- O Evangelho é palavra e vida. Está escrito em palavras para ser inscrito nas nossas vidas.
É por isso que o Evangelho se torna — saudavelmente — contagioso. Quem o acolhe nunca o encolhe. E quem o consegue encontrar jamais conseguirá parar.
- Ser cristão não é outra coisa senão viver e anunciar o Evangelho de Jesus Cristo.
Não é possível vivê-lo sem o anunciar. E é impossível anunciá-lo sem o viver.
- Só quando o alcança é que a alma humana verdadeiramente descansa.
Nessa altura, nunca mais se cansa. Nem o sofrimento lhe apouca o ânimo ou diminui a alegria (cf. 2Tim 2, 8).
- Pelo Evangelho vale tudo: viver, sofrer e até morrer.
Só não vale, obviamente, matar. Matar seria tirar a vida. Estar disposto a morrer consiste em oferecer a vida.
- Na evangelização, a própria morte pode ser lucro (cf. Fil 1, 21).
Nem a prisão do evangelizador é capaz de aprisionar o Evangelho (cf. 2Tim 2, 9).
- Não espanta, assim, que São Paulo tenha ido ao ponto de caucionar um certo «maquiavelismo cristão».
Para o Apóstolo, evangelizar é um fim que parece justificar qualquer meio.
- É que alguns evangelizam por «inveja e rivalidade» (Fil 1, 15) ou com «segundas intenções» (Fil 1, 18).
O importante, porém, é que «Cristo seja anunciado» (Fil 1, 18).
- É claro que o melhor é estar na evangelização com mãos limpas e coração recto.
Todavia, mesmo que o Evangelho seja difundido por alguém contaminado por «segundas intenções», ele não deixará de chegar a tantos que alojam «boas intenções» (Fil 1, 15).
- O fundamental é investir no testemunho. Uma vida «digna do Evangelho de Cristo» (Fil 1, 27) é o mais belo investimento pastoral.
O testemunho quase dispensa as palavras. A vivência é muito mais eloquente que a maior eloquência.
- Num tempo em que praticamente não nos envergonhamos de nada, porque é que, tantas vezes, nos envergonhamos de dar testemunho do Evangelho (cf. 2Tim 1, 8)?
Não tenhamos vergonha do Evangelho de Jesus. É ele, e não outro, que devemos anunciar (cf. Gál 1, 8). Anunciemo-lo então: quando for oportuno e (sobretudo) quando parecer inoportuno (cf. 2Tim 4, 2). A adversidade há-de servir não para estagnar ou para recuar, mas apenas — e sempre — para avançar!