A «comichão dos ouvidos», de que falava Jacques Maritain, não cessa de fazer estragos.
Há quem julgue apenas pelo que ouve, prescindindo de ponderar.
Francisco de Quevedo sentenciou: «Quem julga pelo que ouve e não pelo que entende, é orelha e não juiz».
É importante ouvir. Mas não basta ouvir. Nem tudo o que se ouve corresponde à verdade.
Nem tudo o que se ouve, houve. Há muita coisa que se ouve que nunca houve, que nunca existiu.
E quando está em causa a dignidade das pessoas, é fundamental ter muitos cuidados.
O que se ouve advém, muitas vezes, mais do ódio que se tem do que da realidade que existe!