- O Cristianismo tem marcas do mundo e o mundo tem marcas do Cristianismo.
Até certo ponto, é natural que o Cristianismo se mundanize. Mas não deveria ser prioridade trabalhar para que o mundo se cristianize?
- Estamos distantes de um mundo cristão.
Mas consta que, apesar das sucessivas advertências do Santo Padre, nem sempre andamos longe de um Cristianismo mundano.
- Estará a falhar a resposta do mundo? Ou não estará a vacilar sobretudo a proposta cristã?
Às vezes, parece que, em lugar de intervir no mundo com os critérios do Cristianismo, optamos por intervir no Cristianismo com os critérios do mundo.
- Será que uma crescente igualização produz maior proximidade?
Se o Cristianismo não se diferencia do mundo, que necessidade sentirá o mundo de se aproximar do Cristianismo?
- É possível que se tenham cavado distâncias para salvaguardar as diferenças.
Segundo Yves Congar, passamos do ideal de um Deus sem mundo para o ideal de um mundo sem Deus.
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Para neutralizar as distâncias, será necessário amortecer as diferenças?
O problema, entretanto, não deixará de persistir. Se não avulta a diferença cristã, para quê tornar-se cristão?
- Se nos resignamos a ser como os outros, que motivação terão os outros para ser como nós? Se não se nota Cristo em nós, que subsistirá de diferente em nós?
Cristianizar não é dissolver o Evangelho no mundo; é transformar o mundo com o Evangelho.
- Não travemos o mandato missionário.
Jesus não Se limitou a enviar-nos ao mundo (cf. Mc 16, 15). Acrescentou logo o imperativo de levar o Evangelho a toda a gente que há no mundo (cf. Mc 16, 15).
- O Evangelho é o que há de mais diferente. E, nessa medida, é o que sobressai como mais urgente.
Será que a nossa presença faz ressoar esta diferença? Não é para que tudo fique igual que Jesus nos quer como fermento, luz e sal (cf. Mt 5, 13-14; 13, 33).
- É para o mundo mudar que Jesus não cessa de nos convocar. É esta inquietação que alimenta permanentemente a missão.
É inevitável que vamos mudando com o mundo. Mas o que Jesus espera é que contribuamos para mudar — definitivamente — o mundo!
