O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quinta-feira, 31 de Agosto de 2017

É natural (e muito meritório) o desejo de entender. Mas será que se deve subestimar o que não se compreende?

Às vezes, pode confundir-se a vontade de compreender com a ambição de dominar.

Esquecemos, assim, um valor fundamental: admirar.

Charles Baudelaire achava que «a admiração começa onde a acaba a compreensão».

Não necessariamente.

A admiração pode coexistir com a compreensão. Pode ser até a porta que lhe dá entrada.

Faz falta a disponibilidade para admirar.

Andamos tão distraídos que nem nos apercebemos de tanta surpresa com que Deus nos acena.

Ainda há muita coisa (e muita gente) para admirar.

Ainda há muita coisa (e muita gente) que merece a nossa admiração!

publicado por Theosfera às 10:39

 

  1. Nossa Senhora está junto de Deus, mas do Céu continua a acompanhar-nos a todos nós, filhos Seus. Ao longo de dois mil anos, várias foram as vezes que à Terra desceu. Em diversas partes do mundo, fortes mensagens a todos ofereceu.

Como nos inícios, Maria continua «junto à Cruz» (cf. Jo 19, 25). Ela está junto à cruz de tantos filhos, como esteve junto à Cruz de Seu Filho. Das Suas múltiplas aparições um mesmo apelo chega, directo, aos nossos corações: «Fazei o que Ele [Jesus] vos disser» (Jo 2, 5). O que faz Maria feliz é que façamos sempre o que Seu Filho nos diz. É o Evangelho de Jesus que nos lábios da Sua Mãe reluz!

 

  1. Ao longo destes vinte séculos de presença cristã no mundo, há relatos de mais de duas mil aparições de Nossa Senhora, o que dá uma média de uma por ano. A primeira de todas elas ainda terá acontecido no tempo da Sua vida terrena. Foi quando Ela apareceu ao apóstolo Tiago no dia 02 de Janeiro do ano 40. Segundo alguma tradição, Tiago — o irmão de João — tinha vindo para a Península Ibérica pregar o Evangelho. Esteve sobretudo em dois lugares: no local que viria a ser Santiago de Compostela e em Cesaraugusta, futura Saragoça.

Parece que não terá sido muito bem sucedido na missão. Poucas pessoas se terão convertido. Em descanso nas margens do rio Ebro na companhia de sete seguidores, foi confortado por Nossa Senhora, que lhe apareceu em cima de uma coluna de luz e rodeada de anjos.

 

  1. Depois de lhe garantir grandes — e frutuosos — labores apostólicos, pediu-lhe que erguesse uma igreja e um altar no preciso lugar onde estava o pilar em que se encontrava. O pedido foi realizado e uma igreja nasceu: a actual Basílica da Virgem do Pilar, em Saragoça. Terá sido o primeiro templo dedicado à Virgem Maria, que fez ainda uma promessa: «Este lugar subsistirá até ao fim do mundo para que a graça de Deus realize milagres e prodígios por Minha intercessão àqueles que suplicarem a Minha ajuda».

Segundo a mesma tradição, São Tiago voltou para Jerusalém e, no ano 42, foi martirizado durante a perseguição de Herodes Agripa (cf. Act 12, 2). Foi o primeiro apóstolo mártir. O seu corpo foi sepultado em Jerusalém, mas, posteriormente, terá sido transferido pelos seus discípulos para a Galiza. Estes depositaram o corpo numa rocha. Oito séculos mais tarde, um ermitão chamado Paio alertou o Bispo de Iria Flavia para a luminosidade de uma estrela no monte Libredón. Daí que a localidade passasse a ter o nome de «Campo da Estrela» (em latim «Campus Stellae), donde surgiu o topónimo Compostela.

 

  1. A Igreja é muito prudente na maneira de lidar com estes relatos. De entre todas as aparições, só 16 estão reconhecidas pela suprema autoridade da Igreja. Curiosamente, todas elas ocorreram no segundo milénio, mais concretamente desde o século XIV. Entre as aparições marianas aceites pela máxima autoridade da Igreja encontramos, além das aparições de Fátima (1917) e de Lourdes (1858), as aparições de Guadalupe (1531), a Santa Catarina de Sena (1347), a Santa Catarina Labouré (1830), a Santa Faustina (1937), etc.

Entretanto, há outras aparições aprovadas pela autoridade diocesana e também aquelas que ainda estão em fase de estudo.

 

  1. No território português, há notícias de aparições já no século XIII. Curiosamente, 700 anos antes das aparições de Fátima, há um frade franciscano que diz ter visto Nossa Senhora, em 1217, na serra de Montejunto, em Alenquer. Também cerca de 200 anos antes de Fátima (e não muito longe da Igreja paroquial de Fátima), terá havido uma aparição num lugar chamado Cabeço da Ortiga.

Ali foi construída uma capela, em 1758, e ainda hoje há ali uma peregrinação, em Julho. Segundo uma tradição popular, Nossa Senhora apareceu, no século XVIII, a uma rapariga muda, a quem pediu uma ovelha do rebanho que guardava. A pastorinha começou logo a falar para responder que não poderia dar a ovelha sem autorização do pai. O pai ficou espantado com o facto de a filha falar e terá dado o sim a Nossa Senhora. Quando foi ao local onde a filha disse que tudo aconteceu, encontrou uma imagem de Nossa Senhora, no meio de urtigas.

 

  1. Há aqui uma certa semelhança com a origem do culto de Nossa Senhora da Lapa. Também aqui ouvimos falar de uma pastorinha muda. Só que, em vez de uma aparição de Nossa Senhora, encontramos a descoberta de uma imagem de Nossa Senhora. Diz, com efeito, a tradição que, em 1498, uma menina de 12 anos chamada Joana, sendo muda de nascença, andava a pastorear o seu rebanho.

Ao descobrir uma imagem de Nossa Senhora, dispensou-lhe os maiores cuidados, fazendo-lhe mesmo um trono que enfeitava com flores. Passado um tempo, começou a levar a imagem numa cestinha. Acontece que, um dia, a mãe, ao ver Joana perder muito tempo com o que julgava ser uma boneca, atirou-a para o lume. Foi então que a menina, que até ali era muda, falou: «Minha mãe! É Nossa Senhora da Lapa!» Imediatamente a menina retirou a imagem do lume, que não se queimou. Por sua vez, a mãe ficou com o braço paralisado, mas, depois de ambas terem rezado, ficou curada.

 

  1. 160 anos antes de Fátima, há relatos de mais uma aparição de Nossa Senhora. Espantoso é notar que esta aparição também aconteceu num dia 13 de Maio. Os interlocutores foram igualmente três videntes e as semelhanças não se ficam por aqui.

Consta, de facto, que, a 13 de Maio de 1757, na aldeia de Folhada (Marco de Canaveses), três pastorinhas com menos de 12 anos (duas Marias e uma Teresa) ouviram uma voz que as chamava. Viram então, num cabeço, uma mulher «de brilhante e resplandecente rosto». Descrição curiosa esta. É que, como é sabido, Lúcia referiu-se à Mãe do Céu como sendo «uma Senhora mais brilhante que o sol».

 

  1. Uma das meninas de Folhada perguntou à aparição quem era. Esta respondeu-lhe que o saberiam depois de fazerem, durante nove dias seguidos, uma romaria em honra de Nossa Senhora. Dizem que, naquele mesmo sítio, a 14 de Agosto, Véspera da Assunção, viu-se uma luz tão clara que, apesar de ser quase meia-noite, poder-se-ia ler uma carta com a sua luz.

O certo é que, ainda hoje e naquele lugar, existe uma capela denominada Senhora da Aparecida.

 

  1. Já em pleno século XX e antes de Fátima, a imprensa refere uma aparição em Espinho. Aqui, em Junho de 1916, uma imagem de Nossa Senhora ter-se-ia deixado ver numa estrela pedindo a quem a avistava que não deixassem ninguém ir para a guerra. No mesmo mês, em Pardilhó (Estarreja), uma figura de mulher envolta num manto banco teria anunciado o fim da guerra.

E mesmo nas vésperas da primeira aparição em Fátima, Nossa Senhora terá sido vista, a 10 e a 11 de Maio de 1917, no lugar de Barral, Vila Chã, em Ponte da Barca. Foi de novo um pastorinho com 10 anos, chamado Severino Alves, que testemunhou um encontro com a Mãe de Jesus. Avistada num clarão, em cima de uma ramada, pediu-lhe a recitação diária do Terço e da oração «Estrela do Céu». Em 1969, foi edificada naquele local uma capela em honra de Nossa Senhora da Paz.

 

  1. Todas estas experiências anteriores a Fátima mostram, independentemente do reconhecimento oficial, a percepção que o povo tem da contínua solicitude de Maria pelo Seu povo. Como sustenta a doutrina da Igreja, as visitações de Nossa Senhora não pretendem completar a Revelação definitiva de Cristo, mas ajudar-nos a viver mais intensamente esta mesma Revelação em cada época.

Este é o Seu «trabalho de Mãe»: encaminhar todos os filhos para o Seu divino filho. É em Jesus que estão os remédios da Senhora. É Jesus que nos é (sempre) dado pela Senhora dos Remédios!

 

publicado por Theosfera às 08:00

Hoje, 31 de Agosto (2º Dia da Novena de Nossa Senhora dos Remédios), é dia de S. Raimundo Nonnato e Sto. Aristides.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quarta-feira, 30 de Agosto de 2017
  1. Não é só pelo espaço que se caminha. É também pelo tempo que se viaja. Eis-nos, uma vez mais, a iniciar um caminho até este lugar. Eis-nos, uma vez mais, a começar uma viagem pelo tempo destes dias e pelos dias deste tempo. Vamos começar mais uma viagem de nove dias. É uma viagem que nos vai levar até à Festa de Nossa Senhora dos Remédios. É uma viagem que sobretudo nos há-de levar, na companhia de Maria, até mais perto de Jesus.

A Novena não é só preparação para a Festa. A Novena já constitui, em si mesma, uma bela vivência da Festa. Alegremo-nos, então, porque a Festa já entrou no nosso coração. Os sinos já repicaram e os foguetes já estouraram. Há 92 anos tem sido sempre assim. Até 1925, só havia foguetes na véspera da Novena e nos dois últimos dias da Novena. A partir de 1925, há foguetes no início de cada dia, como que a despertar a nossa alegria.

 

  1. Mais um ano em que cedo nos levantamos. Mais um ano em que cedo aqui estamos. Trazemos algum cansaço, mas nenhuma fadiga transborda deste espaço. A Novena pode cansar por fora, mas faz repousar muito por dentro. A Novena exige muito exteriormente, mas compensa muito mais interiormente. Todos nos sentimos bem neste aconchego para festejar a Senhora de Lamego. Ela, que tanto nos ama, para este lugar nos chama. E nós, que aqui nos encontramos, para a nossa vida sempre A levamos.

Que maior festa pode haver do que para junto desta Mãe correr? Que festa mais bela podemos ter do que o Filho desta Mãe receber?

 

  1. Compreendemos, assim, que o Dia da Festa seja inseparável destes dias (já) de festa. Os nossos antepassados não celebravam a Festa depois da Novena. Até 1777, a Festa coincidia com o último dia da Novena. É este espírito que, também hoje, nos anima. É esta a luz que, também hoje, nos ilumina. A Festa tem outro brilho quando, de Maria, acolhemos o Seu Filho. É Jesus que aqui nos traz. É sempre Jesus que a nossa vida refaz. Que somos nós sem Ele?

Neste lugar, é para Jesus que Maria está sempre a apontar. Nunca o esqueçamos: o centro do Santuário é o Altar com o Sacrário. Lá do alto do trono, Maria indica-nos onde está o Dono. O dono de tudo isto é Nosso Senhor Jesus Cristo. É ele o centro da nossa vida e a razão maior da nossa festa. É para Jesus que nos devemos voltar. É Jesus que, com Maria, devemos sempre adorar.

 

  1. Tal como não conhece Lamego quem não conhece o Santuário, também não consegue viver a Festa quem não vive a Novena. Como sabemos, foi com a Novena que a Festa começou. Foi com a Novena que a Festa até nós chegou.

A Novena pertence, pois, ao mais original, ao mais genuíno e ao mais puro da Festa. De toda a Festa, a Novena é o mais comovente. Como não há-de ser comovente ver a fé de tanta gente? Na Novena, não há folia, mas nela sentimos verdadeiramente alegria.

 

  1. A Novena, embora muito marcada pelos anos, não parece estar desgastada pelo tempo. Há uma tradição que faz remontar a primeira novena ao intervalo entre a Ascensão e o Pentecostes. A Ascensão ocorreu 40 dias após a Ressurreição (cf. Act 1, 3) e o Pentecostes é celebrado 50 dias depois da Páscoa (cf. Act 2, 1).

Os cristãos, com Maria, terão ficado reunidos no mesmo lugar (cf. Act 2, 1). Foi, portanto, a primeira novena cristã. Aliás, Jesus tinha pedido expressamente aos Apóstolos que não se afastassem de Jerusalém enquanto não viesse o Prometido do Pai, ou seja, o Espírito Santo (cf. Act 1, 4-5). Daí que a Novena do Pentecostes seja considerada, ainda hoje, a «mãe de todas as novenas».

 

  1. Como há dois mil anos, eis-nos de novo reunidos com Maria, à espera — e à escuta — do Espírito Santo. Como não sentir o Espírito Santo nestes silêncios e nestas vozes? Como não sentir o Espírito Santo nestas lágrimas e nestes sorrisos? Como não sentir o Espírito Santo em tantos abraços e sobretudo naquele materno regaço? Como não sentir o Espírito Santo em tanta comunhão, em tanta doação?

A Novena faz-nos sentir peregrinos e não apenas turistas. Turista vem de «tour», que significa «volta». Nenhum de nós se limita a andar à volta do Santuário. Para cada um de nós, o Santuário é lugar de paragem e não somente de passagem. Peregrino vem de «per agros», isto é, refere-se àquele que «anda pelos campos». Era assim que se fazia outrora e continua a ser assim que nos sentimos agora: andamos pelos campos da nossa terra e pelo grande campo da nossa vida. São os passos da nossa vida que nos trazem para junto da nossa Mãe querida.

 

  1. Há quem diga que o número 9 da Novena possui ainda um significado adicional por ser o quadrado de 3, o número da Santíssima Trindade. Assim sendo, ao longo dos nove dias da Novena, louvamos por três vezes cada uma das três Pessoas Divinas.

A Novena centra-nos na família divina, de quem somos imagem e semelhança (cf. Gén 1, 26). É por isso que a Novena nos liga ao Céu sem nos desligar da Terra. Olhamos para o Céu com a esperança de melhorar a nossa vida na Terra. No fundo, vamo-nos sentindo não só habitantes da Terra, mas também cidadãos do Céu.

 

  1. A Novena é, por conseguinte, o símbolo maior da nossa peregrinação pela Terra a caminho do Céu. Ela sinaliza o nosso percurso e a nossa meta. Ela é também um símbolo de comunhão, que ajuda a superar a (tão dolorosa) solidão.

É esta alegria que dá sentido à romaria. Gera-se aqui um contágio de pessoa para pessoa, de dia para dia e de ano para ano. A Novena é como um caudal que nos arrasta e que nunca nos afasta. Sentimo-nos irmãos porque nos sabemos filhos. Somos filhos de Deus e filhos da Mãe de Deus. Como não há-de crescer a fraternidade?

 

  1. Nossa Senhora dos Remédios está sempre à nossa espera. Este ano, vamos procurar ouvir o que, há cem anos, Ela nos disse em Fátima. Sim, porque apesar de ser conhecida por muitos nomes, Nossa Senhora é só uma e sempre a mesma. De facto, uma só é Maria, embora sejam muitos os nomes que Lhe fazem companhia. Todos os nomes Lhe ficam bem, mas nenhum diz tudo o que Ela é, o que Ela tem.

Em Fátima, Ela apresentou-Se como a Senhora do Rosário. E os pastorinhos viram-Na também em forma de Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora do Carmo. Curiosamente, o «nosso» Fausto Guedes Teixeira entreviu uma outra figuração de Maria na Cova da Iria. Para ele, quem desceu a Fátima foi…Nossa Senhora dos Remédios. Eis o que ele escreveu: «Caminho d’oiro que nos leva ao Céu/Foi esse, a alma cheia d’esperanças,/Que a Virgem dos Remédios percorreu/P’ra Se mostrar em Fátima às crianças»!

 

  1. É por isso que, «em Lamego, neste Santuário, vamos estar unidos a Fátima no centenário». Todos os meses, entre Maio e Outubro, estamos — em peregrinação e com grande participação — a assinalar os 100 anos das aparições. Esta Novena dá continuidade a todo este itinerário celebrativo em torno de Fátima. É que, naquele local sagrado, Maria falou para toda a humanidade. E a Senhora que em Fátima apareceu é a mesma que, desde sempre, em Lamego nos acolheu. Em Fátima e em Lamego, sentimos sempre o mesmo aconchego.

Vamos, pois, fazer desta Novena um tempo de mudança e de fortalecimento da esperança. Vamos fazer desta Novena um tempo de conversão, de penitência e de perdão. Não deixemos de nos abeirar do Sacramento da Reconciliação. É para Jesus que Maria sempre nos guia. É centrados em Jesus que teremos a melhor romaria. É em Jesus que estão os remédios da Senhora. É Jesus que nos é (sempre) dado pela Senhora dos Remédios!

publicado por Theosfera às 08:00

Hoje, 30 de Agosto (1º Dia da Novena de Nossa Senhora dos Remédios), é dia de Sta. Joana Jugan e S. João Juvenal Ancina.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Terça-feira, 29 de Agosto de 2017
  1. A Festa de Nossa Senhora dos Remédios não foi a primeira — nem a única — a realizar-se no Monte de Santo Estêvão.

Houve uma festa antes dela e houve várias festas que coexistiram com ela.

 

  1. A primeira festa que ocorreu neste lugar foi dedicada precisamente ao Primeiro Mártir.

A 15 de Agosto de 1361, eram instituídas duas procissões por ano: a 26 de Dezembro e a 3 de Agosto, em que se comemorava a «invenção» (ou descoberta) do corpo de Santo Estêvão.

 

  1. Quando surgiu a Festa de Nossa Senhora dos Remédios, seguramente pelo século XVII, a celebração de Santo Estêvão manteve-se.

Outras duas festas foram, entretanto, acrescentadas: uma a São Joaquim e outra a Santa Ana.

 

  1. O primeiro era chamado «Pai de Nossa Senhora dos Remédios» e a segunda era tratada como «Mãe de Nossa Senhora dos Remédios».

Para a sua realização, constituíram-se duas comissões distintas: uma só de homens (com Juiz e Mordomos) para celebrar o «Senhor São Joaquim» e outra só de mulheres (com Juíza e Mordomas) para festejar a «Senhora Santa Ana».

 

  1. Refira-se que estes dois santos, actualmente celebrados no mesmo dia (26 de Julho), eram festejados em dias diferentes: Santa Ana no Domingo a seguir a 25 de Julho e São Joaquim no Domingo a seguir a 15 de Agosto.

Em finais do século XIX, foram adicionadas mais duas festas: a de São João, a 24 de Junho, e a São José, a 19 de Março.

 

  1. A festa de São João chegou a ter algum furor.

Havia alturas em que a Missa Campal, presidida pelo Bispo Diocesano, principiava às quatro horas da madrugada.

 

  1. Para que ninguém cedesse à tentação do sono, a população era acordada por uma salva de morteiros.

Participavam três bandas de música, que se integravam numa cerimónia no interior do Santuário, pelas 10 horas.

 

  1. Da parte de tarde, junto à Gruta de São João, na Carreira Central, actuava uma filarmónica e subiam pelos ares balões e foguetes.

Na véspera, havia concertos e fogo-de-artifício. A festa de São José foi sempre mais discreta.

 

  1. Em 1890, todas estas festas, mais a da Senhora dos Remédios, ficaram em 540$000 réis.

Dez anos mais tarde, em 1900, só a festa de Nossa Senhora dos Remédios importou em 700$000 réis!

publicado por Theosfera às 10:59

Nem sempre a necessidade exclui a liberdade.

John Locke, por exemplo, achava que «a necessidade de procurar a felicidade é o fundamento da nossa liberdade».

De facto, tal necessidade faz-nos bater a muitas portas.

Umas estão fechadas. Outras, embora abertas, mostram-nos o vazio e despejam-nos na insatisfação.

Porque é que demoramos tanto a perceber que só Deus nos consegue preencher?

Para Ele fomos criados. Só n'Ele ficaremos saciados!

publicado por Theosfera às 10:17

Nossa Senhora dos Remédios

nos 100 anos de Fátima!

publicado por Theosfera às 00:34

Hoje, 29 de Agosto, é dia do Martírio de S. João Baptista e Sta. Sabina.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 28 de Agosto de 2017

Achava Confúcio que «o silêncio é um amigo que nunca trai».

Embora não resolva tudo, o silêncio tem o condão de, por vezes evitar que as coisas se compliquem bastante.

Santa Mónica, que muito sofreu com seu marido Patrício, aplicava o silêncio como terapia e como método: «Quando o meu marido está de mau humor, eu esforço-me para estar de bom humor. Quando ele grita, eu calo-me. E, como para discutir são necessários dois e eu não aceito discutir, não nos zangamos»!

publicado por Theosfera às 16:00

 

O turismo tem trazido gente, dinheiro e emprego.

Todos nos alegramos com isso.

Mas é bom que traga também compostura e elevação sobretudo nos ambientes sagrados.

É imperioso respeitar os lugares como eles são. E não é preciso muito perceber que um templo é diferente de uma praça ou de uma praia.

Há passos que têm sido dados, mas há ainda um caminho a percorrer.

É importante que a qualidade não seja empurrada pelo afã da quantidade.

E é fundamental que nunca desliguemos a liberdade da responsabilidade.

Todos ganharemos com isso, e não apenas dinheiro!

 

publicado por Theosfera às 15:58

A natureza de tudo quanto existe deve ser respeitada: a natureza das pessoas e a natureza dos lugares.

Há, no entanto, pessoas que nem sempre respeitam a natureza dos lugares.

E isso deixa uma sensação de desconforto em quem vai à procura de determinados lugares por causa da sua natureza.

É natural que haja ruído num estádio, numa praça ou num bar. Mas numa igreja?

A jovem escritora Raquel Ochoa, assinalou que «uma viagem é boa quando não alteramos o silêncio natural de um lugar».

Há, todavia, quem não se coíba de alterar o silêncio natural e até o silêncio sobrenatural.

«Silentium signum religionis». Enquanto sinal maior da religião, o silêncio é o ambiente congénito do espaço sagrado.

Hoje, contudo, chegamos a um templo e que diferença em relação ao que se ouve na rua?

publicado por Theosfera às 15:57

Tempo de contrastes, o nosso.

As pessoas nunca se despiram tanto por fora e, ao mesmo tempo, nunca se despiram tão pouco por dentro.

Há quem só abdique da roupa. E é assim que, com pouca roupa (mas com o telemóvel, o ipad, o gelado e o chapéu), entram na própria Casa de Deus.

É claro que nada disto é por mal. Mas será que alguma coisa disto é bem?

Quando nem a cabeça se descobre diante de Deus, como é que se há-de descobrir a vida?

Há quem chegue e se sente. Nem uma inclinação. Quem se ajoelha hoje diante de Deus?

Deus não impõe. Nós é que deveríamos (auto)exigir.

É tanto o que Ele é que nós só podemos adorá-Lo.

Não esqueçamos os olhos e os ouvidos.

E usemo-los. Para ver e para escutar o nosso bom Deus!

publicado por Theosfera às 15:55

Muitos incêndios andamos a atear no exterior e no interior.

As chamas que andamos a atear dentro da alma não são menos perigosas.

Há pessoas que parecem descontroladas no que dizem, no que escrevem, no que fazem.

A paz de Deus é a única forma de parar (e vencer) tamanha combustão!

publicado por Theosfera às 15:53

Hoje, 28 de Agosto, é dia de Sto. Agostinho, Padroeiro secundário da Diocese de Lamego, e S. Junípero Serra.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 27 de Agosto de 2017

Obrigado, Senhor,

muito obrigado

não só por nos ensinares a sermos humildes,

mas por Tu mesmo nos dares lições tão vivas de humildade.



Quanta competição pelos lugares da frente.

Quantos atropelos pelas posições mais importantes.

Quanta sofreguidão por ser primeiro,

por olhar os outros de cima, com sobranceria, arrogância.



Ainda bem que Tu, Senhor, és diferente.

Ainda bem que és único.



Que nós aprendamos a ser humildes

e que nunca humilhemos ninguém.



Que não subjuguemos os humildes

nem bajulemos os grandes.



Que percebamos que todas as pessoas

são iguais em dignidade, em humanidade.



Que compreendamos que ninguém é mais que ninguém.

Que nos sintamos igualmente filhos de Deus,

igualmente irmãos uns dos outros.



Que valorizemos a grandeza de ser pequeno.

Que dêmos sempre o devido valor às coisas simples.

Que nunca eliminemos a criança que há em nós.

Que olhemos com pureza para os outros.

E que sejamos sempre autênticos e sinceros junto de todos.



Que não tenhamos receio de procurar o último lugar.

Que não disputemos protagonismos.

Que não haja guerras nem guerrinhas por causa de sermos vistos e aplaudidos.



Que compreendamos que basta que Deus veja.

Deus, de facto, tudo vê.

E vê ainda mais o que mais ninguém consegue ver.



Que ajudemos os outros a pegar na Cruz

e que não sejamos cruz para ninguém.

Que suavizemos as dores desta vida

e os sofrimentos múltiplos deste mundo.



Nem sempre há humildade na grandeza,

mas existe sempre grandeza na humildade.



Que nunca percamos de vista

que os mais humildes, os mais pequenos e os mais simples

também são filhos de Deus.

Também eles mereceram o Teu sangue.

Também são amados por Ti,

muito amados por Ti,

JESUS!

publicado por Theosfera às 10:41

A. Até Jesus foi tocado pela intriga

  1. Nesta vida, ninguém está a salvo de imprecisões sobre os seus actos e sobre a sua honra. Nesta vida, ninguém está a salvo de uma insinuação, de uma calúnia.

Às vezes, a vida parece ser muito injusta e totalmente arbitrária. A uns tudo é permitido, a outros nada é tolerado. No tribunal da opinião pública, uns são idolatrados e outros imolados. Uns são idolatrados mesmo que transportem culpas. E outros são imolados, ainda que carreguem virtudes.

 

  1. Eis o que, no fundo, acontece a todos ou a quase todos. E eis o que também aconteceu a Jesus. Até Ele, que era a verdade (cf. Jo 14, 6), foi alvejado pela mentira. Até Ele, que passou a vida a fazer o bem (cf. Act 10, 38), foi assediado pelo mal e perseguido pela maldade.

Nem Ele escapou à intriga, à difamação e à calúnia. De facto, não faltou sequer quem Lhe chamasse «impostor» (cf. Mt 27, 63) e quem dissesse que estava possuído pelo «príncipe dos demónios» (cf. Mt 12, 25).

 

B. Nem sempre a maioria está na verdade, nem sempre a verdade está na maioria

 

3. Como verificámos neste pedaço do Evangelho, o que se dizia sobre Jesus não correspondia ao que Jesus efectivamente era. Jesus sonda os Seus discípulos precisamente acerca do que sobre Ele se dizia. As perguntas indiciam uma vontade de procura e as respostas apontam possíveis vias de encontro.

Mas à legítima curiosidade da pergunta parece suceder uma repetida insatisfação nas respostas. Era como se a resposta terminasse não com um ponto final, mas com um novo ponto de interrogação. A sondagem de Jesus não era para que eles O clarificassem, mas era seguramente para que Ele os esclarecesse. Jesus pretendia que, mais tarde, os Seus discípulos anunciassem a verdade sobre Ele e não vagas impressões acerca d’Ele.

 

  1. Já no tempo de Jesus, a maioria não estava na verdade e a verdade não estava com a maioria. A opinião maioritária achava que Jesus era mais um profeta. Para uns, seria João Baptista; para outros, Elias; para outros, Jeremias ou algum dos profetas (cf Mt 16, 14). No entanto, não basta saber o que os outros dizem. É preciso testemunhar o que nós mesmos acreditamos.

É então que Pedro avança: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo»(Mt 16, 16). Só que, como ressalva Jesus, o que sai da boca de Pedro não vem de Pedro. Pedro ainda não estava em condições de saber tudo sobre Jesus. Pedro foi, por isso, o eco da voz, o eco humano da divina voz.

 

C. É Deus quem nos ensina a conhecer Jesus

 

5. Não há felicidade maior: «És feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim Meu Pai que está nos Céus»(Mt 16, 17). Só Deus sabe quem é Jesus: «Ninguém conhece o Filho senão o Pai»(Mt 11, 27). E, já agora, só Jesus sabe quem é Deus: «Ninguém conhece o Pai senão o Filho»(Mt 11, 27).

Deus suscita em Pedro o conhecimento sobre Jesus. Só na luz de Deus conhecemos quem é Jesus. E só na luz de Deus encontramos a luz (cf. Sal 35, 10) para saber quem é Pedro. Jesus apresenta Pedro como pedra e apresenta-Se a Si mesmo como a Pedra que sustenta Pedro.

 

  1. Note-se que, no Antigo Testamento, «rocha», «rochedo» ou «pedra firme» fazem parte de uma terminologia usada, por 33 vezes, para falar de Deus e da solidez do Seu amor. O Salmo 18 (v. 3) exclama que «o Senhor é a minha Rocha e a minha fortaleza». No Novo Testamento, só Jesus e Pedro é que recebem o qualificativo de «pedra». Todavia, Pedro recebe-o não por causa de si — até porque ele é muito vacilante — mas por causa de Jesus.

Sem Jesus, Pedro é uma pedra pouco útil e pode ser até uma pedra perigosa. Sem Jesus, Pedro é uma pedra de tropeço, uma pedra de atropelo. Sem Jesus, Pedro é uma pedra que não serve para construir. Só na pedra que é Jesus é que Pedro é uma pedra forte, uma pedra que fortalece. Sem Jesus, Pedro não vale nada. Tem de ser Jesus a segurá-lo quando ele começa a afundar-se após duvidar (cf Mt 14, 31). E tem de ser Jesus a reabilitá-lo depois de ele O ter negado (cf. Lc 22, 62). Ao negar Jesus, Pedro nega-se a si mesmo como discípulo de Jesus.

 

D. Em que consiste o poder de «ligar» e «desligar»?

 

7. A importância de Pedro vem de Jesus. A nossa ligação a Pedro é, afinal, uma ligação a Jesus presente em Pedro. Pedro é de Jesus, tal como toda a Igreja é de Jesus. Daí o possessivo «Minha Igreja» (Mt 16, 18), que poderia ser precedido ou sucedido pelo possessivo «Meu Pedro». Pedro só está seguro na Pedra que é Jesus. Aliás, o próprio Pedro o reconhece, quando diz que Jesus é a «pedra rejeitada pelos construtores» e que, não obstante, se tornou «pedra angular» (Act 4, 11).

Como assinala D. António Couto, «quem constrói a Igreja é Jesus». Ele é a Pedra que dá segurança à construção. «Cefas» também significa rochedo, mas rochedo esburacado. Só Jesus é rocha firme para toda a Igreja e, portanto, também para Pedro.

 

  1. Deste modo, até o inseguro Pedro se torna referência segura para chegar a Cristo. É Cristo que dá segurança a Pedro. É Cristo que nos dá segurança em Pedro. Pedro é o primeiro depois do último. Pedro é testemunha do definitivo de Deus no mundo. A missão de Pedro é acolher e conduzir os que querem entrar na construção do Reino de Deus. Sim, Pedro é o primeiro, o primeiro servidor. Ele não é imitador de César, o imperador, mas seguidor de Jesus, o servo.

Ao longo dos tempos, Pedro já teve muitos nomes. Já teve o nome de João e de Paulo, de João Paulo e de Bento. Hoje tem o nome de Francisco. A missão de Pedro é a mesma: a missão das chaves, das «chaves do Reino dos Céus»(Mt 16, 19). Ter as chaves é ter um saber e exercer um poder. Enfim, trata-se sobretudo de um serviço: «Tudo o que ligares na terra ficará ligado nos Céus, tudo o que desligares na terra ficará desligado nos Céus» (Mt 16, 19).

 

E. É preciso ser «cristodependente» para estar (sempre) contente

 

9. O importante é que Pedro — e os seus sucessores — nos liguem a Jesus e nos ajudem a desligar de quem nos quer afastar de Jesus. É por isso que o grande serviço das chaves é o serviço do perdão. É o perdão que religa aqueles que o pecado desliga. Cristo entrega a Pedro e, como se vê em Mt 18, 18, a toda a comunidade com Pedro a responsabilidade de perdoar. É uma responsabilidade que requer fidelidade. Chebna não foi fiel e Deus afastou-o, confiando a Eliacim a chave da Casa de David (cf. Is 22, 19-20).

Não só naquele tempo, mas também no nosso tempo, a pedra e as chaves continuam a ser instrumentos necessários. Não só naquele tempo, mas também no nosso tempo, há construções que são pouco sólidas. Não só naquele tempo, mas também no nosso tempo, há portas que continuam fechadas. Precisamos de pedras sólidas e necessitamos de chaves eficientes. Cristo é a pedra que torna seguro o que está vacilante e a chave que abre o que está fechado. N’Ele, tudo está firme. Com Ele tudo se abre.

 

  1. O cristão, para ser fiel e ficar contente, tem de ser «cristodependente». Só Cristo nos atrai a «riqueza, a sabedoria e a ciência de Deus», de que nos fala S. Paulo (cf. Rom 11, 33). Só Cristo é vacina contra os equívocos trazidos por julgamentos apressados e condenações infundadas.

Cristo é pedra segura, é pedra que nos segura. Mesmo que vacilemos, Ele não nos deixará cair. E se chegarmos a cair, Ele ajudar-nos-á a levantar. As Suas mãos são a nossa salvação!

publicado por Theosfera às 05:13

Hoje, 27 de Agosto (21º Domingo do Tempo Comum), é dia de Sta. Mónica e S. Gabriel Maria.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sábado, 26 de Agosto de 2017

Hoje, 26 de Agosto, é dia de Sta. Micaela, S. Domingos de Nossa Senhora, S. Liberato, Sta. Maria de Jesus Crucificado e Sta. Teresa Jornet.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sexta-feira, 25 de Agosto de 2017

Hoje, 25 de Agosto, é dia de S. Luís, Rei de França, S. José de Calazans e S. Miguel de Carvalho.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quinta-feira, 24 de Agosto de 2017

Escrever é importante. Mas ler é decisivo.

Há muita gente a escrever. Será que há muita gente a ler?

Compreendo o que disse Jorge Luís Borges: «Chega-se a ser grande por aquilo que se lê, não por aquilo que se escreve».

É claro que há quem seja grande por aquilo que escreve. Mas, antes da grandeza da escrita, esteve certamente a grandeza da leitura.

Só se escreve o que se lê: o que se lê no livro e o que se lê na vida!

publicado por Theosfera às 10:04

Hoje, 24 de Agosto, é dia de S. Bartolomeu e Mártires da Massa Cândida.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quarta-feira, 23 de Agosto de 2017

Hoje, 23 de Agosto, é dia de Sta. Rosa de Lima, S. Filipe Benício e S. Bernardo de Offida.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Terça-feira, 22 de Agosto de 2017

 

  1. Muita gente se espanta por as festas se manterem com apreciável pujança e volumosos orçamentos.

Pode haver uma ligeira descida nos gastos, mas na substância não se notarão muitas oscilações.

 

  1. É comum responder-se que o povo tem necessidade de festas.

O quotidiano é demasiado duro. Uma breve descompressão estival será, por isso, bem recebida. Daí os divertimentos e até os excessos «à boleia» da Virgem Maria e dos Santos.

 

  1. Acontece que, em tempos recuados, o quadro não era muito diferente.

Na Idade Média, apesar da rigidez dos costumes, havia festas que ultrapassavam, em muito, os excessos actuais.

 

  1. Basta pensar na chamada «festa dos tolos» (festum fatuorum). Decorria nos últimos quatro dias do ano e incluía não só actos profanos mas também a paródia de actos sagrados.

Havia clérigos que jogavam aos dados em cima do altar, envolviam-se em concursos de bebida, brincavam aos sermões ou viravam os livros sagrados de pernas para o ar.

 

  1. O mais curioso é que a comunidade intelectual dava uma justificação (quase metafísica) para estes desmandos.

Em 1445, a Faculdade de Teologia de Paris defendia que era importante que «a loucura, que é a nossa segunda natureza, se pudesse esgotar livremente pelo menos uma vez por ano».

 

  1. Como argumento, usava-se um termo de comparação poderoso: «Os barris de vinho rebentam se não os abrimos de vez em quando para entrar algum ar».

Conclusão: «Todos nós, homens, somos barris mal montados e é por isso que permitimos a loucura em determinados dias para, no fim, podermos voltar com maior zelo ao serviço de Deus»!

 

  1. Tantos séculos depois, será que mudamos? Será que crescemos?

Para muitos, existe uma unidade entre aquilo que, à partida, é deveras contrastante. Supostamente, tudo é em honra do santo padroeiro: não só a Missa e a procissão, mas também o arraial, a farra e as bebidas. Para muitas pessoas, tudo faz parte da única festa.

 

  1. Impressiona, de facto, que não haja o mais leve senso crítico. E que, na maioria das festas, a aposta na diversão corresponda a um esquecimento da solidariedade. Toda a gente parece muito satisfeita.

Só que a eficácia da acção não está na satisfação. Está no compromisso.

 

  1. Aliás, já D. Óscar Romero apontava o critério decisivo acerca da qualidade da missão: «Como é que eu trato os pobres? Porque é neles que Deus está».

O compromisso com os pobres desponta, pois, como o grande cinzel da fé.

 

  1. Não espanta que o Beato Hermano José tenha confessado que «festa sunt mihi infesta». Numa tradução um pouco livre, significa: «Os dias de festa, para mim, não são de festa».

Não faltam, com efeito, factores a obscurecer a festa: a ostentação, os excessos. É verdade que, para tédio, já basta o quotidiano. Mas uma alegria sóbria não será a mais bela?

publicado por Theosfera às 15:30

O senhor Padre Antonino Pinto Duarte faleceu neste dia, há 25 anos.

Foi a 22 de Agosto de 1992 que Deus o chamou.

O funeral foi em pleno dia da festa de Nossa Senhora da Guia, de Quem ele era tão devoto.

Foi o pároco da minha infância. Foi ele que me enviou para o Seminário e que acompanhou todo o meu percurso, mesmo quando já não era pároco.

Um homem bom merece ser recordado para sempre.

A sua imagem acompanhar-me-á eternamente!

publicado por Theosfera às 12:23

Hoje, 22 de Agosto, é dia da Virgem Santa Maria Rainha e S. Sinforiano.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:14

Segunda-feira, 21 de Agosto de 2017

Hoje, 21 de Agosto, é dia de S. Pio X, S. Sidónio Apolinar, Sta. Umbelina e Sta. Vitória Rasoamanarive.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 05:41

Domingo, 20 de Agosto de 2017

Abre, Senhor, os nossos olhos.

Abre, Senhor, o nosso coração.

 

Abre, Senhor, a nossa vida.

Abre-nos, Senhor, à vida,

ao amor, ao perdão e à paz.

 

Abre-nos, Senhor, à partilha.

Abre-nos ao dom e à dádiva.

 

Que sejas sempre Tu em nós.

Que sejas verdadeiramente o nosso Senhor.

 

Habita, Senhor, no nosso mundo,

na nossa vida, no nosso coração.

 

Queremos recomeçar com alento.

Dá-nos, Senhor, a coragem e a confiança.

 

Que nós nunca desfaleçamos.

Tu, Senhor, estás sempre em nós.

 

Que nós queiramos estar em Ti,

JESUS!

publicado por Theosfera às 10:41

A amizade também envolve um risco, embora seja um risco que vale a pena correr.

Deve confiar-se tudo a um amigo?

Achava o Padre Manuel Bernardes que «a amizade que reserva segredos não chega a ser íntima nem verdadeira».

Mas a amizade que partilha todos os segredos não será muito arriscada?

Não se trata de não confiar, mas de respeitar a natureza das coisas.

Um segredo devia ser como a amizade: para sempre!

publicado por Theosfera às 08:31

Há um contencioso cada vez maior com a verdade.

Mais que a verdade, o que parece contar é a popularidade.

Já se sabe, desde há muito, que a popularidade não «casa» bem com a verdade.

São Tomás foi claro: «Quem diz verdades perde amizades».

Mas uma amizade sem verdade seria amizade?

São João Paulo II deixou um conselho muito pertinente: «Devemos defender a verdade a todo o custo, mesmo que voltemos a ser somente doze».

É que, sem verdade, nem doze seremos.

Sem verdade, mesmo que pareçamos muitos, não seremos mais do que zero!

publicado por Theosfera às 08:29

A. Ainda há exclusões no tempo da inclusão

  1. Num tempo em que tanto se fala de inclusão, ainda há quem repetidamente sofra com a exclusão. Ainda há muitos muros em vez de pontes. A Igreja, como Jesus, é universal. Tem, por isso, de funcionar como tal. Acontece que, às vezes, também nela há a tentação de excluir, de afastar, de subestimar. Também nela há a tentação para estratificar os membros em preferidos e preteridos.

É possível que ainda subsistam muitas «capelas» e pouco sentido de Igreja. Pensamos muito no nosso grupo, na nossa espiritualidade, no nosso movimento. E a Igreja? E Jesus? É certo que cada realização específica deve reflectir a inspiração geral. Mas, não raramente, dá a impressão de que vemos mais o global a partir do particular do que o particular a partir do global. É verdade que há muitas reuniões. Mas será que existe verdadeira união? Estando bastante reunidos, será que nos sentimos autenticamente unidos?

 

  1. A Liturgia deste Domingo projecta a universalidade de Cristo e da salvação trazida por Cristo. Jesus, depois de notar como os fariseus e os doutores da Lei se recusavam a aceitar a mensagem do Reino, entra numa região pagã, sinalizando desde logo como os pagãos são destinatários dos dons de Deus. Diante da fé revelada por esta mulher cananeia, Jesus oferece-lhe a salvação que Deus prometeu a todos os homens, sem excepção.

Olhemos, então, para esta mulher. As suas três intervenções mostram, por um lado, o seu desejo de salvação, vista como cura. E, por outro, atestam a fé convicta que a anima. Basta ter presente que as designações «Filho de David», que equivale a «Messias», e «Senhor», com que ela se dirige a Jesus, configuram uma confissão de fé. Estamos, pois, perante uma figura que nos impressiona pela fé, pela humildade e também pelo sofrimento que transparece no seu apelo.

 

B. A aparente indiferença e rudeza

  1. Tudo se passa para os lados de Tiro e de Sídon (cf. Mt 15, 21). São duas cidades da Fenícia (actual Líbano), ao norte da Galileia. Desde o tempo de Pompeu (por volta de 64 a.C.), a Fenícia estava anexada à Síria. Sídon distava aproximadamente 32 km de Beirute. Tiro era muito famosa na antiguidade, pois os fenícios dominavam o mundo da navegação.

Refira-se que, no passado, os reis de Tiro tinham feito uma aliança com David e Salomão. Eles enviariam madeira e mão-de-obra para a construção do templo. Em contrapartida, Salomão enviaria ao rei Hirão, de Tiro, mantimentos e cereais de que a sua população precisava. Sucede que as consequências deste acordo foram catastróficas para Israel, pois o sucessor de Hirão fez essa aliança com Israel através do casamento da sua filha com o rei Acab. Foi essa filha, chamada Jezabel, que introduziu o culto idolátrico de Baal entre os israelitas, o que provocou um profundo desgosto em Deus.

 

  1. Havia, portanto, uma espécie de barreira entre Jesus e aquela mulher. Os povos a que pertenciam não primavam por uma relação propriamente amistosa. O respectivo passado condicionava — bastante — o presente. Daí a reacção de aparente indiferença por parte de Jesus. Ao pedido inicial da mulher Jesus responde com silêncio. Dos Seus lábios não sai uma única palavra (cf. 15, 23).

Do silêncio passa a uma aparente rudeza. Os discípulos fazem o papel de porta-voz do pedido daquela mulher: «Atende-a, porque ela vem a gritar atrás de nós» (Mt 15, 23). Aqui, Jesus parece afectado por um estranho nacionalismo: «Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel» (Mt 15, 24). Tal nacionalismo afigura-se ainda mais exacerbado ante o último — e sumamente dramático — apelo da mulher: «Socorre-me, Senhor» (Mt 15, 25). «Não é justo — atalha Jesus — que se tome o pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos» (Mt 15, 26).

 

C. A estratégia pedagógica de Jesus

 

5. Como entender esta indiferença e rudeza de alguém sempre preocupado em mostrar o amor e a misericórdia de Deus pelas pessoas? Será que Jesus perfilhava uma visão nacionalista da salvação e da Sua própria missão? Acontece que, pelo desenvolvimento do texto e da mensagem de Jesus, fácil é concluir que estamos perante uma formidável estratégia pedagógica.

O que Jesus pretende mostrar é, em primeiro lugar, o total despropósito dos preconceitos judaicos contra os pagãos. Em segundo lugar, Jesus demonstra cabalmente que a fé não depende da proveniência nem da condição.

 

  1. Afinal, é a fé de uma estrangeira que recebe o maior elogio. A nenhum judeu Jesus reconhece ter uma fé grande. Pelo contrário, até a um dos Seus discípulos mais chegados — o apóstolo Pedro — Jesus tinha repreendido pela sua pequena (ou pouca) fé (cf. Mt 14, 31). A esta humilde mulher estrangeira Jesus reconhece ter uma «grande fé»: «Mulher, é grande a tua fé» (Mt 15, 28).

No fundo, Jesus usa uma estratégia parecida com a socrática «maiêutica». A inicial — e aparente — indiferença e rudeza é uma oportunidade para que apareça à luz do dia uma prodigiosa confissão de fé. A mulher mostra toda a sua grande fé numa atitude de plena humildade: «Também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos donos» (Mt 15, 27).

 

D. A «grande fé» de uma mulher

 

7. Esta é outra lição imprescritível de todo este episódio. A fé só nasce no ventre da humildade. É a humildade que gera a fé. Esta mulher, longe de ficar revoltada com Jesus, não desiste e continua a confiar em Jesus.

Acresce que a nossa fé, como a fé desta mulher, está sempre em teste, está sempre a ser posta à prova. Esta mulher foi testada e duramente provada. Ela obteve o que pretendia porque não desistiu. Mais. A prova que Jesus lhe colocou foi a providencial oportunidade para que ela pudesse testemunhar a grandeza da sua fé.

 

  1. Na sua humildade, esta mulher mostra que está muito à frente dos que à frente costumam aparecer. Ela podia ser estrangeira para alguns, mas nunca foi estranha para Deus. Para Deus, nem os estrangeiros são estranhos. Infelizmente, nos nossos tempos, ainda há muitos estranhos embora não sejam estrangeiros. Ainda há muitas distâncias na era da proximidade. Estamos perto, mas ainda não aprendemos a estar próximos.

Aprendamos, com esta mulher, a arte da humildade. Esta mulher, na sua humildade, nem sequer reivindica equiparar-se ao Povo eleito. Ela está disposta a ficar apenas com «as migalhas» que caem da mesa (cf. Mt 15, 27). O que ela pede é o acesso à salvação que Jesus traz. Esta salvação é compaixão. A compaixão que a mulher pede para a sua filha é a compaixão que Deus tem por cada um de nós.

 

9. Os dons divinos a todos são oferecidos

 

9. Curiosamente, São Paulo também aparece animado pela universalidade da salvação. Ele assume-se claramente como «apóstolo dos gentios» (Rom 11, 13). Em Cristo, ele quer fazer um povo de todos os povos. Ele até quer provocar ciúmes entre os israelitas para ver se estes despertam para os dons de Deus (cf. Rom 11, 13-14).

Tal como os gentios, que antes estavam longe de Deus, agora tiveram acesso à Sua graça, os judeus, que agora se afastaram dos dons de Deus, também hão-de alcançar a mesma graça divina. Para Deus, não há excluídos. Sobre todos Ele deixa cair a Sua misericórdia.

 

  1. Os dons divinos a todos são oferecidos. Estejamos, pois, atentos. Deus está connosco em todos os momentos.

Nunca nos esqueçamos de Lhe dizer sim. O Seu amor por nós não mais terá fim!

publicado por Theosfera às 05:49

Hoje, 20 de Agosto (20º Domingo do Tempo Comum), é dia de S. Bernardo de Claraval e S. Felisberto.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sábado, 19 de Agosto de 2017

Hoje, 19 de Agosto, é dia de S. João Eudes, Sto. Ezequiel Dias Moreno, S. Luís de Toulouse e S. Bernardo de Tolomai.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sexta-feira, 18 de Agosto de 2017

Hoje, 18 de Agosto, é dia de Sta. Helena da Cruz, Sto. Agapito e Sto. Alberto Hurtado Cruchaga.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quinta-feira, 17 de Agosto de 2017

Que estamos a fazer desta «filadélfia» que Deus construiu para nós?

Em vez de «amigos» e «irmãos», estamos a ficar adversários perigosos e inimigos mortais.

Os «profissionais do ódio» não param de nos embriagar com terror.

Não haverá por aí «voluntários da esperança» dispostos a espalhar sementes de amor?

publicado por Theosfera às 21:25

Temos uma tendência incoercível para olhar (apenas e sempre) para a aparência.

Não damos conta do que está por baixo e por dentro.

Já Carlos Drummond de Andrade, notando que «os homens são como as moedas», recomendava que fossem «tomados pelo valor seja qual for o seu cunho».

Muitas surpresas acontecem.

Há quem valha menos do que aparenta. E há quem valha (muito) mais do que mostra!

publicado por Theosfera às 10:00

Hoje, 17 de Agosto, é dia de Sta. Beatriz da Silva, Sta. Clara de Montefalco, Sto. Ângelo Mazzinghi, S. Jacinto, S. Mamede e S. Mamés.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quarta-feira, 16 de Agosto de 2017

Hoje, 16 de Agosto, é dia de Sto. Estêvão da Hungria, S. Roque e Sta. Maria do Sacrário.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Terça-feira, 15 de Agosto de 2017

Nossa Senhora, nossa Mãe,

que neste dia sobes ao Céu,

fica connosco, que ainda peregrinamos na Terra.

 

Tantas vezes perdidos,

precisamos de uma luz

e Tu és o farol que nos mostra a luz da luz.

 

Nossa Senhora dos Remédios,

Nossa Senhora da Assunção,

scompanha-nos na subida

pelos difíceis caminhos da vida.

 

Estar conTigo é estar na paz,

no amor e na alegria.

 

Estar em Ti é encontrar a melhor companhia

e o mais belo seguro na vida.

 

Mãe, querida Mãe,

hoje é o Teu dia,

o dia da Tua vitória,

o dia do Teu triunfo.

 

Onde nós estamos, Tu continuas a estar.

Onde estás, nós um dia estaremos

para sempre: conTigo e com Teu Filho:

JESUS!

publicado por Theosfera às 10:45

Estamos preparados para dar. Estaremos preparados para dar até doer?

A dor não está tanto na dádiva, mas na ingratidão de tantos a quem se dá.

Era por isso que Santo Inácio pedia a Deus a graça de se dar sem esperar qualquer recompensa.

Quem espera recompensa pode limitar-se a...esperar.

Faz bem esperar, mas não esperemos demasiado dos outros.

Walter Scott constatou que «construímos estátuas de neve e choramos ao ver que derretem».

Esperar, esperemos tudo de Deus. Ele nunca derrete. N'Ele nunca nos derretemos.

Só Deus é capaz de incendiar sem nos derreter (cf. Êx 3, 2).

Levemos o «fogo» divino aos gelados corações humanos!

publicado por Theosfera às 07:39

A. Uma festa eminentemente pascal

  1. Belo — muito belo — é este dia. Grande — muito grande — é a festa que celebramos neste dia. Na Eucaristia, celebramos sempre a vitória da vida sobre a morte. Nesta Eucaristia, celebramos também o triunfo de alguém a quem nem a morte pôs fim à vida.

A solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria é uma festa eminentemente pascal. Hoje, de facto, celebramos a passagem de Maria da morte para a plenitude da vida. A Ressurreição de Maria é uma consequência da Ressurreição de Jesus e, ao mesmo tempo, desponta como prenúncio da nossa própria Ressurreição.

 

  1. A união entre mãe e filho encontra aqui a sua expressão máxima e a sua concretização suprema. Maria esteve unida a Jesus na morte. Como é que Jesus não haveria de estar unido a Maria na Ressurreição? Maria acompanha Jesus até à morte. Jesus conduz Maria à Ressurreição. Jesus sobe para o Pai e faz subir Maria para o mesmo Pai. Jesus eleva-Se ao Céu. Maria é elevada ao Céu.

É a diferença, não apenas terminológica, entre ascensão e assunção: ascensão é mais activa, assunção é mais passiva. Jesus sobe ao Céu pelas Suas próprias forças. Maria é elevada ao Céu na força de Seu Filho Jesus.

 

B. No tempo, caminhando para além do tempo

 

3. A Igreja sempre acreditou naquilo que o Papa Pio XII viria a formular a 1 de Novembro de 1950, na constituição apostólica «Munificentissimus Deus»: a Virgem Maria,«tendo terminado a Sua missão na terra, foi elevada, em corpo e alma, à glória do Céu».

Em apoio desta verdade de fé, o Santo Padre invoca o Livro do Génesis (cf. Gén 3, 15), destacando a vitória de Maria sobre o pecado e sobre a morte. A certeza desta vitória sobre a morte é reforçada por S. Paulo, na sua Primeira Carta aos Coríntios: «Então se cumprirá a palavra que está escrita [por Isaías 25, 8)]: “a morte foi engolida pela vitória”»(1Cor 15, 55).

 

  1. Como membro da Igreja — membro mais eminente porque mais santo —, Maria, na Sua assunção, indica o caminho à própria Igreja: a consumação no tempo futuro, na eternidade com Deus. Maria é a garantia de que a Igreja, que caminha no tempo, não se esgota no tempo. O caminho da Igreja só estará concluído além-tempo, na eternidade.

A Ressurreição de Maria surge, por conseguinte, como a certeza, neste mundo de incertezas, de que cada um de nós caminha para a glória plena, em que Ela já Se encontra. A assunção de Maria ao Céu, em corpo e alma, funciona, por isso, como a garantia de que o homem se salvará na totalidade. Também o nosso corpo ressuscitará. Também o nosso corpo será para Deus.

 

C. A vitória dos que costumam ser vencidos

 

5. O triunfo de Maria é o triunfo da Igreja. Não um triunfo sobre ninguém nem contra ninguém. O triunfo de Maria é o triunfo da Igreja com toda a humanidade. No fundo, o triunfo de Maria é o triunfo da humanidade: de uma humanidade redimida, de uma humanidade reconciliada, de uma humanidade aberta e acolhedora.

O triunfo desta humanidade é o triunfo da humildade. Maria mostra bem que só chega ao alto quem fica ao lado dos que estão em baixo. Só atinge as alturas quem se dispõe a descer às profundezas. Só alcança a luz quem não foge das sombras. É por isso que Maria agradece a Deus por ter olhado para a humildade da Sua serva (cf. Lc 1, 48). Ela reconhece, em linha com o Salmo 138, que Deus olha para quem é humilde (cf. Sal 138, 6).

 

  1. O triunfo de Maria não é, pois, o triunfo dos que costumam vencer. Pelo contrário, é o triunfo daqueles que costumam ser vencidos. Não espanta, portanto, que Maria veja a história ao contrário. Maria sabe que, para Deus, os vencidos são os vencedores e os pequenos é que são reconhecidos como grandes.

O triunfo de Maria é oferecido por Deus, que não sabe — nem quer — ser imparcial. Deus toma partido pelos oprimidos, pelos sofredores, pelos humildes. Deus está ao lado de quem é marginalizado e não de forma passiva. Como Maria canta no «Magnificat», Deus dispersa os soberbos, derruba os poderosos e esvazia de riqueza os ricos. Em contrapartida, o mesmo Deus enche de bens os que têm fome e eleva os humildes (cf. Lc 1, 51-53).

 

D. Adormecimento, não aniquilamento

 

7. Neste sentido, podemos — e devemos — olhar para a Assunção de Maria como um despertador da sonolência em que nos deixamos cair. É curioso notar que esta festa também é conhecida, sobretudo no oriente, como festa da «dormição». Mas trata-se de uma «dormição» que nos provoca um grande abanão. Maria desperta-nos quando «adormece». Aliás, ainda hoje se diz de alguém que morreu após uma vida santa que «adormeceu no Senhor».

Deste modo, uma vez mais verificamos como a fé oferece um sentido para a vida e não deixa de oferecer um sentido para a morte. A tradição cristã apresenta-nos a morte como um adormecimento, não como um aniquilamento ou destruição. Daí que o lugar onde repousam os defuntos tenha o nome de «cemitério», isto é, o «lugar onde se dorme» e não o «lugar onde se morre». Nós, crentes, olhamos para a morte como um «adormecimento» para este mundo transitório e como um «despertador» para o mundo definitivo.

 

  1. A este propósito, convirá recordar que a«dormição» de Maria é uma das grandes festas das Igrejas Ortodoxas e das Igrejas Católicas Orientais. Trata-se de uma festa que, na maior parte dos casos, também se comemora neste dia 15 de Agosto. Isto significa que Maria também morreu. De resto e como perguntava Severo de Antioquia, se não tivesse morrido, como é que poderia ter ressuscitado? E, afinal, Jesus também morreu. Pelo que, para partilhar a Ressurreição de Cristo, Maria teve que primeiro compartilhar de Sua morte.

O certo é que, em 1997, S. João Paulo II afirmou que Maria experimentou a morte natural antes de ser elevada ao Céu. Como sabemos, o Novo Testamento é omisso nesta matéria, não nos oferecendo qualquer informação sobre as circunstâncias da morte de Maria. Este silêncio leva a supor que tal morte terá ocorrido de forma natural, mas num ambiente totalmente sobrenatural. S. Francisco de Sales defende que a morte de Maria constituiu um transporte de amor. Ele fala de uma morte «de amor, no amor e através do amor». Foi ao ponto de dizer que a Mãe de Deus morreu de amor por Seu Filho Jesus.

 

E. Do Céu, Ela continua a perfumar a terra

 

9. Já agora, é interessante notar que os nossos irmãos ortodoxos preparam a «dormição» de Maria com um jejum de 14 dias. Eles acreditam que o Seu corpo foi ressuscitado ao terceiro dia após a morte — depois de encontrarem o Seu túmulo vazio — e que ela foi corporalmente elevada aos céus numa antecipação da ressurreição universal dos mortos.

Os católicos também acreditam que Maria primeiro morreu e depois foi elevada ao Céu. Algumas versões dizem que tudo aconteceu em Éfeso, na Casa da Virgem Maria. Outras versões, mais antigas, indicam que Maria morreu em Jerusalém. Consta que um dos apóstolos — pelos vistos, S. Tomé — não estava presente quando Maria morreu. Quando ele chegou, reabriram o túmulo e verificaram que estava vazio. Só restavam as mortalhas. Uma outra tradição afirma que Maria lançava do Céu a Sua cinta para S. Tomé como prova de que tinha ressuscitado .

 

  1. Embora tenha sido definida há relativamente pouco tempo, existem relatos muito antigos sobre a assunção de Maria ao Céu. A Igreja sempre interpretou o capítulo 12 do Apocalipse como fazendo referência à Assunção. A mais antiga narrativa que se conhece é o chamado «Livro do Repouso de Maria». Também muito antigas são as diferentes tradições das chamadas «Narrativas da Dormição dos “Seis Livros”». A Assunção aparece igualmente no livro do «trânsito de Maria», de finais do século V.

É comum, em muitos lugares, a bênção de perfumes no dia da Festa da Dormição. E não há dúvida de que Maria continua a perfumar a nossa vida com bênçãos sem limite e graças sem fim. Do Céu, Ela continua a perfumar a terra. Deixemo-nos perfumar sobretudo pela vida do Filho de Maria. A alegria desta Mãe é que sigamos, cada vez mais, os passos de Seu Filho, Jesus!

publicado por Theosfera às 05:38

Hoje, 15 de Agosto, é dia da Assunção de Nossa Senhora, de Nossa Senhora da Lapa e de S. Tarcísio.

É Dia Santo de Guarda e Feriado Nacional.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:31

Segunda-feira, 14 de Agosto de 2017

Uma só é Maria. Mas muitos são os títulos que Lhe fazem companhia.

Se alguém acha que de todos se lembra, tenha a certeza de que há sempre algum de que se esquece.

E quem pensa que todos já conhece, é mais que certo que ainda se surpreenda.

Em 1831, perto de Madrid, foi a Mãe de Deus que Se apresentou como NOSSA SENHORA DO ESQUECIMENTO.

O objectivo era mesmo mostrar às pessoas que são tantas as vezes que se esquecem d'Ela, de Nossa Senhora.

Mas acrescentou logo que, ainda que os homens se esqueçam d'Ela, Ela nunca Se esquece de nós.

Nossa Senhora do Esquecimento, ajudai-nos a nunca nos esquecermos de Vós!

publicado por Theosfera às 09:51

A globalização aproximou lugares, mas não encurtou distâncias.

O poeta Jaak Bosmans, reconhecendo que a globalização encurtou «as distâncias métricas, aumentou muito as distâncias afectivas».

É um facto que estamos mais perto. Mas será que estamos mais próximos?

publicado por Theosfera às 09:25

Hoje, 14 de Agosto, é dia de S. Maximiliano Maria Kolbe, Sta. Anastácia e Sta. Isabel Renzi.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 13 de Agosto de 2017

 

Obrigado, Senhor, Deus Santo,

fortaleza dos débeis.



Tu és o médico e o medicamento,

a cura e o curador,

o salvador e a salvação,

Tu trazes a melhor terapia,

a terapia da misericórdia e da esperança.



Os mais simples entendem-Te,

os mais humildes procuram-Te,

os mais pobres sentem conforto a Teus pés.





É doloroso o sofrimento,

mas bendita é a Cruz quando a pegamos com amor,

como Tu.



Dá-nos, Senhor,

a força da paz e da determinação em seguir os Teus passos,

em pisar os Teus caminhos.



Que sejamos dignos de Te seguir,

de estar conTigo,

como Maria,

a Tua e nossa querida Mãe,

JESUS!

publicado por Theosfera às 10:43

Hoje, 13 de Agosto (19º Domingo do Tempo Comum), é dia de S. Ponciano, Sto. Hipólito, S. Cassiano de Ímola e S. Marcos de Aviano. Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 06:56

A. Porque é que só reparamos no vistoso e no ruidoso?

  1. Quem com Deus se quiser encontrar, muito atento deve estar. Deus vem ao nosso encontro de muitas formas. Umas vezes, manifesta-Se da maneira bem notória. Outras vezes, entra de um modo muito discreto na nossa história. Sucede que, habitualmente, nós só reparamos no vistoso e no ruidoso. Esquecemos que Deus também Se revela na obscuridade e também fala no silêncio.

Acompanhamos Elias na sua subida ao «monte de Deus» (1Rs 19, 9). O profeta estava desalentado com o comportamento do povo. O seu refúgio foi o monte, lugar de revelação por excelência.

 

  1. Passou a noite numa gruta. Foi aí que ouviu a interpelação de Deus: «Que fazes aqui, Elias?» O profeta, na resposta, verte todo o seu desapontamento, todo o seu desânimo. Ele estava triste porque os membros do povo eleito tinham abandonado a Aliança, derrubado os altares e assassinado os profetas (cf. 1Rs 19, 10). Quem não ficaria abalado com um cenário destes? Aliás, o próprio Elias também estava sob ameaça de morte.

O Senhor ordena-lhe que saia da gruta e que fique à Sua espera (cf. 1Rs 19, 11). É preciso sair para o Senhor ouvir. É imperioso sair de nós para acolher a divina voz. Pelo desenvolvimento do texto, notamos que Elias não saiu logo. Mas pôs-se à espera e à escuta.

 

B. Falamos de Deus, mas procuramos encontrarmo-nos com Deus?

 

3. Deus vai passar. Mas, desta vez, não é pelo ruído que Se deixa encontrar. Deus não estava no vento «rijo e tempestuoso», que «fendia as montanhas e quebrava os rochedos» (1 Rs 19, 11). Quem não repararia numa tal ventania? Mas não era aí que Deus Se encontrava. Sentiu-se, depois, um «abalo de terra» (cf. 1Rs 19, 11). Mas também não era aí que Deus estava. Acendeu-se um fogo, mas Deus também não estava no fogo (cf. 1Rs 19, 12).

Sobreveio, então, uma «ligeira brisa» (1Rs 19, 12), à maneira de um murmúrio suave. Foi esse murmúrio que tocou o fundo de Elias. Assim que o ouviu, o profeta saiu e o seu rosto cobriu (cf, 1Rs 19, 13)-

 

  1. Este texto é um convite a que regressemos às raízes da nossa fé. Tais raízes não estão no mais vistoso, mas no mais silencioso. Olhemos mais para a humildade de Deus. É claro que, na cultura do espectáculo em que nos encontramos, o silêncio e a humildade não gozam de muita aceitação.

Acontece, não raramente, que, em vez de levarmos a serenidade da igreja para a rua, trazemos o ruído da rua para a igreja. Andamos como que paralisados com tanta agitação. Até podemos falar muito de Deus. Mas que espaço damos ao encontro com Deus?

 

C. Reaprendamos a (indispensável) arte de parar

 

5. Importa perceber que escutar é fundamental para agir. É depois deste encontro que Elias se torna o instrumento pelo qual Deus relança uma aliança ameaçada pela infidelidade do povo. Por conseguinte, valorizemos as «brisas ligeiras» que podemos desfrutar nesta altura. Reaprendamos a (indispensável) arte de parar. Estamos num tempo em que nem nas férias paramos. A época das férias parece tão agitada como a época do trabalho. De resto, nesta altura, além da agitação dos dias, cresce (ainda mais) a agitação das noites.

Deus é a melhor brisa e o mais precioso tónico. Não é em vão que a Bíblia nos apresenta o Espírito de Deus como «ruah», isto é, como vento, como brisa.

 

  1. Apesar do nosso individualismo, parece que não temos vida interior. Urge reaprender, por isso, a educação para a interioridade. O Espírito Santo é o grande mestre da vida interior. A interioridade não nos enquista em nós. É a partir do interior que faremos a grande viagem para o interior dos outros. Sem vida interior, não somos inteiros, não estamos completos. É urgente, pois, descer mais fundo para chegar mais longe.

Jesus não Se privou desta interioridade. Ele tanto surge rodeado pela multidão como nos aparece, sozinho, em contemplação. Desta vez, vemos Jesus a despedir a multidão para ficar em meditação. Ele, que tinha saciado a fome natural, vai nutrir-Se com o alimento espiritual. Como Elias, também Jesus sobe para o monte em particular para rezar (cf. Mt 14, 23). É fundamental rezar em público, mas não é menos necessário rezar em privado. Nunca esqueçamos que Jesus é, antes de mais, um orante. O Evangelho anota que, ao cair da noite, Jesus continuava sozinho em oração (cf. Mt 14, 23).

 

D. Não tenhamos horror à solidão

 

7. Na vida, não podemos estar sempre sós nem sempre acompanhados. Ou seja, nem sempre em solidão, nem sempre em multidão. Aliás, se repararmos, não estamos necessariamente sós quando estamos sozinhos. A nossa solidão é mais habitada quando a presença de Deus é mais acolhida.

Não tenhamos horror à solidão. Às vezes, é decisivo estar só para nunca estarmos verdadeiramente sós. É na solidão que encontramos a melhor forma de superar a solidão. Escutemos Deus nas palavras que ouvimos, mas não deixemos de O acolher no silêncio que devemos fazer.

 

  1. É curioso notar que, no episódio que nos é descrito, está melhor Jesus sozinho do que os discípulos acompanhados. No fundo, quem está mais só são eles, os discípulos. Enquanto Jesus está em diálogo íntimo com o Pai, os discípulos estão sozinhos, em viagem sobre as águas.

Trata-se, porém, de uma viagem que não é fácil nem serena. Pelo contrário, trata-se de uma viagem bem tumultuosa. É de noite; o barco é açoitado pelas ondas e enfrenta ventos contrários (cf. Mt 14, 24). Eis o que, tantas vezes, nos acontece. A nossa vida parece uma viagem repleta de ventos contrários. A nossa perícia falha. As nossas competências não bastam. Apenas Jesus é a solução.

 

E. Jesus é o Deus de mão estendida

 

9. As ondas que açoitam o barco representam a hostilidade do mundo, que avança continuamente contra os enviados de Cristo. Não tenhamos ilusões. No mundo, temos de contar sempre com obstáculos. Por sua vez, os «ventos contrários» sinalizam toda e resistência ao projecto de Jesus.

Mas eis que Jesus vem. Jesus está sempre a vir, mesmo (e sobretudo) quando as águas estão mais agitadas. Jesus está sempre a vir, mesmo (e sobretudo) quando parece que nos vamos afundar. Jesus continua a vir ao nosso encontro «caminhando sobre o mar» (Mt 14, 26). A Bíblia ensina que caminhar sobre o mar é algo que só está ao alcance de Deus. Isto significa que Jesus é o Deus que vem até nós e o Deus que vela por nós. Jesus é o Deus que nos dá coragem. Jesus é o Deus que nos diz: «Não temais» (Mt 14, 27)

 

  1. Este Deus revelado em Jesus não é um fantasma (cf. Mt 14, 26). O Deus revelado em Jesus é real, é leal e sempre próximo. Por muito que nos queiram abater, com Cristo nada temos a temer. Quando Pedro se sente a afundar, eis a mão do Filho de Deus para o libertar.

Jesus é o Deus de mão estendida. Jesus é o Deus que nos estende a mão. Quando tudo parece terminar, Jesus vem até nós para de novo começar. Uma coisa, porém, temos de ter presente. As nossas forças, por si, pouco valem. Só em Cristo conseguimos vencer as dificuldades e ultrapassar os obstáculos. Foi, aliás, o que Ele recordou na Última Ceia: «Sem Mim, nada podeis fazer» (Jo 15, 5). A nossa maior ilusão é pensar que alguma coisa podemos sem Cristo. Não hesitemos, então, em gritar por socorro: «Salva-me, Senhor» (Mt 14, 30). A mão que salvou Pedro também nos salva, a nós. E se Jesus nos estende a Sua mão, nunca Lhe fechemos o nosso coração!

publicado por Theosfera às 05:00

Sábado, 12 de Agosto de 2017

 

Neste dia 12 de Agosto,

há vinte e oito anos,

estava, Senhor, prostrado diante de Ti para me consagrar a Ti e, em Ti, Tu, Senhor, nunca faltaste. Tu, Senhor, nunca me deixaste. Nas horas mais escuras, nos momentos de maior tormenta, eu bati sempre à Tua porta e Tu marcaste sempre presença na minha vida. Por isso, Te louvo.

Por tudo Te agradeço.

À Tua (e nossa) Mãe renovo a consagração da minha vida

e a entrega do meu sacerdócio.

Como Ela, quero pronunciar uma única palavra: sim! Sim a Ti, Senhor, Sim à Igreja, Sim à paz, à reconciliação. Sim à amizade. Sim a cada ser humano. Mantenho o propósito da primeira hora: viver totalmente des-centrado de mim, estar plenamente centrado em Ti. Recebe, Senhor, a minha vida, acolhe o meu ser. Modela o meu espírito. Orienta os meus passos. Sê Tu em mim para que, em Ti, possa ser sinal do Teu imenso amor pela humanidade.

Obrigado, Senhor, por todos os dons.

Obrigado pelo dom de cada instante.

Obrigado pelo dom de cada pessoa.

Obrigado por fazeres das noites escuras começos de manhãs radiosas.

Obrigado pelas clareiras que fazes brilhar nas sombras.

Que nunca seja eu.

Que sejas sempre Tu em mim.

 

Há vinte e oito que sou padre.

Não por mim. Mas para Ti. E para todos os Teus.

Ajuda-me, Senhor, a ser sempre padre

como Tu queres e até quando Tu quiseres.

 

Obrigado pelos Pais que me deste.

Obrigado pelas pessoas que me têm acompanhado.

Obrigado por tanto.

Obrigado por tudo.

Obrigado, Senhor!

publicado por Theosfera às 00:12

Hoje, 12 de Agosto, é dia de Sto. Amadeu da Silva, Sta. Hilária, S. João de Riéti e Sta. Joana Francisca de Chantal.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sexta-feira, 11 de Agosto de 2017

Apesar do calor, os tempos permanecem sombrios.

O sol aquece a terra, mas só Deus ilumina os nossos corações. S

ejamos o espelho da luz que Deus acende.

Edith Warton achava que «há duas maneiras de espalhar a luz: ser a vela ou o espelho que reflecte».

Nós não somos a vela. Mas podemos (e devemos) ser o espelho que a reflecte.

Sejamos limpos para que a luz nunca se ofusque.Mas ainda que alguma poeira sobrevenha, não há nada que esta luz detenha.

Deixemo-nos iluminar pela divina luz!

publicado por Theosfera às 09:52

Faz hoje 17 anos que houve um célebre eclipse solar.

Às vezes, sou inclinado a pensar que não há só eclipses no sol e na lua.

Parece que, não raramente, também há eclipses na nossa vida, nos nossos critérios.

Deixamos eclipsar o que é importante e fazemos colapsar a nossas energias com inanidades e ninharias.

Estranha (e muito deletéria) esta nossa proclividade para tratar o pequeno como grande e o grande como pequeno.

Para quê essencializar o que é secundário e secundarizar o que é essencial?

A gastar, gastemo-nos no melhor. A entregar-nos, entreguemo-nos a Deus.

Só Ele merece tudo!

publicado por Theosfera às 09:44

Hoje, 11 de Agosto, é dia de Sta. Clara de Assis, Sta. Susana e S. Maurício Tornay.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quinta-feira, 10 de Agosto de 2017

Hoje, dia 10 de Agosto, é dia de S. Lourenço e Sta. Filomena.

Refira-se que S. Lourenço é invocado contra a lombalgia e os incêndios. É também o protector das bibliotecas. É ainda o padroeiro dos cozinheiros e dos hospedeiros.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quarta-feira, 09 de Agosto de 2017

Hoje, 09 de Agosto, é dia de Sta. Teresa Benedita da Cruz (nome religioso da filósofa Edith Stein), S. Carlos Maria Leisner, S. Samuel de Edessa e S. João de Fermo ou da Alvérnia.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 20:00

 

A paz está atravessada por um paradoxo.

Mesmo quando a conhecemos e a construímos, parece que nunca a encontramos.

Vivemos a sonhar com a paz e a lidar com conflitos.

Hermann Hesse deu voz a este contraste concluindo que «a paz é um ideal».

Mas não podemos desistir de (tentar) dar realidade a esse ideal.

A paz tem de ser um ideal real. Mas só há paz n'Aquele que é a Paz.

Só Jesus pacifica. Não adormece.

Para Jesus, a paz não é um anestesiante; é um despertador.

Deixemo-nos despertar por Jesus para a paz!

 

publicado por Theosfera às 10:11

Terça-feira, 08 de Agosto de 2017
  1. No seu longo estendal de séculos, a história do mundo está marcada sobretudo por quatro homens e quatro cidades.

Foram eles que, em grande medida, moldaram o nosso pensar e vertebraram o nosso agir.

 

  1. Para Karl Jaspers, as figuras mais influentes são Sócrates, Buda, Confúcio e Jesus.

Ainda hoje, continuam a ser os maiores «mestres da humanidade».

 

  1. É de tal ordem a sua importância que «seria muito difícil apontar um quinto nome que tivesse a mesma magnitude», alguém que nos «interpelasse com a mesma elevação».

Foi sobretudo a eles que as civilizações foram buscar as suas raízes.

  1. Quanto às cidades mais relevantes, George Steiner aponta Atenas e Jerusalém.

Xavier Zubiri acrescentou-lhes Roma. E nós poderíamos aditar — ou contraditar — Paris.

 

  1. As três primeiras cidades modelaram o nosso perfil civilizacional.

De facto, estamos umbilicalmente estruturados pelo pensamento grego, pelo direito romano e pela religiosidade de Israel.

 

  1. Segundo Xavier Zubiri, foi mérito do Cristianismo ter operado uma «unidade radical e transcendente» entre estas três heranças.

Daí que os principais símbolos da nossa identidade sejam o Livro, a Universidade e a Catedral. Aí se projecta iconograficamente a nossa cultura, a nossa arte e a nossa fé.

 

  1. Há, entretanto, um momento que consubstancia um profundo abalo em todo este alicerce.

A Revolução Francesa não pretende optimizar o herdado, mas romper completamente com o estabelecido.

 

  1. É neste sentido que Paris desponta como a quarta cidade-emblema, a primeira de uma nova época.

Trata-se de uma época que surge em colisão com a autoridade e que se ergue à margem da divindade.

 

  1. A liberdade, a igualdade e a fraternidade parecem irredutivelmente asseguradas. Mas nem por isso se têm tornado especialmente visíveis.

Quando o homem se diviniza, tende a divinizar-se sobre os outros homens. Se cada homem se erige em deus para si mesmo (Feuerbach), o mais provável é que se comporte como «lobo» em relação aos outros (Thomas Hobbes). Em tal caso, como podemos ser livres, iguais e fraternos?

 

  1. Não espanta que alguns turiferários da Revolução Francesa se tenham convertido nos seus mais desapontados críticos. Perceberam que há tutelas que persistem e vínculos que se vão perdendo.

Como nota D. António Couto, «a fraternidade supõe um Pai». Quando compreenderemos que ninguém nos humaniza como Deus?

publicado por Theosfera às 10:55

Hoje, 08 de Agosto, é dia de S. Domingos (Fundador da Ordem dos Pregadores), 14 Santos Auxiliadores e Sta. Maria Margarida do Sagrado Coração, Fundadora das Irmãs Mínimas do Sagrado Coração.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 07 de Agosto de 2017

Quando nos abrimos crescemos.

O que se incorpora em nós começa a fazer parte de nós.

Albert Einstein achava que «a mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original».

A abertura é sempre boa, mesmo que seja a uma ideia má.

Neste caso, a abertura ajuda-nos na arte da prevenção e da não-cedência.

Em qualquer caso, abrir é perceber que o mundo não começa nem acaba em nós!

publicado por Theosfera às 09:24

Hoje, 07 de Agosto, é dia de S. Sisto II, S. Caetano, Sto. Alberto de Trápani, Sto. Agatângelo de Vêndome e S. Cassiano de Nantes.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

mais sobre mim
pesquisar
 
Agosto 2017
D
S
T
Q
Q
S
S

1
2
3
4
5

6
7
8
9





Últ. comentários
Sublimes palavras Dr. João Teixeira. Maravilhosa h...
E como iremos sentir a sua falta... Alguém tão bom...
Profundo e belo!
Simplesmente sublime!
Só o bem faz bem! Concordo.
Sem o que fomos não somos nem seremos.
Nunca nos renovaremos interiormente,sem aperfeiçoa...
Sem corrigirmos o que esteve menos bem naquilo que...
Sem corrigirmos o que esteve menos bem naquilo que...

blogs SAPO


Universidade de Aveiro