O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Sexta-feira, 02 de Setembro de 2016

Hoje, vieram mais peregrinos que ontem e vieram menos que amanhã.

O «caudal» vai enchendo e alastrando.

Vale sempre a pena participar na Novena.

Dia a dia, manhã cedo, continuaremos a louvar a Senhora de Lamego!

publicado por Theosfera às 09:44

  1. Sexta-feira é o dia da Paixão, é o dia da Cruz, é, portanto, o dia da misericórdia. Jesus entrega a Sua vida ao Pai da Misericórdia, na companhia da Mãe da Misericórdia. Recordamos que na primeira vez que Nossa Senhora dos Remédios saiu à rua foi invocada como «Mãe das Misericórdias».

Mas já muito antes — aliás, desde sempre — o povo crente habituou-se a invocar Maria como Mãe da Misericórdia. Quem não se sente misericordiado no regaço desta Mãe?

 

  1. Se Deus é a fonte donde a Misericórdia vem, Maria é a Mãe por onde a mesma Misericórdia nos chega. É por isso que estamos sempre a ir ao encontro do Pai da Misericórdia e da Mãe da Misericórdia. E o certo é que o povo está sempre a recorrer à Mãe da Misericórdia.

Quem não conhece a «Salve, Rainha»? Quem não recita a «Salve, Rainha»? É uma oração muito popular, muito sentida e bastante dorida.

 

  1. A autoria desta oração é atribuída ao monge beneditino Hermano Contracto, que a terá escrito em meados do século XI, no mosteiro de Reichenau, no Sacro Império Romano-Germânico. Naquela altura, a Europa central era dizimada por calamidades naturais,  por muitas epidemias, por uma extrema miséria, pela fome e pela constante ameaça de invasões e saques.

Dizem que Frei Hermano Contracto nasceu raquítico e disforme, em 1013. Daí que o apelido «Contracto» lhe fosse acoplado ao nome «Hermano» pois «contracto» significa precisamente «contraído», «deformado».

 

  1. De acordo com a tradição, quando Frei Hermano Contracto nasceu e verificaram o seu raquitismo e má-formação, a sua mãe, Miltreed, consagrou-o logo a Maria. Foi, por isso, crescendo com uma grande devoção a Nossa Senhora.

Aos sete anos, foi confiado pelos pais aos monges do Mosteiro de St. Gallen para ser instruído nas ciências e nas artes. Posteriormente, foi admitido como monge nesse mesmo mosteiro e ficou famoso como astrónomo, físico, matemático, teólogo, poeta e músico. Já adulto, andava e escrevia com dificuldade. Anos mais tarde, foi transportado, numa liteira, até Reichenau, onde, com o tempo, chegou a ser mestre de noviços.

 

 

  1. A sua vida ficou tão marcada pelo sofrimento que chegou a escrever:

«De três modos se pode sofrer: estando inocente, como Nosso Senhor na Cruz; estando-se culpado, como o bom ladrão; e para fazer penitência. Eu quero carregar a minha cruz para pagar pelos meus pecados e pelos pecados dos outros. É este o meio mais seguro de chegar à glória do Céu. Mas, sinto-me muito fraco. O demónio quer fazer-me vacilar. Mãe do Céu, ajudai-me, para que, como Vós, eu não murmure e não me queixe, mas reconheça no sofrimento uma prova do amor de Deus».

 

  1. Foi neste contexto de vida que concebeu esta oração da «Salve, Rainha», que é um misto de sofrimento e de esperança. No dia 15 de Novembro de 1049, em que estava a sofrer de um modo especial, Frei Hermano rezou na sua cela, diante de um quadro de Nossa Senhora. No seu coração, nasceu esta prece: «Salve, Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, salve! A vós bradamos, os degredados filhos de Eva. A Vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas».

Pouco depois, entrou na sua cela o irmão enfermeiro. Então, Frei Hermano pediu-lhe que o ajudasse a ir à capela, dedicada precisamente a Nossa Senhora. Ali, continuou a sua meditação e a sua prece. E rezou assim: «Eia, pois, advogada nossa, esses Vossos olhos misericordiosos a nós volvei; e, depois deste desterro, mostrai-nos Jesus, bendito fruto do Vosso ventre».

 

  1. Quando se tornou conhecida pelos fiéis, a «Salve, Rainha» teve um sucesso enorme. Esta oração começou rapidamente a ser rezada e cantada em muitos locais. Um século mais tarde, foi cantada também na Catedral de Espira, por ocasião de um encontro de personalidades importantes, entre elas, o imperador Conrado III e São Bernardo, conhecido como o «cantor da Virgem Maria».

Recorde-se que São Bernardo foi um dos primeiros a denominá-La «Nossa Senhora». Há quem diga que, ao ouvir cantar a «Salve Rainha» naquela Catedral, São Bernardo ter-lhe-á acrescentado as últimas palavras. É que, inicialmente, a oração terminava com a petição: «Mostrai-nos Jesus, bendito fruto do Vosso ventre». No silêncio que se seguiu, São Bernardo terá gritado sozinho no meio da Catedral: «Ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre Virgem Maria». A partir dessa data, estas palavras foram incorporadas na «Salve, Rainha».

 

  1. Dizem que os primeiros Cruzados cantavam a «Salve, Rainha» em 1099, o que mostra que o povo já então a conhecia. Durante os séculos XII e XIII, espalhou-se cada vez mais o costume de a cantar logo depois da Oração de Completas, a última oração do dia. Assim faziam os Cistercienses desde 1218 e os Dominicanos desde 1226. Em 1239, o Papa Gregório IX introduziu esse cântico nas igrejas de Roma. Encaminhavam-se os monges, de velas acesas, para um altar lateral e aí o entoavam. Por um piedoso costume popular, a «Salve, Rainha» é recitada no final do Terço, como que servindo de corolário à meditação dos mistérios do Rosário.

Esta terá sido uma das primeiras orações entoadas no Novo Mundo. Sabe-se, com efeito, que a «Salve, Rainha» foi cantada por Cristóvão Colombo, com os seus marinheiros, ao desembarcarem na pequena ilha das Baamas, que denominaram São Salvador, em Outubro de 1492.

 

  1. Podemos, sem sombra de dúvida, dizer que esta é uma das mais belas orações marianas. A seguir à «Ave, Maria», é a oração mariana mais recitada todos os dias pelos católicos no mundo inteiro. Trata-se de uma oração bela pela sua simplicidade e, ao mesmo tempo, pela sua profundidade. Ela transporta-nos para o incomensurável valor da intercessão de Nossa Senhora junto de Seu Filho.

Aquilo que os nossos lábios estão a dizer, o nosso coração sabe que está a acontecer. Nós bem sabemos que somos pobres pecadores, necessitados da misericórdia de Deus. Nós bem sabemos que Maria Se preocupa em socorrer as nossas necessidades.

 

  1. A «Salve, Rainha» tem uma cadência cheia de eloquência. Tantas são as vezes em que a recitamos, de lágrimas nos olhos, diante de Nossa Senhora dos Remédios. Aqui, nós A saudamos como «Mãe de Misericórdia». Aqui, nós A sentimos como «vida e doçura» no meio desta caminhada dura. Aqui, tanto quanto a nossa voz possa, nós A proclamamos como «esperança nossa». Aqui, por Ela bradamos, isto é, gritamos. Aqui, por Ela suspiramos enquanto gememos e choramos.

Este Santuário é, muitas vezes, um infindável «vale de lágrimas». Por isso aqui vimos ao encontro de Nossa Senhora dos Remédios «nossa advogada». Nós sabemos — e sentimos — que Ela para nós volta os Seus «olhos misericordiosos». Nós que aqui chegamos, vindos do nosso «desterro», pedimos — à Senhora de Lamego — que nos mostre «o bendito fruto do Seu ventre». E Ela, a nossa Mãe, aqui está, «clemente, piedosa e doce». E, se mais preciso fosse, Ela voltaria a dar-nos o que sempre nos deu: o Filho Seu. O ventre de Maria é, Ele próprio, um Santuário e o primeiro Sacrário. Aos pés d’Ela, a nossa vida é muito mais bela!

publicado por Theosfera às 08:00

Hoje, 02 de Setembro, é dia de S. Luís José François, S. João Henrique Gruyer, S.Pedro Renato Rogue, S. Francisco Luís Hebert, S. Francisco Lefranc, S. Pedro Cláudio Pottier, S. Justo, S. Viator e S. João Beyzim.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

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