O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Domingo, 14 de Agosto de 2016

Obrigado, Senhor, Deus Santo,

fortaleza dos débeis.



Tu és o médico e o medicamento,

a cura e o curador,

o salvador e a salvação,

Tu trazes a melhor terapia,

a terapia da misericórdia e da esperança.



Os mais simples entendem-Te,

os mais humildes procuram-Te,

os mais pobres sentem conforto a Teus pés.





É doloroso o sofrimento,

mas bendita é a Cruz quando a pegamos com amor,

como Tu.



Dá-nos, Senhor,

a força da paz e da determinação em seguir os Teus passos,

em pisar os Teus caminhos.



Que sejamos dignos de Te seguir,

de estar conTigo,

como Maria,

a Tua e nossa querida Mãe,

JESUS!

publicado por Theosfera às 11:00

A. Um «incêndio» que ninguém consegue apagar

  1. Nesta época de calor, o Evangelho apresenta-nos Jesus como um «incendiário». Eis o que Ele nos diz: «Eu vim lançar fogo sobre a Terra e só quero que ele se tenha ateado» (Lc 12, 49). Jesus, de facto, é um «incendiário». Ele quer «incendiar» o mundo com chamas avassaladoras, com chamas que devastem o nosso instalamento, o nosso comodismo, a nossa indiferença.

Ao contrário do que acontece com os outros incêndios, este «incêndio» desencadeado por Jesus não pode ser apagado. O «incêndio» desencadeado por Jesus não é para apagar, mas para atear. Este «incêndio» tem o nome de Evangelho. Evangelizar é, pois, «incendiar». Cada evangelizador tem de ser um «incendiário»: um «incendiário» do amor, da verdade, da justiça e da paz.

 

  1. Como sabemos, para a Filosofia Grega da Antiguidade, o fogo, juntamente com a água, ar e a terra, é um dos elementos primordiais da natureza. Mas a que fogo alude o Evangelho? O fogo possui um significado simbólico complexo. No Antigo Testamento começa por ser um elemento teofânico (cf. Ex 3,2; 19,18; Dt 4,12; 5,4.22.23; 2 Re 2,11), aplicado para evocar a santidade divina.

A manifestação do divino provoca no homem atracção e, ao mesmo tempo, temor. Explorando a relação entre o fogo e o temor que Deus inspira, a sabedoria bíblica apresenta o fogo como símbolo da intransigência de Deus em relação ao pecado.

 

Um «fogo» que destrói e reconstrói

 

3. Os profetas usam a imagem do fogo para anunciar e descrever a ira de Deus (cf. Am 1,4; 2,5). O fogo aparece, assim, como imagem privilegiada para pintar o quadro do castigo das nações pecadoras (cf. Is 30,27.30.33) e do próprio Israel. Note-se, porém, que, ao mesmo tempo que castiga, o fogo também purifica (cf. Is 9,17-18; Jer 15,14; 17,4.27). Isto significa que o fogo é um elemento de transformação e purificação (cf. Is 6,6; Ben Sira 2,5; Dan 3).

Na literatura apocalíptica, o fogo é a imagem do juízo definitivo (Is 66,15-16). O chamado «Dia de Jahwé» é comparado ao fogo do fundidor (cf. Mal 3,2). Será um dia, ardente como uma fornalha, em que os arrogantes e os maus arderão como palha (cf. Mal 3,19) e em que a terra inteira será devorada pelo fogo do zelo de Deus (cf. Sof 1,18; 3,8). Deste fogo devorador, que é também um fogo purificador e transformador, nascerá o mundo novo, sem pecado, de justiça e de paz sem fim.

 

  1. Custa, obviamente, passar pelo fogo, mas o fogo acaba por ser purificante: destrói e reconstrói, desfaz e refaz. É neste contexto que deve ser enquadrado a alusão ao fogo no Evangelho. Com efeito, Jesus veio revelar aos homens a santidade de Deus. Neste sentido, a Sua proposta tem um lado «destruidor». Jesus está aqui para destruir o egoísmo, a injustiça e a opressão que conspurcam o mundo.

É das cinzas desse mundo velho que há-de surgir o mundo novo de amor, de partilha, de fraternidade, de justiça. Como é que isso vai acontecer? Através da Palavra e da Missão de Jesus. Acontece que Lucas também está a pensar no Espírito enviado por Jesus aos discípulos. Sintomaticamente, o Livro dos Actos dos Apóstolos — igualmente da autoria de Lucas — representa o Espírito Santo através da imagem das línguas de fogo (cf. Act 2, 3).

 

C. Se Jesus é a paz, porque é que não traz paz?

 

5. Segue-se a referência ao baptismo que Jesus vai receber e que, n’Ele, gera uma ansiedade até que se realize (cf. Lc 12, 50). Aqui, o baptismo é a morte de Jesus enquanto consumação da Sua entrega ao Pai por nosso amor. Para que o fogo transformador e purificador se manifeste, é necessário que Jesus faça da Sua vida um dom de amor, até à Cruz. Só então nascerá o mundo novo.

Daí que quem quiser seguir Jesus tenha de receber precisamente o mesmo baptismo. Ser baptizado é mergulhar em toda a trajectória de Jesus, imitando a Sua doação, a Sua dádiva e a Sua entrega até ao fim. Aliás, Jesus pergunta a João e a Tiago se estão dispostos a beber do cálice que Ele vai beber e a receber o baptismo que Ele vai receber (cf. Mc 10, 38).

 

  1. Na intervenção seguinte (cf. Lc 12, 51-53), Jesus deixa-nos sem palavras, à beira da perplexidade. De facto, Ele assume que não veio trazer a paz, mas a divisão. Como entender esta linguagem se o Antigo Testamento fala do Messias como aquele que é a paz (cf. Mq 5, 5)? São Paulo proclama que Jesus é a nossa paz (cf. Ef 2, 14) e Ele mesmo, na Última Ceia, afirma que nos veio oferecer a paz (cf. Jo 14, 27).

O próprio Lucas deixa transparecer que a paz é um dom messiânico (cf. Lc 2,14.29; 7,50; 8,48; 10,5-6; 11,21; 19,38.42; 24,36) e que a função do Messias é guiar os passos dos homens «pelo caminho da paz» (Lc 1,79). Que sentido fará, agora, dizer que Jesus não veio trazer a paz, mas a divisão?

 

D. Nem Jesus é consensual

 

7. É preciso ter presente que este «dito» não é um desejo, mas uma constatação e uma previsão. Jesus efectivamente quer a paz e vem trazer a paz, mas Ele sabe que há muitos que reagem à paz com a divisão, o conflito e a guerra. Jesus quer a unidade, mas nunca foi consensual. O escopo da Sua vida foi servir, não agradar. Ele nunca quis a popularidade, mas a verdade. Importante, para Jesus, não é ser aplaudido, mas seguido. Sucede que não falta quem, em vez de O seguir, O hostilize e pretenda eliminar.

A mensagem de Jesus não é inodora nem açucarada. A mensagem de Jesus é interpeladora e desafiadora. Porque Ele é diferente, não deixa ninguém indiferente. Há quem O acolha, mas também não falta quem O rejeite. Como consequência, haverá divisão e desavença, às vezes mesmo dentro da própria família, a propósito das opções que cada um faz face a Jesus.

 

  1. Este quadro devia levar-nos a reflectir muito e a inflectir bastante. É possível que nem tudo esteja bem quando tudo (aparentemente) corre bem. Curiosamente, é São Lucas que nos transmite este aviso de Jesus: «Ai de vós quando todos disserem bem de vós» (Lc 6, 26).

Definitivamente, Jesus opta mais pela incomodação do que pela acomodação. Jesus não se revê em quem se acomoda ao mundo. Revê-se mais em quem se incomoda com o mundo.

 

E. O «Livro do Desassossego» de Jesus

 

9. O Evangelho é paz, mas nem sempre é sossego. O Evangelho pode ser visto até como uma espécie de «Livro do Desassossego». Jesus pacifica, mas não sossega. Ele quer-nos permanentemente desassossegados.

A paz de Jesus, a paz que é Jesus, é uma vida com exigência e coerência. Não é uma vida diluente ou dissolvente, ao sabor dos ventos e das modas. Jesus aparece-nos, muitas vezes, do outro lado: do outro lado da margem e do outro lado das correntes dominantes. Como é óbvio, a divisão pode surgir. Não podemos, porém, ficar tolhidos nem paralisados. A recompensa que nos espera não é o aplauso do mundo, mas a aprovação de Deus.

 

  1. Se o objectivo do cristão fosse ser aplaudido, haveria ídolos, mas não haveria mártires. Ídolos são aqueles que o mundo aplaude. Mártires são aqueles que o mundo condena. Jeremias é o protótipo do profeta que incomoda. Por isso, recebe ameaças de morte (cf. Jer 38, 4). Mas ele não desiste.

Assim devem ser os cristãos. O mundo não melhora quando os cristãos se conformam. O mundo só acorda quando os cristãos despertam. Uma nova luz se acende quando nenhum cristão se rende. Procuremos servir o mundo. Mas nunca nos deixemos iludir com os aplausos do mundo!

publicado por Theosfera às 06:47

Hoje, 14 de Agosto (20º Domingo do Tempo Comum), é dia de S. Maximiliano Maria Kolbe, Sta. Anastácia e Sta. Isabel Renzi.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

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