreja pelo exemplo e o exemplo é tudo. O que Maria é corresponde ao que a Igreja é chamada a ser. O que é conhecido em Maria deverá ser sempre reconhecido na Igreja. Para a Igreja, Maria é o seu pléroma e o seu gérmen.



    E. A tristeza da beleza e a beleza da tristeza

    1. João Paulo I, imediato sucessor de São Paulo VI, ter-nos-á surpreendido quando declarou que «Deus é Pai e, ainda mais, Mãe». No fundo, Maria traz para nós a paternidade maternal de Deus. Aprendamos com Maria a estarmos sempre unidos a Jesus. Como Mãe e como discípula, nunca Jesus abandonou: foi a Jesus que Ela sempre Se dedicou. Quem procura Maria inevitavelmente encontra Jesus. Se alguém não encontra Jesus é porque, verdadeiramente, não procurou Maria. Será que já reparamos no estreitíssimo vínculo que amarra Maria a Jesus?

    Aquela que nunca conheceu o pecado ajudar-nos-á a evitar e a vencer o pecado. Por tal motivo, Maria é uma presença que a nossa fé não dispensa. É uma lembrança que acalenta a nossa esperança. Ela é a toda pura e é com emoção que olhamos para a Sua figura. Ela, que esteve junto à Cruz, continuará a levar-nos até Jesus.



    1. Deixemo-nos, pois, guiar por Maria. Ela é a primeira mulher da nova humanidade. Ela tornou-Se a nova Eva, a outra Eva. Ela é saudada com este nome invertido. «Ave» é o contrário de Eva, sinal de que, a partir de agora, tudo é diferente. O «sim» de Maria nunca mais terá fim. O amor de Maria é fecundo porque o seu «sim» é profundo. Os Seus lábios disseram «amém» e todo o Seu ser anuiu também. Com Maria digamos «sim». Com Maria digamos também «amém».

    Termino com o meu poema preferido sobre Nossa Senhora. Foi composto por Antero de Quental. Era um espírito inquieto, mas que sempre soube encontrar a bússola certa para os seus caminhos incertos. É um texto sentido, um texto sofrido. É um texto que fala da Mãe, do Seu amor e da Sua dor, da Sua tristeza e da Sua beleza. De facto, tanto amor há na dor e tanta dor há no amor; tanta tristeza há na beleza e tanta beleza há na tristeza. Eis o poema:

    «Num sonho todo feito de incerteza,

    De nocturna e indizível ansiedade

    É que eu vi o teu olhar de piedade

    E (mais que piedade) de tristeza.



    Não era o vulgar brilho da beleza,

    Nem o ardor banal da mocidade.

    Era outra luz, era outra suavidade,

    Que até nem sei se as há na Natureza.



    Um místico sofrer... uma ventura

    Feita só de perdão, só da ternura

    E da paz da nossa hora derradeira.





    Ó visão, visão triste e piedosa!

    Fita-me assim calada, assim chorosa.

    E deixa-me sonhar a vida inteira!»

publicado por Theosfera às 05:48

Hoje, 08 de Dezembro, é dia da Imaculada Conceição (Padroeira principal de Portugal), de Sta. Elfrida, Sta. Edite, Sta. Sabrina e Sta. Narcisa de Jesus Martilho Morán.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

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