O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quinta-feira, 15 de Junho de 2017

Neste momento de louvor,

nós Te agradecemos
por esta tocante celebração
que, mais uma vez, presencializa a Tua presença no mundo,
que, mais uma vez, actualiza a Tua entrega na história
e que, mais uma vez, certifica o Teu imenso amor no coração de cada homem.

 

Mas não queremos, Senhor,
que a Eucaristia seja um momento com princípio e fim.
Queremos, sim, que a Eucaristia envolva toda a nossa vida:
do princípio até ao fim.

Queremos que a Missa gere Missão,
modelando todas as fibras do nosso interior
e lubrificando todas as vértebras da nossa alma.

Faz de nós testemunhas do Evangelho,
do Evangelho do Pão e do Paz,

do Evangelho do Pão para todos,

do Evangelho da Paz para todos,

do Evangelho do Corpo de Deus.

 

Que todos se alimentem na mesa da Palavra

e que todos possam vir à mesa da Eucaristia.

Que também hoje a Palavra se transforme em Pão

e que o Pão se transforme em Palavra,

em palavra para mudar a nossa vida.

 

Em muitos lugares,

as pessoas vão acompanhar-Te em procissão.

Mas Tu acompanha-nos sempre na grande peregrinação da nossa vida.

 

Que, ao recebermos o Teu corpo,

mostremos solidariedade e partilha,

afecto e amor.

 

Que saibamos dividir

para podermos multiplicar.

Que saibamos testemunhar lá fora

o que celebramos cá dentro.

 

Tu estás sempre connosco.

Que nós saibamos estar sempre conTigo.

Que, pelo nosso testemunho e pela nossa humildade,
todos tenham acesso ao Pão da Vida,
ao Pão do Amor,
ao Pão da Solidariedade,
ao Pão da Paz e da Esperança,
ao Pão que és Tu, Senhor,
e que, através de nós,
quer saciar o mundo inteiro!…

publicado por Theosfera às 10:43

Hoje é feriado, formalmente. Mas também secundariamente.

É feriado porque é Dia Santo, no caso vertente, dia do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo.

Interrompem-se os trabalhos para todos para que os cristãos (que também são cidadãos) possam cumprir o seu dever de louvar o Senhor Jesus: participando na Santa Missa e na Procissão eucarística.

Isto significa que o escopo principal deste dia não é descansar; é celebrar.

Não nos eximamos, pois, ao nosso dever. Nele está (estará sempre) a nossa maior alegria!

publicado por Theosfera às 07:52

A. Tantos que desperdiçam tanto

  1. Num tempo em que há dias mundiais para quase tudo, podemos dizer que hoje é uma espécie de Dia Mundial da Eucaristia. Como acontece com os outros dias mundiais, também este pode ser um momento para avaliar o nosso compromisso com a Eucaristia em cada dia. E, consequentemente, há-de ser uma oportunidade para fortalecer a nossa vivência eucarística de todos os dias.

Pela sua natureza, uma festa como esta não deve ser episódica, meramente circunstancial, reduzida a um único dia. Uma festa como esta não pode ser o evento de um dia, mas o grande acontecimento de cada dia. Ela tem de funcionar como um «despertador» para os outros dias.

 

  1. A Eucaristia não é festa só hoje. A Eucaristia é a grande festa em cada hoje. De facto, que maior festa pode haver do que ser visitado por Deus, do que ser abraçado por Deus, do que ser interpelado por Deus, do que alimentado por Deus?

É bom não esquecer que, na Eucaristia, é Deus quem nos visita, é Deus quem nos abraça, é Deus quem nos fala, é Deus quem nos alimenta. É assim que a festa deste dia nos desperta para a riqueza de todos os dias, para a beleza de todos os dias. Como entender, então, que tantos desperdicem tanto?

 

B. Não uma recordação, mas uma presencialização

 

3. Verdadeiramente, a celebração da instituição — ou «invenção» — da Eucaristia ocorre em Quinta-Feira Santa. Com efeito, foi na véspera da Sua morte que Jesus, levando até ao extremo o Seu amor por nós (cf. Jo 13, 1), nos legou o Memorial do Seu sacrifício redentor. Foi na Última Ceia, que se transformaria em Primeira Ceia do tempo novo, que Jesus mandou aos Seus discípulos de todos os tempos que fizessem memória da Sua entrega ao Pai: «Fazei isto em memória de Mim»(1Cor 11, 24).

Trata-se de uma memória que é mais do que uma simples recordação. O memorial da Eucaristia não recorda o que ocorreu; actualiza e presencializa o que aconteceu. É por este «único sacrifício»(Heb 10, 12) de Jesus Cristo que nós Lhe damos graças nesta refeição. É por isso que a celebração eucarística congrega quatro dimensões que devem ser mantidas na sua integridade e unidade. A Eucaristia é memorial; é refeição, com a dupla mesa da Palavra e do Pão; é sacrifício e é acção de graças.

 

  1. Sucede que, apesar da importância singularíssima da Quinta-Feira Santa, a circunstância de ser véspera do dia da morte do Senhor inibe-nos de manifestar todo o nosso contentamento por este dom incomparável. Daí a necessidade de uma festa que, além de nos permitir agradecer as maravilhas da Eucaristia, nos leve a testemunhar publicamente, pelos caminhos das nossas terras, que só Jesus é a força capaz de transformar a humanidade, conduzindo-a para a justiça, a felicidade e a paz.

Consta que, nos primeiros séculos, a Eucaristia era adorada publicamente, mas apenas durante o tempo da Santa Missa. Só se conservava a hóstia consagrada para levar a comunhão aos doentes e ausentes. Foi na Idade Média que se começou a dar um maior relevo à adoração. No século XII, foi introduzido um novo rito na celebração da Missa: a elevação da hóstia consagrada, no momento da consagração. Do desejo primitivo de «ver a Hóstia» passou-se, portanto, para uma festa em honra da presença real de Cristo.

 

C. Da vida para a Eucaristia, da Eucaristia para a vida

 

5. Terá sido em 1247 que se celebrou, pela primeira vez, o Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo.

Foi em Liège e por insistência de uma religiosa: a Irmã Juliana de Mont-Cornillon. Mais tarde, em 1264, na sequência de um milagre eucarístico ocorrido em Bolsena, o Papa Urbano IV estendeu a toda a Igreja esta festa através da bula «Transiturus». Embora, nessa altura, ainda não haja ainda qualquer alusão à procissão com o Santíssimo, é sabido que esta depressa se introduziu nos hábitos eclesiais e na alma crente do povo. A Portugal esta festa terá, provavelmente, chegado em finais do século XIII com a denominação de Festa do Corpo de Deus.

 

  1. Na génese da procissão eucarística está a intensidade da própria celebração eucarística. Como nos diz Xabier Basurko, desde os primeiros tempos, «os fiéis corriam de Igreja para Igreja com a preocupação de verem o maior número possível de vezes a elevação da Hóstia consagrada». A procissão eucarística é, pois, uma sequência — e um transbordamento — da Eucaristia. Nós vamos, pelos caminhos da nossa vida, até à Eucaristia. Hoje é a Eucaristia que, pelos mesmos caminhos da nossa vida, vem até nós.

Foi para facilitar o visionamento do Pão consagrado — informa-nos de novo Xabier Basurko —, que «começaram a utilizar-se aqueles objectos que habitualmente serviam para a exposição das relíquias dos santos. Deste modo, através do vidro transparente, as pessoas podiam fixar os olhos no sacramento do Corpo de Cristo».

 

D. Da Missa à Missão

 

7. Tudo isto mostra como a Eucaristia não se limita à celebração. A Eucaristia é para celebrar e há-de ser também para adorar e para testemunhar. A Eucaristia parte do tempo para o templo e volta do templo para o tempo.

Em boa verdade, nunca deixamos de estar em Eucaristia. À celebração sacramental tem de suceder sempre a celebração existencial da Eucaristia. Quando termina a Missa, há-de começar a Missão. A Missão consiste precisamente no testemunho do que celebramos — e adoramos — na Missa. A Missa é a fonte da Missão. A Missão é o reflexo da Missa. O Pão que nos alimenta na Missa continua a alimentar outros na Missão.

 

  1. É por isso que, na Eucaristia, não há espectadores nem assistentes, mas participantes. Em relação à nossa presença na Eucaristia, não devemos usar o verbo «assistir», mas o verbo «participar». Cada um participa segundo a sua condição e o seu ministério. Toda a forma de participação é importante: a palavra e a escuta da palavra. Ao contrário do que se possa pensar, o silencio também é uma maneira de participar. Na verdade, a Palavra proclamada é para ser escutada e o Pão distribuído é para ser acolhido.

Daí a absoluta necessidade de uma adequada preparação para a Eucaristia. A Eucaristia tem um «durante», mas também tem um «antes» e um «depois». Na Eucaristia não se deve improvisar. Não deve improvisar o que preside à celebração e não devem improvisar os outros participantes da celebração. Na medida do possível, deveríamos todos preparar atempadamente os textos que são proclamados e devíamos prepararmo-nos todos para a vivência deste grande «mistério da fé». Era bom que, na medida do possível, chegássemos um pouco antes e nos recolhêssemos em silêncio de escuta e adoração. A preparação inclui também a purificação do nosso ser. Aliás, a Eucaristia começa praticamente por um acto penitencial. Mas este acto penitencial não exclui, antes requer, a celebração frequente do Sacramento da Penitência.

 

E. O Corpo de Jesus (também) somos todos nós

 

9. No fundo, a Eucaristia é um sacramento de conversão. É pelo pão e pelo vinho, «fruto da terra e do trabalho do homem», que Cristo Se converte a nós. É pelo pão e pelo vinho, «fruto da terra e do trabalho do homem», que nós nos convertemos a Cristo, que nós nos convertemos em Cristo. Se o pão e o vinho se convertem, pelas palavras da consagração, no corpo e no sangue do Senhor, então, na medida em que são fruto do nosso trabalho, somos nós que nos convertemos em Cristo.

Que a realidade do sacramento seja a realidade da nossa vida. É por isso que somos convidados a celebrar, todos os dias, a Eucaristia: para que, todos os dias, nos sintamos convidados a transformar-nos em Cristo. Percebemos, assim, que Sto. Agostinho sugerisse que, quando o sacerdote apresenta o Corpo de Cristo, o comungante também pudesse dizer: «Sou eu». De facto, nós somos Corpo de Cristo, nós fazemos parte do Corpo de Cristo. E é como membros do Corpo de Cristo que nos devemos (com)portar.

 

  1. A esta luz, compreende-se que tenha de haver compostura na Eucaristia, que tenha de haver compostura na maneira de estar na Eucaristia, que tenha de haver compostura na maneira de vestir na Eucaristia; enfim, que tenha de compostura na maneira de viver a Eucaristia.

Nunca voltamos a estar fora da Eucaristia depois de termos estado dentro da Eucaristia. Hoje é dia de agradecermos, ainda mais, este grande — e belo — dom. Que ele não estacione em nós. Levemos este dom aos mais abandonados, aos mais injustiçados. S. João Crisóstomo propunha que fôssemos «do altar da Eucaristia» ao «altar dos pobres». É também junto dos mais humildes que continuaremos a ouvir a voz do mesmo Jesus repetindo: «Este é o Meu Corpo». Afinal, o Corpo de Jesus também sou eu, também és tu. O Corpo de Jesus somos todos nós!

publicado por Theosfera às 05:37

Hoje, 15 de Junho (Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo), é dia de S. Vito, S. Modesto, Sta. Crescência e Sta. Germana Cousin.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

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