- A festa do Baptismo do Senhor assinala a transição do Tempo do Natal para o Tempo Comum.
Ressalve-se, desde já, que o Tempo Comum não é um tempo menos importante.
- No Tempo Comum, continuamos a celebrar o Mistério (sempre) Incomum: o mistério de Deus que Se fez homem em Jesus Cristo para nos salvar.
O incomum torna-se comum, não no sentido de rotineiro, mas no sentido de constante.
- Acresce que este é um tempo comum também no sentido de comunitário.
Ou seja, é um tempo para, em comunidade, celebrar e testemunhar o Evangelho de Jesus.
- A esta luz, podemos dizer que o Tempo Comum é um tempo pascal e um tempo natalício.
É sabido que a cadência da celebração da Páscoa, antes de ser anual, é semanal: cada Domingo é dia de Páscoa.
- E uma vez que o mistério pascal constitui o ápice da Encarnação, então não é descabido concluir que o Tempo Comum é igualmente, a seu modo, um tempo de Natal.
É um tempo em que Jesus (re)nasce para nós e um tempo em que nós (re)nascemos para Jesus.
- O Tempo Comum é o tempo mais longo.
É composto por 33 ou 34 semanas, distribuídas em duas etapas: a primeira decorre entre a Festa do Baptismo do Senhor e o início da Quaresma e a segunda vai da segunda-feira após o Pentecostes até ao começo do Advento.
- É no Tempo Comum que acompanhamos a maior parte da missão de Jesus.
Nele, não celebramos nenhum aspecto particular do mistério de Cristo, mas o mistério de Cristo na sua globalidade. E acompanhamos, especialmente, os sucessivos momentos da Sua vida pública.
- A Festa do Baptismo do Senhor é, pois, uma síntese e uma abertura.
Ela sintetiza o que celebramos no Tempo do Natal e abre-nos as portas para o Tempo Comum.
- O Baptismo mostra-nos um Jesus já adulto, na casa dos 30 anos, mas sempre com a consciência de filho.
No Natal, vemo-Lo ao colo da Mãe. No Baptismo, acompanhamo-Lo a ouvir a voz do Pai.
- O Baptismo de Jesus constitui, assim, uma Teofania e uma Antropofania. Jesus apresenta-Se como Filho de Deus em forma humana.
Ele é a humanização de Deus. Ele é a divinização do homem!