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O grande sonho do Papa Francisco encontra em Fátima um precioso motor para a sua efectivação.
Ele, que soube que ia ser bispo num dia 13 de Maio, não se tem cansado de propor uma «Igreja em saída».- Maria, ícone maior de uma «Igreja em saída», mostra-se, em Fátima, portadora de uma saída para a Igreja.
É quando, abrindo as mãos, emite uma luz que faz com que os pastorinhos se vejam a si mesmos em Deus.
- As mãos da Mãe iluminam o caminho que nos deposita no regaço do Pai.
Fátima surge, assim, como um apelo à recentragem do homem em Deus, do tempo na eternidade, da terra no Céu.
- É a Céu que sabe a presença de Maria na Cova da Iria: «Sou do Céu».
Maria é do Céu. Nós somos para o Céu.
- Sendo inevitável que olhemos para a eternidade a partir do tempo, é decisivo que nos habituemos a olhar para o tempo à luz da eternidade.
Rebolada sobre si mesma, a humanidade devasta-se e devora-se. Só a divina inspiração é capaz de regenerar a nossa humana condição.
- A 5 de Maio de 1917, o Papa Bento XV suplicava a Nossa Senhora que apontasse ao mundo o caminho da paz.
Oito dias depois, a 13 de Maio, Nossa Senhora condescende: «Rezem o Terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra».
- Por seis vezes, é feito este pedido.
É que — como alerta o Papa Francisco — o Terço ajuda-nos a reviver «gestos concretos em que se desenvolve a acção de Deus em nosso favor».
- Na sua simplicidade, o Terço transporta uma enorme profundidade.
Contemplando Aquele que dá a vida por todos, como é que ousaremos tirar a vida a alguém?
- O próprio convite, para muitos insuportável, ao sacrifício encerra uma dimensão terapêutica sumamente luminosa.
Sacrifício é «ofício sagrado». Haverá algo mais sagrado do que aceitar sofrer para aliviar o sofrimento?
- Só quem aceita sofrer é capaz de reparar no quanto dói sofrer. Só quem aceita sofrer evitará fazer sofrer.
O mundo não entende e, pelos vistos, não aprende. Mas não é preciso tocar nas feridas para curar todas as feridas (cf. Is 53, 5; 1Ped 2, 24; Jo 20, 27)?