- Tudo o que D. António Couto faz, diz e escreve não é apenas bom; é excelente. Não é só pertinente; é eminente.
Nos seus textos, a forma nunca pleiteia com o conteúdo. Fraternizam sempre no mesmo patamar, o da profundidade e da beleza.
- Os conteúdos são acutilantes e a forma consegue ser surpreendente e cativante.
Dos conceitos e das imagens desprende-se uma espécie de polifonia que faz da leitura um momento de harmonia.
- D. António Couto parece viver onde vivem as palavras, habitando na sua intensidade e profundeza.
Em «O Livro dos Salmos», uma vez mais o primor do esteta emparceira notavelmente com a precisão do exegeta.
- Neste caso, estamos perante uma obra que, além do habitual deleite, nos fornece preciosas doses de utilidade.
É que os Salmos são palavras habitualmente ditas, mas nem sempre devidamente compreendidas.
- D. António Couto, neste livro, oferece-nos um guião com um surpreendente filão.
Ele apresenta os Salmos como uma «casa», com átrio, pórtico, abóbada e porta.
- A porta ora abre, ora fecha, permanecendo entreaberta.
Toda a casa reluz porque está municiada com uma «hemorragia de luz».
- Este é, por conseguinte, um «livro-convite».
É um livro que nos convida a entrar no Livro e a permanecer duradouramente no Livro. É um «livro-alento» que aumenta o apetite pelo «Livro-alimento», que é a Bíblia.
- Fica, pois, uma grande vontade de ler este livro sobre os Salmos. E de, com ele, rezar mais — e melhor — os Salmos do Livro.
A Bíblia, que nos oferece os Salmos, é essencialmente um livro de oração: para todos os caminhos e para todas as horas que passamos nos caminhos.
- A Liturgia das Horas — tecida especialmente pela recitação dos Salmos — não é para ser subestimada nem despachada em breves instantes.
Como refere D. António Couto, ela é, efectivamente, «oração de todas as horas e de todas as circunstâncias».
- Ela é oração com «uma chama dentro, com um lume dentro». Ela é «pão sempre a sair do forno».
Deixemo-nos deliciar com o seu saber. E nunca desperdicemos o seu sabor!