- Em relação aos outros animais, temos tudo para ser diferentes, melhores. Mas, às vezes, parecemos iguais, para não dizer piores.
Jules Renard só entrevia uma diferença: «Descobri finalmente aquilo que distingue o homem dos outros animais: são os problemas de dinheiro».
- Não iria tão longe. Uma coisa, porém, é certa. Ninguém é tão humano como os homens. Mas também ninguém consegue ser tão desumano como os homens.
Aproveitemos cada instante para corrigir a trajectória. Não nos desumanizemos mais. Procuremos humanizar-nos cada vez mais.
- Porque é que tão poucos suportam a verdade? A sabedoria judaica acha que é por causa do peso: «a verdade é pesada; por isso poucos a suportam».
Mas, pensando bem, o peso da verdade é bem leve. O peso da mentira é muito mais difícil de suportar.
- A escola prepara para o teste e deve preparar sobretudo para a vida. É por isso que a educação é mais que o ensino.
O conhecimento é fundamental, mas o comportamento é decisivo.
- Alain anotou: «Os trabalhos de estudante são provas para o carácter e não para a inteligência. Seja ortografia, versão ou cálculo, trata-se de aprender a querer».
Sem carácter, nem a inteligência consegue ser inteligente.
- Num mundo de altos e baixos, de exploradores e explorados, de senhores e escravos,
Francisco de Assis ensina-nos o melhor trato entre os seres humanos: «irmão». Ser homem é ser irmão. De todos os outros homens.
- A juventude entusiasma, mas também preocupa. Sentimos que há toda uma geração motivada pelo sonho, mas igualmente tolhida por muitos bloqueios.
Não podemos dar muito aos jovens. Mas, pelo menos, não deixemos de lhes dar esperança.
- Retenhamos estas palavras (imaginem!) de Elvis Presley: «Tudo o que os jovens precisam é de esperança e do sentimento de que pertencem a algo. Se eu pudesse fazer ou dizer alguma coisa que desse a eles este sentimento, eu acredito ter contribuído em algo para o mundo».
Como dizia Teilhard de Chardin, «o futuro pertencerá àqueles que derem ao mundo um pouco de esperança». Um pouco pelo menos. Um pouco de esperança já é muito.
- As ocupações gastam. Mas são as preocupações que desgastam. É por isso que o maior envelhecimento não ocorre no corpo, mas no espírito.
Esta era, pelo menos, a percepção de Montaigne: «A velhice faz-nos mais rugas no espírito do que na cara». Mas essas rugas não retiram encanto. Há rugas que trazem a marca da coerência. E trazem o selo da fidelidade. Por isso embelezam. E comovem.
- Só o sábio é capaz de reconhecer que não sabe. Quem se apresenta como portador do saber nem sequer se apercebe de que lhe falta o primeiro saber: saber que não sabe, saber que nem tudo se sabe.
Poder-se-á chegar ao segundo momento sem passar pelo primeiro passo? Só os sábios são humildes. Só os humildes são sábios!