O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Sábado, 31 de Março de 2018

Hoje, 31 de Março (Sábado Santo), é dia de Sto. Acácio de Antioquia, Sta. Balbina, S. Benjamim e S. Daniel.

Falta 01 dia para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sexta-feira, 30 de Março de 2018
  1. Consumado e consumido. Tudo isto está consumado (cf. Jo 19, 30). E todo Ele está consumido. Jesus consumou a Sua missão e consumiu a Sua vida: consumiu a Sua vida ao consumar a Sua missão. Estará tudo terminado?

É óbvio que Jesus morreu. Mas os primeiros cristãos não entenderam a Sua morte como morte. E, na Liturgia Pascal, a Igreja até garante que Jesus «destruiu a morte». Já Santo Agostinho notara que Jesus, com a Sua morte, matou a morte: «em Si, Ele matou a morte»!


  1. Guiados por São João, o que ouvimos em Sexta-Feira Santa não é — explicitamente — que Jesus morreu. O que ouvimos, nesta Sexta-Feira Santa, é que, após ter dito que «tudo estava consumado», Jesus «inclinou a cabeça» e «entregou o Espírito» («parédôken tò Pneuma») [Jo 19, 30].

Sucede que inclinar a cabeça é próprio não só de quem morre, mas também de quem adormece. E o certo é que, desde sempre, a Igreja acredita ter nascido não «do lado morto», mas do «lado adormecido» de Cristo.


  1. Acresce que a «entrega do Espírito» não tem de ser um indicador de morte. «Entregar o Espírito» (a Deus e aos homens) é uma poderosa demonstração de vida. Haja em vista que, na Bíblia, o Espírito é sinónimo de vida, pelo que entregar o Espírito é entregar a vida (cf. Jo 6, 63).

Não foi o que Jesus sempre fez?


  1. É verdade que Ele foi dado como morto (cf. Jo 19, 33) e sepultado (cf. Mc 15, 46). Espantoso é o significado teológico atribuído a este facto biológico. É que Jesus — mesmo depois de tudo ter consumado e de todo Ele Se ter consumido — não parou de Se entregar.

São João é o único evangelista que nos dá conta do soldado que «picou» o «lado» de Jesus com uma lança (cf. Jo 19, 34). Sim, «picou». É a tradução mais fiel do que se encontra no texto: «ényxen» é o aoristo do verbo «nýssô», que quer dizer «picar» ou «perfurar». Habitualmente, as traduções dizem que o soldado «trespassou» o lado de Jesus. E, no fundo, este acto de «picar» foi um autêntico «trespasse»: de um lado para o outro: do lado de dentro para o lado de fora, do lado de Deus para o lado do homem.


  1. É do lado de dentro (isto é, do lado de Deus) que brotam as fontes da salvação: o «sangue e a água» (cf. Jo 19, 34). Mas como era possível dar mais quem já tinha dado tudo? Acontece que Jesus é dádiva sem fim, é dádiva até para lá do fim.

O «sangue e a água» que correm do Seu lado aberto continuam a escorrer pelo mundo inteiro: a água para lavar e o sangue para redimir. A água sempre foi vista como alusão ao sacramento do Baptismo e o sangue sempre foi acolhido como símbolo do sacramento da Eucaristia.


  1. Admirável é que, uma vez mais, se faça sobressair uma luminosa afirmação de vida. A intenção de espetar a lança — e picar o corpo — era para testar a morte. Só que aquele coração estava repleto de vida: da vida que, pelo Seu Filho, Deus ofereceu à humanidade.

Como recordou o Papa Pio XII foi «do coração ferido do Redentor que nasceu a Igreja». O coração sinaliza o imenso amor «que moveu o nosso Salvador a celebrar o Seu místico matrimónio com a Igreja».


  1. É curioso notar como também Eva, a primeira mulher da humanidade, fora constituída a partir do lado (tselá) do primeiro homem adormecido (cf. Gén 2, 21-22).

Não é, portanto, em vão que o Catecismo sufraga esta conexão: «Da mesma forma que Eva foi formada do lado de Adão adormecido, também a Igreja nasceu do coração trespassado de Cristo morto na Cruz».


  1. Amanhã, Sábado Santo, iremos acompanhar Jesus na sepultura. Também esta é encarada não como um lugar de aniquilamento, mas de repouso. Tal como Deus repousa após a obra da criação (cf. Gén 2, 2), também o Filho de Deus repousa após a obra da redenção.

Neste Seu repouso, Jesus está em plena actividade. Ele vai visitar os mortos. Como refere um conhecido texto do século IV, Jesus «faz questão de visitar os que estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte». Jesus é a «vida [até] para os mortos».


  1. Santo Agostinho percebeu que Jesus, ao nascer para morrer, nasceu para viver a nossa morte. «Participando da nossa morte, torna-nos participantes da Sua vida».

Enfim, Jesus muda tudo: Ele vai ao ponto de nos «vitalizar» na própria morte!


  1. A vida de Jesus não terminou. É transfigurada pelo Espírito que nos entrega «da parte do Pai» (Jo 15, 26). É no Espírito que Jesus vive eternamente. É no Espírito que também nós viveremos para sempre.

A sede de Jesus antes do último suspiro (cf. Jo 19, 28) não é sede do vinagre que Lhe foi dado (cf. Jo 19, 29.30). Não é de vinagre que Jesus tem sede. Jesus tem sede de nós: da nossa fidelidade, do nosso amor. Que nós tenhamos sede d’Ele como Ele tem sede de nós. Na Sua morte, disponhamo-nos a transformar a nossa vida!

publicado por Theosfera às 16:10

É tão pesada a Cruz,

a Tua Cruz, Senhor,

que não sei como conseguiste erguê-la

nem como conseguiste erguer-Te

depois de, por três vezes,

ela Te ter feito cair.

 

Como foi possível, Senhor,

depois já de tanto sangue derramado?

Como foi possível, Senhor,

depois já de tantas atrocidades?

Como foi possível, Senhor,

depois da agonia, da flagelação, da coroação de espinhos?

 

Não concebo, mas percebo.

Tu conseguiste arcar com o peso do madeiro,

porque mais pesado que a Cruz era o peso do amor,

o peso do Teu infinito amor.

 

Não concebo, mas percebo:

o Teu amor emagreceu a Cruz,

o Teu amor encolheu a Cruz.

 

Quem olha para Ti, Senhor,

dá a impressão de que a Tua Cruz era leve.

Nada nem ninguém Te fez recuar.

 

Deixa-me, Senhor, pegar na Tua Cruz.

Ela está ao meu lado,

à minha beira.

 

A Tua Cruz continua pesada,

bem pesada,

em tantos lares, hospitais, ruas.

 

A Tua Cruz, Senhor,

tem hoje o nome de miséria,

injustiça, falsidade,

superficialidade e comodismo.

 

Deste-nos tanto,

dás-nos tudo.

E nós, tantas vezes,

recuamos e recusamos

dar-Te um tempo, uma hora, um dia.

 

Acorda-nos, Senhor,

desperta-nos da sonolência em que caímos.

Faz-nos olhar para Ti,

para a Tua Cruz, Senhor!

publicado por Theosfera às 15:30

Hoje, 30 de Março (Sexta-Feira Santa), é dia de S. João Clímaco e Sto. Amadeu de Sabóia.

É dia de jejum e de abstinência.

Faltam 02 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quinta-feira, 29 de Março de 2018

Hoje, 29 de Março (Quinta-Feira Santa), é dia de Sto. Eustásio, Sta. Paula Gambara, Sto. Agostinho de Spínola, S. Manuel Domingos Sol, Sta. Teresa do Menino Jesus (mártir), Sta. Maria do Pilar e Sta. Maria dos Anjos.

Faltam 03 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quarta-feira, 28 de Março de 2018

Hoje, 28 de Março (Quarta-Feira Santa), é dia de S. Sisto III e S. Venturino.

Faltam 04 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Terça-feira, 27 de Março de 2018

 

  1. Será que o mundo conhece o padre?

Será que nós, cristãos, conhecemos os padres?


  1. Mais habituados a apontar-lhes o dedo do que a estender-lhes a mão, pronunciamo-nos fartamente sobre os seus actos.

Mas que atenção procuramos prestar à sua identidade?


  1. As notícias sobre padres são muitas. Já as apreciações sobre o que é ser padre raramente se mostram justas.

Para sabermos o que é ser padre, temos de nos fixar, antes de mais — e acima de tudo —, em Cristo.


  1. É no mundo que o padre tem de estar, mas não é como o mundo que o padre tem de ser.

No mundo, o padre é chamado a ser (como) Cristo.


  1. Isto significa que, no mundo, o padre não existe para ser igual, mas para ser diferente.

Acontece que, em relação ao padre, tudo tende a ser escrutinado a jusante; nada (ou muito pouco) é visto a montante.


  1. No padre, costumamos destacar (quase exclusivamente) a função.

No limite, tomamo-lo como um «funcionário» a quem ordenamos que faça o que lhe exigimos e a quem mal damos oportunidade para fazer o que deve.


  1. E é assim que aquele que está chamado a ser um promotor de encontros passa grande parte do tempo a gerir desencontros.

Quem olha para a unção (e não apenas para a função) do padre?


  1. Quando compreenderemos que o padre está ungido por Cristo, como Cristo está ungido pelo Pai? Basta pensar que Cristo — tal como Messias — quer dizer precisamente «ungido».

Daí que, na ordenação, o padre oiça estas palavras enquanto é ungido: «O Senhor Jesus Cristo, a Quem o Pai ungiu pelo Espírito Santo e Seu poder, te guarde para santificares o povo cristão e ofereceres a Deus o sacrifício».


  1. Por aqui se vê como, no padre, a função nasce da unção. Ele é ungido por Cristo para agir em nome de Cristo.

Assim sendo, o padre, que não substitui Cristo, é aquele que representa Cristo. Ou seja, é aquele que torna presente o próprio Cristo.


  1. No fundo, é isto o que o mundo espera de cada padre: que torne presente Cristo.

Ajudemos, pois, os nossos padres para que eles sejam a única coisa que deles devemos esperar: a transparência de Cristo. Em forma de acção, em forma de testemunho, em forma de profecia, em forma de amor!

publicado por Theosfera às 10:52

Hoje, 27 de Março (Terça-Feira Santa), é dia de S. João do Egipto, S. Peregrino, S. Francisco Faá di Bruna e S. José Sebastião Pelczar.

Faltam 05 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos.

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 26 de Março de 2018

Hoje, 26 de Março (Segunda-Feira Santa), é dia de S. Bráulio, S. Ludgero, S. Quadrado, S. Teodoro, Sto. Emanuel, Sto. Eutíquio e seus Companheiros Mártires.

Faltam 06 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 25 de Março de 2018

Tu és rei, Senhor, e o Teu trono é a Cruz.

 

Tu és rei, Senhor, e Teu reino é o coração de cada Homem.

 

Tu és rei, Senhor, e estás presente no mais pequeno.

 

Tu és rei, Senhor, e estás à nossa espera no pobre.

 

Tu és rei, Senhor, e queres mais o amor que o poder.

 

Tu és rei, Senhor, e moras em tantos corações.

 

Tu és rei, Senhor, e primas pela mansidão e pela humildade.

 

Tu és rei, Senhor, e não tens exército nem armas.

 

Tu és rei, Senhor, e não agrides nem oprimes.

 

Tu és rei, Senhor, e não ostentas vaidade nem orgulho.

 

Tu és rei, Senhor, e a tua política é a humildade, a esperança e a paz.

 

Tu és rei, Senhor, e continuas a ser ignorado e esquecido.

 

Tu és rei, Senhor, e continuas a ser silenciado.

 

Tu és rei, Senhor, e vejo-Te na rua, em tanto sorriso e em tanta lágrima.

 

Tu és rei, Senhor, e vais ao encontro de todo o ser humano.

 

Tu és rei, Senhor, e és Tu que vens ter connosco.

 

Hoje, Senhor, vou procurar-Te especialmente nos simples, nos humildes, nos que parecem estar longe.

 

Hoje, Senhor, vou procurar estar atento às Tuas incontáveis surpresas.

 

Obrigado, Senhor, por seres tão diferente.

 

Obrigado por seres Tu:

JESUS!

publicado por Theosfera às 10:37

A. Jesus fala tão pouco num texto tão longo

 

  1. Acabamos de escutar um texto longo, que faz parte do Evangelho mais breve. O Evangelho de São Marcos tem 16 capítulos e 677 versículos. Dois desses 16 capítulos e 119 desses 677 versículos são proclamados neste dia.

E o que, sem dúvida, mais nos impressiona é que, num texto tão longo, Jesus fale tão pouco. Mas o silêncio de Jesus é bastante sonoro. É um silêncio que faz falar os gestos, que faz falar as atitudes, que faz falar o próprio sangue.

 

  1. Para nós, falar tornou-se sinónimo de produzir sons. Deixamos de ter sensibilidade para lidar com a palavra fora do som. Pelo que dificilmente nos habituaremos a comunicar em silêncio.

Acontece que, se repararmos bem palavra e silêncio não são incompatíveis. A palavra pode vir não apenas pelo som, mas também pelo silêncio. Daí que o silêncio seja necessário não somente para escutar, mas também para comunicar.


 

B. Porque é que Jesus grita?

 

  1. Acresce que comunicar em silêncio é (por assim dizer) a especialidade de Deus. São João da Cruz — com a argúcia que só os poetas e os místicos conseguem ter — assinalou que Deus proferiu uma única palavra e proferiu-a em silêncio.

A palavra que Deus proferiu — e continua a proferir — em silêncio é o Seu Filho (vf. Jo 1, 1). Foi esta Palavra que Se fez carne e habitou entre nós (cf. Jo 1, 14). Foi esta Palavra que, de Belém a Jerusalém — que da manjedoura até à Cruz — nos mostrou quem é Deus. É por isso que, já no século I, Santo Inácio de Antioquia nos exortava a que estivéssemos atentos ao que Deus faz — e diz — em silêncio.

 

  1. A esta luz, é espantoso — diria mesmo provocador — que algumas das poucas palavras de Jesus na Paixão saiam em forma de grito.

Diferentemente de São Lucas e São João, que apresentam a morte de Jesus como a serena consumação da Sua entrega ao Pai (cf. Lc 23, 46; Jo 19, 30), em São Marcos (como em São Mateus) Jesus morre de uma forma dramática: no meio de «grandes clamores e lágrimas», segundo a conhecida expressão da Epístola aos Hebreus (cf. 5, 7).


 

C. Jesus grita perante o silêncio de Deus

 

  1. É sabido que, não obstante a Sua condição divina (cf. Fil 2, 6), não foi fácil a Jesus aceitar a morte. No Getsémani, pediu ao Pai para que, se fosse possível, O afastasse daquela hora. No entanto, ressalvou de imediato que se fizesse a vontade do Pai; não a Sua (cf. Mc 14, 36).

Ou seja, Jesus não fugiu da Cruz, mas sofreu intensamente o que aconteceu na Cruz. São Marcos diz-nos que, antes de morrer, Jesus soltou dois grandes gritos (cf. Mc 15, 34. 37): um imediatamente antes e outro um pouco antes.

 

  1. Por tudo isto, se quisermos olhar para a Paixão de um modo global, temos de prestar atenção quer aos silêncios, quer aos gritos. Daí que uma «teologia do grito» seja tão necessária como uma «teologia do silêncio».

Sintomaticamente, o primeiro dos dois gritos de Jesus na Cruz é para questionar o silêncio: o silêncio de Deus. É voltado para Deus que Jesus grita: «Meu Deus, Meu Deus, porque Me abandonaste» (Mc 15, 34)? É aqui que tudo pára: param sobretudo as explicações. Se já é difícil perceber que o Filho de Deus possa sofrer, parece completamente incompreensível que Deus possa ter abandonado o Seu Filho.


 

D. O «porta-voz» de todos os abandonados

 

  1. Este grito de abandono utiliza palavras do Antigo Testamento, mais propriamente do Salmo 22. Aliás, é a única vez que Jesus chama Deus a Deus. O hábito de Jesus é tratar Deus por Pai e até por Paizinho («Abba»). É claro que, apesar de citar palavras do Antigo Testamento, Jesus está a sentir o que diz. Jesus sente-Se efectivamente abandonado. Neste sentido, Ele é o porta-voz de todos os abandonados — e oprimidos — do mundo.

Mas será que se quebrou mesmo a íntima união entre Jesus e Deus? Qual o significado, então, deste grito de abandono?

 

  1. É importante que olhemos para cada parte do Evangelho à luz da totalidade dos Evangelhos. Assim sendo, verificaremos que o mesmo Jesus que Se confessa abandonado por Deus é também aquele que, segundo São Lucas, morre a entregar-Se nas mãos de Deus: «Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu Espirito» (Lc 23, 46).

Isto significa que Jesus mantém — até ao fim — a consciência de que é Filho e de que Deus é Seu Pai. Ele, que sempre vivera como Filho, morre como Filho.

 

E. No Filho, Deus sofre com todos os Seus filhos

 

  1. Daí que o abandono não traduza uma ausência, mas uma presença silenciosa. O que Deus nos quer dizer é que nós não estamos abandonados porque nos entregou o Seu próprio Filho (cf. Jo 3, 16). Se quem vê o Filho, vê o Pai (cf. Jo 14, 6) e se o Filho e o Pai são um só (cf. Jo 10, 30), então o Pai sofre o sofrimento do Seu Filho. A Sua presença é silenciosa, mas não é passiva. Trata-se, acima de tudo, de uma presença compassiva.

Como bem percebeu São Bernardo, «Deus é impassível, mas não é incompassível». Dizer que Deus é impassível significa afirmar que Deus não está sujeito a padecer. Dizer que Deus não é incompassível implica reconhecer que Deus não é incapaz de Se compadecer (cf. Heb 4, 15).

 

  1. No Filho, Deus sofre com todos nós, Seus filhos. Hans Urs von Balthasar nota que Deus até «sofre bem mais do que nós e não deixará de sofrer enquanto houver sofrimento no mundo». Deus pode tudo que até pode sofrer por nós.

Eis o que de mais comovente nos chega da Cruz: o amor apaixonado de Deus pelo homem. Eis o que nós mais devemos aprender na Cruz: se Deus ama assim a humanidade, como é que nós não havemos de amar cada ser humano? Arrumemos, pois, a nossa «casa». Se for caso disso, deitemos tudo fora. Fiquemos apenas — e sempre — com o amor. É o amor que nos há-de salvar!

publicado por Theosfera às 05:01

Hoje, 25 de Março (Domingo de Ramos na Paixão do Senhor), é dia da Anunciação do Senhor  (adiada para o dia 09 de Abril) e de São Dimas, o Santo Ladrão.

Imauguração da Semana Santa. Faltam 09 meses para o Natal e 07 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sábado, 24 de Março de 2018

Hoje, 24 de Março, é dia de Sta. Catarina da Suécia, Sto. Agapito e S. Diogo José de Cádiz.

Faltam 08 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sexta-feira, 23 de Março de 2018

Hoje, 23 de Março, é dia de S. Nícon e seus Companheiros, S. Turíbio de Mongrovejo, S. Vitoriano e Sta. Raquel Ay-Rayés.

Faltam 09 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quinta-feira, 22 de Março de 2018

Hoje, 22 de Março, é dia de S. Deográcias, Sta. Leia e S. Zacarias.

Faltam 10 dias para a Páscoa da Ressurreição. 

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quarta-feira, 21 de Março de 2018

Hoje, 21 de Março, é dia do Trânsito de S. Bento (ocorrido, neste dia, em 543), S. Nicolau de Flue, Mártires de Alexandria e Sta. Benedita Cambiagio Frassinello.

Faltam 11 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Terça-feira, 20 de Março de 2018
  1. Em princípio, um crente vê Deus como critério para a sua concepção do mundo.

Mas não faltam crentes que colocam o mundo como critério para a sua concepção de Deus. Resultado? Em vez de adequar o mundo a Deus, adequam Deus ao mundo.


  1. É indispensável que conheçamos o mundo ao qual anunciamos o Evangelho. Mas será que procuramos conhecer devidamente o Evangelho que anunciamos ao mundo?

Às vezes, somos muito «mundanos» diante do Evangelho e pouco «evangelizadores» perante o mundo.


  1. É, sem dúvida, meritório que nos preocupemos com a dimensão temporal da fé.

Mas não será igualmente necessário que façamos sobressair a dimensão espiritual do mundo?


  1. A presença no mundo faz parte da fé. Mas temos de perceber que a vivência da fé também faz parte do mundo.

A necessidade de trazer a eternidade para o tempo não pode ofuscar o imperativo de abrir o tempo à eternidade.


  1. Há quem note alguma falta de mundo no nosso discurso sobre Deus.

Mas não será que Deus faz muito mais falta ao nosso percurso no mundo?


  1. Para Emmanuel Mounier, tão grave é construir a eternidade à margem do tempo como investir no tempo à margem da eternidade.

Se o risco de realçar a eternidade à custa do tempo é grande, o perigo de valorizar o tempo à custa da eternidade não é menor.


  1. Já Romano Guardini lastimava os crentes que não se fixam na eternidade, mas apenas no tempo.

Acrescentava que esta situação ficava a dever-se ao facto de o centro da vida estar a deslocar-se da verdade para a vontade.


  1. Em vez de ser a verdade a impor-se à vontade, é a vontade que se impõe cada vez mais à verdade.

No limite, a fé não é acolhida segundo a proposta da comunidade, mas apenas segundo os desejos de cada um.


  1. A «fé transmitida» vai cedendo o lugar à mera «fé sentida» através de sucessivos impulsos emocionais.

É preciso ter presente que, na fé, não existe «autarquia». Ninguém tem fé por si nem para si.


  1. Como avisa Guardini, não é a vontade que cria a verdade. A missão da vontade é encontrar a verdade e dar testemunho dela pelo amor.

Que a verdade ilumine sempre a vontade. E que nunca a vontade obscureça a verdade!

publicado por Theosfera às 10:11

Hoje, 20 de Março, é dia de Sta. Fotina, Sta. Eufémia, S. Remígio de Estrasburgo, S. Francisco de Palau e Quer e Sta. Maria Josefina do Coração de Jesus.

Faltam 12 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 19 de Março de 2018

Hoje, 19 de Março (dia do Pai), é dia de S. José (padroeiro da Igreja, dos pais, dos trabalhadores, dos fabricantes de carro, dos marceneiros e da boa morte) e de S. Marcello Callo.

Faltam 13 dias para a Páscoa.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 18 de Março de 2018

Uma vez mais, Senhor,

eis-nos na Tua escola

para aprender conTigo,

para beber das lições que nos dás,

com a Tua Palavra e sobretudo com a Tua vida.



Tu não páras de nos surpreender.

Será que alguma vez aprenderemos

a profundidade e o alcance das Tuas lições?



Para Ti, Senhor, só ganha quem perde,

só volta à vida quem dá a vida.



A Tua hora é a hora da glória

e a a tua glória está na Cruz,

está na oferta total da vida,

na entrega plena do ser.



Que nós sejamos, Senhor, como o grão de tigo.

Que não tenhamos medo de descer à terra.

É do fundo que se sobe.

É de trás que se avança.



Que não tenhamos medo da obscuridade.

Porque a Tua luz, Senhor,

brilha em todo o lado.



Ensina-nos, Senhor,

a não fugir dos problemas

e a não ter receio das dificuldades.



Tu nem da morte fugiste

e, abraçando a morte,

venceste a morte.



Como os Teus contemporâneos,

também nós, hoje, Te queremos ver.

Que todos Te possam ver em nós

e que, através do nosso testemunho,

Te possam encontrar,

JESUS!

publicado por Theosfera às 10:35

A. Viver é (também) aprender a deixar

 

  1. Nesta vida, andamos todos à procura de ter, de possuir, de ganhar, de conquistar. Até à igreja costumamos vir com o desejo de obter alguma coisa. É um facto que Jesus nos mandou pedir (cf. Mt 7, 7). O problema é que, não raramente, esquecemos que o segredo da felicidade não está no que se recebe, mas no que se dá.

O caminho da felicidade passa essencialmente por aprender a dar, por aprender a darmo-nos. A Quaresma é um tempo propício para percebermos que há muita coisa para dar e também para deixar.

 

  1. É preciso muita coragem — e enorme humildade — para deixar: para deixar o que temos e o que gostaríamos de ter. Uma coisa é certa: ser discípulo de Jesus começa por um acto de deixar: por deixar as nossas ocupações (cf. Mt 4, 20), por deixar o nosso ambiente (cf. Lc 9, 61) e — no limite — por deixar a própria vida (cf. Mt 10, 37).

Tal é, aliás, o exemplo do Mestre. Nós somos discípulos do Mestre que dá a vida e vida em abundância (cf. Jo 10, 10). Jesus prefere sempre conjugar o verbo «dar» ao verbo «possuir».


 

B. Aquele que deixa tudo para não perder ninguém

 

  1. No pedaço de Evangelho que escutámos, Jesus anuncia que está próxima a hora de ser glorificado (cf. Jo 12, 23). Acontece que a Sua glorificação está precisamente no que Ele dá, no que Ele deixa. A Sua vida é como o «grão de trigo», lançado à terra para morrer (cf. Jo 12, 24).

Por muito desconcertante que pareça a linguagem, é mesmo como diz Jesus: «Se o grão de trigo não morrer, fica só; mas se morrer, dá muito fruto» (Jo 12, 24). Se não morrer (se não for pisado), o grão de trigo não dá fruto. Jesus sujeita-Se a perder tudo para não perder ninguém.

 

  1. E nós, discípulos de Jesus, que estamos dispostos a perder? Para ficar com Jesus ressuscitado, é indispensável estar com Jesus crucificado. Para acompanhar Jesus no Seu regresso da terra, é indispensável acompanhar Jesus na Sua descida à terra. Afinal, quem quiser seguir Jesus, tem de aprender a pegar na Cruz (cf. Mt 16, 24). Um cristão sabe que, como notou Karl Rahner, «quem escolhe, escolhe a Cruz». Nada há de deprimente nisto; é aqui que encontramos a chave da verdade sobre Cristo: porque não há Ressurreição sem Cruz, também não há Cruz sem Ressurreição.

É por isso que o importante não é o que esperamos conquistar, mas o que estamos dispostos a deixar. A Quaresma, antes de valer pelo imenso que recebemos, vale igualmente pelo muito que deixamos. Tanto mais que, quando deixamos, apercebemo-nos de que, afinal, já estamos a receber.


 

C. Cuidado com a obesidade espiritual

 

  1. Precisamos, então, de fazer dieta, deixando de lado o peso do egoísmo e da superficialidade. A penitência torna-nos mais leves, mais habilitados a sair de nós e a caminhar com Cristo. Cuidado com a nossa obesidade espiritual. O que acumulamos nem sempre nos alimenta. Muitas vezes, o que se acumula cá dentro só dificulta o nosso caminho lá fora.

A Quaresma pode ser vista, portanto, como uma dieta que nos liberta de tanta adiposidade prejudicial, levando-nos a centrar o nosso apetite somente no essencial. E o essencial é Deus, é o amor de Deus, é o amor que vem de Deus para contagiar a humanidade.

 

  1. Ao chegar à Casa de Deus, não comecemos logo a pedir. Comecemos, antes de mais, por deixar. Deixemos a nossa vida velha, a nossa vida envelhecida. Revistamo-nos de uma vida nova, de uma vida renovada. Essa vida nova — e continuamente renovada — tem o nome de Jesus.

Tal como Abraão deixou a sua terra (cf. Gén 12, 1), deixemos nós também a nossa vida acomodada. Não é possível aderir a Jesus e, ao mesmo tempo, manter uma vida à margem de Jesus.


 

D. É preciso aterrar em Jesus

 

  1. Há tanta coisa para deixar! É essa (tanta) coisa que ergue muros à nossa adesão ao Evangelho de Jesus e ao Jesus do Evangelho. É preciso aterrar em Jesus e no Seu Evangelho. Em Jesus — e no Seu Evangelho —, Deus aterra na nossa história e enterra-Se completamente na nossa vida.

Como estes gregos, procuremos nós também ver Jesus (cf. Jo, 12, 21). E, como Filipe e André, procuremos também nós deixar ver Jesus (cf. Jo 12, 22). Procuremos ver Jesus no nosso mundo e procuremos rever o mundo em Jesus. Como Jesus foi a transparência do Pai — «quem Me vê, vê o Pai» (Jo 14, 6) —, que cada um de nós procure ser a transparência de Jesus. Que, pelo menos, nenhum de nós impeça alguém de se aproximar de Jesus.

 

  1. Como há dois mil anos, também hoje é preciso estar atento à «hora» de Jesus. É urgente acertar as nossas horas pela «hora» de Jesus. Jesus diz que «chegou a hora» (Jo 12, 23) e afirma que foi para «esta hora» que veio ao mundo (cf. Jo 12, 27). Viver com Jesus implica conviver longamente com a Cruz. A «hora» de que fala Jesus é a «hora» da Cruz. Tal como Jesus Se preparou para a Sua «hora», também nos prepara para que não desfaleçamos na nossa «hora», na «hora» de dar testemunho de Jesus.

O tema da «hora» foi uma espécie de guião para Jesus. Logo nas bodas de Caná, Ele diz que ainda não tinha chegado a Sua «hora» (cf. Jo 2,4). E, em Jerusalém, na Festa das Tendas, o evangelista regista, por duas vezes, que os judeus queriam prendê-Lo, mas não o fizeram «porque ainda não tinha chegado a Sua hora» (Jo 7,30; 8,20).

 

E. Escutemos o grito que vem da Cruz

 

  1. Nós já estamos na «hora» de Jesus, que é a hora nova do tempo novo. A «hora» de Jesus é a hora do testemunho, a hora da missão, a hora da evangelização. O Pai também está presente nesta «hora», como se nota pela voz que se ouve do Céu: «Glorifiquei-O e tornarei a glorificá-Lo» (Jo 12, 28). A glorificação de Jesus acontece no caminho da Cruz. A Cruz liga-nos a Deus e liga-nos uns aos outros em Deus.

É na Cruz que Jesus atrai e reúne (cf. Jo 12, 32). Uma nova humanidade desponta, uma nova aliança começa (cf. Jer 31,31-34. Esta nova aliança, anunciada por Jeremias, atinge o seu auge na Cruz. É nessa nova aliança que Deus perdoa todos os pecados, apagando completamente as nossas faltas (cf. Jer 31,33-34).

 

  1. É uma humanidade totalmente nova, aquela que se inaugura em Jesus. A Carta aos Hebreus assegura que a Sua entrega na Cruz oferece-nos a «salvação eterna» (Heb 5, 9). Jesus não Se poupa a nada para que nós possamos obter tudo. Não foi fácil, porém. Foi até tremendamente difícil. De facto, Jesus consumou a Sua entrega na Cruz no meio de «grandes clamores e lágrimas» (Heb 5, 7). Também para Jesus, o que vale custa e o que custa vale. Até Jesus treme — e estremece — diante da morte. Mesmo assim, não vacilou. Jesus deixa tudo para dar tudo. Esta é a vivência suprema da Lei do Amor, que Ele pregou a todos e testemunhou como ninguém.

Qual é a temperatura do nosso amor? Que estamos dispostos a deixar? Talvez ainda estejamos presos a muitas coisas. Escutemos, por isso, o interminável grito que vem da Cruz. Deixemos os ódios, as mentiras e as vaidades. E deixemos também as vinganças, os ressentimentos e as mágoas. Aquilo que nos é oferecido é infinitamente maior do que aquilo que possamos deixar!

publicado por Theosfera às 05:08

Hoje, 18 de Março (Quinto Domingo da Quaresma), é dia de S. Cirilo de Jerusalém, Sto. Alexandre de Jerusalém, Sto. Eduardo e Sta. Maria Amada de Bouteiller.

Faltam 14 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sábado, 17 de Março de 2018

Hoje, 17 de Março, é dia de S. Patrício (padroeiro dos mineiros), S. José de Arimateia e Sto. Ambrósio de Alexandria.

Faltam 15 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sexta-feira, 16 de Março de 2018

Hoje, 16 de Março (abstinência), é dia de Sta. Eusébia, Sto. Heriberto (invocado para pedir a chuva) e Sto. Abraão, solitário.

Faltam 16 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quinta-feira, 15 de Março de 2018

Hoje, 15 de Março, é dia de S. Raimundo de Calatrava, Sta. Luísa de Marillac, Sta. Lucrécia, S. Plácido Riccardi e S. Clemente Hofbauer.

Faltam 17 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quarta-feira, 14 de Março de 2018

Hoje, 14 de Março, é dia de Sta. Matilde, Sta. Florentina e S. Giácommo Cusmáno.

Faltam 18 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Terça-feira, 13 de Março de 2018

 

  1. A prioridade, para o homem que é crente, é olhar para o mundo a partir de Deus.

Mas é inevitável, para o crente que não deixa de ser homem, olhar também para Deus a partir do mundo.


  1. É verdade que, estando no mundo, não somos do mundo. Mas seremos indiferentes ao facto de, não sendo do mundo, estarmos no mundo?

Num tempo em que tudo se avalia por apertados critérios de utilidade, são muitos os que não reconhecem à Liturgia qualquer fim «útil».


  1. É sabido que os nossos padrões de utilidade levam-nos a avaliar uma coisa em função de outra coisa.

Por exemplo, o trabalho é útil porque dele nos vem a subsistência, a progressão na carreira e a realização pessoal.


  1. A esta luz, não admira que o homem contemporâneo tenha um problema com a Liturgia. É que esta, como notou Romano Guardini, «não conhece um fim “útil”».

A razão de ser da Liturgia «é Deus e não o homem». Nela, «o homem concentra o olhar, não em si, mas em Deus».


  1. Assim sendo, não basta executar o rito para viver a Liturgia.

Antes do rito — e acima do rito — está o Espírito. Só quando entrarmos no espírito da Liturgia, entraremos também na compreensão — e na vivência — da sua ritualidade.


  1. Nessa altura, veremos que a Liturgia não é «um caminho para um fim situado fora dela».

Pelo contrário, ela desponta como «um mundo de vida que se apoia sobre si mesmo».


  1. Daí que o sentido prevaleça sobre a utilidade.

O sentido da Liturgia «consiste em estar diante de Deus».


  1. Está aqui, aliás, o supremo horizonte da existência, verbalizado há séculos por Santo Ireneu de Lyon: «A vida do homem é a “visão” de Deus».

É fundamental, por conseguinte, que, na Liturgia, nos habituemos a valorizar o seu sentido e não a sondar a sua utilidade.


  1. Será mesmo urgente que — usando a linguagem (saudavelmente) provocadora de Guardini — nos fixemos na «sublime “inutilidade”» da Liturgia.

Só esta «sublime “inutilidade”» nos permitirá perceber que «a vida não tem outro fim senão estar na presença de Deus».


  1. Enfim, temos muito que mudar.

É por isso que as transformações que tem havido na Liturgia pretendem apenas — e sempre — que nos deixemos transformar pela Liturgia. Pelo Deus que nos visita na Liturgia!

publicado por Theosfera às 11:02

Hoje, 13 de Março, é dia de S. Rodrigo, S. Salomão, Sta. Eufrásia e S. Nicéforo.

Faltam 19 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 12 de Março de 2018

Hoje, 12 de Março, é dia de S. Luís Orione, Sta. Josefina, Sto. Inocêncio I e Sta. Ângela Salawa.

Faltam 20 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 11 de Março de 2018

Obrigado, Senhor, pelo Teu amor,

pelo Teu imenso amor.

 

Ninguém ama como Tu.

Amar assim, como Tu,

só ao alcance de Deus,

só ao alcance de Ti, que és Deus.

 

Tu amas dando a vida,

dando o sangue,

dando tanto,

dando tudo.

 

Tu, Senhor, não vens condenar.

Tu, Senhor, só vens salvar.

 

Tu sabes tudo,

Tu és a sabedoria.

 

Só não sabes conjugar o verbo «mandar»,

o verbo «impor», o verbo «oprimir».

 

Tu, Senhor, só sabes conjugar

o verbo «dar»,

o verbo «oferecer»,

o verbo «entregar»,

o verbo «servir»,

o verbo «amar».

 

Obrigado, Senhor, pela Luz.

Tu és a Luz.

Ilumina os nossos passos,

os passos do nosso caminho.

 

Que caminhemos na verdade.

que caminhemos na luz,

na luz que vem de Ti,

na luz que és Tu,

JESUS!

publicado por Theosfera às 10:39

A. A Cruz também reluz

 

  1. Afinal, a Cruz também reluz, a Cruz também é luz. Só essa luz ilumina, só essa luz elimina. Só essa luz ilumina os nossos olhos e elimina a nossa cegueira.

Na Cruz, está a luz do mundo (cf. Jo 8, 12), a luz para cada pessoa que está no mundo. Sem essa luz, todas as luzes cegam. Sem essa luz, todas as luzes iludem luz, sem dar luz.


  1. Na primeira encíclica que assinou, o Papa Francisco apresenta a fé como uma luz que brilha no meio da escuridão. É essa a luz que nos guia. É olhando para a Cruz que nos sentimos iluminados. A Cruz é a melhor nova na suprema prova. É a mais bela notícia que emerge na maior provação. É quando muito se apaga que muito se ilumina. É quando parece que tudo acaba que tudo verdadeiramente (re)começa.

Esta é uma luz que deve resplandecer mais na nossa vida do que nos nossos olhos. Quem tem uma vida de verdade está na luz porque aquilo que faz vem de Deus (cf. Jo 3, 21). Pelo contrário, quem pratica más acções odeia a luz (cf. Jo 3, 20). Daí que o Baptismo, sacramento eminentemente pascal, seja um acontecimento iluminador, um acontecimento de iluminação.

 

B. Ser baptizado é ser iluminado

 

3. O banho baptismal nos começos também era chamado «iluminação». E, no processo da preparação para o Baptismo, a terceira etapa é chamada «etapa de purificação ou iluminação».

De facto, ser baptizado é ser «iluminado». Os baptizados são «iluminados» («photismoi») não por uma luz própria, mas pela luz de Cristo. Quando, depois da celebração do Baptismo, recaímos nas trevas, temos sempre novas oportunidades de nos reaproximar da luz. O Sacramento da Reconciliação devolve-nos a luz quando dela nos afastamos pelo pecado.


  1. É por tudo isto que a Quaresma é um tempo sério, mas não é um tempo triste. Como pode haver tristeza num tempo destes? É precisamente para nos lembrar a alegria da Quaresma que a liturgia deste Domingo tem uma tonalidade especial. Até é permitido usar o paramento cor-de-rosa. Aliás, houve uma altura em que este era conhecido como o «Domingo das Rosas», pois, na antiguidade, os cristãos costumavam oferecer rosas uns aos outros. Mais tarde, no século X surgiu o costume da «Bênção da Rosa».

O Santo Padre, no IV Domingo da Quaresma, ia à Basílica de Santa Cruz de Jerusalém, levando na mão esquerda uma rosa de ouro que significava a alegria pela proximidade da Páscoa. A antífona de entrada, que o Missal hoje propõe, reforça este sentimento sem lugar a dúvidas: «Alegra-te, Jerusalém! Reuni-vos, vós todos que a amais; vós que estais tristes, exultai de alegria! Saciai-vos com a abundância das suas consolações» (Is 66, 10-11).


 

C. A oferta maior de um amor total


  1. Tal como sucede no Terceiro Domingo do Advento, o Quarto Domingo da Quaresma é conhecido como o «Domingo da Alegria». Neste caso, recebe o nome de «Domingo Laetare», imperativo do verbo latino «laetor» que significa «alegrar-se». Portanto, «laetare quer dizer «alegra-te». É Deus que faz este convite. Que cada um de nós se alegre, pois: não por causa de alguma fortuna, mas por saber que Deus nos visita. Haverá fortuna maior? Haverá sequer fortuna igual?

Que fortuna pode ser comparada ao amor de Deus e ao Deus amor? Jesus garante a Nicodemos que «Deus amou de tal modo o mundo que entregou o Seu Filho único, para que todo o homem que acredita n’Ele não se perca, mas tenha a vida eterna» (Jo 3, 16). Tocamos aqui o ápice da história da revelação, da história da salvação e, nessa medida, da história da humanidade. Segundo alguns peritos, esta passagem é a chave do inteiro Evangelho de São João. Ou seja, é nesta afirmação que entendemos tudo o que está escrito neste livro e, mais vastamente, em toda a Sagrada Escritura.


  1. O que está escrito neste livro é o que deve estar permanentemente inscrito na nossa vida. No fundo, é isto que importa anunciar, é isto o que todos devem saber: que Deus nos ama. Acresce que não ama de qualquer maneira. Em Deus, o amor não é uma palavra vã nem um sentimento vago. Se repararmos, nesta frase há uma fortíssima proximidade entre o verbo «amar» e o verbo «entregar». Isto significa que, ao contrário do que se pensa, «amar» não é sinónimo de «possuir», mas de «entregar». Para Deus, a vivência do amor não está na posse, mas na dádiva. Deus ama-nos de tal modo que nos dá o melhor que tem: o Seu Filho.

Esta, aliás, é a primeira vez que, no Evangelho de São João, aparece uma referência ao Filho. É que a entrega do Filho é a oferta maior, que só pode vir de um amor total. É preciso ser Deus para amar assim o homem. Tão abismado ficou São João que, na sua Primeira Carta, proclamou que «Deus é amor» (1Jo 4, 8.16). Repare-se. Deus não tem amor, Deus é amor. Nós, humanos, temos amor e também temos desamor, também temos ódio. Deus não. Deus é amor. François Varillon fez até questão de precisar que «Deus não é senão amor».


 

D. Nunca esqueçamos João 3, 16


  1. Nunca esqueçamos esta passagem: Jo 3, 16. Nunca esqueçamos que «Deus amou de tal modo o mundo que entregou o Seu Filho único, para que todo o homem que acredita n’Ele não se perca, mas tenha a vida eterna». Meditemos — e vivamos — esta passagem ao longo deste dia, ao longo desta semana, ao longo desta Quaresma, ao longo desta vida.

Tão diferente é Deus! Nós amamos e, por isso, ambicionamos possuir. Deus ama e, por isso, não se cansa de dar, de Se dar. Deus é um amor que dá, que Se doa, que perdoa. Tudo é perdoado por este amor. Nada há acima deste amor. Por conseguinte, não tenhamos medo de vir ao encontro deste amor. Amanhã já é tarde. O amor de Deus urge. O amor de Deus é urgente.


  1. Deus abastece-nos com doses intermináveis de «vitamina C», de «vitamina Cristo». Jesus Cristo é o amor de Deus feito presença. Nem a morte O faz recuar. Mesmo depois da morte, continua a dar-Se, a dar-Se-nos.

Deus não quer a condenação de ninguém. Ele «não enviou o Seu Filho para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele» (Jo 3, 17). O Seu amor é infinitamente maior que o nosso pecado. O Seu amor consegue apagar — e afogar — o nosso pecado. Deus é rico: não em riquezas, mas em misericórdia (cf. Ef 2, 4). Como refere São Paulo, é de graça que estamos salvos (cf. Ef 2, 5).


 

E. Não sigamos quem nos empurra para a maldade, mas quem nos atrai para a verdade


  1. Como imagem e semelhança de Deus, cada um de nós deve ser imagem e semelhança da Sua misericórdia. A misericórdia tem igualmente o nome de respeito. Não neguemos, pois, a misericórdia aos que estão no erro. Mas também não recusemos misericórdia aos que nos alertam para a verdade.

Dizem alguns mestres que, não raramente, perdoamos mais o mal que se faz do que o bem que se pratica. Pode parecer despropositado recordar isto, mas, por vezes, parece que somos mais receptivos a quem espalha a maldade do que a quem difunde a verdade. Nunca sigamos quem nos empurra para a maldade, mas quem nos atrai para a verdade.


  1. Precisamos de uma efectiva cultura do respeito não só para com alguns, mas para com todos. Se Jesus nos atrai para o Céu, com que legitimidade podemos transformar a vida de alguns irmãos nossos num inferno?

Aprendamos com Jesus. Com a explosão do Seu amor, demos uma oportunidade ao que de melhor está em nós. Deus semeou tanto bem na nossa vida. Não deixemos que esse bem fique lá num fundo tão fundo que ninguém consegue encontrar. Quando a mudança é para melhor, não tenhamos medo de mudar!

publicado por Theosfera às 05:32

Hoje, 11 de Março (Quarto Domingo da Quaresma), é dia de Sto. Eulógio, S. Vicente Abade, S. Ramiro, S. Trófimo e S. Tales.

Faltam 21 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sábado, 10 de Março de 2018

Hoje, 10 de Março, é dia dos Santos Mártires de Sebaste, S. Macário de Jerusalém e Sta. Maria Eugénia Milleret.

Faltam 22 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sexta-feira, 09 de Março de 2018

Hoje, 09 de Março, é dia de S. Domingos Sávio, Sta. Francisca Romana e S. Gregório de Nissa.

Faltam 23 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quinta-feira, 08 de Março de 2018

Hoje, 08 de Março, é dia de S. João de Ávila e S. João de Deus, padroeiro dos doentes e moribundos e protector dos enfermeiros católicos e respectivas associações.

Faltam 24 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quarta-feira, 07 de Março de 2018

Hoje, 07 de Março, é dia de Sta. Perpétua, Sta. Felicidade e S. Paulo, o Simples.

Faltam 25 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:10

Terça-feira, 06 de Março de 2018
  1. Bela é a Liturgia que se faz ouvir.

Mais bela é a Liturgia que nos deixa ver.


  1. A beleza da Liturgia não vem apenas pelos lábios nem se destina somente aos nossos ouvidos.

Uma Liturgia é supremamente bela quando nos permite ver (até) para lá do visível.


  1. Percebe-se, assim, que a Liturgia convoque especialmente os ouvidos da alma e o olhar do coração.

É por isso que o ambiente exterior deve ser leve, muito recatado. Se nos fechamos em demasiados «significantes» (palavras, gestos e ornamentos), como nos abriremos ao respectivo significado?


  1. Joseph Ratzinger comparou a Liturgia a um «fresco» que, durante séculos, foi coberto por «reboco».

Eram as fórmulas e as orações particulares que quase ocultavam o que se passava na Liturgia.


  1. O movimento de renovação litúrgica procurou «desrebocar» a Liturgia, desocultando a sua beleza e tornando-a acessível a todos.

Tal movimento foi iniciado por Romano Guardini através do livro «O Espírito da Liturgia». A sua publicação ocorreu há precisamente cem anos, na Páscoa de 1918.


  1. Acontece que, hoje em dia, há o perigo de um novo ocultamento.

Ele foi anotado por Joseph Ratzinger numa obra cujo título faz replicar o referido texto de Guardini: «Introdução ao Espírito da Liturgia». Aí se alude a «reconstruções e restaurações falhadas», que pouco — ou nada — têm que ver com a Liturgia.


  1. Nos tempos que correm, já não há orações privadas a sobrepor-se à Liturgia. Mas alguns improvisos, informalismos e protagonismos podem continuar a ofuscar a Liturgia.

Já ninguém «reza o Terço» enquanto a celebração decorre. Mas será que a assembleia é mais sensível ao mistério?


  1. Não esqueçamos que a Liturgia está centrada em Deus, não em nós.

O seu objectivo último é a adoração, não a nossa satisfação.


  1. Romano Guardini teve o cuidado de nos acautelar para o risco dos particularismos: «A Liturgia não diz “eu”; diz “nós”».

Daí que cada pessoa seja chamada «a abandonar o mundo de ideias e sentimentos em que vive, fazendo seu um mundo novo de pensamentos infinitamente mais amplo e mais rico».


  1. Na Liturgia, aquilo que encontramos é muito mais do que aquilo que levamos. A comunidade não menoriza a pessoa.

É em comunidade que a pessoa encontra os outros. E é sobretudo em comunidade que a pessoa se (re)encontra com Deus!

publicado por Theosfera às 10:46

Hoje, 06 de Março, é dia de S. Cónon, o Jardineiro, e Sto. Olegário.

Faltam 26 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 05 de Março de 2018

Hoje, 05 de Março, é dia de S. João José da Cruz, S. Teófilo e Sto. Adriano.

Faltam 27 dias para a Páscoa da Ressurreição. 

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 04 de Março de 2018

Nós acreditamos, Senhor,

que Tu estás no templo,

mas cremos que estás mais ainda

em cada pessoa.

 

O verdadeiro culto

não está ligado a um lugar.

O verdadeiro culto é uma Pessoa,

és Tu, Senhor.

 

É em Ti que adoramos o Pai,

em espírito e verdade.

 

Mas também Te encontramos no Templo.

Por isso queremos que esta seja uma casa de oração.

 

Na casa de oração

deve haver respeito, silêncio,

um ambiente propício para escutar a Tua voz

e acolher a Tua presença.

 

Tu, Senhor, ficaste triste

pelo comportamento de muitos no Templo de Jerusalém.

O zelo pela casa do Pai devorava-Te, Senhor.

E marcaste uma posição firme

na defesa da dignidade da Casa de Deus.

 

Mas também disseste que não é no monte da Samaria nem em Jerusalém

que estarão os verdadeiros adoradores.

O verdadeiros adoradores são os que adoram em espírito e verdade. 

 

Que nós saibamos respeitar

todos os lugares sagrados.

 

Que aqui escutemos a Tua Palavra.

Que nos sintamos bem conTigo.

 

E que saiamos daqui mais inundados com o Teu amor e a Tua Paz,

JESUS!

publicado por Theosfera às 10:40

A. A Páscoa e o Baptismo

 

  1. Neste Terceiro Domingo da Quaresma, os catecúmenos começam a fazer os chamados «escrutínios» em ordem ao Baptismo, na Vigília Pascal. A este propósito, é bom não esquecer que o tempo da Quaresma, na medida em que está orientado para a celebração da Páscoa, está igualmente ligado à celebração do Baptismo.

O Baptismo é um sacramento pascal e a Páscoa — pode dizer-se — é um acontecimento baptismal. De facto, no Baptismo existe uma «páscoa», isto é, uma passagem («peshah»). Na Páscoa, Cristo passa da morte à vida. No Baptismo, também nós passamos da morte [que é o pecado] à vida [que é graça].

 

  1. Como se depreende da própria palavra, com os «escrutínios» pretende-se conferir as disposições dos que se preparam para o Baptismo. É neste sentido que, ao longo de três domingos, a comunidade ajuda os catecúmenos a «escrutinar» a sua debilidade e, ao mesmo tempo, a sua disponibilidade para receber a vida nova de Cristo.

Estes escrutínios são feitos aos que são baptizados na idade adulta e às crianças em idade escolar, que ainda não estão baptizadas.

 

B. Jesus é o novo templo para o novo culto

3. Percebe-se, portanto, que a liturgia deste Domingo nos apresente Jesus como a vida nova: Jesus é a vida nova figurada no templo novo. Todos os templos caem e o Templo de Jerusalém também caiu pelo ano 70. Só o novo templo Jesus permanece. O templo material é, pois, uma evocação do templo espiritual que é Jesus e que devemos ser nós em Jesus (cf. 1Cor 3, 17). O novo templo inaugura um novo culto que não está dependente de um lugar. O novo culto não tem de ser prestado em Garizim ou em Jerusalém, mas «em espírito e verdade» (Jo 4, 23).

Jesus inaugura um culto que pode ser prestado em qualquer lugar. Jesus é o novo templo e o novo culto. Jesus é o novo templo para o novo culto.

 

  1. Isto não significa que Jesus não respeite o tempo material. Pelo contrário, até fica seriamente incomodado com a falta de respeito que existe dentro do Templo de Jerusalém. O zelo pela Casa de Deus devorava-O (cf. Jo 2, 17). Daí que não permita que se transforme a Casa de Deus numa casa de comércio (cf. Jo 2, 16). É por isso que não hesita em fazer um chicote de cordas para expulsar os vendedores e os cambistas, derrubando mesas e espalhando trocos pelo chão (cf. Jo 2, 15).

Não se trata de um acto de violência, mas de zelo. Não se diz que Jesus tenha atingido alguma pessoa. O que Ele atinge são as coisas e os comportamentos das pessoas.


 

C. O novo templo é indestrutível

 

  1. Este episódio aparece na «secção introdutória» do Evangelho de São João (cf. Jo 1,19-3,36). O Templo de Jerusalém tinha sido construído por Herodes. A construção iniciou-se em 19 a.C. e ficou praticamente concluída no ano 9 d.C., embora os trabalhos só tivessem sido dados por finalizados em 63 d.C..

Uma vez que o Templo estava a ser construído há 46 anos (cf. Jo 2, 20), então, fazendo as contas, este episódio ocorreu no ano 27 d.C.. Por coincidência, estávamos a poucos dias da Páscoa judaica, uma época em que grandes multidões se concentravam em Jerusalém. Só para termos uma ideia da mobilização que esta festa desencadeava, refira-se que Jerusalém — que teria à volta de 55.000 habitantes — chegava a atrair cerca de 125.000 peregrinos por altura da Páscoa.

 

  1. No Templo sacrificavam-se à volta de 18.000 cordeiros, destinados à celebração pascal. Daí que o comércio relacionado com o Templo tivesse um aumento exponencial. Três semanas antes da Páscoa, começava a emissão de licenças para a instalação dos postos comerciais. O dinheiro arrecadado com a emissão dessas licenças revertia para o Sumo Sacerdote. Vendiam-se os animais para os sacrifícios e vários outros produtos destinados à liturgia do Templo. Havia, também, as tendas para os cambistas trocarem as moedas romanas correntes por moedas judaicas. É que os tributos dos fiéis para o Templo eram pagos em moeda judaica, pois não era permitido que moedas com a efígie de imperadores pagãos conspurcassem o tesouro do Templo.

Este comércio constituía uma mais-valia para a cidade e sustentava a nobreza sacerdotal, o clero e os empregados do Templo. Não admira, pois, que os chefes judaicos ficassem indignados com a atitude de Jesus, que os desafia a destruir aquele templo, garantindo que Ele, em três dias, o reedificaria (cf. Jo 2, 19). Só que Jesus não Se referia ao templo de pedra (cf. Jo 2, 20), mas ao templo do Seu corpo (cf. Jo 2, 21). No fundo, Jesus desafia quem O questiona a eliminá-Lo, assegurando que, três dias depois, haveria de ressurgir. Jesus é indestrutível. Nada — nem ninguém — O poderá destruir.


 

D. Deus é a prioridade, o homem é a urgência

 

  1. É, sem dúvida, notável que Jesus Se apresente como um novo templo. O Templo representava, para os judeus, a residência de Deus no meio do Seu Povo. A partir de agora, o lugar onde Deus reside é Jesus. Jesus é o lugar de encontro entre o homem e Deus. É Jesus quem nos traz Deus, é Jesus quem nos leva até Deus. Nas palavras e nos gestos de Jesus, Deus revela-Se aos homens e manifesta-lhes o Seu amor.

Tenhamos presente que contemplar significa, na sua raiz, estar no templo. Assim sendo, contemplar é estar no novo — e definitivo — templo que é Jesus.

 

  1. Ao longo da história, Deus foi preparando o Seu povo para acolher a Sua proposta de vida. Já no Antigo Testamento, Deus aparece como libertador (cf. Êx 20, 2). Os Seus mandamentos são propostas de liberdade que reclamam respostas em liberdade. São imperativos que dizem respeito às duas dimensões fundamentais da nossa existência: a nossa relação com Deus e a nossa relação com os irmãos.

Os Mandamentos ajudam-nos a vencer a escravidão do egoísmo, da auto-suficiência, da injustiça, do comodismo, das paixões e de todas as formas de exploração. Os Mandamentos apontam Deus como a prioridade e a pessoa humana como uma urgência. Deus é o centro e, como realçou São João Paulo II, o homem é o caminho. Amando a Deus, já estaremos a amar o homem. Amando cada homem, já estaremos a amar a Deus.


 

E. A Ressurreição não apaga a Cruz

 

  1. Na Segunda Leitura, São Paulo propõe-nos uma conversão à lógica de Deus, que é a lógica da Cruz. Na Cruz, tudo se desfaz e tudo se refaz. Desfaz-se uma lógica meramente proporcional, que leva a compensar quem faz bem e a castigar quem faz mal. Na Cruz, Deus ensina-nos a nunca fazermos o mal: nem a quem nos faz bem [o que seria inconcebível, mas acontece] nem a quem nos faz mal.

Deus envia o Seu Filho para dar a vida por todos, bons e maus. Isto é considerado loucura («moría) e até demência («manía»), como nos vai dizer, mais tarde, São Justino.

 

  1. A lógica de Deus é a lógica do amor incondicional, do amor desmedido. Muitos acharão que tudo isto é louco, mas é esta loucura que nos salva. Daí que alguns, em tempos, apregoassem: «Por Cristo me tornei louco para que menos tolo seja o mundo»!

Esta loucura é mais sábia que toda a sabedoria e esta fraqueza é mais forte que toda a força (cf. 1Cor 1, 25). É por isso que, ao celebrar a Ressurreição, o nosso símbolo continua a ser — loucamente! — a Cruz. A Ressurreição não apaga a Cruz; dá sentido à Cruz. Aquele que volta à vida é o mesmo que deu a vida. A Cruz está sempre a ensinar-nos que é quando mais damos que mais temos. A Cruz está sempre a mostrar-nos que venceremos sempre se dermos tudo, se nos dermos inteiramente!

publicado por Theosfera às 05:38

Hoje, 04 de Março (Segundo Domingo da Quaresma), é dia de S. Lúcio I, S. Casimiro e Sto. Humberto III de Sabóia.

Faltam 28 dias para a Páscoa da Ressurreição.

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:15

Sábado, 03 de Março de 2018

Hoje, 03 de Março, é dia de Marino, Sto. Astério, S. Frederico de Hallam, S. Liberto, S. Samuel, S. Miguel Pio e Sta. Catarina Maria Drexel.

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:22

Sexta-feira, 02 de Março de 2018

Hoje, 02 de Março (abstinência), é dia dos Mártires dos Lombrados, Sta. Inês da Boémia e Sta. Ângela da Cruz Guerrero González.

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quinta-feira, 01 de Março de 2018

Hoje, 01 de Março, é dia de S. Rosendo, Sto. Albino e Sta. Eudóxia.

Um santo e abençoado dia de Quaresma para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

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