O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Domingo, 06 de Novembro de 2016

É tanto o que dás, Senhor.

Tudo em Ti é dom, tudo em Ti é dádiva.

 

Tu dás o Pão, Tu dás a Palavra.

Tu és o Pão, Tu és a Palavra,

Pão que alimenta, Palavra que salva.

 

 

Há muita gente que só olha para os grandes.

Mas são os mais pequenos que têm os gestos grandes,

os gestos maiores, os gestos de maior generosidade.

 

Ensina-nos, Senhor, a dividir

e ajuda-nos a saber multiplicar.

 

Afasta de nós todo o fingimento,

toda a duplicidade.

 

Ajuda-nos a sermos autênticos, sinceros, inteiros.

Faz de nós pessoas transparentes e serviçais.

 

Que não olhemos para as aparências nem para a posição social.

Que só queiramos fazer o bem e dizer a verdade.

 

 

Que não disputemos os primeiros lugares

e que saibamos abrir os lugares para os outros.

 

Que não queiramos tudo só para nós.

Que saibamos repartir com quem se aproxima de nós.

 

Que não queiramos convencer com as palavras dos lábios

e que apostemos sobretudo no testemunho de vida.

 

Que não queiramos ser os melhores.

Que aprendamos a dar o nosso melhor.

 

Que tudo em nós não seja só para nós.

Que tudo em nós seja para os outros.

Como a pobre viúva do Evangelho.

Como Tu, JESUS!

publicado por Theosfera às 11:10

A. Do fim do ano ao fim da vida

  1. Perto do fim do ano litúrgico, somos instruídos acerca do fim da nossa vida. Habitualmente, o fim assusta, o fim atemoriza, o fim deprime. Mas o fim também motiva, estimula e faz avançar. Se repararmos, a nossa vida é um caminho em direcção ao fim. Hoje, estamos mais perto do fim do que estávamos ontem.

É importante, por isso, que tomemos consciência do fim que nos espera, do fim para o qual caminhamos. Gandhi fazia do fim a questão essencial da existência: «O que importa — dizia — é o fim para o qual eu sou chamado».

 

  1. E, na verdade, nós somos chamados para o fim, para um bom — e belo — fim. Se tivéssemos mais presente o nosso fim, a nossa vida seria seguramente muito diferente, muito melhor. Muitas vezes, dá a impressão de que não sabemos para onde vamos, para onde caminhamos.

A perda do sentido da eternidade afecta o nosso caminhar no tempo. Parece que não sabemos o que fazemos no tempo. Limitamo-nos a uma espécie de gestão corrente. É o que decorre da expressão que muitos usam à guisa de lema: «Um dia de cada vez».

 

B. Sem a eternidade, que sentido tem o tempo?

 

3. Por estranho que pareça, quando perdemos a eternidade, não ganhamos mais tempo. Se repararmos, foi quando começou a perder o sentido da eternidade que a humanidade começou a sentir que estava a perder tempo. De facto, nunca, como hoje, nos queixamos da falta de tempo e das perdas de tempo. Quem já não confessou não ter tempo ou não poder perder tempo?

Sem a eternidade, que sentido tem o tempo? Sem o horizonte da eternidade, o tempo parece que encolhe. Filhos de um tempo sem tempo, sentimos que o nosso tempo está reduzido ao instante, a uma (vertiginosa) sucessão de instantes. O obscurecimento do sentido da eternidade contribui, assim, para o empobrecimento do sentido do tempo. Até já nos sentimos pobres de tempo.

 

  1. Para muitos de nós, o tempo já mal inclui o futuro e quase exclui o passado. Limita-se ao presente. Tudo é apostado no instante, tudo é gasto no momento. O sentido da eternidade permitia estar no tempo com os olhos voltados para lá do tempo. Sem o sentido da eternidade, está a tornar-se difícil vislumbrar algo para lá do instante.

Já não é o tempo que é vivido a partir da eternidade. O tempo é, cada vez mais, consumido a partir do instante. A eternidade deixou de ser critério para o tempo. O critério para o tempo passou a ser o instante.

 

C. Nem a morte é fim

 

5. É neste contexto que o Evangelho nos aparece, uma vez mais, como portador de uma boa — e muito bela — notícia. O Evangelho certifica que o fim não é só — nem principalmente — termo. Para o Evangelho, o fim não é destruição nem dissolução. O fim, segundo o Evangelho, é plenitude e consumação.

O fim último, não evitando obviamente a morte, não é morte. Jesus inaugura o fim sem fim, o fim para lá do próprio fim. Jesus é a revelação do Deus da Vida. Até na morte Se manifesta o Deus da Vida. Efectivamente, «não se trata de um de Deus de mortos, mas de vivos, porque, para Ele, todos vivem» (Lc 20, 38).

 

  1. Para Jesus, nem os mortos estão mortos. Para Jesus, até os mortos estão vivos. A morte de Jesus foi uma morte «morticida», uma morte que matou a própria morte. Neste sentido, é fundamental que olhemos para o fim de frente e com muito ânimo. É necessário, com efeito, catequizar a própria morte ou, melhor, a nossa relação com a própria morte.

Não façamos da morte um tabu ou uma fonte de desespero. Olhemos para a morte com olhos de esperança. A morte é a grande — e decisiva — oportunidade. É certo que custa muito morrer e custa bastante pensar na morte. Mas é igualmente verdade que é sumamente reconfortante olhar para a morte como o fim que nos abre as portas para a vida sem fim.

 

D. A eternidade não é continuidade, mas novidade

 

7. A esta luz, percebemos melhor o que disse a mãe de São Sinforiano e que a Igreja recorda num dos prefácios da Oração Eucarística da Missa de Defuntos: «A vida não acaba, apenas se transforma». Quem vive com Cristo na terra, com Cristo continua a viver na eternidade.

É por isso que a Liturgia deste Domingo nos propõe uma meditação sobre os horizontes últimos do homem, garantindo-nos a vida que não acaba. Na Primeira Leitura, temos o testemunho de sete irmãos que deram a vida pela sua fé, durante a perseguição movida contra os judeus por Antíoco IV Epifanes. Aquilo que motivou os sete irmãos mártires, aquilo que que lhes deu força para enfrentar a tortura e a morte foi, precisamente, a certeza de que Deus reserva a vida eterna àqueles que, neste mundo, percorrem, com fidelidade, os Seus caminhos.

 

  1. No Evangelho, Jesus assegura que a ressurreição é a felicidade que nos espera. Ao mesmo tempo, acautela-nos da tentação de avaliarmos a eternidade à luz das nossas categorias temporais. A eternidade não é mera continuidade; é total novidade. Assim sendo, não devemos olhar para a eternidade como uma cópia do tempo; devemos, sim, olhar para o tempo como uma antecipação da eternidade. Porque, em verdade, a eternidade começa no tempo, o Céu começa na Terra.

Notemos que a catequese sobre a morte acaba por ser uma catequese sobre a ressurreição. O texto que acabamos de escutar situa-nos em Jerusalém, nos últimos dias antes da morte de Jesus. É, portanto, pouco antes da Sua morte que Jesus nos instrui sobre a ressurreição. Trata-se, pois, de um texto eminentemente pascal.

 

E. Quem com Cristo viver nada tem que temer

 

9. Os saduceus colocam a Jesus uma pergunta capciosa porque, não acreditando na ressurreição, congeminavam uma vida futura como replicação da vida presente. Não tinham o sentido da novidade, mas apenas da repetição. Quem era casado no tempo, continuava casado na eternidade. Se uma mulher tivesse casado sete vezes no tempo, de quem seria ela esposa na eternidade?

Como podemos notar, o escopo dos saduceus era ridicularizar a crença na ressurreição. Uma mulher casou-se, sucessivamente, com sete irmãos, cumprindo a lei do levirato. Esta lei preceituava que o irmão de um defunto que morreu sem filhos devia casar com a viúva, a fim de dar descendência ao falecido, impedindo que os bens da família fossem parar a mãos estranhas (cf. Dt 25,5-10). Mas quando ressuscitarem, ela será mulher de qual dos irmãos?

 

  1. A primeira parte da resposta de Jesus (cf. Lc 20, 27-36) afirma que a ressurreição não é continuidade, mas novidade. A ressurreição não é ressuscitação, mas transformação. Numa vida ressuscitada, a questão do casamento não se coloca: não por uma qualquer depreciação do matrimónio, mas pelo facto de a única preocupação ser louvar a Deus. A segunda parte da resposta de Jesus (cf. Lc 20, 37-38) é uma proclamação da certeza da ressurreição.

Jesus recorre à «Torah», mais propriamente ao episódio da sarça-ardente (cf. Ex 3,6). Nele, Deus revela-Se a Moisés como «o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob». Ora, se Deus Se apresenta dessa forma, muitos anos depois de Abraão, Isaac e Jacob terem desaparecido deste mundo, é porque os Patriarcas não estão mortos. Para os judeus, um homem morto é aquele que perde a protecção de Deus. Por conseguinte, se a Bíblia invoca o «Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob», é porque eles estão vivos. E se estão vivos, podemos falar de ressurreição. Esta é para todos, para nós também. Quem com Cristo viver nada tem que temer. Na vida e na morte, Cristo é sempre mais forte!

 

publicado por Theosfera às 06:57

Hoje, 06 de Novembro (32º Domingo do Tempo Comum), é dia de S. Nuno de Santa Maria (D. Nuno Álvares Pereira), Sto. Inácio Delgado, S. Francisco Capillos, Sto. Afonso de Navarette e S. Leonardo de Noblat.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sábado, 05 de Novembro de 2016

«Senhor, porque é que abandonas os que Te amam? E porque é que amas os que Te abandonam?»

É claro que esta não é a realidade. Mas, para muitos, é o que parece.

Parece, de facto, que tudo corre bem para quem faz o mal e que tudo corre mal para quem faz o bem.

É verdade que Deus ama (até) os que O abandonam. Mas jamais abandona os que O amam.

A presença de Deus é tão forte e tão constante que, até quando parece ausente, Ele está presente.

Nós é que, muitas vezes, não damos Ele. Mas, mesmo quando não O sentimos, Ele está connosco.

Haverá riqueza maior?

publicado por Theosfera às 12:10

Em que mãos está a terra? Em que mãos pode vir a estar o mundo?

Há quem fique preocupado com o presente e não falta quem se mostre assustado com o futuro.

Quem se apresenta para tomar conta dos destinos dos povos não nos deixa sossegados.

Somos uma geração que dá passos em frente sem avaliar o que se fez lá atrás.

Não lemos, não meditamos, não avaliamos. Como podemos saber?

O problema é que, mergulhados na nossa ignorância, ainda ousamos chamar ignorantes a quem procura saber.

Quando os ignorantes se tomam por sábios e quando os sábios são tratados como ignorantes, que se pode esperar?

Apesar de tudo, creio que se pode esperar. O quê? Que despertemos e comecemos a mudar!

publicado por Theosfera às 11:58

Até agora e como notou Michael Crihtón, «o planeta tem sobrevivido a tudo e também sobrevirá a nós».

É importante, por isso, que não nos comportemos como donos do mundo.

E, acima de tudo, procuremos não estragar (ainda mais) este nosso mundo.

Uma obra que vem de Deus merece ser bem tratada.

E uma obra para outros além de nós tem de ser preservada por todos nós!

publicado por Theosfera às 07:07

Hoje, 05 de Novembro, é dia de S. Zacarias, Sta. Isabel, Sta. Francisca Amboise e S. Caio Coreone. Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sexta-feira, 04 de Novembro de 2016

O bem destaca-se pela discrição. Actua e não tira proveito.

São Bento dava o exemplo do sol. Este, «ao nascer dá um espectáculo absolutamente especial, e no entanto a plateia continua a dormir».

Quando se faz o bem e se tira proveito disso, será que o objectivo era (apenas) fazer o bem?

Como se sabe, a publicidade é o reino (legítimo, aliás) do interesse.

Quando se publicita algo, é porque algum proveito se pretende.

É claro que é bom falar do bem. Mas que sejam outros a falar e não os próprios.

Hannah Arendt observou que, «quando a bondade se mostra muito, já não é bondade, embora possa ainda ser útil».

Confesso que os «festivais de bondade» e a «multiplicação de "heróis"» me deixam um pouco retraído.

Façamos o bem, sim e sempre. E deixemos que o bem faça o seu caminho.

Aproveitar-se do bem será bom?

publicado por Theosfera às 09:18

Cuidado, muito cuidado, com uma conduta do género «pisca-pisca».

Dizer uma coisa e fazer outra que crediibilidade oferece?

É importante que a nossa vida corresponda às nossas palavras e que as nossas palavras correspondam à nossa vida.

Já São Carlos Borromeu recomendava aos padres: «Procura, antes de mais, pregar com a vida e o comportamento. Não aconteça que, vendo-te dizer uma coisa e fazer outra, zombem de tuas palavras, abanando a cabeça».

É que, ao ouvirem as palavras e ao olharem para a vida, há quem não veja sintonia.

Há palavras que «piscam» para um lado e vidas que «piscam» para outro lado, bem diferente!

publicado por Theosfera às 07:06

Hoje, 04 de Novembro, é dia de S. Carlos Borromeu, S. Vital e Sto. Agrícola.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quinta-feira, 03 de Novembro de 2016

O que é nunca deixa de ser.

Já Almeida Garrett notava que «o que tem de ser, tem muita força». Nada há que o quebre ou degole.

Tati Bernardi percebeu que, «quando é para ser, os ventos contrários perdem a força».

Nunca deixemos de ser. Nunca queiramos parecer o que não somos.

Ser é viver. E que viver seja (sempre) ser!

publicado por Theosfera às 09:27

Os problemas são muitos e muito complexos. Mas, por vezes, basta bem pouco para se conseguir muito.

Como notou São Francisco de Assis, «um simples raio de sol é suficiente para afastar várias sombras».

Venha esse raio de sol. Estamos (ansiosamente) à espera da sua luz!

publicado por Theosfera às 07:45

Empiricamente, é como dizia Heidegger: ser homem é ser para a morte («zein zum tode»).

Assim sendo, viver é ir começando a morrer.

Foi neste sentido que, com um esgar fatalista, André Malraux notou que «a tragédia da morte consiste em que ela transforma a vida em destino».

Ande a vida por onde andar, à morte vai (sempre) parar.

Mas Deus vivifica a própria morte. Em Deus nem a morte mata.

Quem com Deus aprende a morrer, até na morte não deixa de viver.

Porque a eternidade é vida, a vida é eterna!

publicado por Theosfera às 07:43

Hoje, 03 de Novembro, é dia de S. Martinho de Porres, S. Huberto, S. Tito de Brandsma e S. Roberto Meyer.

Um santo e abençoado dia para todos

publicado por Theosfera às 00:18

Quarta-feira, 02 de Novembro de 2016

 

Para quem crê, a vida não acaba, transforma-se.

É por isso que, ao contrário do que se possa pensar, a palavra «cemitério» não significa lugar de morte, mas lugar onde se dorme.

E o certo é que se tornou costume dizer, acerca de alguém que faleceu, que «adormeceu no Senhor».

Deus faz com que a vida sobrevive à própria vida!

 

publicado por Theosfera às 08:38

Por muitos que sejam os anos, a vida (esta vida) é sempre breve.

É um instante entre duas eternidades, como disse Santa Teresa do Menino Jesus.

De Deus para Deus e em Deus. Assim é o transcurso da nossa terrena (e acelerada) peregrinação!

publicado por Theosfera às 07:39

Hoje, 02 de Novembro, é dia da Comemoração dos Fiéis Defuntos, de S. Malaquias e de S. Pio Campidelli.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Terça-feira, 01 de Novembro de 2016

 

  1. Por estranho que pareça, quando perdemos a eternidade, não ganhamos mais tempo.

Pelo contrário, foi quando começamos a perder o sentido da eternidade que começámos a sentir que estávamos a perder tempo.

 

  1. Nunca, como hoje, nos queixamos da falta de tempo e das perdas de tempo.

Quem já não confessou não ter tempo ou não poder perder tempo?

 

  1. Afinal, sem a eternidade, que sentido tem o tempo? Sem o horizonte da eternidade, o tempo parece que encolhe.

Filhos de um tempo sem tempo, sentimos que o nosso tempo está reduzido ao instante, a uma (vertiginosa) sucessão de instantes.

 

  1. O obscurecimento do sentido da eternidade contribui, assim, para o empobrecimento do sentido do tempo.

Até já nos sentimos «pobres de tempo».

 

  1. Para muitos de nós, o tempo já mal inclui o futuro e quase exclui o passado. Limita-se ao presente.

Muitos confessam não ter noção donde vêm nem para onde vão. Tudo é apostado no instante, tudo é gasto no momento.

 

  1. O sentido da eternidade permitia estar no tempo com os olhos voltados para lá do tempo.

Sem o sentido da eternidade, está a tornar-se difícil vislumbrar algo para lá do instante.

 

  1. Já não é o tempo que é vivido a partir da eternidade. O tempo é, cada vez mais, consumido a partir do instante.

A eternidade deixou de ser critério para o tempo. O critério para o tempo passou a ser o instante.

 

  1. Tudo isto se repercute na nossa forma de estar na vida. O nosso horizonte é meramente — e redundantemente — horizontal.

Comportamo-nos segundo os padrões de cada momento. Muitos já não apelam para os Mandamentos ou para o Evangelho. Apelam, antes, para os novos tempos.

 

  1. Invariavelmente, ouvimos dizer: «Os tempos são outros».

Acontece que os tempos nunca foram iguais. Mas, para lá da mudança de tempo, houve sempre um sentido de transcendência a inspirar o que se fazia.

 

  1. Jesus nunca Se conformou com os comportamentos do Seu tempo. Transportava sempre uma transcendência que infundia um convite à superação.

O horizonte oferecido por Jesus não é apenas horizontal. Jesus quer sempre mais, sempre melhor. O Seu limite é o Pai (cf. Mt 5, 48). Só seremos nós quando procurarmos ser como Ele!

publicado por Theosfera às 12:29

Santo és Tu, Senhor,

 

Santo é o Teu ser,

 

Santo é o Teu amor,

 

Santa é a Tua generosidade.

 

Santos são os Teus gestos.

 

Tudo é santo em Ti, Senhor.

 

 

Hoje é, pois, o Teu dia,

 

Como Teus, Senhor, são todos os dias.

 

Mas Tu queres que também nós sejamos santos.

 

A nós parece-nos um sonho impossível.

 

Mas para Ti, Senhor, é tarefa realizável, é missão que está ao nosso alcance.

 

Não estás aí, no alto, à nossa espera.

 

Está connosco, aqui, ao nosso lado, dentro de cada um de nós.

 

 

Ser santo é, afinal, ser (ou procurar ser) como Tu:

 

Manso, humilde, despojado, puro, pacífico.

 

Ser santo não é deixar a vida: é colocar a Tua Palavra no centro da vida.

 

Ser santo não é deixar o mundo: é depositar o Teu amor no coração do mundo.

 

Ser santo não é ser desumano: pelo contrário, é ser autenticamente humano, inteiramente humano, plenamente humano.

 

Ser santo é ser irmão, é ser fraterno, é estender a mão, é abrir o coração.

 

 

A santidade está no Céu, mas não está ausente da terra.

 

Ser santo é ser feliz: não apenas depois, mas também agora, já.

 

E ser feliz não é só quando se ri; é também quando se chora.

 

Tu, Senhor, proclamaste felizes os que choram.

 

 

Ser feliz não é ser rico de bens materiais: Tu, Senhor, declaraste felizes os pobres.

 

Ser feliz não é vencer as guerras: Tu, Senhor, chamas felizes aos que constroem a paz.

 

Ser feliz não é passar por cima dos outros: Tu, Senhor, consideras felizes os que têm fome e sede justiça.

 

Ser feliz não é ter uma vida sem problemas: Tu, Senhor, até dizes que podemos ser felizes quando somos perseguidos e insultados.

 

 

Ser feliz é não ser fingido.

 

É ser autêntico.

 

É manter a serenidade.

 

É acender a luz da esperança por entre as nuvens do desespero.

 

 

Obrigado, Senhor, por todos os santos que estão no Céu.

 

De muitos sabemos o nome e conhecemos a vida.

 

Mas há mais, muitos mais, cujo nome ignoramos e cujo número nem sequer conseguimos imaginar.

 

Muitos pertenceram à nossa família.

 

Muitos foram nossos vizinhos.

 

Santos são aqueles que deixaram, no mundo, uma semente de bondade e um rasto de luz.

 

 

Obrigado também, Senhor, por todos os santos que continuam aqui na terra.

 

Obrigado por nos convidares a ser santos.

 

Apesar dos nossos defeitos, Tu, Senhor, continuas a acreditar em nós.

 

Grava, no mais fundo de nós, este texto maravilhoso das Bem-Aventuranças.

 

Ele é o programa a seguir, o caminho a trilhar e a meta a alcançar.

 

Que o conservemos na mente e o guardemos no coração para que o possamos aplicar na vida.

 

 

Nossa Senhora, Mãe da esperança,

 

Acompanha-nos na nossa jornada pelo tempo.

 

Faz brilhar em nós a luz do Teu sim.

 

Tu és a toda santa, a toda bela, a toda pura.

 

Dá-nos a graça de sermos simples e fiéis,

 

Persistentes e constantes.

 

Semeia em nós a santidade.

 

Que sejamos humildes como Tu.

 

Que deixemos Deus fazer através de nós as maravilhas que Deus realizou por meio de Ti.

 

 

Ajuda-nos no caminho,

 

Acompanha-nos na viagem.

 

Apoia-nos quando cairmos.

 

Enxuga as nossas lágrimas.

 

Dá-nos a Tu mão, agora,

 

E recebe-nos no Teu coração, depois, na eternidade.

 

Que sejamos santos

 

E, por isso, felizes.

 

E, por isso, cada vez mais amigos,

 

Cada vez mais unidos,

 

Cada vez mais irmãos!

publicado por Theosfera às 11:03

 

Hoje não é dia de finados. E amanhã também não.

Hoje é dia de Todos os Santos. E amanhã é dia dos Fiéis Defuntos.

Finado» é o que se fina, o que acaba.

«Defunto» é o que cumpre (do latim «fungor, cumprir).

Defunto é o que cumpriu a fase terrena da vida e já está na fase eterna da existência.

Muitos dos que visitamos, nestes dias, no cemitério também são santos e, portanto, felizes.

A nossa saudade é suavizada, assim, pelo manto da sua santidade!

 

publicado por Theosfera às 07:07

A. Um dia em que se respira felicidade

  1. Que dia belo, este! Tanta coisa bela para celebrar, hoje! Tanta coisa bela para agradecer, hoje! Tanta coisa bela para aprender, hoje! Celebramos, hoje, a santidade. Celebramos, hoje, todos os santos. Os santos, como notou Jacques Maritain, «são os melhores educadores». Porque não se limitaram a apontar. Os santos são os melhores educadores porque viviam o que diziam. Os santos são os melhores educadores porque deixaram de ser para passar a ser: deixaram de ser eles próprios para que Deus fosse neles.

Na sua prolixa variedade, os santos mostram-nos Deus em forma de palavra, em forma de presença, em forma de vida. Quando olhamos para os santos, olhamos para Deus. Os santos são espelhos que deixam ver e convidam a ser. A sua transparência é um convite para a nossa vivência.

 

  1. É por tudo isto que neste dia se respira felicidade. A santidade, com efeito, irradia sempre felicidade. Toda a santidade é feliz e toda a felicidade pode ser santa. O nosso problema, aliás, começa logo nesta espécie de colisão entre o nosso desejo e o nosso caminho. Queremos todos ser felizes, mas andamos por caminhos que não levam à felicidade.

Se estivermos atentos, a vida de muitos santos não foi uma vida feliz para os nossos padrões habituais de felicidade. Será importante, então, olhar para os santos e reparar no modo como eles conseguiram ser felizes.

 

B. Mestres de felicidade, os santos

 

3. Desde logo, salta à vista que a preocupação dos santos não foi a felicidade deles. Os santos começaram por se libertar deles mesmos. Os santos conseguiram libertar-se dessa «teia» torturante que se chama egoísmo. O egoísmo exige tudo e não aceita oferecer nada. É por isso que o egoísta nunca está satisfeito, nunca está saciado. Enfim, é por isso que o egoísta nunca consegue ser feliz.

Nunca como hoje falamos tanto de felicidade. E, paradoxalmente, nunca como hoje teremos ouvido tantas confissões de infelicidade. Mais que uma aspiração, a felicidade tornou-se quase uma obsessão. Tanto a queremos obter que até nos esquecemos de percorrer o caminho para a alcançar.

 

  1. Só seremos felizes quando procurarmos a felicidade onde ela se encontra. Para Jesus, os geradores de felicidade são a pobreza, a compaixão, o empenhamento na justiça, a mansidão, a misericórdia, a paz e a lisura do coração. Ou seja, tudo ao contrário daquilo a que estamos habituados. Mas porque não experimentar? Que cada um comece, então, por querer ser «pobre de espírito» (Mt 5, 3), por chorar com quem chora (cf. Mt 5, 4), por ter «fome e sede de justiça» (Mt 5, 6). Que cada um queira ser manso, misericordioso, construtor da paz e «limpo de coração» (Mt 5, 7-9).

A felicidade não pode ser desligada nem solteirizada. Não é possível ser feliz sem os outros, sobre os outros ou contra os outros. O Mestre tornou bem claro que «há mais felicidade em dar do que em receber» (Act 20, 35). Em suma, é preciso sair de nós para ver a felicidade entrar em nós!

 

C. Também na felicidade, necessitamos de conversão

 

5. Também na felicidade, há uma grande necessidade da conversão. Ainda estamos longe da felicidade oferecida por Deus. É mediante o apelo à conversão que, segundo São Marcos, Jesus começa a Sua missão: «Arrependei-vos e acreditai no Evangelho»(Mc 1, 15).

A felicidade passa por um processo de conversão, de transformação e de transfiguração. É no âmbito de tal processo que vamos passando da vida velha à vida nova, do pecado à graça. Quando perceberemos que só há felicidade na santidade?

 

  1. Não é fácil ser santo, mas até nas dificuldades é muito belo ser santo. A santidade é uma prova de resistência e um caminho de persistência. Hoje, celebramos tantos que demonstraram que ser santo é possível, apesar de todas as dificuldades.

Muitos já conseguiram o que nós também podemos alcançar. É que a santidade não é só a meta, há-de ser também o caminho. Aliás, só pode chegar à meta da santidade quem se esforça por percorrer caminhos de santidade.

 

D. Os santos do céu começaram a ser santos na terra

 

7. Desde sempre, houve cristãos que acolheram este desafio. Não admira, por exemplo, que o Livro dos Actos dos Apóstolos chame «santos» aos cristãos que estavam em Lida (cf. Act 9, 32). Ser cristão era ser santo e, como nos primeiros tempos havia perseguições, então ser cristão e ser santo era ser mártir.

Por tal motivo, a Igreja, desde muito cedo, teve um dia para assinalar todos os mártires. Curiosamente, esse dia chegou a ser o dia 13 de Maio. Foi em Roma, depois de o Papa Bonifácio IV ter convertido o panteão do Campo de Marte num templo dedicado à Virgem Santíssima e a todos os mártires. No século VIII, o Papa Gregório III erigiu, na Basílica de S. Pedro, uma capela ao Divino Salvador, a Nossa Senhora, aos Apóstolos e a todos os mártires e confessores. Foi, entretanto, o Papa Gregório IV quem, no século IX, fixou esta festa no dia 1 de Novembro.

 

  1. A festa de Todos os Santos é a festa da santidade, é a festa da santidade viva, é a festa da santidade em vida. Nos santos, não celebramos apenas uma morte santa. Em cada santo, celebramos toda uma vida santa. É vital perceber que, embora celebremos os santos depois da morte, eles foram santos durante a vida. Não é a vida que nos impede de sermos santos. O santo não é extraterrestre. Não é sobre-humano. Os santos do céu começaram a ser santos na terra.

O santo é da nossa terra. Pertence à nossa condição. Tantos são os santos que foram da nossa família. Ser santo é ser verdadeiramente humano, é participar na construção de um mundo melhor. Ser santo é intervir na transformação da humanidade. É não pactuar com a injustiça. É falar com os lábios e testemunhar com a vida. A santidade está ao alcance de todos. É o que há de mais democrático e invasivo.

 

E. Ser santo é felicitar

 

9. A santidade faz de nós irmãos. A santidade não é indiferença; é diferença. Santo não é aquele que se mostra indiferente ao que ocorre à sua volta. A santidade é a surpresa da paz no meio da tempestade. A santidade não é estrepitosa. Muitas vezes, até é silenciosa, mas sempre interveniente, interpelante. A santidade acontece em casa, na estrada, no trabalho.

Os santos não estão apenas no altar nem figuram somente nos andores. Não há só santos de barro. Há muitos santos de carne e osso, às vezes, mais osso que carne. Há muitos santos com fome. Há muitos santos na rua. Há muitos santos de enxada na mão. Há muitos santos com lágrimas no rosto e rugas na face. É neste contexto que Jesus nos dirige várias felicitações que são outras tantas provocações. A felicidade não está onde costumamos pensar que ela esteja. As Bem-Aventuranças são provocações de felicidade.

 

  1. A santidade não é um passeio; é um testemunho exigente. Pode não implicar derramamento de sangue, mas requer imperativamente a oferta da vida. Toda a santidade é feliz e toda a felicidade pode ser santa.

O céu está cheio de santos. Não deixemos que o mundo fique vazio de santos. Cultivemos uma santidade feliz e uma felicidade santa. Não tenhamos medo de ser santos. Ser santo é felicitar e semear felicidade!

publicado por Theosfera às 06:38

Hoje, 01 de Novembro, é dia da Solenidade de Todos os Santos e de S. Benigno.
Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

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Profundo e belo!
Simplesmente sublime!
Só o bem faz bem! Concordo.
Sem o que fomos não somos nem seremos.
Nunca nos renovaremos interiormente,sem aperfeiçoa...
Sem corrigirmos o que esteve menos bem naquilo que...
Sem corrigirmos o que esteve menos bem naquilo que...
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