O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Domingo, 03 de Setembro de 2017

Senhor Jesus,

Nós Te louvamos no começo deste dia

e no início de um tempo que, conTigo, queremos que seja novo.

 

Agradecemos o dom da vida

e pedimos-Te pela saúde, pela paz e pela justiça entre todos.

 

Agradecemos especialmente

o dom de Tua Mãe,

que nos deste como nossa Mãe também.

 

Ela é, para nós, a Senhora dos Remédios,

a senhora da Luz em tempos de escuridão,

a senhora da Esperança em tempos de desespero,

a senhora da Alegria em tempos de tristeza,

a senhora da Fé em tempos de descrença.

 

Adoramos, Senhor, a Tua presença eucarística

e louvamos-Te no Teu primeiro Sacrário que foi o ventre de Tua Mãe.

 

Acompanha-nos, Senhor, nesta manhã

e ajuda-nos a viver na Tua presença ao longo do resto do dia.

 

Que cada passo que dermos

possa ser uma irradiação do Teu amor e da Tua (infinita) paz!

publicado por Theosfera às 10:43

  1. Em Nazaré, «o Anjo do Senhor anunciou a Maria». E, em Fátima, foi o Anjo do Senhor que preparou a vinda de Maria. Enquanto criaturas espirituais, os anjos excedem em perfeição todas as outras criaturas. Em razão dos chamados dons preternaturais, são imortais. E, apesar de incorpóreos, fazem-se aparecer de formar corporal para melhor se fazerem entender pelas criaturas corporais.

É por isso que «anjo» designa uma função, não uma natureza. A natureza dos anjos é espiritual. A função dos anjos é serem mensageiros. Recorde-se que «anjo» vem do grego «angelos», que significa precisamente «mensageiro». Santo Agostinho oferece-nos a síntese perfeita a este respeito: «Anjo é nome de ofício, não de natureza. Desejas saber o nome da natureza? Espírito. Desejas saber o [nome] do ofício? Anjo. Pelo que é, é espírito: pelo que faz, é anjo», ou seja, mensageiro.

 

  1.  Presentes na História da Salvação, os anjos são abundantemente referidos no Antigo e no Novo Testamento. Basta pensar em Gabriel (nome que significa «fortaleza de Deus»), incumbido de anunciar o nascimento de João (cf. Lc 1, 5-25) e de Jesus (cf. Lc. 1, 26-35). O próprio Jesus é apresentado como o centro do mundo dos anjos. É o que acontece na passagem do Juízo Final: «Quando o Filho do Homem vier na Sua glória, acompanhado por todos os Seus anjos» (Mt 25, 31). Daqui se infere que os anjos são d’Ele, são de Jesus.

Estando assim presentes em Jesus, como haveriam os anjos de estar ausentes da Igreja de Jesus? O Catecismo ensina que «a Igreja beneficia da ajuda misteriosa e poderosa dos anjos». É por isso que ela se associa «aos anjos para adorar a Deus três vezes santo». É por isso que ela invoca a sua assistência para cada um dos defuntos: «Conduzam-te os anjos ao paraíso». E é por isso que ela festeja de modo particular a memória de certos anjos, como São Miguel, São Gabriel, São Rafael e os Anjos da Guarda. Nós acreditamos, com efeito, que «cada fiel tem a seu lado um anjo como protector e pastor para o guiar na vida».

 

  1. Sucede que, além do Anjo da Guarda de cada um de nós, o nosso país celebra também o Anjo de Portugal (a 10 de Junho), por causa precisamente das aparições aos pastorinhos. De facto, foi como Anjo de Portugal — e também como Anjo da Guarda e Anjo da Paz — que o enviado celeste então se apresentou. Como é que tudo começou?

Na Primavera de 1916, na Loca do Cabeço, estavam Lúcia, Francisco e Jacinta na companhia do seu rebanho. Tendo começado a chover, foram à procura de um abrigo. Aí passaram o dia, mesmo depois de a chuva haver terminado. Comeram a merenda, rezaram o Terço e deram início ao jogo das «pedrinhas». Foi quando sentiram um vento forte a sacudir as árvores. Viram, então, «a figura de um jovem dos seus 14 a 15 anos», mais branco do que a neve e de uma grande beleza.

 

  1. Ao chegar junto das crianças, disse: «Não temais! Sou o Anjo da Paz». Logo a seguir, vem um convite à oração: «Orai comigo. E, ajoelhando em terra, curvou a fronte até ao chão e fez-nos repetir três vezes estas palavras: “Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam”».

Quando se ergueu, o Anjo insistiu: «Orai assim. Os Corações de Jesus e de Maria estão atentos à voz das vossas súplicas».

 

  1. Passado bastante tempo, em pleno Verão, os pastorinhos brincavam em cima de um poço no quintal dos pais de Lúcia. De repente, visualizaram a mesma figura que os interpelou com um novo apelo à oração: «Que fazeis? Orai, orai muito. Os Corações de Jesus e de Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia. Oferecei constantemente, ao Altíssimo, orações e sacrifícios».

«De tudo que puderdes, oferecei a Deus sacrifício em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e súplica pela conversão dos pecadores. Atraíreis, assim, sobre a vossa Pátria, a paz». Dito isto, apresenta-se como «o Anjo da Guarda, o Anjo de Portugal».

 

  1. Passado algum tempo, por alturas de Setembro ou Outubro, estavam os pastorinhos numa propriedade dos pais de Lúcia, acima dos Valinhos. Depois da merenda, começaram a repetir a oração que o Anjo lhes ensinara: «Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos». A certa altura, viram o próprio Anjo, com um cálice na mão esquerda, sobre o qual estava suspensa uma Hóstia, donde caíam algumas gotas de Sangue.

O Anjo deixou o cálice suspenso no ar, ajoelhou-se junto dos pastorinhos e ensinou-lhes uma nova oração: «Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E, pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores».

 

  1. Depois levantou-se e pegou no Cálice e na Hóstia. Deu a sagrada Hóstia à Lúcia e o Sangue do Cálice distribuiu-o pela Jacinta e pelo Francisco: «Tomai e bebei o Corpo e Sangue de Jesus Cristo, horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus».

Prostrando-se de novo por terra, repetiu, mais três vezes, a oração que antes lhes ensinara: «Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo». De seguida, desapareceu. Entretanto, as crianças continuaram a rezar.

 

  1. Já doente, Jacinta continuava a rezar as orações do Anjo. Nessa altura já não se prostrava, mas continuava a ajoelhar-se. Foi preciso que um sacerdote lhe mandasse dizer que «não queria que descesse mais da cama para rezar; que, deitada, rezasse só o que pudesse, sem se cansar».

Noutra ocasião, Lúcia levou-lhe uma estampa que tinha o sagrado cálice com uma hóstia. Jacinta pegou nela, beijou-a e, radiante de alegria, dizia: «É Jesus escondido! Gosto tanto d’Ele! Quem me dera recebê-Lo na igreja! No Céu não se comunga? Se lá se comungar, eu comungo todos os dias. Se o Anjo viesse trazer-me outra vez a Sagrada Comunhão! Que contente que eu ficava!» Também Francisco viveu com intensidade as Aparições do Anjo.

 

  1. O Mensageiro do Céu criou, assim, o ambiente para que as crianças acolhessem devidamente Maria. Preparou — e enquadrou — a chegada de Maria através da oração e sobretudo da Eucaristia. É preciso não esquecer que, antes do Terço, a maior oração a Maria é a Eucaristia. O Terço é uma pertinente preparação — e pode funcionar como uma bela irradiação — da Eucaristia. Mas o centro do louvor a Maria está — estará sempre — na Eucaristia.

A Eucaristia mostra como Maria está «amarrada» a Jesus. Daí que a Oração Eucarística faça uma importante referência à Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus.

 

  1. A atmosfera eucarística das aparições do Anjo mostra como a Eucaristia é o ambiente natural para encontrar Maria. Não espanta, por isso, que o lugar mais importante de um Santuário seja sempre o Altar com o Sacrário.

É no Altar e no Sacrário que estão os grandes Remédios que a Senhora oferece no Santuário. É para Jesus que Maria nos conduz. Rezemos, pois, com o Anjo de Portugal para que Deus nos livre sempre de todo o mal!

 

 

publicado por Theosfera às 08:00

A. Os discípulos nem sempre sabem tudo sobre o Mestre

  1. Para avançar, temos, por vezes, de recuar. Propunha, por isso, que voltássemos um pouco atrás. Que voltássemos um pouco atrás no tempo e que voltássemos um pouco atrás no texto. Retomemos, então, o final do texto que, no passado Domingo, nos era proposto na proclamação do Evangelho. É quando Jesus «ordena aos Seus discípulos que não dissessem a ninguém que Ele era o Messias» (Mt 16, 20).

Pode parecer estranho que, estando os discípulos destinados a falar de Jesus (cf. Lc 10, 16), surja uma ordem que proíbe tal missão. Sucede que, também na missão, deve existir um tempo de calar antes de falar. Diria até que, como alerta Ruben Alves, na missão deve haver cursos não só de oratória, mas também — e sobretudo — de escutatória.

 

  1. Mas porque é que Pedro e os outros discípulos não podiam dizer que Jesus era o Messias (cf. Mt 16, 20)? O problema é que eles já sabiam muito, mas ainda precisavam de aprender mais. A concepção dos discípulos sobre o Messias era não só diferente, mas também oposta à concepção de Jesus.

Para eles, Jesus era um Messias triunfador e haveria de ser aquele que iria libertar o povo de Israel da ocupação romana. Ou seja, Jesus seria não um servidor, mas um lutador e um potencial dominador. Na cabeça de Pedro e dos outros discípulos, um Messias vinha para ser servido, não para servir. Nem, muito menos, para sofrer e ser morto (cf. Mt 16, 21).

 

B. Jesus também foi «escândalo» para Pedro

 

3. É por isso que, antes de Pedro ser fonte de escândalo para Jesus, Jesus também é fonte de escândalo para Pedro. Não foi só Pedro a ser um estorvo para a missão de Jesus. Jesus também parecia ser um estorvo para as ambições de Pedro (cf. Mt 20, 21). Tudo somado, percebe-se que Pedro ainda não estivesse preparado para falar de Jesus.

Decididamente, à pergunta «quem é Jesus?» não se responde com os lábios, só se responde com o testemunho de vida. Só conhece Jesus quem procura fazer sua a vida de Jesus, quem está disposto a dar a vida como Jesus.

 

  1. Jesus não Se encaixava, portanto, nas expectativas de Pedro acerca de Jesus e do messianismo de Jesus. Aconteceu a Pedro o que, tantas vezes, acontece a nós: queremos um Jesus à nossa imagem, à nossa medida. De facto, há por aí tantos Cristos que estão longe de Jesus, do autêntico Jesus, do inteiro Jesus.

Essa foi a grande tentação de Pedro. Também ele estava focado em si, preocupado consigo. Estaria, sem dúvida, a pensar na libertação de Israel da ocupação romana, mas não deixaria de pensar em algum lugar importante para si. Aliás em Mt 19, 27, ele faz a pergunta directa: «Nós que deixámos tudo, que recompensa teremos?» E também ele ficou indignado por a mãe de Tiago e João solicitar os dois principais lugares para os filhos no reinado de Jesus (cf. Mt 20, 21).

 

C. Jesus não tem lugares para distribuir

 

5. Todavia, Jesus é muito claro. Ele não tem lugares para assegurar nem sinecuras para distribuir. Ele tem uma proposta para fazer: segui-Lo. E quem O seguir terá de estar preparado para beber do Seu cálice (cf. 20, 23). Isto é, terá de estar preparado para a condenação e até para a morte. Enfim, Jesus não vem para dominar, mas para servir e ensinar a servir (cf. Mt 20, 28).

Só que os discípulos ainda não estavam preparados. E Pedro vai mesmo ao ponto de repreender Jesus: «Deus Te livre de tal, Senhor. Isso não Te há-de acontecer» (Mt 16, 22). O certo é que Jesus — que pouco antes elogiara Pedro — aparece agora a censurar o mesmo Pedro: «Vai-te da Minha frente, Satanás!» (Mt 16, 23).

 

  1. Pedro comportara-se como um acusador, que é o significado etimológico de Satanás, «aquele que acusa». Jesus parecia afastar-se daquilo que Pedro considerava ser o mais autêntico conceito de Messias.

Pedro, que há pouco estava inspirado por Deus, agora parece estar permeável a Satanás. Razão tem, pois, S. Paulo quando recomenda a quem está de pé para ter cuidado já que depressa pode cair (cf. 1Cor 10, 12). E ninguém está livre de uma queda.

 

D. Ser discípulo é ir atrás (não à frente) do Mestre

 

7. Creio que foi Lutero quem avisou que onde Deus constrói uma «igreja», o diabo constrói uma «capela». A função do diabo é a que decorre da etimologia do seu nome: separar. A sua pretensão é, em tudo, separar-nos de Deus. É importante, pois, que estejamos precavidos.

É evidente que, como adverte S. Paulo, «nada nos separará do amor de Deus» (Rom 8, 38). Mas só em Jesus Cristo estaremos unidos a Deus. Sem Ele, como Ele avisou, nada podemos fazer (cf. Jo 15, 5). Sem Ele, não valemos nada. Sem Ele, não somos nada.

 

  1. Pedro, que andava perto de Jesus, ainda não estava próximo de Jesus. Não espanta, por isso, que, com linguagem dura (como, muitas vezes, é a linguagem da verdade), Jesus ponha Pedro no seu lugar, ou seja, no lugar de discípulo. Dizer «sai da Minha frente» equivale a dizer «põe-te atrás de Mim». Só assim é que o discípulo segue o Mestre, pois se o discípulo for à frente do Mestre, como é que poderá olhar para o Mestre? Não é o discípulo que tem de mostrar o caminho ao Mestre; o Mestre é que tem de mostrar o caminho ao discípulo.

Caso contrário, o discípulo tropeça e pode levar outros a tropeçar. O objectivo do discípulo é seguir em frente com o Mestre e não pôr-se à frente do Mestre. Se se colocar à frente do Mestre, bloqueia o caminho. Só o Mestre sabe a direcção do caminho. Só o Mestre é o caminho (cf. Jo 14, 6). O caminho do discípulo há-de ser sempre o caminho do Mestre.

 

E. Não há cristão sem Cristo e não há Cristo sem Cruz

 

9. O que se espera de um discípulo é que seja fiel, fiel ao seu Mestre (cf. 1Cor 4, 1). Pedro não estava a ser fiel. E, sem fidelidade, Pedro não era pedra de construção, mas pedra de tropeço, pedra de escândalo (cf. Mt 16, 23). «Escândalo» significa precisamente tropeço, aquilo que dificulta o caminho.

Tantas vezes, isto (nos) tem acontecido. Tantas vezes, isto (nos) pode acontecer. Nem Pedro escapou à tentação. No «chek up» que Jesus faz a Pedro e, em Pedro, a todos os discípulos, a doença que mais avulta é o egoísmo. A maior doença do discípulo é não dar a Deus o lugar que merece: o lugar primeiro, o lugar central.

 

  1. Jesus, ao revelar Pedro ao próprio Pedro, não oculta as suas debilidades. Mas aponta logo o meio para as superar: sair de si mesmo. Se o problema do discípulo são os interesses pessoais, a solução é renunciar a esses interesses: «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo» (Mt 16, 24). O maior adversário do discípulo pode ser ele mesmo quando se desliga de Cristo. Ao contrário do que achava Jean-Paul Sartre, o inferno não são os outros. Como bem notou o Abbé Pierre, «inferno é viver sem os outros», contra os outros.

O discípulo é aquele que não vive de si nem para si; é o que faz sua a vida do Mestre (cf. Gál 2, 20). Sucede que a totalidade de Cristo inclui a Cruz. Não há cristão sem Cristo e não há Cristo sem Cruz. É preciso pegar na Cruz todos os dias (cf. Mt 16, 24). A Cruz foi onde Cristo disse totalmente não a Si, para dizer totalmente sim ao Pai (cf. Mt 26, 39). Neste contexto, menos que tudo é nada. Se Deus Se dá totalmente a nós, é de esperar que nós nos demos totalmente a Ele e, n’Ele, aos irmãos. Deus é quem mais irmana os homens. Deus é quem mais faz de nós irmãos. Façamos, pois, da vida uma festa de encontro. Deixemo-nos encontrar por Deus. E nunca deixemos de nos reencontrar em Deus!

publicado por Theosfera às 05:44

Hoje, 03 de Setembro (22º Domingo do Tempo Comum e 5º Dia da Novença de Nossa Senhora dos Remédios), é dia de S. Gregório Magno e S. Remáculo.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

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