Deus é sempre amigo. E mais que amigo. Deus é Pai.
Não sabemos tudo acerca d'Ele. Mas sabemos o principal sobre Ele.
E o principal é que Ele nunca falta.
E é quando mais parece ausente que mais está presente!
Deus é sempre amigo. E mais que amigo. Deus é Pai.
Não sabemos tudo acerca d'Ele. Mas sabemos o principal sobre Ele.
E o principal é que Ele nunca falta.
E é quando mais parece ausente que mais está presente!
Diante do Criador, o homem sente-se pouco mais do que «pó e cinza»(Gén 18, 27).
Empiricamente, o homem do pó vem e para o pó vai (cf. Gén 3, 19).
Só que é próprio de Deus ter o Seu coração voltado para a nossa miséria. Deus é, portanto, estruturalmente misericordioso.
Sem misericórdia, não teríamos solução. Sem misericórdia, não haveria salvação («extra misericordiam, nulla salus»).
Como sintetiza Jon Sobrino, «o princípio-misericórdia é o princípio fundamental da actuação de Deus e de Jesus; pelo que deve ser também o princípio fundamental da actuação da Igreja».
É por isso que Ele propõe o amor aos amigos e também aos inimigos. É pela misericórdia que mostramos ser filhos de Deus, que «faz com que o sol se levante sobre bons e maus»(Mt 5, 45).
Deus só pode ser misericórdia porque — desde sempre e para sempre — é amor (cf. 1Jo 4, 8.16), amor que dá, amor que se doa, amor que per-doa. E onde há amor, pode haver dor, mas não poderá haver vingança.
Pode parecer pouco justo que Deus perdoe aos que cometem atrocidades, aos que andam envolvidos na corrupção, na intriga e na calúnia.
Em Deus, a justiça é sempre misericordiosa. E a misericórdia é sempre justa!
Numa altura como esta, não devíamos pôr os programas de lado. Mas era bom que colocássemos a situação das pessoas no centro.
Afinal, que é possível fazer pelos mais pobres?
Pode parecer a «quadratura do círculo», mas uma das primeiras condições para ajudar os mais pobres é não hostilizar os mais ricos.
É claro que quem tem mais deve contribuir mais. Acontece que é preciso ver até onde se deve exigir o seu contributo.
É que, a partir de um certo patamar (aumento de impostos e criação de novos impostos), a tendência quase certa é para deixar de investir ou para retirar para outras paragens os bens possuídos.
E, com isso, não são os ricos que perdem. Quem mais perde é quem mais poderia beneficiar do seu investimento.
Aos mais ricos, é preciso exigir, mas sem hostilizar.
Afinal, todos precisam deles, a começar pelos mais pobres!
Nem sempre termina bem quem bem começa. Mas quem não chega a começar é que jamais será capaz de terminar.
Como é possível atingir qualquer saber se nem sequer prestamos atenção ao primeiro saber?
Quem sabe que não sabe ainda procurará bater à porta de algum saber. Pelo contrário, quem nem sabe que não sabe que sabedoria poderá alcançar?
Ou seja, quando sabemos, começamos por saber que não sabemos. E, quando vamos crescendo no saber, continuamos a saber que há sempre muito por saber.
Como alertava um autor medieval, estaremos sempre envolvidos pela «nuvem do não-saber».
No fundo, estamos sempre a oscilar entre uma «agnosía teológica» e uma «apraxía teologal».
De Deus nunca saberemos o suficiente. Mas por Deus podemos — e devemos — fazer bastante.
Os conceitos indicarão alguma coisa sobre Ele, mas nunca mostrarão tudo acerca d’Ele.
Comecemos sempre pela «pastoral da pergunta» e nunca esqueçamos a decisiva «pergunta da pastoral». É a pergunta que Paulo fez a Jesus: «Que queres que eu faça?»(Act 9, 6).
A oração é, definitivamente, o «parto» da missão!
1. Os tempos de incerteza trazem sempre alguma ansiedade, mas encerram também bastante fecundidade.
2. Estes são, de facto, tempos favoráveis à discussão, embora sejam também permeáveis a alguma perturbação.
3. Faz amanhã, dia 4, um mês que o povo se pronunciou.
E parece não haver consenso acerca do que o povo terá dito.
4. Há partidos que não gostam de que outros partidos ousem interpretar o sentido do voto nos seus partidos.
Mas será que algum partido está em condições de interpretar com plena segurança o que cada pessoa quis dizer ao confiar-lhe o seu voto?
5. Se repararmos, tudo se altera conforme se agregue um determinado partido à sua esquerda ou à sua direita.
6. Há quem junte o PS à sua esquerda.
Nesse caso, concluiremos que cerca de 52% dos eleitores quis um governo inteiramente novo.
7. E não falta quem associe o mesmo PS à Coligação.
Nessa altura, notaremos que cerca de 70% dos mesmos eleitores preferem: 1) ou o mesmo governo, mas mais escrutinado e fiscalizado ou 2) um governo que integre os partidos da Coligação e o principal partido da anterior Oposição.
8. As duas leituras não são descabidas, pelo que nenhuma opção é totalmente linear.
Importante é que haja moderação no debate e que prevaleça o interesse nacional.
9. Creio que nenhuma alternativa nos levará ao paraíso.
E espero que nenhum caminho nos arraste para o abismo!
É sempre cedo para morrer, mesmo que a morte venha tarde.
A vida é curta, muito curta.
Assim sendo e como recomendava Victor Hugo, «não a encurtemos mais, desperdiçando tempo».
Este é o pior desperdício: o desperdício do tempo.
Aproveitemos para depositar neste pouco tempo muitas sementes de bem!
Hoje, 03 de Novembro, é dia de S. Martinho de Porres, S. Huberto, S. Tito de Brandsma e S. Roberto Meyer.
Um santo e abençoado dia para todos!